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24.4.14

7 estratégias para educar seu bicho

Quando o peludo apronta, você pode até sentir vontade de torcer o pescoço dele, mas é bem mais eficaz seguir as dicas do veterinário Nivaldo Albolea

1) Brigas
Motivo: Arranca-rabos estão relacionados à índole do animal. Mas um dono de pulso firme consegue socializar um Pitt Bull com um Rottweiler.
Como evitar: Mostre quem é que manda na situação. No caso dos cachorros, fale com autoridade e repreenda com seriedade. Não precisa bater, porque eles entendem muito bem as expressões e o tom de voz de quem está zangado. Para os gatos, borrife água no focinho ou jogue uma lata cheia de moedas no chão. Pequenos agrados, como afagos ou petiscos, funcionam com os dois grupos.

2) Miados e latidos de madrugada
Motivo: Esse carnaval noturno geralmente sinaliza um distúrbio físico. Ou você já viu um bicho saudável preferir esgoelar a noite inteira em vez de dormir? Ressalva seja feita à velhice, quando existe a chance de os peludos ficarem mais inquietos durante esse período do dia, necessitando de tratamento específico.
Como evitar: Leve o cantor a uma consulta veterinária. Para os vovôs, há medicações que facilitam a oxigenação cerebral, proporcionando uma aposentadoria mais confortável.

3) Passeio arrastado
Motivo: Donos moles criam cães líderes. E passarão o resto de suas vidas surfando pelo bairro, sob o olhar de pena dos vizinhos.
Como evitar: Mantenha distância dos peitorais. Um animal contido pelo pescoço tem mais condição de compreender os comandos, que precisam ser ditos com firmeza. Em pouco tempo, qualquer cachorro entende que uma puxadinha mais forte na guia significa que ele deve parar ou mudar de sentido. E que, quando você a traciona, quer que ele sente e fique quieto. Lembre-se que é você quem decide a direção do tour, onde o totó pode ou não pisar, o que ele deve ou não cheirar.

4) Destruição da casa
Motivo: Para um bicho de estimação que fica horas sozinho, todos os móveis e objetos do recinto correm o risco de virar diversão. Os gatos, inclusive, precisam afiar as unhas. Sem arranhador, alguém tem dúvida de que sobrará para o sofá?
Como evitar: Apesar de ser uma tarefa complicada, os pet shops oferecem diversos produtos para ensinar a seu mascote o que deve ou não terminar no lixo. Só não vale perseguir a criatura que mastigou seu carregador de celular, porque isso a incentivará a repetir o feito para chamar sua atenção.

5) Roubo de roupas do varal
Motivo: Tédio profundo. O pobre do cão está lá sem nada para fazer, quando sua calça favorita começa a balançar, convidando-o a aprontar. Conte até três e a traquinagem terá virado um hábito.
Como evitar: Você pode pedir férias no trabalho para vigiar o animal em período integral. Ou garantir que não faltem brinquedos para ele se entreter, alternativa mais viável, certo? Existe ainda a opção de adotar um amiguinho para lhe fazer companhia.

6) Acasalamento com a perna das visitas
Motivo: Até um ano, os "calores" da puberdade costumam ser a causa do entusiasmo e o peludo acha uma certa graça no ato constrangedor. Após essa idade, o problema complica, porque a libido exagerada está ligada ao alto nível de hormônios no organismo.
Como evitar: Um convite para outro tipo de brincadeira basta para mudar o foco dos filhotes e aos poucos eles vão esquecendo a provocação. Adultos precisam ser castrados.

7) Xixi fora do lugar
Motivo: Os bichos usam essa técnica como forma de protesto. Gatos, por exemplo, detestam ter de fazer as necessidades na caixa de areia suja. Já os cães resolvem presentear a família com um laguinho quando se sentem deixados de lado. E não podemos esquecer dos machos não castrados, que tendem a demarcar território.
Como evitar: Primeiro, reflita sobre o que deve estar provocando essa revolta no seu amigo. Depois, invista no processo de condicionamento: dê bronca na hora certa e recompense o bom comportamento.


* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.

23.4.14

Para matar de ternura

Antes de rolar a tela e se derreter em onomatopeias, anotem na agenda: Penélope e seus bebês poderão ser doados a partir de 11 de maio!


600 gramas de obstinação


Espíritos zombeteiros


My precious!


Baratinha


Alguém precisa dormir nesta família


Mãe exemplar e ciclista nas horas vagas

Epopeia da família Cartoon na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Nasceram!
:: Comédia romântica que virou drama
:: Drama que virou romance
:: Bebês de chocolate
:: Bolão e batizado

17.4.14

Delivery canino

Eu podia ter faltado ao almoço de nove décadas do meu avô, ao encontro das meninas que estudaram no Sapiens, ao chá de bebê de uma amiga querida, ao jantar de aniversário do Jubão ― que ainda me pediu de presente o bolo com pedaços de chocolate de quando tinha 16 anos. Mas jamais deixaria de ajudar um animal a ganhar sua segunda chance.

Tudo começou com um cafuné tarde da noite, na Vila Mariana. Tina seguiu Gabi animada até o apartamento e cruzou a porta de entrada como se fosse de casa. Gabi é filha da Lilian, a chefe que me suportou com 18 anos e, mesmo morando em Santos, continuou presente. Eu a vi crescer, comemorei a aprovação na USP e fiquei surpresa quando ela me escreveu contando da cadelinha.


Sem pensar meia vez, ofereci uma carona até a praia, onde a peluda teria mais chance de adoção, porque os imóveis ainda escondem quintais. Entre o almoço comemorativo do seu Domênico e o encontro das amigas de escola, busquei as duas (e o Thomas, colega de quarto da Gabi) em São Paulo, ganhei um vômito no vestido, blusa e carro, e entreguei todo mundo no Gonzaga.


Tina sorria para a gente o tempo inteiro, como se agradecesse, sem saber que, a cada vida salva, nós levamos muito mais do que damos.


E o final já foi de comercial de margarina, porque Capitu, a labradora bebezona da Lilian, adorou ter uma parceira de brincadeira e a pequena acabou ficando por lá mesmo. :)

16.4.14

Filhos de peixe...

Amar é dividir o Salsep com os gatos. Sim, quem estava com alergia era a Pimenta, no singular. Simba e Clara lutavam contra a malassezia. Mas, graças à bendita dedetização da área comum do prédio (e mesmo com todas as portas vedadas), os dois passaram a espirrar também e a chiar para respirar.

Tomaram a mesma injeção de corticoide de depósito da pequena (Metilprednisona) e, para ajudar a destampar o nariz, Dr. N. prescreveu a solução de cloreto de sódio que eu uso há uns oito anos, justamente por causa dos bigodes. Só falta gastarem rolos de papel higiênico tentando assoprar o cérebro.

12.4.14

Aniversariante do mês - abril de 2014

Ela podia ter pedido petiscos, ganhado carinho, roubado o colo do Mercv, brincado de cordinha até enganchar a unha. Mas preferiu mimetizar a almofada da sala, para fugir do remédio contra a malassezia (finalmente confirmada pela cultura). Como não deu certo, passou o resto do dia ecoando lamentos pela casa. E assim os oito anos da Clarinha em Gatoca foram eternizados.


*Novelinha: conheça a história da Clara

Outros aniversários: 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

8.4.14

A quinta primavera

Pessoas normais não costumam dar mamão papaia de presente, eu sei. Só que Pandora também não é uma cachorra normal. E, aos 11 anos (estimados), não pode mais comer os biscrocks que eu levava para Sorocaba a cada aniversário de doação, por causa da insuficiência hepática ― que se juntou à artrite, outro ônus da idade. A recepção foi menos esfuziante do que em 2013, aliás, mas teve rabinho balançante e abraço em duas patas.

E, quando a dor apertou, Rose providenciou uma tigela de leite de cabra com Buscopan. O jantar, toda noite, conta com ração especial, farelo de trigo para ajudar na saciedade e caldo de frango para compensar a coleção de remédios. A pantera ainda faz acupuntura e repete os exames de sangue mensalmente, esticando a pata sozinha para facilitar a coleta de monitoramento.

Ninguém gosta de envelhecer, claro. Mas eu não poderia ter dado a Pan uma aposentadoria melhor. :)


Amor


Churrascada com pão de alho e queijo coalho


Competição de sorrisos


Remédio na tigela de porcelana


Cardápio personalizado


Aposentadoria merecida

Epopeia da Pandora:

:: Caixa de esperança
:: Casa de esperança
:: Nascimento da ninhada
:: Morte da ninhada
:: Devolução
:: Boletim - 28 de novembro
:: Boletim - 1º de dezembro
:: Boletim - 8 de dezembro
:: Sítio temporário
:: Doação de conto de fadas
:: Primeira primavera
:: Segunda primavera
:: Festa em Sorocaba
:: Terceira primavera
:: Quarta primavera

4.4.14

Gato também tem alergia

Primeiro veio a tosse, daquelas que o pulmão parece que vai ser arremessado pela boca. Depois, os vômitos amarelões. E, anteontem, Pimenta deixou uma pocinha de lágrima na mesa do escritório onde havia deitado. Ameaçava vomitar mais, só que não saía nada. Dormiu sentada, balançando. A língua se mexia inquieta, fazendo um barulho estranho. Toca correr para o veterinário.

Dr. N. atribuiu a "tosse" a um processo alérgico-inflamatório, que pode ter sido desencadeado pela queda da temperatura, por algum produto de limpeza (de novo!), pela dedetização da área comum do prédio ou até pelo pozinho que sobe do banheiro quando a gente coloca areia nova.

E esse processo alérgico-inflamatório originou a traqueíte (secura da traqueia), responsável pelos outros sintomas, com direito a refluxo gastroesofágico. Respiração e pulmão, ao menos, estavam ok. E eu quase beijei o vet ao ouvir que o tratamento se limitaria a uma injeção de corticoide de depósito (Metilprednisona), sem medicação para casa.

2.4.14

Brincando de Deus

Quando um filhote deita no seu colo e ronrona, despreocupado com os perigos da rua, a falta de lixos para revirar e a disputa por um cantinho protegido da chuva, você se sente onipotente.


Aproveitando a deixa, dois empurrõezinhos: para adotar seu próximo amigo em vez de comprar e para abrir mão da carne um dia por semana (pelo menos!).

28.3.14

Aniversariante do mês... passado

Chocolate* teve a comemoração de aniversário mais atrasada da história de Gatoca ― a pequena entrou para a trupe no dia 14 de fevereiro de 2007! Mas, com uma gata renal que quase morreu de colite e três pares de orelhas que insistem em cultivar ácaros/fungos/bactérias, dá para perdoar, né?

Esse foi o melhor presente que a encrenqueira podia ganhar, aliás: ser poupada de remédios, veterinários e exames forçados. Claro que eu contribuí com um colinho, que estranhamento ela anda curtindo.


*Novelinha: Conheça a história da Chocolate

Outros aniversários: 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

27.3.14

Festival de Doenças

Melhor do que levar três gatos ao veterinário é levar três gatos ao veterinário morando em um prédio sem elevador. Para compensar os joelhos doloridos, Simba e Clara entoaram esta canção comovente o percurso inteiro ― Mercv teve um ataque de pânico e ficou só na figuração.


A bruxa está solta em Gatoca. Não bastasse a colite da Pipoca, desde janeiro eu luto com três pares de ouvidos sujos, que só pioram. Apliquei Advocate para sarna, gastei dois tubos de Dermogen Oto tentando limpar as orelhas em dias alternados e a suspeita agora é de malassezia. Dr. Débora prescreveu Auritop, um antibiótico e antifúngico, e o resultado da cultura bacteriana e fúngica ainda poderá acrescentar outro medicamento ao desgaste da relação.






Vale o toque, aliás: gato saudável não tem cera de ouvido. Ela só aparece quando existe um problema. Com oito anos e meio de bigodes, acreditem, eu não sabia.

21.3.14

Bolão e batizado

Os bebês da Penélope estão crescendo muito rápido! Toda vez que eu vou visitá-los, tomo um susto. No primeiro fim de semana, os pequenos mal se mexiam. No terceiro, sem enxergar direito, já passeavam cambaleando pela barraca que a Michele desempoeirou para acomodar melhor a família. E, no quinto, o escritório inteiro havia virado Playcenter: para onde quer que a gente olhasse, tinha um gato brincando de lutinha, se espremendo em buracos ou escalando móveis.


Isso quer dizer que eles poderão ser doados logo, logo. E precisam de nomes! Não, eu ainda não sei o sexo. Mas essa é a graça! Olhem bem as carinhas abaixo, fotografadas com 15 dias de intervalo, chutem o sexo de cada filhote e sugiram um nome de desenho animado, para combinar com a Penélope Charmosa ― quem acertar a quina primeiro ganha uma surpresa!



Cartoon 1




Cartoon 2




Cartoon 3




Cartoon 4




Cartoon 5 (com 20 dias de vida, os caras pretas pareciam todos iguais e eu acabei não clicando este, que tem uma micromanchinha no nariz)


Epopeia da família Cartoon na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Nasceram!
:: Comédia romântica que virou drama
:: Drama que virou romance
:: Bebês de chocolate

20.3.14

Escreva que eu te leio!

No arquivo deste blog, misturadas aos 837 posts, moram dezenas de histórias de transformação ― a maioria de gatos, mais de cachorros do que o espaço físico permite, uma de pomba (os passarinhos não tiveram um final feliz) e outra de rato, porque é preciso uma dose de selvageria que não me veio de fábrica para descer a vassoura em um par de olhos acuados.

Mas eu também recebo um monte de mensagens de leitores sobre as sementinhas que o Gatoca planta offline. Rosana Russo, vocês sabem, largou o ativismo de sofá e fez lar temporário para a Penélope até os bebês nascerem, quando a kitnet ficou pequena demais para oito bigodes.



Rafael Cabral, de 17 anos, usou o dinheiro da mesada para socorrer e doar três tigrinhos que foram abandonados na portaria do seu prédio ― e nem questionou a importância da castração.


Kuka Fischer adotou a Cora, a Catarina, a Godiva e a Nana Flor, e depois criou o Stray Cats - CED, um projeto de captura, esterilização e devolução de animais, geralmente ariscos.


Quem mais aí se inspirou no blog para fazer sua parte por um mundo melhor? Contem nos comentários, para incentivar mais gente a arregaçar as mangas ― e o horizonte? :)

13.3.14

No jokenpô da vida, amor derrete ódio

Foi uma batalha enfiar três comprimidos por dia goela abaixo da Pipoca durante quase uma semana. Madrugada sim, madrugada também, eu acordava com um bolo no estômago e vinha descalça ver se ela ainda respirava. Perdi dois quilos dos poucos que tenho porque a última coisa que sentia era vontade de mastigar. Vontade de chorar, por outro lado, dava para sair distribuindo pelo bairro. Solucei uma hora sem parar na sexta-feira. E comemorei, anteontem, ao ver o primeiro cocô na caixa de areia, depois de seis dias ― seis dias!

Imaginem, então, minha revolta ao dar de cara com os bigodes lambendo a poça de cândida que invadiu a sala na segunda à tarde! A colite que quase matou a Pipoca não era viral. Ela foi intoxicada pela faxineira do prédio, que lava a escadaria sem tomar o menor cuidado com as portas dos apartamentos ― enquanto a gente monta um verdadeiro esquema de guerra para manter os peludos longe dos produtos de limpeza a cada faxina interna.

O que me impediu de apertar o pescoço da criatura até os olhos saltarem da órbita foi o conteúdo deste vídeo. Pipoquinha finalmente reagiu ao tratamento.

11.3.14

Três vets para chamar de meus

Não, eu não tenho um clínico geral de confiança ― quando me animo com algum, a criatura desiste de atender convênio e toca pedir indicação de novo aos amigos. Mas coleciono veterinários incríveis: um para vacinas e castrações a preço de campanha, outro para os casos cabeludos e agora a Débora Toledo, da Maison 4 Patas, que me socorre por WhatsApp, atende os bigodes no feriado e ainda escreve perguntando se está tudo bem. Sorte décupla!


6.3.14

Colite carnavalesca

Quarta-feira de cinzas, para os católicos, é dia de refletir sobre a fragilidade da vida, que veio do pó e ao pó retornará. Eu não sou católica, mas me peguei pedindo a uma força maior que Pipoca continuasse pelo por mais uns anos. A via-sacra de carnaval começou no sábado, quando a pequena recusou o café da manhã. No domingo, ela só comeu um tico de sachê, tarde da noite. E, na segunda, havia sangue no cocô.

Dr. Débora, irmã de uma amiga de adolescência, leu meu relato angustiado por WhatsApp, já que nenhuma clínica estava aberta no feriado, e receitou Trissulfin, um antibiótico para infecções intestinais. Junto com o remédio, eu comprei a caixa inteira de sachês renais do pet shop, mais palatáveis do que a ração seca, porque eles andam em falta no mercado ― a bichinha tem insuficiência.

Na terça, quando voltei de São Paulo, encontrei cinco poças de sangue na areia e um vômito rosa no chão do escritório. Pipoquinha pedia socorro com esta imagem de dar nó na garganta.


Nós rumamos ao hospital, onde ela tomou soro para baixar a ureia e a creatinina, foi medicada para conter o vômito e saiu com um pedido de ultrassom para confirmar a suspeita de colite.


Ontem, Dr. N. lhe preparou um coquetel de soro: vitaminas para compensar a greve de fome, ranitidina e plasil porque os vômitos pioraram em vez de cessar, dexametasona para ajudar o intestino a desinflamar (apesar de o corticoide prejudicar os rins), e enrofloxacina para evitar bactérias oportunistas. Também enfiou-lhe gaviz goela abaixo, para proteger o estômago judiado. O vírus, se for uma colite viral, só se combate fortalecendo o organismo.


À noite, a peluda comeu um quarto da latinha de A/D de colherinha, me fazendo rir e chorar ao mesmo tempo. Hoje, teve coquetel de soro de novo, mas nada de vômito simbólico nem de banheiro de filme de terror ― na verdade, não teve cocô ainda. Pipoquinha continua querendo ficar. E eu sou uma magrela boa de briga.