Susan me deu a notícia da adoção do Brother (junto com a Shanti, outra gatinha do AUG), dizendo que Denise Granja era das nossas, pois gostava mais de bichos do que de si mesma. Vejam que bonitinho o texto que ela escreveu sobre a chegada dos bigodes na Vila Madalena. Eles têm até álbum de fotos no Flickr!
Dê, como respondi nos comentários aqui do blog, os ex-queletinhos* costumam se fazer de difíceis mesmo no começo. Mas não desanima, porque a gratidão de um animal abandonado é deveras especial!
*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.
12.6.08
11.6.08
Tristeza
Escrevi aqui no blog, certa vez, que queria poder obrigar Mercvrivs a jamais cruzar a ponte do arco-íris sem de mim. Pois uma gateira muito querida nas listas de discussão morreu essa madrugada e fiquei tão arrasada de pensar no destino que terão seus filhotes, que reconsiderei meu desejo. Eles são em maior número que os bigodes. E a Bru, sozinha na paixão incondicional pelos felinos como eu. Vivia rifando coisas pessoais para pagar as dívidas no veterinário (mal de jornalista falida!). Recentemente, perdera dois peludos e ainda precisaria decidir sobre a eutanásia de um terceiro – que acabou partindo quase que simultaneamente, para receber-lhe com festa do outro lado. Inúmeras vezes ao dia, sinto medo de deixar-me vencer pela exaustão, num surto de desesperança, e abandonar tantas vidas...
10.6.08
Freedom?!
Depois de dar um banho na Mariana para engolir o comprimido, sábado, e outro no Eduardo, domingo, Simba está aparentemente livre do Bactrim! O cocô alienígena sumiu das caixinhas de areia, mas podem deixar que eu continuo de olho. Encerrado o intervalo-comercial-disfarçado-de-novela mais longo da história da humanidade, voltaremos ao seriado das Gudinhas. Aguardem o próximo capítulo!
Recado às fãs do leãozinho: quando quiserem fotos dele no blog, basta pedir. Jogar uruca para o coitado ficar doente é golpe baixo. rs
Recado às fãs do leãozinho: quando quiserem fotos dele no blog, basta pedir. Jogar uruca para o coitado ficar doente é golpe baixo. rs
9.6.08
Alice no País das Maravilhas!
Atualizado em 11.06.08
Em menos de duas semanas, graças à ajuda de vocês na divulgação, Alice foi adotada pela Hilda, junto com a namorada do Pompom! Mariana Bellegarde, uma das integrantes da comitiva cat-delivery do AUG, contou-me que logo que chegaram na casinha de Pirituba, a tricolor tratou de subir a escadaria rumo ao quarto, feliz da vida. Em nenhum minuto se escondeu, nem quando decidiu reconhecer o resto do território. Quem sofre nas ruas sabe o valor de um lar. Eu vejo pelo Simba, que apareceu aqui em Gatoca após três anos de sobrevivência heróica virando latas, e até rola no tapete para me agradar. Obrigada de coração, gente! Falta agora embarcarmos Costelinha e Beatriz para o País das Maravilhas. :)
Em menos de duas semanas, graças à ajuda de vocês na divulgação, Alice foi adotada pela Hilda, junto com a namorada do Pompom! Mariana Bellegarde, uma das integrantes da comitiva cat-delivery do AUG, contou-me que logo que chegaram na casinha de Pirituba, a tricolor tratou de subir a escadaria rumo ao quarto, feliz da vida. Em nenhum minuto se escondeu, nem quando decidiu reconhecer o resto do território. Quem sofre nas ruas sabe o valor de um lar. Eu vejo pelo Simba, que apareceu aqui em Gatoca após três anos de sobrevivência heróica virando latas, e até rola no tapete para me agradar. Obrigada de coração, gente! Falta agora embarcarmos Costelinha e Beatriz para o País das Maravilhas. :)
7.6.08
A novela do Bactrim continua...
Quinta-feira, Simba finalmente mostrou ao veterinário que eu não sou uma debilóide incapaz de medicar um gatinho inofensivo por medo de quebrar as unhas. Ao contrário das outras vezes, já saiu da caixa de transporte se contorcendo, espumou litros quando colocaram o comprimido na boca e ainda fez questão de vomitar assim que o Dr. E. virou as costas, obrigando a equipe de apoio a retomar suas posições.
Ontem, com a ajuda do João (que estava milagrosamente de passagem), nem precisamos viajar à Utinga. Eu sei lambuzar a drágea na manteiga para escorregar mais fácil, sei segurar a criatura pelo cangote para imobilizar, sei evitar que o remédio entre em contato com a língua para não provocar salivação e também sei acertar o fundo da garganta para diminuir as chances de retorno. Mas vai fazer isso sozinho, com o bigode mais gordo da casa se debatendo!
Como recompensa pela tortura diária, aliás, tenho lhe dado patê da Whiskas escondido. Tomo um cuidado absurdo para não deixar o barulho da latinha vazar da cozinha, pois sustentar esse luxo vezes dez tornou-se inviável na atual maré baixa de frilas. Acontece que as pequenas aprenderam a identificar o som da língua do leãozinho passando na colher e não desistem do piquete do outro lado da porta até ganharem uma amostra grátis!
Ontem, com a ajuda do João (que estava milagrosamente de passagem), nem precisamos viajar à Utinga. Eu sei lambuzar a drágea na manteiga para escorregar mais fácil, sei segurar a criatura pelo cangote para imobilizar, sei evitar que o remédio entre em contato com a língua para não provocar salivação e também sei acertar o fundo da garganta para diminuir as chances de retorno. Mas vai fazer isso sozinho, com o bigode mais gordo da casa se debatendo!
Como recompensa pela tortura diária, aliás, tenho lhe dado patê da Whiskas escondido. Tomo um cuidado absurdo para não deixar o barulho da latinha vazar da cozinha, pois sustentar esse luxo vezes dez tornou-se inviável na atual maré baixa de frilas. Acontece que as pequenas aprenderam a identificar o som da língua do leãozinho passando na colher e não desistem do piquete do outro lado da porta até ganharem uma amostra grátis!
6.6.08
Ei, você! Me leva para casa?
A saga do Costelinha está no blog do AUG! Vai que as gateiras tenham amigos cachorreiros que queiram adotar os focinhos... Pelo menos a visibilidade é boa. :)
Ontem, aliás, recebi fotos novas da Beatriz no abrigo de Santo André. Sem comparação, né?
Ontem, aliás, recebi fotos novas da Beatriz no abrigo de Santo André. Sem comparação, né?
4.6.08
Retrato do abandono
Segunda-feira, quando Simba retalhou minha mão, vomitou o remédio para a giárdia e me fez sair chorando de nervoso rumo ao veterinário, eu dei de cara com um amontoado de costelas prestes a ser esmagado no asfalto. Estanquei o carro no meio da avenida, liguei o pisca-alerta e me joguei na frente da filha da puta que não parecia pretender frear.
Desesperado, o cachorrinho preto correu da minha asma a Vergueiro inteira e só parou no momento em que os ossos não agüentaram mais se mover. Mesmo morta de medo (já comentei que focinhos não são a minha praia, né?), eu me pus a acariciar sua cabeça, enquanto pedia ofegante para que alguém me ajudasse a pegá-lo.
Séculos depois, um anjo trouxe uma cordinha emprestada da barraca de cachorro-quente e, com muito esforço (além de boa dose de paciência), eu consegui obrigar o animal semi-enforcado a caminhar de volta. A exaustão, porém, era tamanha que o coitado recusou um par de salsichas ao se deparar com a altura do degrau Escort. E eu fiquei meia hora fazendo truques vãos para o corpo inerte na sarjeta, repleto de feridas e carrapatos.
Pelo rabo cortado, ele deve ter sido abandonado e não aprendeu a arrumar comida sozinho. As pernas tortas indicavam atropelamento anterior bem sucedido. Quando o CET apareceu mal humorado, eu respirei fundo, abracei a criatura rezando e alcei-a até o banco. Gato em pânico, cão moribundo e jornalista falida seguiram para Utinga, tomando um chá de cadeira de quase duas horas na clínica do Dr. E.
Para melhorar, as gaiolas estavam lotadas e a protetora que acolhera a Beatriz, também superlotada, fez questão de me lembrar que ninguém a quis nas feiras de adoção. Carente ao extremo, a cadelinha pede atenção o tempo inteiro, luxo inviável em uma população de 86 animais, e tem ficado cada dia mais triste no abrigo.
Eu paguei os remédios (R$ 30), a futura castração (R$ 55) e as vacinas (R$ 25) do Costelinha e ofereci mais R$ 100 para que a moça o medicasse durante duas semanas. Neste intervalo, preciso arrumar-lhe um lar temporário ou uma casa de verdade para a Bia. Se voltar para a rua, o negão não resistirá. Quando fui me despedir, ele ainda juntou um restinho de força, colocou as patas no meu colo e lambeu meu nariz em agradecimento. "Amar o belo é fácil. O verdadeiro amor, porém, tem o poder de transformar".
Cliquem na imagem para contar as costelas do Costelinha
3.6.08
Perseguição divina muda de alvo
Após o terror do Bactrim líquido, Simba passou o dia soltando puns nucleares de nervoso. Bastava a gente chegar perto. Voltei à farmácia e comprei a versão "comprimidos" (esforçando-me para não pensar em como havia ficado feliz de ter gasto apenas R$ 9 num remédio), mas achei melhor esperar a segunda-feira para minimizar o trauma. Ontem, sozinha com meus 46 quilos, segurei o gordinho numa das mãos e entreguei a outra para ser triturada à vontade enquanto tentava encaixar a maldita drágea no fundo da garganta. Três dedos a menos depois, a tarefa parecia finalmente cumprida, quando ele deu dois passos e vomitou, obrigando-me a ligar desesperada para o Dr. E. Claro que na clínica veterinária a criatura abominável comportou-se de forma exemplar. Resultado: hei de dirigir até Utinga religiosamente todas as manhãs, durante uma semana, torcendo para que a dose única diária da medicação faça efeito, se não quiser interná-lo.
2.6.08
Perseguição divina
Não bastasse a epopéia da infecção de ouvido, Simba agora está com giárdia. Eu até suspeitava, pois o cocô dele sempre foi mais mole, amarelo e fedido que o dos outros bigodes, mas não quis acreditar. Primeiro, porque faz quase dois anos que o gordinho apareceu no jardim aqui de casa. Depois, porque pensar em lhe dar remédio me gelava a espinha.
Sexta-feira, porém, encontrei uma gota de sangue na caixa de areia e desisti de tentar justificar a catinga ambiente de Cheetos bolinha. Seguindo o conselho do veterinário, comprei sulfa + trimetropim, coloquei 2 ml na seringa, apliquei no fundo da garganta e assisti perplexa a criatura correr babando pelo quarto por meia hora. Nem o requeijão tapeou. Mariana disse que o remédio devia ter um gosto tão ruim quanto o Bactrim da nossa infância. E não é que era ele mesmo?!
Obs.: Sei que fotos de cocôs são plasticamente condenáveis, mas achei importante publicar pelo quesito "utilidade pública". Se seu bigode faz cocô assim, pode passar na farmácia mais próxima e pedir um terço emprestado à vizinha.
Leia também:
:: Era uma vez uma giárdia...
:: Giárdia exterminada!
Sexta-feira, porém, encontrei uma gota de sangue na caixa de areia e desisti de tentar justificar a catinga ambiente de Cheetos bolinha. Seguindo o conselho do veterinário, comprei sulfa + trimetropim, coloquei 2 ml na seringa, apliquei no fundo da garganta e assisti perplexa a criatura correr babando pelo quarto por meia hora. Nem o requeijão tapeou. Mariana disse que o remédio devia ter um gosto tão ruim quanto o Bactrim da nossa infância. E não é que era ele mesmo?!
Obs.: Sei que fotos de cocôs são plasticamente condenáveis, mas achei importante publicar pelo quesito "utilidade pública". Se seu bigode faz cocô assim, pode passar na farmácia mais próxima e pedir um terço emprestado à vizinha.
Leia também:
:: Era uma vez uma giárdia...
:: Giárdia exterminada!
30.5.08
Pane no sistema! – parte 4
Dilema materno
Três dias após o nascimento das pequenas, Guda se deparou com o dilema da mulher moderna: dedicar-se à família ou investir tempo e esforços em projetos pessoais? Cansada da função de cabideira entocada, bastava abrirmos a porta do quarto para que ela atravessasse ventando, ainda que fosse preciso arrastar a ninhada toda no peito. Por outro lado, se alguém fizesse menção de se aproximar da favelinha, a leoa instantaneamente dava meia volta, pisando duro. Seu miado até engrossou. Sorte que as rebentas passaram a guardar os resmungos para ocasiões especiais, como a tortura da hora do banho ou os recorrentes momentos em que a gorducha resolvia deitar-se descompromissadamente sobre elas.
Primeiros passos
Pimenta foi a primeira a abrir os olhos, além de outras precocidades contadas aqui no blog. Mesmo sem enxergar, cerca de duas semanas depois, as cinco meninas já estavam dando voltas bêbadas pelo edredom que margeava a caixa de papelão. E ninguém batia a esperteza das frajolas! Guda não cansava de trazê-las de volta pelo cangote, completamente desesperada, a cada nova aventura.
*continua*
Capítulo anterior: Pane no sistema! – parte 3
Três dias após o nascimento das pequenas, Guda se deparou com o dilema da mulher moderna: dedicar-se à família ou investir tempo e esforços em projetos pessoais? Cansada da função de cabideira entocada, bastava abrirmos a porta do quarto para que ela atravessasse ventando, ainda que fosse preciso arrastar a ninhada toda no peito. Por outro lado, se alguém fizesse menção de se aproximar da favelinha, a leoa instantaneamente dava meia volta, pisando duro. Seu miado até engrossou. Sorte que as rebentas passaram a guardar os resmungos para ocasiões especiais, como a tortura da hora do banho ou os recorrentes momentos em que a gorducha resolvia deitar-se descompromissadamente sobre elas.
Primeiros passos
Pimenta foi a primeira a abrir os olhos, além de outras precocidades contadas aqui no blog. Mesmo sem enxergar, cerca de duas semanas depois, as cinco meninas já estavam dando voltas bêbadas pelo edredom que margeava a caixa de papelão. E ninguém batia a esperteza das frajolas! Guda não cansava de trazê-las de volta pelo cangote, completamente desesperada, a cada nova aventura.
*continua*
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28.5.08
Pane no sistema! – parte 3
Cabideira anti-social
As voltas da Guda pela casa passaram a durar cerca de dois segundos e meio, intervalo máximo entre os chorinhos dos brinquedos de borracha recém-nascidos, ansiosos pelo cabide leiteiro materno. Durante o dia, enquanto as bolinhas de pêlo pisoteavam-se para tapear o frio, a mãe orgulhosa alternava afagos personalizados, conseguindo a proeza de envolver todos num único abraço. Tamanha era a corujice da criatura, que quando viu Mercvrivs espiando a cena pela janela do quartinho, pôs-se a pular e grunhir assustadoramente, como se o Homem do Saco estivesse prestes a levar seus pimpolhos.
Tudo que entra...
No momento em que me dei conta de que precisava encher o pote de ração da barriguda de três em três horas, achei melhor comprar-lhe um recipiente extra. Aproveitei e já trouxe também aqueles de ferro com areia embaixo para impedir que a água passeasse sem rumo pelo piso de madeira. Como não encontrei bacias gigantes, Guda continuou a esvaziar a areia do prato improvisado a cada usada. E eram dezenas por dia (ou, ao menos, pareciam)!
*continua*
Capítulo anterior: Pane no sistema! – parte 2
As voltas da Guda pela casa passaram a durar cerca de dois segundos e meio, intervalo máximo entre os chorinhos dos brinquedos de borracha recém-nascidos, ansiosos pelo cabide leiteiro materno. Durante o dia, enquanto as bolinhas de pêlo pisoteavam-se para tapear o frio, a mãe orgulhosa alternava afagos personalizados, conseguindo a proeza de envolver todos num único abraço. Tamanha era a corujice da criatura, que quando viu Mercvrivs espiando a cena pela janela do quartinho, pôs-se a pular e grunhir assustadoramente, como se o Homem do Saco estivesse prestes a levar seus pimpolhos.
Tudo que entra...
No momento em que me dei conta de que precisava encher o pote de ração da barriguda de três em três horas, achei melhor comprar-lhe um recipiente extra. Aproveitei e já trouxe também aqueles de ferro com areia embaixo para impedir que a água passeasse sem rumo pelo piso de madeira. Como não encontrei bacias gigantes, Guda continuou a esvaziar a areia do prato improvisado a cada usada. E eram dezenas por dia (ou, ao menos, pareciam)!
*continua*
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26.5.08
Alice em busca do País das Maravilhas
Sábado passado, teve reunião das voluntárias do Adote um Gatinho e eu finalmente conheci a sede localizada na Barra Funda. Ao contrário das outras meninas, porém, evitei decorar nomes e manias da população rotativa, pois tal situação me deprime além da conta. Um abrigo é sempre um abrigo, por mais que ofereça segurança, ração à vontade, atendimento veterinário cinco estrelas. Nenhum protetor consegue dar atenção diferenciada a tantos animais, comida especial nos finais de semana, presente de aniversário, colo durante o temporal.
Eis que Alice vem roçar em minhas pernas, desesperada por carinho, comprovando a tese. Nunca vi um felino capaz de fazer massinha no chão duro, enquanto caminha. Contaram-me que sobrara para trás num despejo, junto com a irmã e mais dez gatos, demorando uma eternidade para acostumar-se com a falta de sorte.
Um ano depois, sua triste sina parecia prestes a mudar, quando o casal de Sumaré que acabara de adotá-la resolveu devolvê-la porque era muito grudenta (!). Alice entrou em depressão, adoeceu, passou dias internada. Ao voltar para o abrigo, ficou separada dos demais habitantes provisórios, protegida de novas contaminações, mas nunca mais recuperou o peso perdido.
Ela adora gente, bolinhas, cafuné. Possui pelagem tricolor rara, olhos verdes e precisa urgentemente de um lar. Começa hoje em Gatoca a corrida rumo ao País das Maravilhas! Conversem com suas famílias, encaminhem o link deste post aos amigos, pensem em idéias mirabolantes. E sigam o Coelho Branco!
Eis que Alice vem roçar em minhas pernas, desesperada por carinho, comprovando a tese. Nunca vi um felino capaz de fazer massinha no chão duro, enquanto caminha. Contaram-me que sobrara para trás num despejo, junto com a irmã e mais dez gatos, demorando uma eternidade para acostumar-se com a falta de sorte.
Um ano depois, sua triste sina parecia prestes a mudar, quando o casal de Sumaré que acabara de adotá-la resolveu devolvê-la porque era muito grudenta (!). Alice entrou em depressão, adoeceu, passou dias internada. Ao voltar para o abrigo, ficou separada dos demais habitantes provisórios, protegida de novas contaminações, mas nunca mais recuperou o peso perdido.
Ela adora gente, bolinhas, cafuné. Possui pelagem tricolor rara, olhos verdes e precisa urgentemente de um lar. Começa hoje em Gatoca a corrida rumo ao País das Maravilhas! Conversem com suas famílias, encaminhem o link deste post aos amigos, pensem em idéias mirabolantes. E sigam o Coelho Branco!
24.5.08
Pane no sistema! - parte 2
Dez bigodes em casa!
Já ouviram falar na lenda das gatas que comem os filhotes recém-nascidos? Pois Guda seguiu o caminho inverso e vomitou mais duas bolinhas de pêlo na madrugada pós-parto, aumentando o montante para cinco. Existe a possibilidade, também, dos girinos pretos e brancos terem se desdobrado, descolado, multiplicado. O fato é que, no dia seguinte, a família inteira estava limpinha e o sangue do local havia misteriosamente desaparecido. Como elas conseguem? Uma antiga chefe chamaria de "autonomia delirante". Confesso que eu sentia calafrios ao pensar no fim que levariam os cocôs daquela população toda...
*continua*
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Já ouviram falar na lenda das gatas que comem os filhotes recém-nascidos? Pois Guda seguiu o caminho inverso e vomitou mais duas bolinhas de pêlo na madrugada pós-parto, aumentando o montante para cinco. Existe a possibilidade, também, dos girinos pretos e brancos terem se desdobrado, descolado, multiplicado. O fato é que, no dia seguinte, a família inteira estava limpinha e o sangue do local havia misteriosamente desaparecido. Como elas conseguem? Uma antiga chefe chamaria de "autonomia delirante". Confesso que eu sentia calafrios ao pensar no fim que levariam os cocôs daquela população toda...
*continua*
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22.5.08
Pane no sistema!
Guda estava mesmo grávida, não eram gases. O relógio marcava 19h quando nasceu o primeiro filhote britânico: após duas semanas intermináveis, um barulho de patinho de borracha vazava do quartinho. Eu confesso que só percebi porque estranhei a ausência da gorducha na porta de geladeira. Ela escolheu um dia congelante (como o que resolvemos acolhê-la) e deu à luz dentro da caixa de papelão escura, no único cômodo da casa iluminado por 60 W, virada para o fundo.
Ainda assim, eu fiz um vídeo de péssima qualidade para a posteridade. Nosso primeiro parto, com duração de menos de duas horas, tinha cinco tons de marrom sujo e muitos sons engraçados. Os bebês (um preto, um branco e um malhado) pareciam ratos, com cabeça de vaca e nariz de palhaço.
*continua*
Ainda assim, eu fiz um vídeo de péssima qualidade para a posteridade. Nosso primeiro parto, com duração de menos de duas horas, tinha cinco tons de marrom sujo e muitos sons engraçados. Os bebês (um preto, um branco e um malhado) pareciam ratos, com cabeça de vaca e nariz de palhaço.
*continua*
Categorias:
Guda,
Gudinhas,
Vale a pena ler de novo
21.5.08
Aprendendo a fazer buscas
Mês passado, veio parar aqui no Gatoca gente que procurava convites de aniversário do Rei Leão, boneco de plástico que reza o Pai Nosso, enfeites em potes de Danoninho, fotos de pererecas suadas (!), imagens de grão de feijão, machos peludos, simpatias para ficar briguenta, textos sobre os hábitos alimentares da igreja, Tiranossauros lutando, vídeos de entregadores do China in Box.
Um menino digitou no campo de busca do Google que tinha 15 anos e pretendia "ficar mais gostosinho". Vários outros nós cegos continuaram sem saber se os vegans matam baratas, se existe pimenta venenosa, se limão é bom para a calvície. Saiu frustrado, ainda, o tiozão que queria dicas de como pintar os bigodes brancos. Nossos bigodes (brancos, pretos, marrons e amarelo) agradecem as visitas! rs
Um menino digitou no campo de busca do Google que tinha 15 anos e pretendia "ficar mais gostosinho". Vários outros nós cegos continuaram sem saber se os vegans matam baratas, se existe pimenta venenosa, se limão é bom para a calvície. Saiu frustrado, ainda, o tiozão que queria dicas de como pintar os bigodes brancos. Nossos bigodes (brancos, pretos, marrons e amarelo) agradecem as visitas! rs
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