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1.5.12

Explosão de fogos de artifício

Eu sei que vocês estão esperando notícias da doação do Jacob e do Chuvisco desde a última sexta-feira 13. Mas o texto da partida de um gato que mamou na sua blusa por quase três anos não se escreve assim, da noite para o dia.


Ainda mais quando ele vai junto com um pretolino destruidor de vitrôs.


É preciso deixar o coração reaquecer em banho-maria e a alma secar no varal.


Tudo aconteceu de repente. O vídeo de divulgação do Chuvisco foi tão compartilhado que, dez dias depois, a Gláucia e o Ricardo me mandaram um e-mail perguntando se eu achava que ele se daria bem com a Josefine. Para embasar a resposta positiva, eu enviei o link de um post do Jake, com quem o pequeno passava a maior parte do tempo (sem trocar calorzinho, claro), e eles ficaram apaixonados pela história da jaguatirica.


Em pânico, eu logo avisei sobre o gênio encardido, as mordidas doídas, as duas devoluções (1 e 2), o regime, o preço salgado da ração especial. Mas Gláucia não se intimidou. E me ganhou quando disse que, se os peludos não se curtissem, nem precisariam se cruzar porque o apartamento era grande. Como última cartada, eu ainda comentei que o gordo sonhava em ter uma varanda, para não se empoleirar mais na janela do banheiro...


...e fui obrigada a me calar com a informação de que a deles se estendia por longos 15 metros.


Na tarde de 20 de fevereiro, Jake cheirava todos os cantinhos da casa nova...


...enquanto o pretolino criava coragem para sair da caixa de transporte...


...e se esconder no primeiro monte de roupa para passar que viu pela frente...


...desfalcando a foto de família.


Uma semana depois, o bigode que virava monstro fora de Gatoca já estava dividindo a cama com Josefine...


...e o terrorzinho negro se sentia suficientemente à vontade para voltar a quebrar coisas e fazer cara de santo.


Incrédula, eu resolvi segurar o post da doação dupla por mais um mês, até receber esta cartinha:

Tudo bem, Bia?

Faz tempo que não mandamos notícias, porque os dias andam passando rápido demais. Para começo de conversa, estes gatos são a nossa família e não vão voltar de jeito nenhum, tá?! Pode arrumar outros para quem estiver querendo. rs

Eles ficam soltos e juntos o tempo inteiro e, como bons dorminhocos, os dias transcorrem quase sem problemas. Chuvisco é quem mais está adaptado à casa nova: brinca com tudo e todos. Ele tem tanta energia que Ricardo fala que seu nome deveria ser Tempestade.

Jake continua na dele. É um amor, não estranha as visitas e adora entrar embaixo da vassoura quando estou varrendo o apartamento. À vezes, ele cede ao colinho, faz massinha e baba na gente, mas só fica por dois minutos. Jose segue enciumada. Ele, como bom cavalheiro, porém, respeita os limites dela. Dá até dó quando o coitado fica rolando para ela e só ganha "fu".

Tem noites que precisamos separar as crianças para poder dormir. Essa turminha boêmia é fogo! No fim das contas, acho que tudo está indo bem. E não restam dúvidas: os meninos ficam conosco!

Gláucia, Ricardo e família Gato


Eis que meu único pedido para 2012 se realizou: Jake comemorará seu terceiro aniversário de resgate com uma família só dele. E 28 de julho será dia de lembrar, com o coração marinado em saudade, que milagres demoram, mas acontecem.



Epopeia do Jacob...

:: Como tudo começou
:: Prisão em Auschwitz
:: Escalador de pijamas
:: Insuportavelmente ronronante
:: Dueto felino
:: Beijoqueiro
:: Banho de sol
:: Presente de Natal
:: Escolha errada
:: Passatempos adoráveis
:: Segunda chance
:: Teste failed
:: 1 ano depois...
:: Mamãe Noel
:: Dodói
:: Amigos
:: Regime advanced
:: Graminha compartilhada
:: Sozinho de novo
:: TOC
:: Vestido para matar

...e do Chuvisco na busca por um lar

:: Como tudo começou
:: Castração
:: Teletransporte
:: Brincando de conchinha
:: Cachoeira no banheiro
:: Caçador de salgadinho
:: Sessão de carinho interminável (vídeo!)

26.4.12

Bigodes mamoeiros

Quem trouxe o vício para Gatoca foi o Mercv. Logo a Keka estava vomitando pelos cantos. E hoje a Pipoca, que foge quando eu ameaço reduzir a distância de cinco metros entre nós, se apoiou na minha perna para pedir uma lambidinha. Devo colocar cadeado na fruteira?

23.4.12

Bichos que curam

Eles enganam a dor, diminuem o estresse, ajudam a combater a depressão, retardam a evolução do Alzheimer. E agora estão nos hospitais!

Na terapia com animais, cães e gatos acabam se tornando amigos do paciente. E esse vínculo afetivo provoca reações químicas capazes de curar doenças que nem os métodos tradicionais conseguiram. Quem teve a ideia de utilizar os peludos em tratamentos terapêuticos por aqui foi a psiquiatra Nise da Silveira (1905-1999), entre o fim da década de 1940 e início da década de 1950. Em vez de lobotomia, eletrochoque e outras técnicas agressivas, a médica alagoana investiu nos bichanos para reverter casos de esquizofrenia, ganhando projeção internacional. Confira as vantagens dessa dobradinha "homem e bicho".

:: 11 benefícios da terapia com animais

1) Facilita a comunicação
Cães e gatos conseguem se relacionar melhor com pacientes que têm dificuldade para expressar emoções, ajudando-os a enfrentar questões dolorosas.

2) Estimula o contato físico
Após brincar ou acariciar um peludo, o humor de todo mundo melhora, favorecendo a socialização no hospital. A estratégia colabora, inclusive, para as relações familiares.

3) Proporciona bem-estar
Pesquisas recentes demonstraram que tais práticas aumentam também os níveis de prolactina e de ocitocina, hormônios responsáveis pela sensação de prazer.

4) Acalma
Um gato ronronando no colo muda as ondas cerebrais do estado de alerta para o relaxamento, deixando qualquer um mais tranquilo. Fica mais fácil até pegar no sono!

5) Ameniza a dor
A frequência desse ronronar, entre 25 e 50 hertz, é a mesma utilizada na medicina esportiva para acelerar cicatrizações e recuperar lesões.

6) Ajuda a baixar a pressão arterial
Como cachorros e bichanos não julgam, os pacientes tendem a se sentir menos nervosos na presença deles.

7) Turbina a memória
Relembrar passagens da vida por causa de um bicho estimula a memória recente de quem tem Alzheimer, a mais afetada pela doença.

8) Incentiva a prática de exercícios
Ao jogar bolinhas para um cão, por exemplo, os idosos fazem uma atividade física leve, de forma lúdica e divertida.

9) Ameniza as crises de depressão
Interagir com um animal de estimação aumenta os níveis de serotonina no organismo, neurotransmissor que combate a doença.

10) Reduz o estresse
Fazer carinho em um pet (os cientistas garantem que serve até tartaruga!) diminui a ansiedade. E o paciente nem precisa morrer de amor por bichos.

11) Acelera a recuperação pós-ataque cardíaco
É que a sensação de responsabilidade e companheirismo proporcionada pelos peludos dilata os vasos sanguíneos.

:: Na prática!

Conheça três instituições que acreditam no poder de cura de cães e gatos 

Associação Internacional de Organizações para a Interação Homem-Animal (Iahaio)
www.iahaio.org
Reúne representantes de mais de 40 países, com a missão de divulgar os resultados benéficos da terapia assistida por animais em congressos pelo mundo. Dennis Turner, cientista comportamental e fundador da Iahaio, é um dos maiores defensores da iniciativa.

Instituto para Atividades, Terapias e Educação Assistida por Animais de Campinas (Ateac)
www.ateac.org.br
Visita autistas, portadores de deficiências múltiplas e crianças internadas em hospitais da região metropolitana de Campinas e São Roque. O contato com cães treinados melhora a saúde e, consequentemente, a qualidade de vida de mais de 1 mil pessoas mensalmente.

Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais (Inataa)
www.inataa.org.br
Leva cachorros para interagir com pacientes de asilos e hospitais desde 2008. A iniciativa ajuda a melhorar a saúde física, emocional e mental de cerca de 400 pessoas por mês, entre crianças, adolescentes, adultos e idosos. Localizada em São Paulo, a organização não-governamental conta com o trabalho de 65 voluntários e 61 cães terapeutas.


* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.

19.4.12

Uma boa ideia mal executada

Entrar na loja de artigos de pesca para comprar o motorzinho de aquário já tinha sido um mico. No dia em que eu "instalei" o dito-cujo no pote de água, os bigodes quase enfartaram. E agora, que eles se acostumaram, parece que o negócio criou vida própria e se diverte aumentando o jato sempre que alguém chega perto do bebedouro.

17.4.12

Tentativa de censura

Como todo modelo-ator temperamental, Zion odeia paparazzis.



Epopeia do Zion na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Mamadedo e prisão no banheiro

13.4.12

Gato preto dá é sorte!

Graças ao Chuvisco, que me fez atravessar quatro pistas da Marginal Pinheiros na frente dos caminhões e estender a fama de louca dos gatos à Editora Abril, Jacob ganhou sua família de comercial de margarina depois de quase três anos de espera.

Essa história ainda será contada com a calma de espírito que ela merece (e fotos da sacada de 15 metros!). Mas o recado da sexta-feira 13 não podia esperar: se você encontrar um bigode preto na rua, abra o coração que ele abrirá seus caminhos. :)

10.4.12

Aniversariante do mês – abril de 2012

Para festejar os seis anos da Clara Luz em Gatoca, eu disse que ela poderia desfilar na frente do monitor quantas vezes quisesse (e bem devagarzinho, como de costume), enquanto eu tentava terminar a matéria atrasada da semana passada. Claro que a criatura briosa não moveu uma pata.


*Novelinha: conheça a história da Clara

Outros aniversários: 2011 | 2010 | 2009 | 2008

5.4.12

Pufosa e as 5 etapas do desejo

Sedução: miadinho doce pedindo para entrar na cozinha.
Apelo: choro de partir o coração do Voldemort.
Desespero: resmungos altos seguidos por arranhões no vidro.
Raiva: gritos ameaçadores com as presas à mostra.
Desdém: suspiro em tom de "eu nem queria mesmo".

2.4.12

Injustiças da vida

Como explicar para um filhote que faz Chocolate parecer Gulliver que não sai leite de dedo, mesmo que ele chupe até gastar?


E que seus 600 gramas de pura energia têm de ficar presos no banheiro porque você precisa trabalhar para comprar o tetê industrializado?

28.3.12

Aconchego de bigode

Não, eu não odeio os seres humanos. Mas, enquanto eles insistem em nos decepcionar, Pimenta surpreende com 40 minutos de massinha, enrodilhada num colo que ela nunca gostou, até o coração secar.

26.3.12

Pastelzinho de Belém acompanha?

São Francisco só não ganha do delivery do Habib's. No sábado, eu comentei com a Michele que estava com saudade de fazer lar temporário para filhote e, 12 horas depois (acreditem!), a vizinha toca a campainha aqui de casa com esta surpresa.


Zion é tão pequeno que, quando eu deito na cama, viro parque de diversões. A criatura empolgada passa por baixo dos meus braços, escala as pernas, salta na barriga, pula no rosto, se esconde no cabelo e volta para o fim da fila, onde espera chegar sua vez novamente mordendo os dedões dos meus pés.



Epopeia do Zion na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Mamadedo e prisão no banheiro
:: Ódio aos paparazzis
:: Filhote de leão branco
:: Casa nova!

23.3.12

Telas: 2 motivos e 11 empresas

Conheça a história da Minie e da Chica, gatinhas que quase perderam sua sétima vida, e confira a lista de empresas que instalam redes de proteção em casas e apartamentos

Cair da janela não é sinal de burrice e sim de curiosidade. Ou você nunca ouviu o famoso ditado? Qualquer peninha, passarinho, borboletinha ou mosquitinho pode fazer um animal de estimação perder o equilíbrio e atravessar o chão com o focinho. "Quem ama seu bicho deve pensar na segurança dele, não na estética da varanda", diz Juliana Bussab, presidente da ONG paulista Adote um Gatinho. E não há dinheiro no mundo que pague o privilégio de poder dormir tranquila, né?

:: Fênix felina

Minie era a menorzinha da ninhada, sempre atrás da mamãe gata. Quando a única janela sem tela do sobrado em que morava foi esquecida aberta, Rita de Cassia Delgado a encontrou estendida no chão do quintal, com o nariz e as orelhas sangrando. Não bastasse o impacto da queda, a pequena ainda virou brinquedo do cachorro da família.

"Eu a coloquei em um saco de lixo, com o coração partido, achando que ela estava morta. Mas ela começou a respirar e minha filha saiu correndo para o veterinário", lembra Rita. Minie teve um derrame, ficou temporariamente cega e se arrastava para andar por causa da paralisia de um lado inteiro do corpo.

Inconformada, Laila, mãe e fisioterapeuta felina, não desistia de estimulá-la a se exercitar. Cinco meses depois, o único sinal da tragédia são os olhos lacrimejantes da tigrinha. "Minie voltou a andar, correr, fazer arte e nosso amor por ela triplicou", confessa Rita aliviada. A casa está passando por uma reforma e nenhuma janela ficará sem rede de proteção.

:: Fraldinha rabugenta

Chica foi resgatada grávida por uma protetora humilde e doada para uma família com grana que, além de deixá-la cair do sétimo andar de um prédio, ainda devolveu o brinquedo quebrado. Quando o Adote um Gatinho assumiu o caso, constatou-se o rompimento de dois pontos da medula espinhal, sinal de que a peluda nunca mais voltaria a andar.

"Enquanto o veterinário e eu decidíamos sobre a eutanásia, ela acompanhava a conversa, humana demais, sem demonstrar dor. Eu resolvi, então, lhe dar uma chance. Foi o primeiro caso de paralisia da ONG", lembra Juliana. Chica passou por uma cirurgia para colar as patas quebradas, tomou morfina igual gente grande, ficou semanas de gesso.

E, como não controlava o xixi e o coco, precisava morar em um banheirinho. Até que Juliana descobriu a técnica de adaptação das fraldas de bebê (que levou anos para ser aperfeiçoada): "Basta fazer um buraquinho no meio, por onde passa o rabo, e reforçar a parte do adesivo com um elástico de cabelo de balé", explica.

Chica dá um trabalho danado. Precisa de fralda nova a cada seis horas, com direito a banho na pia e pomada para assadura. E tem um gênio encardido. Aprendeu a levantar o quadril e se equilibrar nas patas de trás só para poder bater nos outros gatos. Mas, quando apareceu uma interessada na bichana, Juliana não conseguiu doá-la: "Eu já havia me apegado e comecei a chorar na frente da menina. Chica e eu temos uma história. Ela sempre foi minha".

:: Empresas indicadas por leitoras

O preço das redes de proteção varia conforme o estado e a quantidade de janelas da residência. E não se esqueça que gatos exigem trama estreita, ganchos especiais e atenção ao prazo de validade informado no contrato

Bahia
- Revest in Film
(71) 3232-3000 ou 3232-2592
De R$ 18 a R$ 25 o metro quadrado

Distrito Federal
- Aranha Redes e Telas de Proteção
(61) 3386-1200
De R$ 25 a R$ 30 o metro quadrado
- Só Telas
(61) 3354-0480
De R$ 25 a R$ 30 o metro quadrado

Mato Grosso do Sul
- Comtelas
(67) 3325-6107
R$ 23 o metro quadrado

Paraná
- JR Redes
(41) 3606-0977
De R$ 16 a R$ 20 o metro quadrado
- Multi Redes
(41) 3257-0167 ou 3605-0200
De R$ 12 a R$ 30 o metro quadrado

Rio de Janeiro
- Acqua Redes
(21) 3276-8853
R$ 18 o metro quadrado
- Águia Redes de Proteção
(21) 3885-6418 ou 2501-9231
De R$ 17 a R$ 24 o metro quadrado

São Paulo
- Denise & Diniz
(13) 3024-8554 ou 3021-2687
De R$ 20 a R$ 29 o metro quadrado
- L White
(11) 2949-8555 ou 2981-2604
De R$ 22 a R$ 28 o metro quadrado
- Redes 2000
(11) 3676-1903
R$ 24,90 metro quadrado

Pufosa analisando a blindagem de Gatoca

* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril, em novembro de 2011.

20.3.12

Tempo: socador de corações

Cinco anos depois, Pipoca ronronou por sete segundos com um cafuné nas orelhas ― feito a uma distância que quase distendeu meu braço, sejamos honestos. E ontem, pela primeira vez nestes 58 meses, eu a peguei usando a caixinha de areia. Ser rebelde cansa.

16.3.12

Física quântica

Se existem múltiplos universos e o tempo não passa de uma ilusão humana, numa realidade paralela eu posso ser um bigode meu, São Francisco?

13.3.12

Meat is Murder

Quando Morrissey tocou a música acima no show de domingo, eu desviei o olhar das imagens sanguinolentas no telão e fiquei com vontade de abordar o assunto aqui no blog. Essa vontade gritou ainda mais alto ontem, enquanto Jujuba e Guda fugiam de mim com dois filhotes de passarinho mudos na boca.

Comer carne é realmente um assassinato. E a gente, que não caça para sobreviver, ainda submete os animais a formas extremamente cruéis de tortura. Sim, eu abracei o vegetarianismo há cinco anos e meio, mas, não, eu não pretendo ofender nem julgar ninguém com este post.

A ideia é sensibilizar quem ama cães e gatos e se sente culpado por não resistir a uma vaca bem passada a colocar em prática uma solução menos radical: abrir mão da carne só uma ou duas vezes por semana. Seu prato e as vidas de milhares de bichos ganharão cores novas. :)