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17.9.20

Quarto aniversário sem aniversariante

Tem almas que são porto-seguro. Sabe aquela criatura que, pelo simples fato de existir, deixa nossa vida mais leve? A gente sente que pode ousar, errar, recomeçar. E ela estará lá, gigante, mesmo que não passe de um metro e meio — com colo que vira conselho, cafuné sem pressa, mãos na cintura a desancar quem nos fez chorar.

Simba* foi o porto-seguro de Gatoca. A liderança mais doce que conheci! E quando ele morreu, instaurou-se a anarquia. Clara até assumiu o papel dos cuidados, mas Pufosa se acha no direito de roubar a comida da mãe, Jujuba passou a carimbar o jardim e Chocolate espera todo mundo deitar para se pôr a gritar.

Nosso leãozinho dava o equilíbrio perfeito.

Neste 17 de setembro, comemoraríamos 14 anos da corrida atrás do carro que rendeu uma adoção inesperada — e uns 17 de idade, gatão adulto com a orelha mastigada que ninguém queria. Vai ficando mais fácil. Mas acho que nunca farei as pazes com a doença renal.


*Novelinha: Conheça a história do Simba

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2 comentários:

Bárbara disse...

Eu nunca vou perdoar a doença renal por tirar esse raio de sol das nossas vidas (ainda que fosse um raio de sol digital!). Simba sempre foi meu personagem favorito na novela de Gatoca, e meus olhos se enchem de lágrimas como da primeira vez que li sobre o falecimento dele. Se torna mais fácil mesmo? Ou estão todos os corações de pudim fadados a abrir a torneira toda vez que lembram daqueles que marcaram? Saudades, Simba. Obrigada pela doçura em nos ensinar que não importa o quanto a vida bata na gente, hay que endurecerse pero sin perder la ternura jamás!

Beatriz Levischi disse...

Tem que ficar mais fácil, Bárbara, senão a gente acaba soterrado pelo acúmulo de perdas — aqui já são várias, humanas e animais. 💔