Durante 17 dias, a imagem do Johnny Depp na janela acompanhou meu café da manhã, os banhos corridos em tempo de crise, as noites musicadas pela Anchieta. Em dois fins de semana, eu voltei ao DER para convencer Silvana a devolver o pequeno, mas não a encontrei. E o celular, informado pela mãe, sempre dava caixa postal. No terceiro, a porta se abriu desconfiada.
Os mesmos vizinhos que comentaram que o gatinho sofria disseram a ela que eu o levaria a força, ignorando meu porte de lutadora da Somália. Misto de fofoca e inveja, a única verdade sobre o desfecho do tigrinho é que a família realmente acreditava se tratar de uma tigrinha e comprou todo o seu enxoval rosa.
Sim, enxoval, porque tem até arranhador ― e o plano ambicioso de parcelar a casinha de R$ 260 da Cobasi.
Silvana trabalha até tarde como auxiliar de dentista e Marcelo madruga em um armazém que abastece lanchonetes famosas. No tempo que sobra, porém, eles enchem o peludo de carinho, dão banho com xampu especial, colocam na tigela pink ração premium para filhotes, se divertem com os brinquedinhos escondidos no buraco aberto pelo pedreiro.
Johnny dorme toda noite com Thiago, um garoto de 8 anos apaixonado por animais. E não vai mais para a rua porque o casal perdeu Pelongo com uma martelada na cabeça, desferida por outro vizinho gente boa. Quando as sementes da nossa conversa germinarem, há uma boa chance de o bigodinho ganhar um amigo quadrúpede ― as telas já virão para a primavera.
Agora, a gente pode lembrar desta imagem. :)
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8 comentários:
Ahhhhh que felicidade!!! Vivaaa!!! <3
Poxa, Bea, fico aliviada... acredite ou não, também compartilhei sua dor desde o post sobre a adoção dele. Sou mãe de 6 felinos, sei o quanto é difícil, por mais recursos, boas intenções e tempo livre, cuidar dessas bolinhas de pelo com bigodes. Fiquei com quase toda a ninhada de uma gata que minha mãe resgatou da rua, menos um bebê, que foi adotado pela única pessoa que conquistou minha inteira confiança: uma colega de trabalho que ajudou minha mãe a trazer a Catarina, já grávida, arisca e cheia de pulgas e vermes, das ruas da Barra Funda.
Eu sei a dor que é entregar uma vidinha dessas na mão de outra pessoa, a insegurança que a gente sente até perceber que está pisando em terra firme. A Fran é uma mãe maravilhosa para a Nikole, agora com dois anos, mas a gatinha também precisou habituar-se à solidão, pois a Fran não tem recursos para adotar um irmãozinho ainda, e a filha única, mimada com tudo o que a mãe pode fazer por ela, passa a maior parte do dia sozinha, mas pula na cama para assistir TV no colo quentinho de uma mãe, só dela, toda noite.
Sei que não é perfeito, mas quando vejo os 4 irmãos dela disputando a minha atenção, lembro que ela tem a cama e o colo todo pra ela, e respiro fundo, rs...
Fico feliz pelo desfecho da história do seu bebê de cinema, e espero que tudo continue correndo bem para ele também.
Bea,
que desfecho feliz para animar minha quarta-feira cinzenta aqui em Santa Catarina.
Beijos
Joice
Feliz!!!!! Sempre noticia feliz, afinal ele tem quem o ame, cuide, alimente e aqueca; e isso, certamente o faz muito feliz!
Equilibrar o ideal e o possível é o maior desafio de um protetor de animais, Ana Paula. :)
Feliz por vc Bia, imagino o seu alívio =)
Vim aqui só pra ler o post novamente!!! <3
Fiquei muito feliz e aliviada, Bia! É por demais reconfortante saber que o pequeno está bem, sendo cuidado e amado! Feliz, feliz, feliz!
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