.
.

24.6.22

Assassinato no Bebedouro do Poente

Parte I: Os Fatos

Eram 8h de uma manhã de quase-inverno em Araçoiaba da Serra, quando Monstro pediu um pente emprestado e, sem rodeios, quis contratar Levischot para um serviço. Recheado de catnip, ele contou que colecionava inimigos — tendo sobrevivido, inclusive, a uma tentativa recente de sepultamento no jardim. Ela declinou a oferta pelo simples fato de não ir com sua pelúcia.

Como aqui não neva e nossa casa, apesar de adaptada em um contêiner, não se mexe, saltemos direto para o assassinato: às 9h do dia seguinte, o corpo de Mostro foi encontrado sem vida, flutuando no bebedouro de água mais alto do recinto, que ele não alcançaria sozinho.

O assassino estava entre nós.


Parte II: Os Testemunhos

As sete entrevistas ocorreram no gatil, para que o culpado se sentisse seguro em território dominado e acabasse escorregando. Pipoca, primeira a testemunhar, relatou que notou um gosto estranho na água e logo o cadáver emergiu. Pufosa jurou estar ocupada com o pote de comida — a madrugada inteira. Keka, Jujuba e Guda apresentaram o álibi coletivo de terem dormido juntas porque fazia frio.

Pimenta, vista para cima e para baixo com o finado (antes de finar), provavelmente deixaria DNA em forma de catarro no local. E negou qualquer envolvimento na trama, assim como a mãe e as irmãs. Já Chocolate se ofendeu com a suspeita de cometer um crime tão desprovido de drama, como afogamento.

Mas quem disse que foi afogamento?

Parte III: Beatriz Levischot Para e Pensa

Quem se beneficiaria com o mergulho fatal do Monstro? Por que ele precisava de um pente? O enterro frustrado no jardim teria conexão com esse trágico desfecho? Eis que tudo clareou, como roupa limpa saída da máquina!

Para remover a lama e recuperar a maciez dos cabelos, Levischot achou que seria uma ótima ideia lavar o brinquedinho com amaciante, perfume que não só agravou a alergia da Pimenta como arruinou a experiência recreativa com o catnip.

Foi Pips, portanto, que atirou o coitado no bebedouro, mas eu dormirei com essa culpa, caros leitores.

6 comentários:

Anônimo disse...

Lembrei de uma série de livros “policiais” que nas histórias os gatos sempre descobriam o assassino. Era sempre assim “0 gato que… “
Vamos aguardar mais informações, kkkkk

Anônimo disse...

Tem testemunha com cara suspeita..

Anônimo disse...

O Monstro precisava de um pente para servir de escada no bebedouro…

Anônimo disse...

Eu acho que foi legítima defesa!

Anônimo disse...

Pipoca! 😱 Pareciam tão próximos! Com certeza houve dolo, mas há, também atenuantes! Como ficará a situação de Levischot?

Beatriz Levischi disse...

Fiquei curiosa para saber que série era essa!

Hahahahahahahahahahahahahah! Vocês são ótimos! rs