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24.10.19

Aniversariante do mês – outubro de 2019

Sem um dos caninos (e vários dentinhos), de olho sujo e pelo duro, Mercvrivs* chegou aos 14 anos! Contando assim não parece um feito muito comemorativo, eu sei. Mas a verdade é que, exceto pela banguelice, o figura continua igualzinho ─ remelência e seborreia vieram no pacote da adoção, e a gente nunca conseguiu curar (dá para acreditar que queriam que eu escolhesse outro gato?).

Esse aniversário tem importância especial, porque mostra que o aprendizado com a morte do Simba já garantiu um ano a mais de longevidade para minha metade frajola. 🖤 Claro que eu adoraria que esse ano se desdobrasse em outros seis. Ou sete. Oito fechou, Chicão! Sigo, porém, curtindo um colo de cada vez.

E treinando para a vida este olhar inabalável, com o mundo desabando em volta, que só Mercv é capaz de fazer.


*Novelinha: Conheça a história do Mercv

Outros aniversários: 2018 (extra!) | 2017 (extra!) | 2016 | 2015 (extra!) | 2014 (extra!) | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

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22.10.19

Três anos sem Simba

Se me contassem que eu montaria guarda nos potinhos a cada refeição para a Jujuba deixar os outros gatos comerem, daria patê na colherzinha de joelhos aos enjoados, ganharia uma tendinite das seringadas de água (102.930 até agora!) e acordaria muitas horas antes de qualquer compromisso para encaixar também as medicações, eu debocharia.

E várias vezes, confesso, sinto a rotina pesar. Fico brava quando preciso ir ao banheiro e Jujuba vomita toda a ração que roubou dos irmãos. Mercvrivs passa cinco minutos cheirando a colherzinha suspensa no ar e sai andando. Ou Guda, com a seringa ainda na boca, cospe o líquido bem devagarzinho pelos lados.

Mas, aí, eu lembro do gordinho ─ da nossa despedida em salgadas 33 prestações, de todos os dias que seguem amanhecendo e escurecendo sem ele. E persisto.

Se me contassem que um animal pode virar buraco no peito, eu debocharia.


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18.10.19

Netflix do Gatoca!

Já faz tempo que eu sinto vontade de produzir um conteúdo exclusivo para os apoiadores do projeto. E nossa campanha no Catarse vai completar um ano no fim do mês que vem, o que torna este momento ainda mais perfeito! Podia ser post extra aqui no blog, mas continuo achando que o trabalho de educação, conscientização e mobilização precisa alcançar todo mundo ─ o poder público devia quebrar essa para a gente, né?

Pensei também no boletim, só que ele acabou virando estratégia para nos dar alguma liberdade dos algoritmos das redes sociais ─ embora ainda falte uns bons bits para chegar lá. E tem os vídeos! O Youtube não vai mesmo bombar um canal que nada contra a maré da tecnologia. E eu fico muito mais à vontade de falar e compartilhar os bastidores do Gatoca com amigos. :)

O primeiro vídeo mostrará um fim de semana sorocabano entre gatos, plantas e crianças ─ sim, as enteadas, que nunca aparecem por aqui. Estou falado dos 99 takes gravados para o curso do Sesc, que têm dado um trabalhão, rs. E vocês podem sugerir temas para os próximos, incluindo o especial de Natal/Ano-Novo.

O valor da assinatura é baixinho (R$ 15) para não deixar ninguém de fora. E apoiadores antigos ganharão acesso a todas as superproduções, independente do valor, como forma de agradecimento ❤ ─ não esqueçam de cadastrar o e-mail do Catarse (contato@catarse.me) e o meu (bialevischi@yahoo.com.br) no catálogo de endereços para as nossas mensagens não caírem na caixa de spam.

Luz, câmera, (transform)ação!


17.10.19

O último voo

Gatoca abrigou um Kiwi ─ os leitores antigos devem se lembrar. Não o pássaro raro da Nova Zelândia, que nasce com as asinhas atrofiadas, mas um gato de olhar tristonho, que não esboçava reação nenhuma quando ganhava cafuné, nem mesmo a de fugir. E na casa da Melissa Menegolo, há sete anos, ele aprendeu a voar.


Esta cartinha, de 2015, devia ter sido publicada aqui, mas acabou atropelada pela correria:

Oi, Bia! Tudo bem?

Kiwi evoluiu muito nesse tempo, é outro gato. Lembra quando eu te ligava todos os dias porque ele não parava de miar à noite? Foram uns 3 meses assim. Hoje, nem acredito como ele está bem. Nos mudamos de apartamento e fiquei com medo de recomeçarmos do zero, mas ele se adaptou no primeiro dia! E foi o único que não ligou para os fogos do réveillon. Nosso Kiwi... Nem do secador de cabelo ele se esconde mais. Quando vem visita, ainda pede carinho!

Dorme na cama comigo e só mia para eu dar meu braço para deitar em cima, rs. Ele é perfeito! Sexta, estava relendo a história dele no blog (faço isso sempre
) e parei nesta frase: "Um balde de amor e duas colheres de paciência devem ajudá-lo a desabrochar". Realmente, a mais pura verdade! Nosso menino desabrochou.

Te agradeço imensamente por ter me escolhido como mãe dele! Não sei como seria minha vida sem ele. Posso dizer que é o gato mais carinhoso que conheço ─ amassa pãozinho toda hora! E vê se arruma um tempinho para nos visitar.

Beijosssss



Em agosto do ano passado, nós nos reencontramos. Não contei porque foi um baque. Muitos quilos mais magro (e irreconhecível), Kiwi lutava contra a FIV e uma gengivite estomatite causada pela aids felina ─ babava, sangrava pela boca, não conseguia comer. Eu saí de Sorocaba para levá-lo à veterinária dos bigodes, na zona norte de São Paulo, e Melissa faltou no trabalho infaltável.


O pequeno ganhou um ano a mais de sachê, carne moída, sono de braço. E no sábado, pela primeira vez, não respondeu ao chamado da Melissa nem a acompanhou até a cozinha para o café. Angustiada, ela correu ao hospital 24 horas, a tempo de receber uma cadeira e um copo d’água.

E ficou junto do nosso passarinho até o último voo.


Epopeia do Kiwi:

:: O gato indecifrável
:: Três sinais
:: Quem avisa amigo é
:: Voo de liberdade

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11.10.19

Animal de estimação não é brinquedo!

Em 12 anos de blog, eu nunca escrevi este post porque ele me parecia óbvio. Considerando o terraplanismo, o globalismo, a ideologia de gênero e o marxismo cultural, entretanto, talvez seja melhor o Gatoca dar também esse passo atrás. No Dia das Crianças, comprem bola, carrinho, boneca, quebra-cabeça, não vidas.

E, se decidirem adotar um bichinho, certifiquem-se de que ele caberá em todas as mudanças — inclusive as de orçamento.

Animal não é brinquedo, mas quebra com o abandono.


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9.10.19

Altos e baixos

Eu já contei que estou empenhada no curso de vídeo do Sesc, né? Na quinta-feira passada, a professora sugeriu o exercício de captar imagens que resumissem um dia de nossas existências, para treinar enquadramento, narrativa, edição. E, nerd eterna, eu passei o fim de semana fazendo isso — o que rendeu 99 pequeninos takes!

Notei, então, como os altos e baixos que compõem a vida também se alternam nos períodos diminutos. E a sabedoria talvez esteja em dar a ambos a mesma acolhida. Domingo foi um momento de baixa para o carcinoma da Clara — ela coçou tanto a cabeça que acabou de colar. Mas também marcou mais 24 horas da vesgolina com a gente, numa batalha que pode ter começado há seis anos.

E cada minuto importa. 🧡


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3.10.19

Desafio para o Dia Mundial dos Animais!

Em 1209, São Francisco já enxergava os bichos como nossos iguais, pregando para eles, abençoando cabeças pequeninas, socorrendo-os quando necessário. Há 89 anos, a humanidade comemora o Dia Mundial dos Animais, aproveitando a data da morte do santo, em 4 de outubro de 1226. Mas só em 15 de outubro de 1978 a Declaração Universal dos Direitos dos Animais foi aprovada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

E a gente não cumpre nem o primeiro artigo.

Deixo aqui, então, algumas sugestões para quem realmente ama cachorro, gato, galinha, vaca, cavalo, passarinho, ornitorrinco colocar em prática nas próximas semanas. E vou adorar se vocês voltarem para contar quais conseguiram e quais ainda não rolaram — se explicarem por que ganham dicas extras! :)

1) Abracem a Segunda Sem Carne
Um dia por semana sem presunto no café da manhã, bife no almoço ou frango no jantar não mata ninguém. Pelo contrário: salva vidas, além de economizar água, desacelerar o desmatamento para pasto e diminuir as emissões de gases que causam o efeito estufa. Tem infos sobre a campanha, encabeçada pelo ex-Beatle Paul McCartney e apoiada por vários líderes internacionais, aqui.

2) Testem uma receita vegana
Descobrir novos sabores alarga nosso horizonte gastronômico. E não faltam canais maravilhosos, como o Presunto Vegetariano, da querida Paula Lumi, e o Viewganas, da Bia Barneschi e da Mari Malagutti.

3) Experimentem um restaurante "verde"
O site Happy Cow lista as opções (vegetarianas e veganas) por cidade, região ou CEP. E é grátis — o app para celular custa R$ 14,90, valor que também não leva ninguém à falência, né?

4) Apoiem uma ONG
Tem quem atue com resgate e doação, quem ofereça consulta clínica a preços populares, quem faça CED (captura, esterilização e devolução), quem ainda acredite na educação como ferramenta de mundo melhor — eu!, eu!, eu! E nosso trabalho depende de cada R$ 5 que vocês topam desviar do cafezinho.

5) Ponham a mão na massa
Vale dar comida para um bicho que cruzar seu caminho rua, colocar potes de água na calçada, conversar com os vizinhos sobre a importância de criar os peludos dentro de casa, fazer vaquinha para comprar casinha comunitária, levar aquele cachorro machucado para a consulta, castrar o gatinho que marca território no bairro inteiro.

6) Acolham em vez de apontar o dedo
Se vocês já bingaram a cartelinha da compaixão animal, tenham paciência com quem ainda não chegou lá. Lembrem de seus inícios de jornada. E escolham sempre a comunicação não violenta — ela aproxima em vez de afastar.

7) Sensibilizem outras pessoas
Compartilhem este post. Juntos nós somos transformação. ❤


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1.10.19

Fog sorocabano contra o clima seco

A gente está respirando cada vez pior. Não há negacionista climático que contra-argumente quando quatro dos seus bigodes aparecem "tossindo" — eu até publiquei uns stories no Instagram (arquivados em destaques) porque, em 14 anos de gatos, nunca tinha visto isso. Detalhe: nós moramos no interior e a umidade relativa do ar tem marcado 12%, bem abaixo do intervalo ideal, entre 40% e 80%.

Se vocês derem uma busca no Google, porém, verão que as dicas para amenizar os efeitos da secura só servem para cachorros. Quem consegue deixar toalha molhada no ambiente sem virar pano de chão? Ou besuntar o bichano de hidratante? Ou ligar o inalador (com soro fisiológico) perto da criatura e continuar vivo?

Gatoca solucionou o problema posicionando um umidificador em cima dos almofadões e a gangue foi se achegando sozinha — notem a desconfiança da Pipoca, rs. Tem opções no mercado por menos de R$ 100 e, se o aparelho não exceder quatro horas diárias de funcionamento, o consumo energético muda muito pouco — umidade demais facilita a proliferação de bactérias e fungos, e o aparecimento de mofo!

Para garantir o bem-estar dos peludos na quentura, não deixem de colocar em prática também estas dicas de refrescância.


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27.9.19

Gramado da Fama catarrento

Quando a gente se mudou para o apertamento com vista para a Anchieta, Pimenta desenvolveu uma alergia respiratória que não há ares sorocabanos que consigam curar. E seus espirros hoje estão da cor do cenário. Mas só faltava ela divar no Gramado da Fama, então, perdoem o mau jeito. Quem fica eternizado com a gorducha este mês é a Andréa Pires de Castro, de Palmas (TO!), e a Lilian Gladys de Carvalho, minha primeira e guerreira chefe. rs


Para os recém-chegados, o Gatoca tem uma campanha de financiamento continuado no Catarse e os apoiadores ainda ganham recompensas. A ideia é abrir cada vez mais espaço na agenda para o trabalho de educar, conscientizar e mobilizar corações pelos animais. E, batendo a meta atual, vocês verão os bastidores do projeto em tempo real. :)

(Ok, eu preciso confessar que já ando compartilhando uns stories no Instagram, porque não sou boa com esse negócio de capitalismo. Esta semana, teve os cisnes da prefeitura, onde fui aprender a preencher o edital do Condeca, o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, para desencantar aquela iniciativa dos livros infantis. E eles nadavam com filhotes!)

Obrigada por seguirem juntinho, Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Eliane Bortolotto, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Denise Perin, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo, Solimar Grande, Aline Silpe, Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Roberta Roque Baradel e Rosana Rios!


25.9.19

Antipulgas caseiro, barato e natural!

Eu já contei que existem cerca de 1,9 mil espécies de pulgas no mundo, embora as mais comuns sejam as que parasitam cães, gatos e nós. Também aterrorizei vocês revelando que as pulgas que a gente enxerga nos animais são apenas 5% do total que está escondido pela casa. E que elas podem sobreviver em forma de ovo, larva ou pupa por um ano, comendo poeira e detritos até passarem a se alimentar de sangue — sim, as bichas vêm equipadas de fábrica para resistir a épocas difíceis.

Dei, ainda, uma listinha de opções caseiras para aplicar no ambiente, do clássico vinagre com água à cânfora derretida. Mas ficou faltando uma solução barata e sem efeitos colaterais para os bigodes e focinhos. Não mais! A receita abaixo é da veterinária Maria Eugênia Carretero e deve ser passada com um pano pelo corpo do animal, sem riscos em caso de ingestão — só tomem cuidado com tecidos e paredes, porque ela mancha.


Em um recipiente, adicione...

- 120 ml de água.
- 50 ml de álcool de cereais.
- 20 ml de chá de erva-de-santa-maria.
- 40 g de cravo-da-índia.
- 5 ml de óleo de neem.
- 5 ml de óleo de citronela.

O óleo de neem vocês encontram em lojas de jardinagem e a erva-de-santa-maria, em empórios naturais. Para os gateiros, uma dica de preservação da vida, reforçando a instrução do paninho: não borrifem a mistura direto nos peludos.

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18.9.19

Gatoca em forma de jogo ou no cinema?

Quando sua profissão definha e você, que está fora do sistema há 14 anos, tem menos ainda a perder, pode se matricular num curso de jogos de tabuleiro — com adolescentes e um senhorzinho. A iniciativa é do Sesc de Sorocaba e custou a enormidade de R$ 12, taxa única pelos três meses de aulas de três horas.


E já rendeu a primeira aventura: uma adaptação do Counter Strike, com granadas e motolovs, para a felicidade dos meninos do meu grupo. Se o objetivo de longo prazo deste projeto é sensibilizar crianças e jovens adultos para a causa animal (temos uma trilogia de livros engatilhada!), a gente precisa saber ouvi-los, né?


Para ampliar, cliquem na imagem

Não bastasse passar a tarde estudando mecânicas, plataformas e narrativas gamezísticas, me inscrevi também para o curso de vídeo, à noite. Entender de montagem cinematográfica (sequência, cena, plano, tomada), fundamentos da edição e construção de narrativas audiovisuais talvez anime a jornalista de papel a investir no canal do Youtube — contra o algoritmo e as banheiras de Nutella.

Meu primeiro storyboard juntou um garçom-tibetano-iogue-assassino, com plot twist no final que nem a professora aguentou. E notem que usei plot twist em vez de "reviravolta" para começar a fazer amigos na área. Imaginação definitivamente não falta nesta cachola. Nem força de vontade, apesar da magrelice.

Em 2020, ninguém segura o Gatoca!


Essa também amplia!

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17.9.19

Terceiro aniversário sem aniversariante

Há exatos 13 anos, Simba corria atrás do nosso carro, como os cachorros das campanhas contra o abandono. Só que seu objetivo era protagonizar a primeira campanha de adoção de humanos. Claro que eu caí. 🧡 Durante uma década, ele foi o sol de Gatoca — mesmo quando perdeu o jardim ou quando já não conseguia alcançar a janela. E só escureceu para a doença renal.

Nas minhas lembranças, porém, o gordinho continua radiante.


*Novelinha: Conheça a história do Simba

Outros aniversários: 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

Diários de despedida: #1 | #2 | #3 | #4| #5 | #6 | #7 | #8 | #9 | #10 | #11 | #12 | #13 | #14 | #15 | #16 | #17 | #18 | #19 | #20 | #21 | #22 | FIM


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13.9.19

Freud não explica

Em um esforço de tentar entender (e transcender) a configuração atual da humanidade, aproveitei a Book Friday 2019 e comprei três livros: "Sapiens", do Yuval Harari, "O Capital", de Karl Marx, e "Manifesto Comunista", do Marx com Friedrich Engels. No dia em que eles chegaram, sonhei que as gatas usavam chapéus da aristocracia. Me senti julgada.


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11.9.19

280 km por dois sialatinhas

Se tem uma coisa que eu não faço com convicção é planilha de gastos. Temo que, ao constatar que a conta de jornalista-freelancer-ativista não fecha, as coisas parem de fluir — e, sabe-se lá Chicão como, até agora elas deram certo. Tendo isso em mente, terminei a conversa com a Gabriela Miyake decidida a buscar os filhotes desejados no DER, a favela do mutirão de castração do Gatoca.


Aqui, vale um parêntese duplamente explicativo: Gabi é filha de uma amiga de tantos anos que já virou um mulherão — estou tropeçando nos quarenta, minha gente! E o DER tem a protetora mais guerreira que conheci nestes 12 anos de jornada entre bichos.

Cida cresceu na rua e ainda menina levava os cachorros que se machucavam para o hospital de gente, convencendo as enfermeiras a tratá-los. Com o dinheiro do trabalho como diarista, castrou boa parte dos animais que perambulam pela comunidade e segue incansável na batalha contra o abandono. Fecha parêntese.

Valia cada quilômetro da viagem de Sorocaba a São Bernardo! Gabi e Filipe nos encontraram na rua do meu antigo apartamento, levando latinhas para a Cida, ratinhos para os bebês e guloseimas veganas para este ser sem luz, que não dividiu com ninguém.


E, de lá, a gente subiu as vielas de barro a pé — eu compartilhei a aventura nos stories do Instagram, que estão arquivados nos destaques (a ideia é fazer isso mais vezes, se vocês acharem bacana e a gente bater a meta da campanha no Catarse). Morfeu e Catita agora moram na Vila Mariana, onde já acumulam brinquedinhos e deram início ao processo de transformação de dois humanos.


A adoção deles liberou espaço para que Cida pudesse acolher esta bigoduda prenhe, que logo mais também precisará de uma família — vezes cinco ou seis ou sete. O ciclo do amor é infinito e não se abate com o noticiário.


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6.9.19

Eutanásia: fazer ou não?

Lilian Rega doou o Snake para a irmã há seis anos. Recentemente, ele apareceu com um calombo no rosto, que foi diagnosticado como sarcoma, e a veterinária aconselhou a eutanásia, porque a doença tende a piorar em quatro meses. Só que o gatinho está comendo, dormindo e não-brincando normalmente, já que sempre foi uma criatura preguiçosa.

Arrasada, ela escreveu pedindo minha opinião e eu aproveito para levantar aqui algumas reflexões.

Veterinário não é vidente
Ninguém consegue dizer quanto tempo um animal ainda tem, porque cada organismo reage de um jeito — o que pode garantir uns meses (e até anos) extras ou roubar aqueles que já eram curtos.

Consulte outro profissional
Todo diagnóstico sério deve ser confirmado por, pelo menos, dois especialistas, como acontece com a gente. Até para poder escolher o melhor tratamento.

Cada dia importa
Quatro meses ainda são quatro meses, oras. Que o peludo pode ser amado, comer porcarias reguladas a existência inteira, aproveitar o sol, as plantas, os amigos, um último colo.

Só não vale sentir dor!
Independentemente do prognóstico, o animal precisa estar medicado para amenizar o mal-estar. E nunca perca de vista a qualidade de vida.

Por nós ou por eles?
A eutanásia vai aliviar o sofrimento do bichinho ou o seu? Essa é uma questão delicada, em que vale se demorar. Lembrando que eu abreviei a jornada do pequenino Conan, há nove anos, e resolvi esperar o tempo do Simba, em 2016, ambas imagens muito, muito tristes.

Tire forças do além
Não tem jeito bonito de morrer — nem despedida fácil. A única certeza é de que a gente precisa estar juntinho deles.

Um último esforço por quem se deu tanto. ❤


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