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19.4.19

Gramado da Fama #4

No episódio de abril, Pufosa derrubou 20 plaquinhas antes de encontrar um canto para tomar sol no jardim. Solimar Grande e Aline Silpe, leitoras antigas do Gatoca, e Lucia Mesquita, amiga de duas décadas, sobreviveram e acabam de se juntar ao clube dos despioradores de mundo que apoiam este projeto — a quantidade de corações de pudim pede um novo parágrafo. :)

Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Eliane Bortolotto, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater-Calabró, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Denise Perin, Patrícia Urbano, Andreia Lyrio, Fernanda Leite Barreto e Bárbara Toledo, obrigada por mais um mês de caminhada compartilhada!

Lu está morando na Irlanda, aliás, o que significa que o Catarse, nossa plataforma de financiamento continuado, aceita contribuições de todo o planeta — e um dinheiro gringo ainda vale quatro ou cinco dinheiros nossos! Nos últimos 12 anos, a gente fez coisa para caramba. Mas pode ir além! Com recompensas puro-amor.

Faltam só 22% para bater a meta de manter o blog no ar, atualizando todas as redes sociais, e passar a produzir vídeos quinzenais — informativos, sensibilizadores, engraçados, felinos ou tudo isso junto. Quem mais vem?



17.4.19

Páscoa vegana com ovo, coelho e comida maravilhosa

Este é um texto recorrente por aqui. Porque as pessoas continuam comprando bichos por impulso (e abandonando depois), porque muita gente não sabe que existe chocolate sem leite e porque a culinária vegana segue envolta em mitos. E quem melhor para explicar esses assuntos todos do que uma jornalista-ativista? :)

Primeiro, o drama dos coelhos. Se seu filho quer muito um amigo orelhudo, adotem. Como eles são animais mais ariscos, que roem as coisas para frear o crescimento dos dentes e comem o próprio cocô de madrugada, as ONGs costumam acolher vários depois do feriado. Só a Canto da Terra tem 20 peludos do ano passado esperando uma segunda chance ― indiquem outras organizações nos comentários!


O problema dos ovos se resolve com uma pesquisa rápida no Google. Tem opções de marcas grandes, versões artesanais feitas sob encomenda e até receitas para arriscar em casa. O único alerta é que "sem lactose" não significa vegano, pois dá para tirar a lactose do leite tradicional — leiam sempre os rótulos.

Aqui, cabe um parêntese sobre a indústria leiteira: toda criação para atender demandas estratosféricas é cruel. A ONG chilena "Elige Veganismo" produziu um documentário impactante sobre a inseminação invasiva das vacas, as mastites, a separação dos filhotes, a morte dos machos e a exploração das fêmeas, caso reste alguma dúvida. Fecha parêntese deprê.

E a bacalhoada? Bom, peixes sentem estresse e dor como qualquer animal. Mas sua Páscoa pode ter um banquete incrível com os outros mil ingredientes que o planeta oferece. Deem uma fuçada nos canais Presunto Vegetariano, da Paula Lumi, e Viewganas, da Bia Barneschi e da Mari Malagutti, meus favoritos.

E não se esqueçam do objetivo original da data, para além do forte apelo consumista, é celebrar a compaixão. 💕


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12.4.19

Bahia e como (não) tirar férias com gatos

Eu comentei, no post da ressurreição não-pascoal, que nós havíamos viajado para a Bahia. E que o falecimento do computador e o quase falecimento dos meus pulmões impediram o vídeo de ir ao ar. Um mês depois, ele finalmente ficou pronto!

Tem imagens aéreas (rs), gatos (novidade!), praias lindas (Guaiú, Arakakaí, Coroa Vermelha, Santo André), história (Igreja Nossa Senhora da Conceição, cemitério-puxadinho, Praça do Ciclista), comidas veganas (legumada, biribiri em conserva, moqueca de fruta-pão).

E nossa aventura (palavra cuidadosamente escolhida) para conseguir sair de Sorocaba e chegar inteiros a Santa Cruz de Cabrália.


Desdobramento pós-vídeo: minhas chaves foram parar em Pelotas, junto com o disco que Leo despachou pelo correio — não me perguntem como. E o moço, provavelmente depois de rir muito, fez a gentileza de mandar de volta.


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10.4.19

Aniversariante do mês – abril de 2019

Depois de duas semanas de colar elisabetano, uma madrugada com a roupinha cirúrgica ensopada de xixi (não contei aqui porque a gente estava viajando) e muito sangue, o inferno astral da Clara* finalmente terminou! Até o carcinoma deu uma trégua e eu pude fazer piada com a foto comemorativa de 13 anos de adoção.


Sei que outros momentos difíceis virão — até não ter mais momento nenhum. Mas hoje o dia foi de sol, carinho demorado...


...e vitamina de mamão com banana e leite de coco.


*Novelinha: conheça a história da Clara

Outros aniversários: 2018 | 2017 | 2016 | 2015 |2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

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5.4.19

Décima (e última) primavera

"Oi, tudo bem? Certa vez você me pediu para avisar quando achasse que a hora de dar adeus à Pandora estivesse próxima. É o que estou fazendo. Não há necessidade de correr, apenas programe-se se quiser vê-la. Ela está fraca, com dificuldade para respirar às vezes. Volta e meia precisa de ajuda para levantar-se. Come cada vez menos, muitas vezes passa o dia apenas deitada. Ainda irá um tempo, mas, se minhas preces forem atendidas, um dia ela simplesmente não acordará. Sem sofrimento. Beijos, Rose."

Eu fui. Na mesma semana. Prendendo a tristeza na garganta e piscando rápido sempre que uma lágrima ameaçava cair no trajeto. Quando a portaria interfonou, Rose disse que a pantera parece que sentiu e se botou de pé com dificuldade para me receber no portão, como nos dez anos anteriores. E eu desabei.

Para quem está chegando agora, a história mais emocionante deste projeto felino tem como protagonista uma cachorra — que bate fora do meu peito desde 10 de novembro de 2008. Na impossibilidade de me alongar, mas também sem coragem de pontuar, deixo aqui o link para os 20 textos que mudaram nossas vidas.

Nenhum agradecimento será suficiente, Rose. ❤


Epopeia da Pandora:

:: Caixa de esperança
:: Casa de esperança
:: Nascimento da ninhada
:: Morte da ninhada
:: Devolução
:: Boletim - 28 de novembro
:: Boletim - 1º de dezembro
:: Boletim - 8 de dezembro
:: Sítio temporário
:: Doação de conto de fadas
:: Primeira primavera
:: Segunda primavera
:: Festa em Sorocaba
:: Terceira primavera
:: Quarta primavera
:: Quinta primavera
:: Sexta primavera
:: Sétima primavera
:: Nona primavera (atrasada), com vídeo!


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4.4.19

Sacrifício religioso, o ‘Dumbo’ de Tim Burton e empatia

Vocês devem ter visto que o STF decidiu, na semana passada, que sacrificar animais em cultos religiosos é constitucional. E que a Luisa Mell, indignada, virou racista aos olhos de muita gente. Como alguém que não segue religião nenhuma, confesso que custo a entender por que outra vida precisa pagar pelos nossos interesses — sejam eles financeiros, amorosos, de saúde ou, simplesmente, gratidão.

E não me refiro apenas aos rituais de matriz africana. Celebrar a ressureição de Cristo na Páscoa matando o bacalhau também não faz o menor sentido. Nem abater bicho sem insensibilizar, em pleno século 21, como pregam o islamismo (halal) e o judaísmo (kosher).

Esta semana, a decepção será com o Tim Burton, que estreia sua versão cinematográfica para "Dumbo", o elefante eternizado pela Disney como fofo e alado, mas que teve uma existência miserável para divertir os visitantes do zoológico de Londres — separado ainda filhote da mãe, comia torta, se embebedava com whisky, colecionava lesões por carregar muito peso e morreu atropelado.

Liberdade religiosa, prazer gastronômico e entretenimento são importantes. Mas jamais deveriam sobrepor o direito à vida. Sim, nossas leis ainda consideram animais como "coisas" — apenas outro de nossos muitos atrasos. Isso não anula, porém, sua senciência. Porcos, vacas, cavalos, galinhas sentem medo, tristeza, dor. Pior: são conscientes disso.

E nossa consciência, cadê?


Leiam também:
:: Por que zoológico é um passeio cruel — e brega!

29.3.19

Ressuscitamos — e antes da Páscoa!

O computador morreu na sexta-feira passada. Tentei formatá-lo durante três dias, pelo caminho normal, usando o disco de boot, pelo CMD, com orações. Pouca gente sabe que fiz técnico em processamento de dados. E que isso não me serviu para absolutamente nada.

Quando Leo abriu o gabinete e demos de cara com a imagem abaixo, pensei em escrever um post brincando que haviam encontrado o PC de Gatoca em uma expedição arqueológica, por isso o sumiço, e que pessoas e gatos passavam bem.


Só que a gripe pós-ar-condicionado do avião piorou e descobri que estava, na verdade, com pneumonia.

Sim, nós viajamos para a Bahia e o vídeo deveria ter ido ao ar justo no dia do falecimento do computador. E, sim, é a segunda vez, em cinco meses, que essa necessidade paulistana doentia de passar frio em todas as estações do ano me deixa com pneumonia — a primeira foi em um show do Credicard Hall.

A máquina rumou para a assistência técnica, que identificou o triste fim do HD do sistema. E eu, para o hospital, onde tomei cinco horas de canseira SUS por três inalações, uma chapa do peito, alguns exames de sangue e a experiência de colher urina em um banheiro sem trava — vou poupar vocês do barraco no corredor porque o médico não queria assinar a alta.

O HD novo chegou a pouco, não deu tempo de instalar nada ainda (obrigada, inventor do smartphone!). E o pulmão segue catarrento — vocês precisam ver a potência das tosses! Mas já estamos retomando a vida.

On e offline.

21.3.19

Um gatinho, um pit bull e a animação mais emocionante de 2019

A Pixar me faz chorar desde “Toy Story” ─ e, vocês vão se chocar, “Toy Story” é de 1995! Por isso enrolei para assistir “Kitbull”, curta escrito e dirigido por Rosana Sullivan, parte de um projeto do estúdio para dar oportunidade a novos talentos.


No texto de divulgação, eles dizem que animação retrata a improvável amizade entre um gatinho de rua e um cachorro pit bull. Mas o roteiro vai muito além, abordando com delicadeza questões pesadas como abandono e maus-tratos ─ porque improvável mesmo é a humanidade enxergar outros seres como iguais.

Vale o clique e o chacoalhão.

15.3.19

Inferno astral felino

Vocês podem nunca ter ouvido a expressão, mas, se fizerem uma retrospectiva dos últimos aniversários, provavelmente perceberão um período, diretamente anterior, em que tudo deu errado. Como boa gata geniosa, Clara completa 13 anos de resgate em abril. E seus dias, por culpa do carcinoma, andam assim.

13.3.19

36% para bater a meta!

A edição de março do Gramado da Fama de Gatoca é especial: além da Bárbara Toledo, amiga de 24 anos, tem a Laurinha, apoiadora mais nova do projeto e fã dos vídeos dos bigodes.


E nossa gata-abajur, que já arrumou um jeito de coçar o carcinoma encostando a cabeça no colar e fazendo-o vibrar com a pata traseira.


E 64% da meta do Catarse alcançada!

Obrigada, Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Eliane Bortolotto, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater-Calabró, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Denise Perin e Patrícia Urbano, Andreia Lyrio e Fernanda Leite Barreto! 💚

Para quem está chegando agora, Gatoca coleciona objetivos ambiciosos de despioramento de mundo e o financiamento continuado permite que, aos poucos, eles se tornem realidade. Nos últimos 12 anos, a gente fez tudo isso. Mas pode muito mais! E os apoiadores ainda ganham recompensas!

Olhem o tanto de amor envolvido nestes bits: www.catarse.me/apoiegatoca.

8.3.19

Dia da Mulher: convite felino à reflexão

Como feminista, ativista e vegana, eu poderia escrever linhas a perder de vista neste 8 de março. Já fiz algumas vezes, aliás. E faço ainda mais nos outros 364 dias do ano. Hoje, então, preferi deixar a Guda passar o recado, com sua delicadeza. Incisiva.

(Continuo colhendo feedbacks sobre a reação das gerações mais novas aos vídeos dos bigodes, para começar a conversa antes do processo de encouraçamento que acomete os seres humanos. Mães, madrastas, avós e tias gateiras, mostrem para seus pequenos e contem nos comentários?)

7.3.19

A arte do acolhimento

Na quinta-feira, enquanto eu editava o vídeo de Carnaval que ironizava a moleza dos bigodes, Clara apareceu com a cabeça escorrendo sangue ─ já contei sobre o carcinoma aqui. E eu não sabia se segurava a gata para parar de se coçar maniacamente, buscava algo para estancar a sangria, limpava as paredes ou chorava.


Acabei fazendo tudo meio que junto, enquanto cortava as garras das 12 patas e a criatura se debatia. Toda vez que o machucado ameaçava secar, ela metia o que havia sobrado das unhas de novo, para meu completo desespero. Até que apelei ao colar elisabetano.


Exausta e arrasada, escrevi para os irmãos, um a 134 quilômetros daqui, outra na margem oposta do Atlântico. Mariana respondeu primeiro, com a ilustração abaixo e o seguinte comentário: "Diga para ela que é a diva deste carnaval, então, precisa ter a melhor fantasia. Clara de Neve".


Eu comparava as imagens e ria, ainda com os olhos molhados.


Para acolher não precisa estar perto nem conhecer Heidegger. Basta sentir.

1.3.19

Nove gatos no Carnaval

Quem acompanha este blog sabe que eu não sou muito entusiasta da “festa da carne”. Minha última lembrança carnavalesca é do vestidinho de Pedrita que minha tia fez para a gente se sujar juntando confetes do chão na Associação dos Funcionários Públicos de São Bernardo. Há 30 anos.

E eu só me meteria num baile desses de novo em Veneza. Com máscara. Mas os bigodes são livres para aproveitar o Carnaval do jeito que quiserem. O esquenta em Gatoca já começou, aliás. E eu registrei em vídeo ─ uma tentativa de trazer as crianças para o canal também (me digam se funcionou, mães de humanos?).

25.2.19

Cães de Piedade: entrevista com a Luisa Mell e adoção no UOL!

Vocês certamente viram as imagens dos 1,7 mil animais em espaços minúsculos, doentes, cegos, sem dentes. Acho que também ficaram sabendo que o Petz, um dos clientes do canil fechado por maus-tratos, anunciou que deixará de vender filhotes em suas 82 lojas. E devem ter lido que botaram fogo na ONG da Luisa Mell, que resgatou esses bichos todos, e agora está sofrendo ameaças de morte.

Mas nenhuma dessas notícias estaria no Gatoca se não fosse para transformar a realidade. Piedade não é um caso isolado no comércio de animais de raça, já que criadores enxergam cifras onde deveria haver compaixão ─ só no ano passado foram registradas mais de 4,6 mil denúncias de maus-tratos em canis do Estado de São Paulo, segundo a Polícia Ambiental.

Aproveitando a comoção nacional, então, eu conversei com a Luisa (+ Luli Sarraf, da Celebridade Vira-Lata, e Maria Eugênia Carretero, da Canto da Terra) e escrevi esta matéria para o Universa, recheada de argumentos a favor da adoção e números que mostram que é impossível cuidar decentemente de um cachorro ou gato e ter lucro ─ ela ficou mais de 15 horas na home do UOL, entre ontem e hoje!


Para ler a matéria, cliquem na imagem

Leiam com carinho. E espalhem para quem ainda acha bacana existir vida com pedigree. Compartilhem também a inciativa da Canto, que está colhendo relatos de gente que pagou pelo melhor amigo e enfrentou problemas (previsíveis).

Luisa contou que os cãezinhos de Piedade pareciam nunca ter tomado banho, porque reagiam de um jeito estranho à água. Muitos não sabiam nem andar direito já que ficavam presos. “Uma atrocidade você deixar um bicho a vida inteira dentro de uma gaiola, procriando. Isso é abuso, prostituição”, disse, resumindo bem o pensamento desta jornalista-ativista.

22.2.19

Deixar ir

Eu contei, no segundo aniversário de ausência do Simba, que tinha conseguido ressuscitar a simbalenta, comprada no estágio terminal da doença renal e lentamente destruída pelos bigodes. Ela começou pequenina, de uma única folha ─ o segundo protótipo não foi para frente. E eu ficava entrando e saindo com o vaso de casa, em busca do melhor sol e à prova de qualquer garoa.


Um semestre de cuidados intensos se passou. Até que a bichinha também se pôs a morrer, muito antes de alcançar o tamanho da original. E eu entendi: acabava o luto, estava pronta para desapegar ─ da planta e do sofrimento do que não dura para sempre.


A verdade é que nós, ocidentais, não sabemos lidar com despedidas vitalícias. Mesmo acumulando perdas, como no meu caso. E deixar ir esvazia. Mas do vazio nascem universos.