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17.5.19

O primeiro ataque canino a gente nunca esquece

Num instante, eu estava fazendo carinho no bicho, com a cara bem na altura da boca dele, de língua animadamente para fora. No outro, o bairro apagou, o rosto inteiro começou a latejar e o braço parecia que ia cair do corpo. Mordida dupla, depois de 12 anos de Gatoca — para relembrar por que eu sentia medo de cachorro. rs


Só tive tempo de perguntar o tamanho do estrago que não conseguia ver e semidesmaiar no vizinho, com quem havia trocado apenas olás, boatardes e boanoites, pelo estrago que conseguia ver: um furo de bons milímetros de profundidade no antebraço esquerdo.


Tarde da mordida


Manhã seguinte

Pressão sanguínea reestabelecida (a dignidade demorou 24 horas mais e a dor no músculo parece que pode levar semanas), vim para casa confirmar, incrédula, o estado do rosto: a arcada canina de 200 dentes, que cobriu minha visão e me jogou para trás, só deixou esta marquinha na bochecha — e o lápis borrado. rs


Chicão deve estar precisando de uma plástica facial.

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16.5.19

Mobilização pela educação: a contribuição do Gatoca

Atualizado em 20 de maio de 2019, às 20h08, para incluir canais novos

Este é um projeto que se propõe a ensinar, conscientizar e engajar corações pelos animais — ao menos durante a maior parte de seus quase 12 anos. E esta é uma jornalista especializada justamente em educação, com duas décadas de carreira entre a grande imprensa e o terceiro setor. E imagino que vocês tenham acompanhado as manifestações contra os cortes de verba nas universidades públicas e o cancelamento de bolsas de pesquisa.

Às voltas com a papelada de um edital, para seguir na batalha de vozes desgastadas contra a ignorância, minha participação desta vez se dará por aqui, em forma de curadoria didática. Fiz questão de listar canais mais à esquerda e mais à direita, para ninguém se dispensar da reflexão sobre que país as medidas atuais gestarão. E agir.


Eduardo Moreira
Explica que o investimento em educação traz benefício dobrado, porque faz girar a economia (os professores compram comida, abastecem o carro, pagam o aluguel) e gera conhecimento. Já no pagamento dos juros da dívida pública, proposta do governo, as pessoas que recebem a grana compram mais títulos dessa dívida e a bola nunca para de crescer. Eduardo é engenheiro, estudou economia na Universidade da Califórnia e fundou um banco, além de ter sido sócio de outro.

Pirula
Lembra que a escola também ensina a conviver com ideias, pessoas e realidades diferentes das nossas, além de facilitar a descoberta de um objetivo de vida, para que o dinheiro não vire um fim em si – altos índices de suicídio na Suécia, saca? E, neste vídeo, ele esclarece para que serve a ciência de base e por que ela precisa de financiamento público, sem interesses mercadológicos. Paulo Miranda Nascimento é biólogo e paleontólogo, com mestrado e doutorado pela USP.

Leitura ObrigaHistória
Também aborda a importância da produção científica, mas usando a metáfora da piscina do conhecimento, em que cada pesquisador contribui com uma gota para enchê-la e o trabalho dos gênios, que adicionam copos ou baldes inteiros, não seria possível sem seus antecessores. Icles Rodrigues é historiador, com mestrado e doutorado em curso pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Cadê a Chave
Fala sobre a falta de investimento em divulgação científica, que distancia a academia da população, e o ódio ao estudo, pregado pelo desconhecimento de quem nunca pisou numa universidade, sendo que tudo à nossa volta funciona porque alguém ralou muito – incluindo o dispositivo em que vocês me leem. A mão de obra não intelectual acabará substituída por robôs, aliás. Nilce Moretto é jornalista e Leon Martins, formado em relações internacionais, com mestrado pela Universidade de Flensburg, na Alemanha.

Tese Onze
Mastiga a que grupos o desmonte do Brasil interessa. A reforma da previdência, por exemplo, beneficia as empresas de previdência privada, o mercado financeiro, porque diminui o ônus do governo, sobrando mais grana para os juros da dívida pública, e a imprensa, que investe em aplicações financeiras atreladas a esses juros.

O sucateamento da educação beneficia governantes incompetentes (sem população com pensamento crítico para questionar), falsificadores históricos, donos de escolas, o setor privado de pesquisa (que fica com a grana das patentes) e o mercado de novo, que pode seguir explorando uma mão de obra técnica, mas silenciada.

A destruição da natureza beneficia mineradoras, ruralistas, construtoras, a indústria automobilística e a megacorporação que faz tanto o agrotóxico quanto o remédio. E a flexibilização do armamento (incluindo a liberação da caça) beneficia a indústria bélica, que lucra independente de quem morre. Sabrina Fernandes é socióloga, com doutorado no Canadá.

Slow
Desvenda como políticos populistas usam o avanço tecnológico para engajar as massas em suas mentiras, tática chamada de firehose of falsehood. E faz um paralelo com a estratégia da propaganda Russa: 1) O povo não sabe diferenciar a veracidade da informação. 2) As primeiras versões geram maior impacto e tendemos a continuar com elas mesmo desmentidas. 3) Repetições fortalecem ainda mais a crença na mentira. 4) Quanto mais fontes propagarem, maior o poder de convencimento. Estevão é biólogo de formação e estudou no Reino Unido.

Jana Viscardi
Questiona o clima de guerra gerado pelos discursos do Bolsonaro (contra especialistas e a educação em geral), as explicações simplistas e teorias da conspiração, a voz única que mata a liberdade de pensamento (a partir de diferentes informações coletadas) e a pluralidade na produção do conhecimento. Colocar os indivíduos uns contra os outros faz o país crescer? Jana Viscardi é linguista, com mestrado pela Unicamp e doutorado na Alemanha.

Greg News
Explica por que evangélicos, olavetes e militares disputam o controle do MEC, segundo maior orçamento do país (R$ 116 bilhões) e responsável por 100 mil escolas, dois milhões de professores e 40 milhões de alunos. Spoiler: a bancada evangélica espera que o aluno se torne um fiel, defende a escola sem partido, o combate à “ideologia de gênero” e o ensino domiciliar.

Os olavetes enxergam futuros militantes da guerra cultural e querem ressuscitar o método fônico, que não contextualiza o aprendizado na realidade cotidiana das crianças. E os militares as veem como soldados, brigando pela militarização das instituições.

Existe ainda a disputa entre os ricos, com formação privada livre, construtivista e flexível acompanhando os altos preços das mensalidades, e os pobres, com formação pública focada em repressão e moralismo, modelos ultrapassados e na falta total de espírito crítico. Gregório Duvivier é escritor e humorista, mas nada disso é piada.

Meteoro Brasil *novo*
Analisa as manifestações do dia 15 de maio, realizadas em quase 200 cidades do Brasil, a cobertura em massa da imprensa e a estratégia (fracassada) do governo de negar a realidade dos cortes de última hora.

Conversa com Pedro Rossi *novo*
Esclarece o erro do Ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni, que conseguiu comparar o orçamento familiar ao público e ainda citar a avó: 1) Família não determina a própria renda, enquanto o governo pode decidir arrecadar mais para fazer frente às circunstâncias. 2) A grana gasta por ele não desaparece — circula na sociedade e volta em forma de arrecadação. 3) Família não administra uma máquina de fazer dinheiro e títulos da dívida pública nem define a taxa de juros que a enforcará.

Não existe governo sem dinheiro, pois ele é soberano monetariamente — só quebrou na década de 80 porque estava endividado em moeda estrangeira (atualmente, inclusive, somos credores externos). Nos momentos de crise, portanto, o governo tem de fazer o inverso das famílias: dar ao setor privado as condições de retomar o circuito da renda. Falar em apertar o cinto também desperta a desconfiança dos investidores, que sobem ainda mais os juros. Pedro Rossi é economista, com mestrado e doutorado pela Unicamp.

Mais Greg News *novo*
Nesse vídeo, Duvivier concorda que o país está em crise, mas lista estratégias mais eficientes de gerar dinheiro do que cortar os R$ 2 bilhões das universidades. O governo poderia, por exemplo, desistir de perdoar a dívida do agronegócio, totalizando R$ 17 bilhões. Também dá para cobrar as multas ambientais, que Bolsonaro quer anistiar — só entre 2015 e 2017 o Ibama aplicou, em média, R$ 3,8 bilhões em multas por ano. E, mesmo sem a anistia, o órgão já deixa de arrecadar R$ 20 bilhões anuais pela demora na digitalização de processos.

É possível tributar também as igrejas, somando, por baixo, R$ 5 bilhões ao ano. E tem, ainda, a opção de cobrar os 134 deputados caloteiros, que devem R$ 487,5 milhões à Receita Federal ou ao INSS — isso sem falar nas pessoas físicas, do pai do Neymar ao dono da Havan, que seguem renegociando suas dívidas.

E-farsas
Desmistificador de fake news desde antes de a expressão cair em bocas e dedos brasileiros, para vocês consultarem quando receberem foto de gente pelada na universidade pelo WhatsApp.


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10.5.19

Quem pode e não pode ser mãe?

Na mesma tarde em que fotografei a gaternidade ronronante da Guda, cliquei a imagem deste post. A ideia era fazer uma brincadeira, aproveitando o Dia das Mães, com os desafios de se gerar e criar outra vida — e todo o cansaço e preocupação envolvidos no percurso. Mas a Hel Mother subiu uma live sobre a campanha da Anacapri e, este ano, eu resolvi encarar a eterna polêmica “mãe de bicho”.

Sim, eu me considero mãe dos meus gatos.

Pausa para vocês reorganizarem as emoções.

Sinto por eles um amor maior do que por vários integrantes da família, protegeria a existência deles com meu peito rasgado, estruturei a rotina da casa e a carreira pensando nas dez criaturas miantes (agora nove) que me acompanham, economizo com tudo menos com a ração, abri mão de um universo de coisas nessa jornada.

E fiz isso por cada um dos 115 bichanos, oito cachorros e três aves que resgatei. E criei um projeto para que os filhos humanos de outras mulheres existam em um planeta mais decente — em breve, atuarei com eles. Gatoca prefere acolher. E escolhe com muito cuidado suas batalhas.

Se vocês querem brigar, foquem no capitalismo, que esvazia causas para vender produtos. Ou no patriarcado, que nos joga umas contra as outras, enquanto mantém seus privilégios intocados. Ou, ainda, nos políticos, que vêm limpando os pés em pautas importantes (garantia de futuro para as próximas gerações) de educação e meio ambiente.


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8.5.19

Aniversariante do mês - maio de 2019

A golpista mais ronronenta da internet completa 12 anos em Gatoca! Chegou barriguda, amamentou Pimenta, Pufosa, Pipoca, Keka e Jujuba por dois anos (tenho fotos vexatórias), alargou meu coração. Duzentos milhões de dias depois, a gente ainda pega a família juntinho. Guda só podia fazer aniversário no mês das mães — ela é o travesseiro, claro.


*Novelinha: conheça a história da Guda

Outros aniversários: 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

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3.5.19

4 causas mastigadas de vômito felino

Eles podem ser charutinhos (egagropilos), líquidos ou aglomerados de ração ― e, nas versões ornamentais, começam na janela, escorrem pela parede, caem na mesa de jantar e terminam no chão, rs. Mas o que a gente precisa prestar atenção é na causa dos vômitos. A veterinária Bárbara Benitez lista quatro clássicos e ensina como prevenir.

1) Bolas de pelos
Quando se lambem, os gatos engolem parte da cabeleira, que se acumula no estômago, provocando alterações de funcionamento e irritação gástrica. Para evitar, vale escová-los frequentemente e adotar uma dieta balanceada, rica em fibras.

2) Superalimentação
Na dúvida, consultem a quantidade recomendada pelo fabricante na embalagem. Além de vômitos, comida em excesso causa obesidade, que pode se desdobrar em diabetes, problemas nas articulações, doenças cardiovasculares e até alterações neurológicas.

3) Troca abrupta de ração
O ideal é misturar um terço da nova com dois da velha no primeiro dia, metade de cada uma no segundo e dois terços da nova com um da velha no terceiro.

4) Intolerância alimentar
Sim, há animais que têm sensibilidade a um determinado ingrediente da ração. O problema pode ser contornado experimentando outro tipo ou marca. Aqui em casa, nós curamos a intolerância do Simba com homeopatia. :)

Alerta! Ingestão de objetos estranhos, uso incorreto de medicamentos e doenças renais ou gastrintestinais também podem provocar vômitos. Se eles forem recorrentes e o bicho demonstrar perda de peso, falta de apetite, diarreia e prostração, procurem um veterinário.


Chocolate, campeã do Torneio de Vômitos Ornamentais 2019

* Texto escrito para o Yahoo!

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1.5.19

Amor de quatro rodas

— Por que você não dá banho no Mercv, Bia?
— Porque gato se limpa sozinho.
— Gato é seu próprio lava-carro!


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26.4.19

Mais gatos, informação e inspiração na sua vida!

Risadas também — algumas. Mas não cabia no título. Mentes brilhantes partem de um problema para propor soluções até então impensadas ou descabidas. Como eu não sou uma mente brilhante, parti da raiva mesmo. E minha invenção é uma releitura da roda, que vocês podem chamar de boletim, informativo ou newsletter.

A verdade é que cansei de ter algoritmos de redes sociais definindo o alcance do Gatoca. Se não escrever “gato” 200 vezes, por exemplo, não usar foto de gato (bonita, claro) e não implorar para vocês interagirem nos comentários, ninguém fica sabendo da existência do post. Aconteceu isso com o texto dos ídolos, que podia ter rendido personagens e histórias incríveis.


Cheguei a pensar que o projeto estava perdendo a relevância. E tomei um chacoalhão numérico. Tecido à prova de garra conseguiu 7,2 mil visualizações. Dá para telar casa, sim!, 11,5 mil. 6 mitos sobre alimentação animal, 18,4 mil. 7 perguntas e respostas sobre prisão de ventre, 26,9 mil. Perdeu um gatinho?, 27,3 mil. Cocô fora da caixa, 28 mil. Milho de pipoca vira graminha, 32,6 mil.

E o guia para novatos: como cuidar de filhotes (23,7 mil), como cuidar do seu gato (32,6 mil), dois é melhor do que um (34,5 mil), dicas de adaptação (72,6 mil). E o pacote-renal: soro subcutâneo (12 mil), 13 macetes para dar líquidos na seringa (30,6 mil), doença renal, pelo maior especialista do Brasil (138 mil).

Não, eu não digitei errado, é 138 mil mesmo. Doença renal: 7 dicas que podem salvar está quase com meio milhão (435 mil). As pessoas continuam buscando ajuda no Google e vindo parar aqui! Eis o objetivo principal, certo? E pouquíssimos canais brasileiros no YouTube (a nova moda) têm impacto semelhante.


Para ampliar, cliquem na imagem

Se vocês quiserem receber o conteúdo do Gatoca sem atravessadores (e sem perder nadica), portanto, basta preencher o formulário vapt-vupt — as perguntas são para produzir um conteúdo ainda mais afinado. Bora persistir juntos na missão de despiorar o mundo para bípedes e quadrúpedes? 🧡


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24.4.19

Sobre ídolos, jogar junto e Paula Lumi (Presunto Vegetariano)

No post de Páscoa, eu indiquei o Presunto Vegetariano como meu canal de receitas favorito. Paula Lumi tem o cuidado de dar os créditos aos inventores dos pratos e não perde público porque testa cada um deles várias vezes, sugere adaptações inteligentes, antecipa nossos erros e ainda faz uma edição dinâmica das imagens, sempre bem-filmadas, passando o recado em dois ou três minutos.

Quando recebi o aviso de um comentário dela aqui no blog, sorri com cara de bocó. A dona no maior canal vegano do país, com quase meio milhão de seguidores, se deu o trabalho de vir ser fofa num projeto bem menor.


Em tempos de celebridades que tomam café com xícaras vazias no Instagram, Paula Lumi é um convite à reflexão: quem vale nosso tempo, curtida, admiração? Que impacto tem essa pessoa no mundo? Com que lentes ela enxerga extra-umbigo? Fica também um puxão de orelha para o veganismo no Brasil, que deveria ser mais sobre união e menos sobre egos.


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19.4.19

Gramado da Fama #4

No episódio de abril, Pufosa derrubou 20 plaquinhas antes de encontrar um canto para tomar sol no jardim. Solimar Grande e Aline Silpe, leitoras antigas do Gatoca, e Lucia Mesquita, amiga de duas décadas, sobreviveram e acabam de se juntar ao clube dos despioradores de mundo que apoiam este projeto — a quantidade de corações de pudim pede um novo parágrafo. :)

Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Eliane Bortolotto, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater-Calabró, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Denise Perin, Patrícia Urbano, Andreia Lyrio, Fernanda Leite Barreto e Bárbara Toledo, obrigada por mais um mês de caminhada compartilhada!

Lu está morando na Irlanda, aliás, o que significa que o Catarse, nossa plataforma de financiamento continuado, aceita contribuições de todo o planeta — e um dinheiro gringo ainda vale quatro ou cinco dinheiros nossos! Nos últimos 12 anos, a gente fez coisa para caramba. Mas pode ir além! Com recompensas puro-amor.

Faltam só 22% para bater a meta de manter o blog no ar, atualizando todas as redes sociais, e passar a produzir vídeos quinzenais — informativos, sensibilizadores, engraçados, felinos ou tudo isso junto. Quem mais vem?



17.4.19

Páscoa vegana com ovo, coelho e comida maravilhosa

Este é um texto recorrente por aqui. Porque as pessoas continuam comprando bichos por impulso (e abandonando depois), porque muita gente não sabe que existe chocolate sem leite e porque a culinária vegana segue envolta em mitos. E quem melhor para explicar esses assuntos todos do que uma jornalista-ativista? :)

Primeiro, o drama dos coelhos. Se seu filho quer muito um amigo orelhudo, adotem. Como eles são animais mais ariscos, que roem as coisas para frear o crescimento dos dentes e comem o próprio cocô de madrugada, as ONGs costumam acolher vários depois do feriado. Só a Canto da Terra tem 20 peludos do ano passado esperando uma segunda chance ― indiquem outras organizações nos comentários!


O problema dos ovos se resolve com uma pesquisa rápida no Google. Tem opções de marcas grandes, versões artesanais feitas sob encomenda e até receitas para arriscar em casa. O único alerta é que "sem lactose" não significa vegano, pois dá para tirar a lactose do leite tradicional — leiam sempre os rótulos.

Aqui, cabe um parêntese sobre a indústria leiteira: toda criação para atender demandas estratosféricas é cruel. A ONG chilena "Elige Veganismo" produziu um documentário impactante sobre a inseminação invasiva das vacas, as mastites, a separação dos filhotes, a morte dos machos e a exploração das fêmeas, caso reste alguma dúvida. Fecha parêntese deprê.

E a bacalhoada? Bom, peixes sentem estresse e dor como qualquer animal. Mas sua Páscoa pode ter um banquete incrível com os outros mil ingredientes que o planeta oferece. Deem uma fuçada nos canais Presunto Vegetariano, da Paula Lumi, e Viewganas, da Bia Barneschi e da Mari Malagutti, meus favoritos.

E não se esqueçam do objetivo original da data, para além do forte apelo consumista, é celebrar a compaixão. 💕


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12.4.19

Bahia e como (não) tirar férias com gatos

Eu comentei, no post da ressurreição não-pascoal, que nós havíamos viajado para a Bahia. E que o falecimento do computador e o quase falecimento dos meus pulmões impediram o vídeo de ir ao ar. Um mês depois, ele finalmente ficou pronto!

Tem imagens aéreas (rs), gatos (novidade!), praias lindas (Guaiú, Arakakaí, Coroa Vermelha, Santo André), história (Igreja Nossa Senhora da Conceição, cemitério-puxadinho, Praça do Ciclista), comidas veganas (legumada, biribiri em conserva, moqueca de fruta-pão).

E nossa aventura (palavra cuidadosamente escolhida) para conseguir sair de Sorocaba e chegar inteiros a Santa Cruz de Cabrália.


Desdobramento pós-vídeo: minhas chaves foram parar em Pelotas, junto com o disco que Leo despachou pelo correio — não me perguntem como. E o moço, provavelmente depois de rir muito, fez a gentileza de mandar de volta.


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10.4.19

Aniversariante do mês – abril de 2019

Depois de duas semanas de colar elisabetano, uma madrugada com a roupinha cirúrgica ensopada de xixi (não contei aqui porque a gente estava viajando) e muito sangue, o inferno astral da Clara* finalmente terminou! Até o carcinoma deu uma trégua e eu pude fazer piada com a foto comemorativa de 13 anos de adoção.


Sei que outros momentos difíceis virão — até não ter mais momento nenhum. Mas hoje o dia foi de sol, carinho demorado...


...e vitamina de mamão com banana e leite de coco.


*Novelinha: conheça a história da Clara

Outros aniversários: 2018 | 2017 | 2016 | 2015 |2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

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5.4.19

Décima (e última) primavera

"Oi, tudo bem? Certa vez você me pediu para avisar quando achasse que a hora de dar adeus à Pandora estivesse próxima. É o que estou fazendo. Não há necessidade de correr, apenas programe-se se quiser vê-la. Ela está fraca, com dificuldade para respirar às vezes. Volta e meia precisa de ajuda para levantar-se. Come cada vez menos, muitas vezes passa o dia apenas deitada. Ainda irá um tempo, mas, se minhas preces forem atendidas, um dia ela simplesmente não acordará. Sem sofrimento. Beijos, Rose."

Eu fui. Na mesma semana. Prendendo a tristeza na garganta e piscando rápido sempre que uma lágrima ameaçava cair no trajeto. Quando a portaria interfonou, Rose disse que a pantera parece que sentiu e se botou de pé com dificuldade para me receber no portão, como nos dez anos anteriores. E eu desabei.

Para quem está chegando agora, a história mais emocionante deste projeto felino tem como protagonista uma cachorra — que bate fora do meu peito desde 10 de novembro de 2008. Na impossibilidade de me alongar, mas também sem coragem de pontuar, deixo aqui o link para os 20 textos que mudaram nossas vidas.

Nenhum agradecimento será suficiente, Rose. ❤


Epopeia da Pandora:

:: Caixa de esperança
:: Casa de esperança
:: Nascimento da ninhada
:: Morte da ninhada
:: Devolução
:: Boletim - 28 de novembro
:: Boletim - 1º de dezembro
:: Boletim - 8 de dezembro
:: Sítio temporário
:: Doação de conto de fadas
:: Primeira primavera
:: Segunda primavera
:: Festa em Sorocaba
:: Terceira primavera
:: Quarta primavera
:: Quinta primavera
:: Sexta primavera
:: Sétima primavera
:: Nona primavera (atrasada), com vídeo!


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4.4.19

Sacrifício religioso, o ‘Dumbo’ de Tim Burton e empatia

Vocês devem ter visto que o STF decidiu, na semana passada, que sacrificar animais em cultos religiosos é constitucional. E que a Luisa Mell, indignada, virou racista aos olhos de muita gente. Como alguém que não segue religião nenhuma, confesso que custo a entender por que outra vida precisa pagar pelos nossos interesses — sejam eles financeiros, amorosos, de saúde ou, simplesmente, gratidão.

E não me refiro apenas aos rituais de matriz africana. Celebrar a ressureição de Cristo na Páscoa matando o bacalhau também não faz o menor sentido. Nem abater bicho sem insensibilizar, em pleno século 21, como pregam o islamismo (halal) e o judaísmo (kosher).

Esta semana, a decepção será com o Tim Burton, que estreia sua versão cinematográfica para "Dumbo", o elefante eternizado pela Disney como fofo e alado, mas que teve uma existência miserável para divertir os visitantes do zoológico de Londres — separado ainda filhote da mãe, comia torta, se embebedava com whisky, colecionava lesões por carregar muito peso e morreu atropelado.

Liberdade religiosa, prazer gastronômico e entretenimento são importantes. Mas jamais deveriam sobrepor o direito à vida. Sim, nossas leis ainda consideram animais como "coisas" — apenas outro de nossos muitos atrasos. Isso não anula, porém, sua senciência. Porcos, vacas, cavalos, galinhas sentem medo, tristeza, dor. Pior: são conscientes disso.

E nossa consciência, cadê?


Leiam também:
:: Por que zoológico é um passeio cruel — e brega!

29.3.19

Ressuscitamos — e antes da Páscoa!

O computador morreu na sexta-feira passada. Tentei formatá-lo durante três dias, pelo caminho normal, usando o disco de boot, pelo CMD, com orações. Pouca gente sabe que fiz técnico em processamento de dados. E que isso não me serviu para absolutamente nada.

Quando Leo abriu o gabinete e demos de cara com a imagem abaixo, pensei em escrever um post brincando que haviam encontrado o PC de Gatoca em uma expedição arqueológica, por isso o sumiço, e que pessoas e gatos passavam bem.


Só que a gripe pós-ar-condicionado do avião piorou e descobri que estava, na verdade, com pneumonia.

Sim, nós viajamos para a Bahia e o vídeo deveria ter ido ao ar justo no dia do falecimento do computador. E, sim, é a segunda vez, em cinco meses, que essa necessidade paulistana doentia de passar frio em todas as estações do ano me deixa com pneumonia — a primeira foi em um show do Credicard Hall.

A máquina rumou para a assistência técnica, que identificou o triste fim do HD do sistema. E eu, para o hospital, onde tomei cinco horas de canseira SUS por três inalações, uma chapa do peito, alguns exames de sangue e a experiência de colher urina em um banheiro sem trava — vou poupar vocês do barraco no corredor porque o médico não queria assinar a alta.

O HD novo chegou a pouco, não deu tempo de instalar nada ainda (obrigada, inventor do smartphone!). E o pulmão segue catarrento — vocês precisam ver a potência das tosses! Mas já estamos retomando a vida.

On e offline.