Hoje Gatoca completa 16 dias sem acidentes (e barulhos estranhos). É que, no penúltimo domingo de junho, Zion foi para a casa nova-velha ― "nova" para ele e "velha" para mim, porque Rosângela já havia adotado o Pollux em 2010. Agora, nosso demônio branco conta com a ajuda de oito amigos felinos para barbarizar o Tamboré, além do encorajamento da vovó, que acha tudo lindo.
Quando bate saudade do Chupa-Rabo, eu lembro do despertador quebrado, do edredom furado, do palhaço de pelúcia careca, do anel comprado na Argentina desaparecido e dos livros espalhados pelo chão do quarto e me contento em soltar onomatopeias enquanto assisto a este vídeo.
Seja feliz, branquelinho! E pegue leve com sua família.
Epopeia do Zion na busca por um lar:
:: Como tudo começou
:: Mamadedo e prisão no banheiro
:: Ódio aos paparazzis
:: Filhote de leão branco
3.7.12
29.6.12
Quinto quase-aniversário do Gatoca
Mais um ano passou voando e Gatoca entrou em festa de novo. Hoje, a comemoração é tripla porque, além dos 1825 dias de criação do design do blog, São Francisco recheou o mês de junho de surpresas testa-coração: teve a doação do Zion (coming soon), a micromassinha do Kiwi e a transformação da Pipoca. Em agosto, data de publicação do primeiro post oficial, eu faço questão de ganhar um abraço apertado de vocês. Preparem-se!
Veja também:
:: Festinha de 2008
:: Festinha de 2009
:: Festinha de 2010
:: Festinha de 2011
Veja também:
:: Festinha de 2008
:: Festinha de 2009
:: Festinha de 2010
:: Festinha de 2011
26.6.12
Raquel que virou Ruth
No dia 15 de junho, eu instalei no meu quarto uma Pipoca moribunda, que permitia todos os colos com os quais a gente sonhou nestes cinco anos, e fui a pé até o veterinário do bairro em busca de um tratamento alternativo aos 28 comprimidos de doxiciclina. Dr. N. sugeriu amassá-los em A/D, requeijão ou leite condensado, mas nem o atum emprestado da padaria ela quis comer. Levantava da caminha apenas para beber água e usar o banheiro, com movimentos lentos e inseguros.
No sábado, ele acabou vindo aqui em casa para fazer soro na bichinha, enfiou comida e cortisona goela abaixo e decidiu arriscar a injeção de um antibiótico mais fraco, mas que valeria por quatro dias. Eu só teria de continuar com o cortisona e forçar o A/D na seringa até segunda, quando a pequena tomaria outra dose de soro. E, se ela não reagisse à infecção nesses três dias, a gente desistiria da batalha. A seu favor, contava a pouca idade.
Foi noite de dormir pedindo repetidamente um milagre para São Francisco. E de acordar com o barulhinho da branquela se lambendo, após 72 horas de abandono. Sozinha ela mastigou quatro bolinhas da ração seca de filhote, lambeu a colher de sobremesa de A/D, engoliu o remédio sem estresse e ainda virou de barriga para ganhar carinho. Eu não sabia se chorava, se dava risada ou se caminhava plantando bananeira com uma mão só até Santiago de Compostela.
Nunca tinha ouvido um miado dessa gata que não fosse de pânico. Muito menos sentido o cheiro do seu bafinho. Não imaginava que os pelos escondidos sob o tronco magrelo eram macios e descabelados. A proximidade do mês da vacina, quando ela precisaria entrar na caixa de transporte, me gelava a espinha. Na tarde em que joguei uma bolinha de papel alumínio para tentar brincar com a criatura assustada, ela se comportou como se recebesse um tiro.
Três dias depois, sem segunda dose de soro nem de antibiótico, a gudinha amaciada já estava comendo a ração especial e nunca mais marcou território nas portas fechadas. A ideia é mantê-la separada do grupo, para poder usar a caixa de areia e beber água em paz. A doença renal não possui cura, mas, se ela viver bem o mesmo tempo que passou andando abaixada pela casa com medo da Clara, o esforço e o prejuízo financeiro terão valido a pena.
A peluda sente falta dos amigos e meu quarto é um universo pequeno para um bigode. Mas eu prometo, além de espirrar loucamente, compensar a mudança colecionando dores no corpo para ela poder dormir no meu quadril, chegar atrasada nos compromissos de trabalho porque perdi a hora acariciando suas orelhas, não brigar quando ela derrubar toda a roupa do armário para fora ao errar o cálculo do pulo.
Pipoquinha teve a chance de fazer diferente. Eu aproveitarei a minha também.
No sábado, ele acabou vindo aqui em casa para fazer soro na bichinha, enfiou comida e cortisona goela abaixo e decidiu arriscar a injeção de um antibiótico mais fraco, mas que valeria por quatro dias. Eu só teria de continuar com o cortisona e forçar o A/D na seringa até segunda, quando a pequena tomaria outra dose de soro. E, se ela não reagisse à infecção nesses três dias, a gente desistiria da batalha. A seu favor, contava a pouca idade.
Foi noite de dormir pedindo repetidamente um milagre para São Francisco. E de acordar com o barulhinho da branquela se lambendo, após 72 horas de abandono. Sozinha ela mastigou quatro bolinhas da ração seca de filhote, lambeu a colher de sobremesa de A/D, engoliu o remédio sem estresse e ainda virou de barriga para ganhar carinho. Eu não sabia se chorava, se dava risada ou se caminhava plantando bananeira com uma mão só até Santiago de Compostela.
Nunca tinha ouvido um miado dessa gata que não fosse de pânico. Muito menos sentido o cheiro do seu bafinho. Não imaginava que os pelos escondidos sob o tronco magrelo eram macios e descabelados. A proximidade do mês da vacina, quando ela precisaria entrar na caixa de transporte, me gelava a espinha. Na tarde em que joguei uma bolinha de papel alumínio para tentar brincar com a criatura assustada, ela se comportou como se recebesse um tiro.
Três dias depois, sem segunda dose de soro nem de antibiótico, a gudinha amaciada já estava comendo a ração especial e nunca mais marcou território nas portas fechadas. A ideia é mantê-la separada do grupo, para poder usar a caixa de areia e beber água em paz. A doença renal não possui cura, mas, se ela viver bem o mesmo tempo que passou andando abaixada pela casa com medo da Clara, o esforço e o prejuízo financeiro terão valido a pena.
A peluda sente falta dos amigos e meu quarto é um universo pequeno para um bigode. Mas eu prometo, além de espirrar loucamente, compensar a mudança colecionando dores no corpo para ela poder dormir no meu quadril, chegar atrasada nos compromissos de trabalho porque perdi a hora acariciando suas orelhas, não brigar quando ela derrubar toda a roupa do armário para fora ao errar o cálculo do pulo.
Pipoquinha teve a chance de fazer diferente. Eu aproveitarei a minha também.
22.6.12
Três sinais
De volta ao banheiro, para a faxineira poder limpar o quarto, Kiwi arrumou um jeito de me dizer que está curtindo a ideia de morar aqui em casa. Primeiro fechou metade dos olhos, depois arriscou quatro segundos de ronrom e, para não restar dúvidas, fez uma micromassinha. Reparem na mãozinha esquerda. ♥
P.S.: Pipoca continua lutando e eu também. Notícias em breve.
P.S.: Pipoca continua lutando e eu também. Notícias em breve.
19.6.12
O gato indecifrável
Kiwi é um pássaro raro da Nova Zelândia, incapaz de voar porque suas asinhas nascem atrofiadas e protagonista da animação mais triste que eu assisti nestes 32 anos. Agora, ele também batiza um bigode, dono do olhar mais arrasador que já passou por Gatoca. No fim de maio, quando o vizinho da frente comentava que queria adotar um gatinho, ele atravessou a rua, fazendo São Francisco soprar no meu ouvido que esses corações podiam bater juntos.
Proposta aceita, eu entreguei ao senhor minha caixa de transporte, uma latinha de patê e pedi para os guardas ajudarem na captura do bichano. Três dias depois, outro vizinho avisou que o azarado havia caído no quintal dos cachorros e se escondera em uma pilha de caixas de papelão, onde já virava 48 horas. Os meninos conseguiram resgatá-lo e eu instalei o peludo no banheiro da nova família, para não ter de cuidar dele aqui em casa no auge da crise de rinite.
Na hora em que o sujeito ligou o chuveiro, porém, o animal desesperado quebrou tudo que viu pela frente e acabou parando no meu banheiro. Nestas quatro semanas, ele só saiu de baixo da pia para ser castrado e vacinado. Quando a gente acaricia sua cabeça, o coitado não foge, mas também não dá sinais de que está gostando, comportamento que lhe rendeu o apelido de Coma Cat, o gato sem reação.
Eu pensei que as coisas melhorariam com a doação do Zion (coming soon), só que, no quarto da suíte, ele passa a madrugada inteira chorando e sequer coloca o nariz para fora da estrutura de madeira da cama. Alguém tem um espaço maior, que bata um solzinho, para abrigar temporariamente essa criatura? Um balde de amor e duas colheres de paciência devem ajudá-lo a desabrochar.
Com Gatoca superlotada e a Pipoca doente, eu não estou dando conta. Mas pago todas as despesas e me encarrego da doação do magrelo. Vê-lo sofrendo assim me obriga a pensar em soltá-lo de novo. E isso nunca aconteceu em sete anos. Nem com os filhotes atentados, nem com os tigrados encardidos, nem com a vovó cheia de problemas, nem com a pomba que bombardeava nossa blusa de coco. Help?
Epopeia do Kiwi na busca por um lar:
:: O gato indecifrável
:: Três sinais
:: Quem avisa amigo é
:: Voo de liberdade
:: O último voo
Proposta aceita, eu entreguei ao senhor minha caixa de transporte, uma latinha de patê e pedi para os guardas ajudarem na captura do bichano. Três dias depois, outro vizinho avisou que o azarado havia caído no quintal dos cachorros e se escondera em uma pilha de caixas de papelão, onde já virava 48 horas. Os meninos conseguiram resgatá-lo e eu instalei o peludo no banheiro da nova família, para não ter de cuidar dele aqui em casa no auge da crise de rinite.
Na hora em que o sujeito ligou o chuveiro, porém, o animal desesperado quebrou tudo que viu pela frente e acabou parando no meu banheiro. Nestas quatro semanas, ele só saiu de baixo da pia para ser castrado e vacinado. Quando a gente acaricia sua cabeça, o coitado não foge, mas também não dá sinais de que está gostando, comportamento que lhe rendeu o apelido de Coma Cat, o gato sem reação.
Eu pensei que as coisas melhorariam com a doação do Zion (coming soon), só que, no quarto da suíte, ele passa a madrugada inteira chorando e sequer coloca o nariz para fora da estrutura de madeira da cama. Alguém tem um espaço maior, que bata um solzinho, para abrigar temporariamente essa criatura? Um balde de amor e duas colheres de paciência devem ajudá-lo a desabrochar.
Com Gatoca superlotada e a Pipoca doente, eu não estou dando conta. Mas pago todas as despesas e me encarrego da doação do magrelo. Vê-lo sofrendo assim me obriga a pensar em soltá-lo de novo. E isso nunca aconteceu em sete anos. Nem com os filhotes atentados, nem com os tigrados encardidos, nem com a vovó cheia de problemas, nem com a pomba que bombardeava nossa blusa de coco. Help?
Epopeia do Kiwi na busca por um lar:
:: O gato indecifrável
:: Três sinais
:: Quem avisa amigo é
:: Voo de liberdade
:: O último voo
15.6.12
Escolha de Sofia
Ontem, pela primeira vez em cinco anos, Pipoca me deixou pegá-la no colo. Ao seu lado havia duas poças florescentes de vômito, a boca salivava e um gemido podia ser ouvido sem esforço. No veterinário, ela tomou soro, vitamina do complexo B e Cerênia, remédio mais potente que Plasil. A suspeita era de intoxicação com alguma porcaria do jardim, susto que a Pufosa já havia me dado dezembro. Mas a temperatura de 37ºC, baixa para um gato, fez o doutor E. pedir exame de sangue.
O resultado saiu esta manhã, trançando coração e estômago. Minha bichinha do mato está com um processo infeccioso, provavelmente causado por micoplasmose, trombocitopenia, que significa baixa de plaquetas, e creatinina alta, provocada por desidratação ou, pior, sinal de insuficiência renal crônica. Os bastonetes zerados indicam, ainda, que o organismo não quer reagir.
O tratamento compreende soro e 28 comprimidos de doxiciclina enfiados goela abaixo da peluda mais arisca de Gatoca, que agora não tem ânimo nem para caminhar sozinha. Sem tratamento, um terço dos bigodes morre. Ao término da tortura, a gente ainda pode constatar que os rins pediram água e nem um finzinho de vida boa ela mereceu. O que eu faço, além de ensopar rolos de papel higiênico compulsivamente?
O resultado saiu esta manhã, trançando coração e estômago. Minha bichinha do mato está com um processo infeccioso, provavelmente causado por micoplasmose, trombocitopenia, que significa baixa de plaquetas, e creatinina alta, provocada por desidratação ou, pior, sinal de insuficiência renal crônica. Os bastonetes zerados indicam, ainda, que o organismo não quer reagir.
O tratamento compreende soro e 28 comprimidos de doxiciclina enfiados goela abaixo da peluda mais arisca de Gatoca, que agora não tem ânimo nem para caminhar sozinha. Sem tratamento, um terço dos bigodes morre. Ao término da tortura, a gente ainda pode constatar que os rins pediram água e nem um finzinho de vida boa ela mereceu. O que eu faço, além de ensopar rolos de papel higiênico compulsivamente?
12.6.12
Especial: Dia dos Namorados 2012
Nesta manhã de muitas nuvens e pouca coberta, Gatoca deseja que o amor se reinvente por aí também.
Outros especiais: 2011 | 2009 | 2008
Outros especiais: 2011 | 2009 | 2008
Categorias:
Clara Luz,
Datas comemorativas,
Mercvrivs,
Vale a pena ler de novo
8.6.12
Santa Inguinorança 5
Faz quase um ano que eu não compartilho com vocês as perguntas deduradas pelo Google Analytics que trazem "gente diferenciada" ao Gatoca, né? Para me redimir, aí vai uma seleção em dose dupla:
Como conviver com gato que tem herpes felina?
Pare de beijá-lo na boca.
Por que minha gata come durex?
Porque a dona dela deve comer coco.
Como é cheiro urina rato?
Saborosíssimo!
Comprei um cachorro novo e o velho ficou triste. E agora?
Isso não acontecia com seus sapatos?
Como adestrar minha gata?
Basta fazer o que ela quer.
O que é inguinorança?
É isso.
Como evitar que animais se lambuzem de coco?
Pergunte à Costanza Pascolato.
Quanto custa o macarrão?
Não faço ideia. Mas levando dois bigodes você ganha o terceiro.
Como saber se meu gatos foram juntados com sucesso?
Inscreva-os em um teste da Broadway.
Vermífugo dá fome?
Se você substituir a ração, provavelmente.
Como se escreve chagualhões?
Com certeza não é assim.
O que significa sanguinho nas fezes do cão?
Significa que você precisa de um veterinariozinho.
Como eu sei que meu bichano está bem?
Descubra onde ele tem gasto o dinheiro da mesada.
O que é um estrondo vindo da chaminé de casa?
Papai Noel.
Como cuidar de gatos presos?
Leve cigarros.
Estampa de vaca é brega?
Na vaca, não.
Como deixar as raízes das orquídeas lindas?
Para o substrato apreciar?
Meu gato comeu azaleia. O que eu faço?
Espere ele morrer intoxicado e entregue o corpo a um especialista.
Que ração firma pelo quando cai?
Tente Gumex.
Como convencer o marido a aceitar meu gato?
Deixe que eles se vejam por uma fresta da porta, troque paninhos e distribua guloseimas.
Veja também:
:: Aprendendo a fazer buscas
:: Santa Inguinorança
:: Santa Inguinorança 2
:: Santa Inguinorança 3
:: Santa Inguinorança 4
Como conviver com gato que tem herpes felina?
Pare de beijá-lo na boca.
Por que minha gata come durex?
Porque a dona dela deve comer coco.
Como é cheiro urina rato?
Saborosíssimo!
Comprei um cachorro novo e o velho ficou triste. E agora?
Isso não acontecia com seus sapatos?
Como adestrar minha gata?
Basta fazer o que ela quer.
O que é inguinorança?
É isso.
Como evitar que animais se lambuzem de coco?
Pergunte à Costanza Pascolato.
Quanto custa o macarrão?
Não faço ideia. Mas levando dois bigodes você ganha o terceiro.
Como saber se meu gatos foram juntados com sucesso?
Inscreva-os em um teste da Broadway.
Vermífugo dá fome?
Se você substituir a ração, provavelmente.
Como se escreve chagualhões?
Com certeza não é assim.
O que significa sanguinho nas fezes do cão?
Significa que você precisa de um veterinariozinho.
Como eu sei que meu bichano está bem?
Descubra onde ele tem gasto o dinheiro da mesada.
O que é um estrondo vindo da chaminé de casa?
Papai Noel.
Como cuidar de gatos presos?
Leve cigarros.
Estampa de vaca é brega?
Na vaca, não.
Como deixar as raízes das orquídeas lindas?
Para o substrato apreciar?
Meu gato comeu azaleia. O que eu faço?
Espere ele morrer intoxicado e entregue o corpo a um especialista.
Que ração firma pelo quando cai?
Tente Gumex.
Como convencer o marido a aceitar meu gato?
Deixe que eles se vejam por uma fresta da porta, troque paninhos e distribua guloseimas.
Veja também:
:: Aprendendo a fazer buscas
:: Santa Inguinorança
:: Santa Inguinorança 2
:: Santa Inguinorança 3
:: Santa Inguinorança 4
6.6.12
Fim de semana de ação e aventura
Chegar adiantada dá azar. Os ingleses podem espernear, mas, nas duas vezes em que eu alcancei esse milagre, espiei "o outro lado" e voltei descabelada para contar. Em julho do ano passado, Chuvisco me fez atravessar a Marginal Pinheiros na frente dos caminhões. E, neste domingo, a caminho da palestra da Ju Valentini na Virada Sustentável, um cachorro que passeava sem guia se atirou no rio Tamanduateí.
Claro que eu não consegui fingir que não vi. Dirigi até perto do Mercadão (meu destino) atrás de um retorno, voltei metade da avenida do Estado para confirmar com os meninos que distribuíam panfletos se aquele era o ponto do mergulho e fui parar em São Caetano tentando achar outro retorno. Enquanto o coração espancava o peito, telefonei para a polícia, cinco vezes para o bombeiro, porque a ligação não completava, e novamente para a polícia.
As viaturas chegaram dois minutos depois de eu largar o carro com o pisca-alerta ligado na pista, tornar a correr balançando os braços na frente dos caminhões e descobrir que o tutor irresponsável do cão suicida havia pulado no rio também. Os policiais decidiam a melhor estratégia para encontrar os infelizes, quando eu percebi que existia uma espécie de mezanino entre a calçada e a água, onde morava um exército de mendigos, e fui conversar com eles, sem me tocar, de celular e máquina fotográfica na mão.
Bípede e quadrúpede haviam conseguido sair do rio exatamente por aquele acesso. Exausta, eu agradeci o sargento Moura, expliquei aos bombeiros que não precisavam mais enviar o resgate e sentei na mureta para recuperar o fôlego, fazendo os quatro homens fardados gritarem ao mesmo tempo. "Se a senhora cair, nós seremos obrigados a saltar também, né?". E o povo ainda duvida que São Francisco nunca deixa um coração de pudim na mão.
Claro que eu não consegui fingir que não vi. Dirigi até perto do Mercadão (meu destino) atrás de um retorno, voltei metade da avenida do Estado para confirmar com os meninos que distribuíam panfletos se aquele era o ponto do mergulho e fui parar em São Caetano tentando achar outro retorno. Enquanto o coração espancava o peito, telefonei para a polícia, cinco vezes para o bombeiro, porque a ligação não completava, e novamente para a polícia.
As viaturas chegaram dois minutos depois de eu largar o carro com o pisca-alerta ligado na pista, tornar a correr balançando os braços na frente dos caminhões e descobrir que o tutor irresponsável do cão suicida havia pulado no rio também. Os policiais decidiam a melhor estratégia para encontrar os infelizes, quando eu percebi que existia uma espécie de mezanino entre a calçada e a água, onde morava um exército de mendigos, e fui conversar com eles, sem me tocar, de celular e máquina fotográfica na mão.
Bípede e quadrúpede haviam conseguido sair do rio exatamente por aquele acesso. Exausta, eu agradeci o sargento Moura, expliquei aos bombeiros que não precisavam mais enviar o resgate e sentei na mureta para recuperar o fôlego, fazendo os quatro homens fardados gritarem ao mesmo tempo. "Se a senhora cair, nós seremos obrigados a saltar também, né?". E o povo ainda duvida que São Francisco nunca deixa um coração de pudim na mão.
1.6.12
Programação alternativa
Sexta-feira chuvosa: dia de fingir que trabalha, de assistir filme sob as cobertas, de namorar até enjoar. E a jornalista coração de pudim resolve organizar uma excursão bigodística ao veterinário! Mercv precisava "desbafar" e Zion, "desbolar".
Kiwi, o mais novo integrante de Gatoca (coming soon!), pegou carona na castração. E Tati aproveitou para levar a Tampinha, enquanto Nat atravessava São Paulo para trazer a Nala ― adotante bom é assim: além de praticar a posse responsável, passa a resgatar seus próprios bichos.
Antes de terminar as cirurgias, o branquelo já estava tentando se atirar da gaiola. Sedado!
E o novato, também sedado, só faltou andar de ponta cabeça no teto no carro, enquanto a gente esticava as fraldinhas no banco.
Olhando as meninas comportadas, foi impossível não pensar que eu tenho o dom de pegar os gatos premiados.
Kiwi, o mais novo integrante de Gatoca (coming soon!), pegou carona na castração. E Tati aproveitou para levar a Tampinha, enquanto Nat atravessava São Paulo para trazer a Nala ― adotante bom é assim: além de praticar a posse responsável, passa a resgatar seus próprios bichos.
Antes de terminar as cirurgias, o branquelo já estava tentando se atirar da gaiola. Sedado!
E o novato, também sedado, só faltou andar de ponta cabeça no teto no carro, enquanto a gente esticava as fraldinhas no banco.
Olhando as meninas comportadas, foi impossível não pensar que eu tenho o dom de pegar os gatos premiados.
29.5.12
Jogo de cintura contra a solidão
Quando eu peguei o Mercv e a Pipoca de testas coladas, demorei para entender que se tratava de um pedido duplo de carinho não correspondido, em que as duas criaturas inflexíveis e egoístas sobraram chupando o dedo. Qualquer semelhança com a vida real não é mera coincidência.
25.5.12
19 lições que os animais nos dão
Você come mais do que deveria? Sente dificuldade de impor limites aos filhos? Termina o dia sempre esgotada? Aprenda com seu bicho de estimação
Não é preciso ter um cão ou gato para se inspirar na maneira simples e tranquila com que eles levam a vida. Focinhos abanam o rabo quando estão felizes, gatos ronronam durante as sessões de cafunés. Na rotina deles, não há espaço para culpas, preocupações e autocobranças.
Eles não ligam se cometem gafes, andam fora de forma ou acordam com o pelo todo bagunçado. Curtem os dias com leveza porque não guardam mágoa nem percebem a passagem dos anos. É por isso que nós podemos evoluir muito com esses peludos.
"Os animais nos ensinam a olhar o mundo de forma mais completa. Mudam até nosso jeito de encarar os problemas", garante o zootecnista Alexandre Rossi, mais conhecido como Dr. Pet. E John O'Hurley, ator norte-americano, assina embaixo. No livro Tudo Bem Não Alcançar a Cama no Primeiro Salto (Ed. Ediouro), ele relata as lições que aprendeu com seus melhores amigos.
1) Apreciar a simplicidade
A cada manhã, cães e gatos nos presenteiam com um turbilhão de empolgação e expectativa. Os brinquedos são os mesmos. A comida também. Mas não importa. Eles sabem valorizar as pequenas coisas da vida. E agem como se elas acontecessem sempre pela primeira vez.
2) Batalhar por seus sonhos
Um mau resultado não significa um fracasso. Para seu animal de estimação, tudo bem não alcançar a cama no primeiro salto. Ele tenta outra vez. Muda o caminho. Só não vale perder o objetivo de vista. Os bichos nunca desistem de buscar realização. Inspire-se neles e lute pelas coisas em que você acredita.
3) Ser mais sincera
O homem consegue manipular suas emoções, exagerando-as ou disfarçando-as. Quantas vezes nós dizemos "não", querendo que os outros entendam "sim"? Já os animais preferem reações puras e verdadeiras. Preto no branco.
4) Aproveitar um belo dia de verão
5) Disseminar bons exemplos
Como temos dificuldade de explicar o que pretendemos aos peludos, nossas atitudes se tornam responsáveis por influenciar o comportamento deles. Não adianta nada falar uma coisa e agir de outra forma, certo?
6) Trocar carícias
Cães e gatos fazem aflorar nossa necessidade de oferecer e receber carinho. A gente acaba se tornando mais doce e receptivo com os amigos, familiares e até com aquele caixa de banco mal-humorado.
7) Conviver com as diferenças
Muitas pessoas torcem o nariz para os felinos porque esperam que eles sejam tão carentes e dependentes quanto nós e os cães. Aprender a amar o diferente pode se mostrar uma ótima maneira de crescer como indivíduo e de combater o preconceito.
8) Fazer amigos
9) Se conhecer melhor
Os animais sabem muito bem o que querem da vida. Se estão contentes, pegam um brinquedo para comemorar. Quando enfrentam circunstâncias adversas, latem, choram ou arranham para reverter a situação a seu favor. Que tal você também começar a reconhecer seus desejos e necessidades?
10) Curtir o hoje
Lembranças podem nos prender a situações que gostaríamos de esquecer. Os bichos não precisam recordar muita coisa, não cultivam expectativas nem se sentem incapacitados pela culpa. Eles vivem inteiramente no presente.
11) Dosar suas reações
Um cachorro late para chamar a atenção, rosna para impor limites e só morde quando for imprescindível. Evite fazer escândalo por qualquer coisinha. Isso a poupará de engolir muito sapo...
12) Comer apenas quando bate a fome
13) Buscar um ombro amigo
Quando a gente está triste, nosso cão vem correndo se aninhar no colo e lamber as lágrimas que caem. Dá uma sensação de que ele nos compreende, mesmo sem ter ideia do que gerou tamanha fossa. E, nos momentos felizes, ele expressa companheirismo abanado o rabo. Existe demonstração de amizade maior do que essa?
14) Seduzir
Gato se conquista. Quanto mais nós tentamos forçá-los a fazer o que queremos, mais eles fogem. O exercício de cativar um bichano nos transforma em pessoas seguras, charmosas e encantadoras.
15) Cuidar da saúde
Gatos e cachorros de todas as idades praticam alongamentos diários. Eles precisam do corpo funcionando. A gente, conforme cresce, vai ficando mais cerebral do que físico. A força e a velocidade desaparecem com a velhice, mas a flexibilidade deve durar para sempre. Estique-se!
16) Aceitar o que não se pode mudar
17) Praticar o desapego
No momento em que o carinho é interrompido, os animais costumam se afastar e procurar outro par de mãos disponível. Eles aceitam o fato de que a carícia tem um começo e um fim. Sabem quando está na hora de seguir adiante.
18) Tirar uma soneca
Os peludos conhecem a importância de recarregar as baterias, por isso, toda vez que se sentem cansados, entregam-se a um cochilo. Experimente também – especialmente depois das refeições. Você notará que vai sobrar pique quando acordar.
19) Confiar no próprio taco
Para os cães e gatos, o tamanho não importa. Eles não percebem se são grandes ou pequenos. E muito menos sabem o que isso significa ao se envolverem em uma briga. Nós temos o tamanho que queremos.
* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.
Não é preciso ter um cão ou gato para se inspirar na maneira simples e tranquila com que eles levam a vida. Focinhos abanam o rabo quando estão felizes, gatos ronronam durante as sessões de cafunés. Na rotina deles, não há espaço para culpas, preocupações e autocobranças.
Eles não ligam se cometem gafes, andam fora de forma ou acordam com o pelo todo bagunçado. Curtem os dias com leveza porque não guardam mágoa nem percebem a passagem dos anos. É por isso que nós podemos evoluir muito com esses peludos.
"Os animais nos ensinam a olhar o mundo de forma mais completa. Mudam até nosso jeito de encarar os problemas", garante o zootecnista Alexandre Rossi, mais conhecido como Dr. Pet. E John O'Hurley, ator norte-americano, assina embaixo. No livro Tudo Bem Não Alcançar a Cama no Primeiro Salto (Ed. Ediouro), ele relata as lições que aprendeu com seus melhores amigos.
1) Apreciar a simplicidade
A cada manhã, cães e gatos nos presenteiam com um turbilhão de empolgação e expectativa. Os brinquedos são os mesmos. A comida também. Mas não importa. Eles sabem valorizar as pequenas coisas da vida. E agem como se elas acontecessem sempre pela primeira vez.
2) Batalhar por seus sonhos
Um mau resultado não significa um fracasso. Para seu animal de estimação, tudo bem não alcançar a cama no primeiro salto. Ele tenta outra vez. Muda o caminho. Só não vale perder o objetivo de vista. Os bichos nunca desistem de buscar realização. Inspire-se neles e lute pelas coisas em que você acredita.
3) Ser mais sincera
O homem consegue manipular suas emoções, exagerando-as ou disfarçando-as. Quantas vezes nós dizemos "não", querendo que os outros entendam "sim"? Já os animais preferem reações puras e verdadeiras. Preto no branco.
4) Aproveitar um belo dia de verão
5) Disseminar bons exemplos
Como temos dificuldade de explicar o que pretendemos aos peludos, nossas atitudes se tornam responsáveis por influenciar o comportamento deles. Não adianta nada falar uma coisa e agir de outra forma, certo?
6) Trocar carícias
Cães e gatos fazem aflorar nossa necessidade de oferecer e receber carinho. A gente acaba se tornando mais doce e receptivo com os amigos, familiares e até com aquele caixa de banco mal-humorado.
7) Conviver com as diferenças
Muitas pessoas torcem o nariz para os felinos porque esperam que eles sejam tão carentes e dependentes quanto nós e os cães. Aprender a amar o diferente pode se mostrar uma ótima maneira de crescer como indivíduo e de combater o preconceito.
8) Fazer amigos
9) Se conhecer melhor
Os animais sabem muito bem o que querem da vida. Se estão contentes, pegam um brinquedo para comemorar. Quando enfrentam circunstâncias adversas, latem, choram ou arranham para reverter a situação a seu favor. Que tal você também começar a reconhecer seus desejos e necessidades?
10) Curtir o hoje
Lembranças podem nos prender a situações que gostaríamos de esquecer. Os bichos não precisam recordar muita coisa, não cultivam expectativas nem se sentem incapacitados pela culpa. Eles vivem inteiramente no presente.
11) Dosar suas reações
Um cachorro late para chamar a atenção, rosna para impor limites e só morde quando for imprescindível. Evite fazer escândalo por qualquer coisinha. Isso a poupará de engolir muito sapo...
12) Comer apenas quando bate a fome
13) Buscar um ombro amigo
Quando a gente está triste, nosso cão vem correndo se aninhar no colo e lamber as lágrimas que caem. Dá uma sensação de que ele nos compreende, mesmo sem ter ideia do que gerou tamanha fossa. E, nos momentos felizes, ele expressa companheirismo abanado o rabo. Existe demonstração de amizade maior do que essa?
14) Seduzir
Gato se conquista. Quanto mais nós tentamos forçá-los a fazer o que queremos, mais eles fogem. O exercício de cativar um bichano nos transforma em pessoas seguras, charmosas e encantadoras.
15) Cuidar da saúde
Gatos e cachorros de todas as idades praticam alongamentos diários. Eles precisam do corpo funcionando. A gente, conforme cresce, vai ficando mais cerebral do que físico. A força e a velocidade desaparecem com a velhice, mas a flexibilidade deve durar para sempre. Estique-se!
16) Aceitar o que não se pode mudar
17) Praticar o desapego
No momento em que o carinho é interrompido, os animais costumam se afastar e procurar outro par de mãos disponível. Eles aceitam o fato de que a carícia tem um começo e um fim. Sabem quando está na hora de seguir adiante.
18) Tirar uma soneca
Os peludos conhecem a importância de recarregar as baterias, por isso, toda vez que se sentem cansados, entregam-se a um cochilo. Experimente também – especialmente depois das refeições. Você notará que vai sobrar pique quando acordar.
19) Confiar no próprio taco
Para os cães e gatos, o tamanho não importa. Eles não percebem se são grandes ou pequenos. E muito menos sabem o que isso significa ao se envolverem em uma briga. Nós temos o tamanho que queremos.
* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.
22.5.12
Mais aniversariantes do mês - maio de 2012
Hoje teve comemoração quíntupla em Gatoca. E o melhor presente que eu posso dar às Gudinhas* é permitir que elas continuem sendo tímidas...
...mal-humoradas...
...assustadas....
...maluquetes...
...e amadas a distância.
*Novelinha: conheça a história das Gudinhas
Outros aniversários: 2009 | 2010 | 2011
...mal-humoradas...
...assustadas....
...maluquetes...
...e amadas a distância.
*Novelinha: conheça a história das Gudinhas
Outros aniversários: 2009 | 2010 | 2011
15.5.12
Eu te-nho! Você não te-em!
James Bowen era um morador de rua viciado em drogas que sobrevivia tocando violão nas estações do metrô londrino. Quando resolveu cuidar de Bob, um gatão amarelo que aparecera machucado em seu abrigo, ganhou um companheiro inseparável e as apresentações musicais da dupla passaram a encantar os pedestres que caminhavam apressados pelas calçadas da capital inglesa.
Hoje, eles fazem fila do lado de fora das livrarias para conseguir um autógrafo nas 280 páginas que contam essa história de transformação ― e que têm todos os ingredientes para ir parar nos telões. A Street Cat Called Bob ("Um Gato de Rua Chamado Bob") ainda não foi lançado no Brasil, mas Ju Bussab me arrancou pulos de alegria com esta preciosidade:
Hoje, eles fazem fila do lado de fora das livrarias para conseguir um autógrafo nas 280 páginas que contam essa história de transformação ― e que têm todos os ingredientes para ir parar nos telões. A Street Cat Called Bob ("Um Gato de Rua Chamado Bob") ainda não foi lançado no Brasil, mas Ju Bussab me arrancou pulos de alegria com esta preciosidade:
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