Eles enganam a dor, diminuem o estresse, ajudam a combater a depressão, retardam a evolução do Alzheimer. E agora estão nos hospitais!
Na terapia com animais, cães e gatos acabam se tornando amigos do paciente. E esse vínculo afetivo provoca reações químicas capazes de curar doenças que nem os métodos tradicionais conseguiram. Quem teve a ideia de utilizar os peludos em tratamentos terapêuticos por aqui foi a psiquiatra Nise da Silveira (1905-1999), entre o fim da década de 1940 e início da década de 1950. Em vez de lobotomia, eletrochoque e outras técnicas agressivas, a médica alagoana investiu nos bichanos para reverter casos de esquizofrenia, ganhando projeção internacional. Confira as vantagens dessa dobradinha "homem e bicho".
:: 11 benefícios da terapia com animais
1) Facilita a comunicação
Cães e gatos conseguem se relacionar melhor com pacientes que têm dificuldade para expressar emoções, ajudando-os a enfrentar questões dolorosas.
2) Estimula o contato físico
Após brincar ou acariciar um peludo, o humor de todo mundo melhora, favorecendo a socialização no hospital. A estratégia colabora, inclusive, para as relações familiares.
3) Proporciona bem-estar
Pesquisas recentes demonstraram que tais práticas aumentam também os níveis de prolactina e de ocitocina, hormônios responsáveis pela sensação de prazer.
4) Acalma
Um gato ronronando no colo muda as ondas cerebrais do estado de alerta para o relaxamento, deixando qualquer um mais tranquilo. Fica mais fácil até pegar no sono!
5) Ameniza a dor
A frequência desse ronronar, entre 25 e 50 hertz, é a mesma utilizada na medicina esportiva para acelerar cicatrizações e recuperar lesões.
6) Ajuda a baixar a pressão arterial
Como cachorros e bichanos não julgam, os pacientes tendem a se sentir menos nervosos na presença deles.
7) Turbina a memória
Relembrar passagens da vida por causa de um bicho estimula a memória recente de quem tem Alzheimer, a mais afetada pela doença.
8) Incentiva a prática de exercícios
Ao jogar bolinhas para um cão, por exemplo, os idosos fazem uma atividade física leve, de forma lúdica e divertida.
9) Ameniza as crises de depressão
Interagir com um animal de estimação aumenta os níveis de serotonina no organismo, neurotransmissor que combate a doença.
10) Reduz o estresse
Fazer carinho em um pet (os cientistas garantem que serve até tartaruga!) diminui a ansiedade. E o paciente nem precisa morrer de amor por bichos.
11) Acelera a recuperação pós-ataque cardíaco
É que a sensação de responsabilidade e companheirismo proporcionada pelos peludos dilata os vasos sanguíneos.
:: Na prática!
Conheça três instituições que acreditam no poder de cura de cães e gatos
Associação Internacional de Organizações para a Interação Homem-Animal (Iahaio)
www.iahaio.org
Reúne representantes de mais de 40 países, com a missão de divulgar os resultados benéficos da terapia assistida por animais em congressos pelo mundo. Dennis Turner, cientista comportamental e fundador da Iahaio, é um dos maiores defensores da iniciativa.
Instituto para Atividades, Terapias e Educação Assistida por Animais de Campinas (Ateac)
www.ateac.org.br
Visita autistas, portadores de deficiências múltiplas e crianças internadas em hospitais da região metropolitana de Campinas e São Roque. O contato com cães treinados melhora a saúde e, consequentemente, a qualidade de vida de mais de 1 mil pessoas mensalmente.
Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais (Inataa)
www.inataa.org.br
Leva cachorros para interagir com pacientes de asilos e hospitais desde 2008. A iniciativa ajuda a melhorar a saúde física, emocional e mental de cerca de 400 pessoas por mês, entre crianças, adolescentes, adultos e idosos. Localizada em São Paulo, a organização não-governamental conta com o trabalho de 65 voluntários e 61 cães terapeutas.
* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.