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12.8.16

O primeiro projeto com crianças!

"Tenho uma notícia ruim e outra boa para vocês. A ruim é que o mundo é difícil e cruel". Eu queria dizer "uma merda", mas havia pais presentes. "A boa é que a gente sempre pode fazer alguma coisa para deixá-lo melhor". Mal acabei a frase e os dedinhos já estavam levantados. Suas donas integram o Bororos, grupo de escoteiros e bandeirantes de Santo Amaro. E, com mais 50 crianças e adolescentes, trocaram a diversão do fim de semana para apoiar o Ajudanimal, de Ribeirão Pires.


A ideia era ensiná-las a produzir conteúdo para as campanhas de adoção e apadrinhamento da cachorrada, garantindo a sustentabilidade da ONG até o fim do ano. Amanda Herrera me convidou para dar a oficina de texto, que acabei transformando em sensibilização de olhar, Taciane Ribeiro, amiga importada de Indaial, ficou com a de cuidados e Leo Eichinger, com a de fotografia ― não basta amar, tem de participar!








Aqui, vale abrir um parêntese para louvar a complexidade da vida: quando nós trabalhávamos juntas, uma pá de anos e transformações atrás, Amandica sonhava com o Greenpeace e eu queria mais era distância de bicho. Fecha parêntese com fotos para dar tempo de os leitores novatos se recuperarem.




Junto com o Gatoca, veio a vontade de abraçar o universo infantil para que o projeto por um mundo melhor não se limite a enxugar gelo, com o número de vidas descartadas superando eternamente as resgatadas. E este foi só o test-drive (aguardem!).


As frases das campanhas ficaram do jeitinho que eles falaram/escreveram porque não há chacoalhão maior do que criança ajudando a gente a relembrar o que realmente importa nesta existência. Curtam os posts e fotos no Facebook, espalhem para os amigos, mostrem aos pequenos que nós temos salvação. :)






"Quero apadrinhar um cachorro. Na verdade, é uma ela. Chamei de Sol porque lembra o sol. E até me deu a pata!", Kim, 9 anos.


"Escolhi esse aqui porque ele é fofo e ficou pulando em cima de mim", Manuela, 8 anos, mesmo depois de carimbada na calça pelo parceiro. rs


"Ele manja muito da voadora! Vou chamar de morcego", Richard, 8 anos.


"Eu adotaria a Clara porque fiquei com dó. Ela tem um machucadinho no olho. É bem preguiçosa e os cachorros preguiçosos não dão trabalho", Nicky, 9 anos.


"Também levaria ele para casa porque não é tão agitado. Vou chamar de... Pretinha. É uma menina! Amo todos os animais porque eles têm um bom coração", Nicky Felicia.


"O Carente está roubando a atenção de todo mundo, supercarente", Maya, 11 anos.


"Quero o Mano Preto! Ele subiu em mim milhões de vezes e me lambeu. É um cachorro muito legal", Aliyah, 11 anos.


"Tenho pena porque ninguém escolheu ela. E não entendi por que. Ela faz amizade com qualquer um. Vou chamar de Alegria", Catarina, 10 anos.


"Muitos cães como a Lyla estão precisando de um lar melhor. É um nome que significa muito para mim. Foi personagem da minha primeira peça de teatro. Eu era muito tímida", Luiza, 11 anos.


10.8.16

Nono aniversário do Gatoca

Se o Gatoca fosse uma criança, estaria aprendendo frações. Se pagasse as contas, não existiria mais, porque meu recorde se resumiu a meia década empregada no mesmo lugar ― trabalhar em casa de pijama não conta. Nove anos é tanto tempo que recebi mensagem de uma leitora fofa esta semana dizendo que sua mãe, fã do projeto, já havia falecido.

E nós colecionamos um monte de números juntos! 1.130 posts, mais de 1 milhão de visualizações, 9.258 comentários, 4.236 curtidas no Facebook, 115 bichos socorridos, 25 parceiros, R$ 21.110 financiados coletivamente (R$ 3 mil do Wings For Change), 240 apoiadores na campanha, 51 cães e gatos castrados em mutirão, 1 e-book, com direito a entrevista para a Rádio Bandeirantes, 15 integrantes no Clube da Kickante (esse pode melhorar, rs), 65 quilos de ração doados pela Farmina (os primeiros!).

E teve também o puxadinho no Yahoo!, para mostrar aos engravatados que nem só de raças e acessórios vivem os amantes de animais, a participação no Global Causes, iniciativa do Facebook para ONGs realizada em 30 países simultaneamente, a conta na rede social verificada.

Um zigalhão de motivos para comemorar (obrigada! ♥). E outro zigalhão para continuar a educar, conscientizar e mobilizar corações de pudim. A festa ocorrerá no Tubaína Bar, dia 20, a partir das 18h. Fica pertinho da Paulista (e do metrô Consolação) e o cardápio é caprichado, inclusive para veganos ― nhoque, pastel, salgadinhos, bolo de chocolate.

Venham ganhar apertos! :)


Festinhas anteriores: 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

5.8.16

Olimpíada Gatoca 2016

Nossos gatletas treinaram duro ao longo do ano para competir nas modalidades "air swimming", "ginástica artística sentada", "levantamento de próprio peso", "salto em fundura" e "luta egípcia". O comitê técnico informa que nenhum dinheiro de ração foi desviado e as prateleiras seguem sólidas na parede para receber os turistas.

Que vença o menos preguiçoso!









4.8.16

8 gatos, 1 cubículo imundo e logo cubículo nenhum

A filha me escreveu em março do ano passado pedindo ajuda para os bigodes da mãe de 68 anos (SP). Todos eram castrados, vacinados e gordinhos, mas moravam em um cômodo de 3 m², repleto de móveis velhos, poeira e teias de aranha. A interação humana se limitava às refeições. E a única janela ventilável, disputada em dias de sol, fracassava na missão de disfarçar o cheiro dos xixis e cocôs, que começavam nas caixas de areia, raramente limpas, e se espalhavam pelo chão.








Eu sugeri acompanhamento psicológico e, se a senhora aceitasse doar os animais, fotografaria todo mundo e divulgaria aqui no blog. A resposta chegou 16 meses depois, com uma reviravolta: os prisioneiros se tornaram personae non gratae e podem ir para a rua a qualquer momento. Alguns têm dez anos. Dez anos sem caminha, brinquedinhos, cafuné nas orelhas. Dez anos e descartados. As histórias de resgate são igualmente tristes, mas os peludos seguem acreditando no ser humano e, pasmem, esbanjam carinho.






Por favor, compartilhem. O Gatoca não conseguirá salvar essas vidas sozinho. :\

África (6 anos)

Com quatro semanas de existência, os irmãozinhos dividiam uma gaiola de 30 cm² no petshop do bairro, sem água nem comida. Como ninguém quer os pretolinos, exceto às vésperas do Halloween (e não é para amar), a senhora acabou pegando os três, mais o sialata. E não conseguiu doar nenhum. África adora companhia e dengo.


Fidelis (6 anos)

É um ronronento tímido. Desconfia de estranhos em um primeiro contato, mas, se não for pressionado, logo se põe a fazer graça.




Fortunato (6 anos)

Bonito e bonzinho, o afortunado não poderia ter outro nome. É o gato mais doce da casa: não pode ver alguém que já se atira nos pés.


Hexa (6 anos)

Parece arisca, mas, com pouco tempo de convívio, já distribui cabeçadinhas, lembrando a Copa do Mundo que não deve ser nomeada.




Bebê (8 anos)

Resgatada do motor de um carro estacionado na igreja, toda suja de óleo, a tigrada não havia completado um mês. Esbanja carência e não economiza nos miados para ganhar atenção.




Cocadinha (10 anos)

Apareceu na escola em que a senhora trabalhava, já adulta, com uma sacola inteira saindo pelo ânus ― provavelmente ingerida no desespero da fome. Dizem que fugiu da casa da vizinha, onde era criada em uma gaiola de pássaro. Quando a pegavam no colo, se urinava de pânico. Hoje, faz cara de brava para a fotografia, mas é ultrameiga. Só não troca muito calorzinho com os outros bigodes.




Mel (10 anos)

Conheceu o abandono ainda na barriga da mãe, que vagava perdida em Peruíbe quando sensibilizou uma amiga da senhora. Primeira quadrúpede do recinto, é quem dá as ordens. Mas exerce esse poder com tranquilidade e gentileza. E não dispensa um afago.


Vitória (2 anos)

Arremessada sobre a cobertura de uma quadra de esportes, há 12 metros do chão, e descoberta três dias depois, Vicky quase morreu de desidratação. Vive fora do cubículo imundo, mas sem contato com pessoas e animais. E precisa de um tutor experiente na arte da conquista, que não se intimide com o festival de fuzzzzzz.

29.7.16

Gênio da sacola

Ele não realiza desejos materiais. Mas esquenta colo, faz a gente rir, lambe lágrimas, afofa blusas, toma banho junto, divide o mamão do café da manhã, espanta namorado (ops!), deixa a vida mais feliz.

Mercv é um gênio de desejos da alma. ♥

27.7.16

Receita para mudar hábitos alimentares

O título deste post poderia terminar em "hábitos", admito. Mas, como nós conversamos entre gatos e cachorros (e pombas e ovelhas e perus e lagartixas), achei melhor focar nas panelas. Para revolucionar o ato de comer é preciso quatro coisas: força de vontade, porque a tentação e o comodismo gritam conosco tempo inteiro, criatividade para substituir o que não cabe mais no prato (ou no bolso ou nos pneuzinhos), apoio de quem a gente ama e uma causa forte o suficiente para não desanimar.

Vegetariana há 9 anos e meio, eu tenho compartilhado os desafios do veganismo no Facebook, com os restaurantes bacanas que pipocam por São Paulo e as receitas que nem sempre dão certo aqui em casa. E vibro a cada relato de amigo que se animou a adotar a "Segunda Sem Carne" ― porque há que se começar de algum lugar, né? Bora incentivar o pessoal contando como foi (ou está sendo) a transição de vocês? :)


Zahra, criada na mamadeira pela Natali Zarth

22.7.16

Paranapiacaba calling

Gente bacana vai a Paranapiacaba para curtir o fog londrino, sem pagar o chocolate quente em libras. Canalhas vão a Paranapiacaba para abandonar animais em meio à neblina, sem serem reconhecidos. Os meninos que tomam conta do estacionamento na beira da estrada falaram que é comum carro parar, abrir a porta, desovar bicho e ser perseguido pelo coitado até a força acabar.

Desorientados, eles vão se acumulando na vila, dependendo da compaixão de estranhos para não passar mais um dia de barriga vazia.


Na parte alta, uma avó benzedeira se divide entre os cuidados com os moradores do orfanato desativado e as dezenas de cachorros com doenças variadas. Na parte baixa, os donos das lanchonetes dividem os restos da comida dos turistas com mais um monte de animais famintos.


Nossa ideia era levar casinhas para amenizar o frio, mas nem essa ajuda pudemos dar porque a vila é patrimônio histórico e precisa de autorização até para retocar a pintura desbotada dos bancos de madeira. O último mutirão de castração realizado pela prefeitura completou três anos e o abaixo-assinado da comunidade por melhores condições a bípedes e quadrúpedes foi solenemente ignorado.


No Festival de Inverno de 2015, em vez de resolver o problema, dizem que o Centro de Controle de Zoonoses de Santo André ameaçou retirar os bichos errantes com a "carrocinha", prática proibida pela lei nº 12.916, desde 2008. Vanessa Vertematti, Leo Eichinger e eu distribuímos toda a ração do porta-malas e voltamos para São Bernardo com gosto de impotência na boca.


No dia seguinte, acionei o CCZ para perguntar se eles planejavam alguma ação no local e sugerir que somássemos esforços. Dr. Ricardo me passou o contato do Robson Lopes, na vigilância sanitária, que saiu de férias sem retornar minhas ligações. E lá me instruíram a procurar a assessoria de imprensa, que devolveu a batata quente ao CCZ, acrescentando na mensagem a Secretaria de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense.

Quase um mês depois, porém, sigo falando sozinha. Quem topa engrossar o coro? É só mandar o link deste post para: santoandre.rtgcz@gmail.com e rolopes@santoandre.sp.gov.br, escrevendo no assunto: "Informação sobre Paranapiacaba e proposta de parceria". Espalhem também para os amigos! A imagem abaixo precisa mudar.

20.7.16

Amigo é...

Aquela criatura que a gente ama até quando odeia.

19.7.16

Nosso primeiro milhão!

Não é de dinheiro, mas significa que milhares de histórias se cruzaram com a do Gatoca nestes 9 anos. E que, a cada clique, o mundo se tornou um tico menos cinza. Obrigada! Obrigada! Obrigada! ♥


Para ampliar, cliquem na imagem

15.7.16

Farmina por conta da casa!

Atualizado em 11 de janeiro de 2017

Simba adora comer. É o primeiro gato a chegar nos potes de ração e o último a sair, com o queixo cheio de farelinhos. Nunca enjoou do sabor, que só troca por presunto ― coisa que não tem aqui em casa há mais de nove anos. Quando passei a comprar a versão renal, por causa do resultado trágico do check-up de 2014, o leãozinho perdeu a empolgação das refeições. E, em duas semanas, emagreceu quase meio quilo. Nós tentamos todas as opções do pet shop até descobrir a Farmina.

Italiana, ela veio para o Brasil em 2003 e em 2009 ganhou fábrica em Bragança Paulista, para aproveitar o segundo maior mercado pet do mundo. Seus produtos exibem o selo "cruelty free" porque não são testados em centros de pesquisa ― para medir a eficiência, a empresa alimenta os animais na casa dos tutores, orientada pela Università degli Studi di Napoli Federico II, de acordo com as respectivas doenças pré-existentes, sem induzi-las.

(Sim, há os bichos que morreram para virar ração. No mundo ideal, a gente não precisaria deles para manter vivos os bichos que amamos. No mundo ideal, aliás, ninguém tiraria cães, gatos, baleias, tigres e elefantes de seu habitat para serem úteis ou servirem de entretenimento. Mas nós tiramos. E os felinos, infelizmente, são carnívoros estritos.)

Seguindo a linha natureba da N&D, agora a Vet Life também aboliu os transgênicos e substituiu os conservantes artificiais BHA e BHT pelo tocoferol, 100% natural e antioxidante, esticando a vida dos peludos. Vanessa Vertematti, a moça bonita da foto, trabalha lá e visitou Gatoca para celebrar nossa parceria.

Todo mês, os bigodes ganharão dois pacotões de ração, para que o projeto continue educando, conscientizando e mobilizando corações de pudim. :)))


*A mudança ainda não contempla as embalagens de 7,5 kg da Vet Life Renal Feline.

13.7.16

Cuidado com cheiros fortes!

Quando a gente se mudou para o apertamento, Pimenta desenvolveu uma alergia respiratória highlander, que venceu o tratamento com corticoide e seis remédios homeopáticos. Eu achava que tinha a ver com a poluição da Anchieta, nossa nova vizinha, e com as baixas temperaturas, já que a frajola piorava no inverno, e não me toquei que a faxineira também havia mudado.

Sem poder delegar o serviço a outra pessoa e novata nesta coisa de viver em condomínio, eu diluía pouco o produto de passar no chão para deixar o ambiente mais cheiroso. E um olfato 200 vezes mais desenvolvido do que o nosso (em uma casa cinco vezes menor do que a anterior) pifou. No frio, as janelas ainda ficavam mais fechadas, agravando o quadro.

Como cheguei a essa conclusão? Morrendo de alergia também, três anos depois (pobre Pimenta!). Espirrei loucamente, lacrimejei, senti a cabeça latejando e precisei escancarar os vidros para aguentar o perfume-pesadelo. Fica a dica: quem tem bicho deve evitar todos os tipos de odores fortes, inclusive aquele que os pet shops adoram borrifar nos coitados ao final do banho.