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4.12.13

Lojinha natalina

2013 foi um ano mau e só de pensar em pisar no shopping para comprar os presentes de Natal a barriga dói? Se vocês tiverem amigos e parentes gateiros, o sofrimento acabou! É que a Denise Pinheiro, da Lina Gatolina, fez estes broches e chaveiros lindos e baratinhos para o Gatoca ajudar a roubar sorrisos de quem suportou nossas crises durante os últimos 12 meses.

Quase todos são modelos exclusivos (quatro já foram vendidos, inclusive). E ainda vão com pelos originais dos bigodes que ilustram este blog! Cliquem na imagem para ver a galeria completa de fotos e os preços de cada peça, mandem sinal de fumaça (bialevischi@yahoo.com.br) com o nome da(s) eleita(s) e o endereço de entrega, e eu passo os dados para depósito já com o valor do frete incluso. ;)

Cat Christmas!

29.11.13

Natal com espírito

Um tico antes de São Francisco me arrastar pelos cabelos para a proteção animal, eu descobri o trabalho incrível das meninas do Adote um Gatinho. Faz seis anos. Seis anos que os esqueletinhos da Dona Lourdes ganharam uma segunda chance. Seis anos que, em retribuição, eu doo o que sei fazer de melhor para a ONG: escrever. Seis anos de correria e suadeira vendendo canecas, cadernos e camisetas para arrecadar fundos nos bazares de Natal.

E dezembro chegou de novo! Prestigiem nosso esforço, ajudem a salvar outras vidas, presenteiem os amigos e a família com produtos lindos e exclusivos ― nesta edição, a agenda traz curiosidades que nem eu sabia sobre os bichanos e o calendário conta histórias emocionantes de transformação dos resgatinhos. Cada palavra foi escolhida com o maior carinho por mim. :)

E "mim" também ficará feliz de trocar abraços natalinos. Ah! O bazar rola neste domingão, das 10h às 18h, no Clube Homs (Av. Paulista, 735). A entrada é gratuita, para ninguém sair de mãos vazias.

26.11.13

TV para gatos

Bigodes e máquina de lavar nunca haviam coabitado. E, na estreia da nova aquisição, eu me arrependi de ter levado as roupas sujas para a lavanderia, em vez da câmera fotográfica. Chocolate se aproximava do eletrodoméstico rastejando e dava pulos imensos para trás a cada chacoalhada de calcinhas.

Depois de me fazer rir umas dez vezes, sentou em frente à porta redonda de vidro e ficou assistindo, imóvel, à programação de lavagem. Quando o ciclo terminou, rumou para o porta quadrada do forno, como quem muda de canal. E logo Clara se apossou do controle remoto.

21.11.13

Quando o toalete vai a Maomé

As caixas de areia dos bigodes nunca me incomodaram. Até a gente mudar para o apertamento e o escritório virar praia ― sem mar nem caipirinha. Nascia um novo sonho de consumo: banheiros fechados para gatos. Eu escrevi "sonho de consumo" porque não se junta R$ 600 fácil depois de ter passado 12 meses reformando. Mas era fato que o sofá havia caído para o segundo lugar da lista de prioridades.

Estava planejando as horas extras, quando a assessora de imprensa da Chalesco, que engloba a American Pets, pediu meu endereço para enviar alguns lançamentos da Pet South America. As duas marcas importavam banheiros. Grandes, coloridos, com portinhas! Sugeri então que, em vez dos produtos, eles doassem ao Gatoca quatro Cathy Filter. E eles toparam!

A portinhola de desenho animado não rolou porque os caipiras não entenderam que devem empurrá-la para entrar no banheiro. Mas a cobertura já dá outra cara (e cheiro) para o ambiente. Pufosa gostou tanto da novidade que passa o dia dormindo na areia. Se eu soubesse, não tinha feito irmão e namorado subirem dois lances de escada carregando minha cama de solteiro.

14.11.13

Aconchego provisório

Apesar do calor que transformou o Facecook em muro das lamentações, as noites continuam frias aqui na terra das batatas. E eu decidi dar um fim solidário às últimas caixas de papelão da mudança: recheei-as com as roupas puídas da reforma e a toca doada pela Fê, esperei escurecer e rodei a cidade em busca de cantinhos que tivessem bichos e fossem protegidos da chuva e da indiferença dos seres humanos ― para garantir, colei um lembrete jurídico, seguindo a sugestão da Isis. Espero que as casinhas durem enquanto durarem as madrugadas geladas.


Para ler o cartaz, cliquem na imagem

12.11.13

Aniversariante do mês – outubro de 2013

Eu não vou mentir. Passei o aniversário do Mercvrivs* com outro. Cleiton instalou os spots na sala da casa nova, o filtro d'água na cozinha, a porta sanfonada na despensa, consertou o vazamento do boxe do banheiro, reforçou as prateleiras dos livros no escritório. E depois veio a arrumação das últimas malas (que quase fixaram residência embaixo da cama). E a faxina de 13 horas. E o supermercado. E novembro.

Eu só me toquei que o gato que acha que é gente havia completado 8 anos ontem, ao me deparar com a cena que ilustra este post. Foi difícil reformar, foi difícil mudar e ainda está sendo difícil acostumar com a vida a 60 degraus do solo. Mas Mercv ganhou de presente mamão nos cafés da manhã, vento nos bigodes enquanto cochila na almofada e os pores de sol mais lindos de São Bernardo. Compensa o atraso na comemoração, né?


*Novelinha: Conheça a história do Mercv

Outros aniversários: 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

6.11.13

Vira-lata com pedigree

Dia desses, eu almoçava de costas para a cozinha quando ouvi, orgulhosa, um barulhinho empolgado de língua no pote d'água ― quem tem gatos vive assombrado pelo fantasma da insuficiência renal. Me virei devagar, para não assustar o bigode exemplar, e dei de cara com a Guda equilibrada no fogão, tomando sopa de feijão como se não houvesse amanhã.

Com acesso ao cômodo dos prazeres da gula, ela está impossível! Toda santa refeição, planta as quatro patas ao lado da banqueta, ciente da minha falta de coordenação, e, se eu deixo cair uma migalha, pingo ou grão de comida, ataca feito um tubarão. Antes de eu pensar em abaixar, a Gata de Botas já está me encarando com aquele par de olhos enormes, à espera da próxima porcaria.

1.11.13

Blindagem de presente

Antes de pensar se valia a pena comprar o micro-ondas com grill, a geladeira frost free ou o aspirador de pó sem saco coletor, eu já havia tirado todas as medidas das janelas do apertamento para orçar a instalação das telas ― bicho feliz não tem acesso aos perigos da rua. E liguei direto para a Redes 2000, empresa que atende mais gateiros do que famílias com crianças pequenas.


Edmundo não só doou as telas para o projeto como mandou também três meninos fofos, o Aurélio, o Cleiton e o Milton, para fazer o serviço cuidadoso. E na basculante do banheiro e nos vitrôs da cozinha, pontos impossíveis de telar por fora, eles colocaram limitadores, que impedem a passagem do cabeção do animal.




Daqui, os bigodes só saem para a próxima casa ― com jardim, por favor, São Francisco.

28.10.13

Mudança com gatos (e sanidade)

No dia de trazer os bigodes para a casa nova, São Pedro colaborou com sol e céu azul. As Gudinhas fizeram manha, mas acabaram entrando resignadas na caixa de transporte. E eu achei graça da sinfonia de miados ao longo do trajeto, porque havia dormido todas as oito horas a que um ser humano tem direito e sobrou tempo até para a meditação. Chegando ao apertamento, as caras eram de curiosidade. Muita coisa diferente para narigar. E não demorou para que cada membro da gangue encontrasse seu cantinho entre o box e o tanque de lavar roupa ― extremos do imóvel de abundantes 60 metros quadrados.

Esse foi o relato que eu imaginei escrever para vocês durante o interminável quebra-quebra da reforma. E nem uma palavrinha sequer pôde ser reaproveitada (motivo da minha ausência por aqui). O dia 14 de outubro passou voando, da faxina ao supermercado. E, quando eu consegui buscar os bigodes, exausta, já estava escurecendo. Pimenta não ofereceu resistência. Mas Jujuba retalhou meu braço fugindo da caixa de transporte e o pânico se instalou no recinto, rendendo uma hora de caçada e viagens parceladas de carro. Se me contassem o que se sucederia, eu teria pego o retorno.

Os ingratos odiaram o apertamento. Puseram-se a brigar uns com os outros e a destruir e sujar com as patas de barro do antigo jardim tudo que o Leo e eu levamos 12 meses para construir. Só o Mercv não participou da arruaça, porque precisou ser tirado à força da caixa de transporte na manhã seguinte ― para se enfiar embaixo do fogão, de onde não conseguia sair sozinho. Eu fiquei tão nervosa que espalmei as mãos na parede e amarguei a semana sem força para apertar nada. De madrugada, Pipoca gritava. Loucamente. Sem parar. E a habilidade de raciocinar foi me abandonando.


Eu pensei em desistir, me matar, matar os dez gatos. Mas acabei enviando aos amigos um pedido de ajuda com o título: "Estou vivendo no inferno". E comprei tampões de ouvido. O mundo se tornou cor-de-rosa! Descansada, sem a cabeça doendo e o coração trovejando no peito, eu pude dar aos pequenos o tempo que eles precisavam para descobrir as vantagens do apertamento e se acostumar com a nova rotina ― além do espaço menor, a ração não fica mais à vontade por causa da Pipoca, que tem insuficiência renal, e a própria Pipoca, quase um ano e meio de apartheid depois, virou uma intrusa para o grupo.


Minha principal ocupação passou a ser caçar dissidentes e tentar integrá-los na panelinha mais receptiva. Sim, os bigodes se dividiram em guetos: a galera da cama (um em cada ponta!), da almofada 1 e da almofada 2 ― a estante, pintada especialmente para eles, foi sumariamente rejeitada e no colo do Mercvrivs só cabe o Mercvrivs. Pipoquinha continua bufante, principalmente com as irmãs. E eu ainda gasto um tempão borrifando fuços para ver se os infelizes entendem que não podem subir na pia da cozinha. Mas não sinto mais vontade de chorar até parar de respirar (o que não é difícil para uma asmática). E fiz esta listinha para poupar vocês do sufoco que a gente enfrentou:

– Mudem durante o dia ― à noite tudo fica mais difícil, inclusive os humores.
– Levem paninhos e objetos com o cheiro dos peludos.
– Tenham paciência.
– Providenciem caixas de papelão e outros esconderijos.
– Ofereçam guloseimas ou espalhem brinquedinhos pela casa.
– Tenham paciência.
– Deem uma ajuda na adaptação com florais, homeopatia ou feromônio.
– Exercitem o desapego ― das coisas materiais, não dos gatos.
– Tenham paciência.
– Usem tampões de ouvido na hora de dormir.
– Cultivem amigos para dizer que tudo vai ficar bem.

23.10.13

Menos "umbeagle", mais coração

Desde que o homem aprendeu a criar as ferramentas que o colocaram no topo da cadeia alimentar, os animais são sacaneados. O caso dos beagles do Instituto Royal só despertou comoção porque eles têm carinhas fofas ― qualquer adulto (simpatizante ou não da causa) há de concordar comigo. Acontece que bichos "não fofos" também sentem dor, medo, tristeza. Assinar petição de internet não muda nada na vida de ninguém. Mas cada um de nós pode rever meia dúzia de hábitos e abrir mão de prazeres que estão longe do imprescindível. Por compaixão.

1) Compre produtos de empresas que não testam em animais
Cãezinhos apertáveis como os de São Roque só entram na última etapa dos experimentos de toxidade. Ratos e coelhos sofrem muito mais em nome da ciência. Vários testes são desnecessários e para a maioria há métodos alternativos. Sem contar que a "sutil" diferença entre nossos organismos tira do mercado anualmente 30% dos medicamentos, que não causaram problema nos bichos. Leia a entrevista com Ray Greek, assista à conversa com George Guimarães e consulte no site da PEA as empresas amigas dos animais.

2) Seja vegetariano
Você provavelmente abriria mão do bifinho se tivesse de caçar seu próprio almoço, certo? Pois os animais criados em cativeiro enfrentam uma vida infinitamente mais miserável do que os selvagens. E uma morte ainda pior. Paul McCartney garante que, se os abatedouros possuíssem paredes de vidro, todo mundo se tornaria vegetariano. Inúmeras matérias comprovam isso ― compartilho aqui as da Super e da Trip, mais leves, para não chocar ninguém. Comece experimentando bons restaurantes vegs e participe da Segunda sem Carne. Ou assista aos vídeos do Instituto Nina Rosa.

3) Não use lã, couro, seda, pele, pena
Bois, aves, ovelhas, raposas, chinchilas e bichos-da-seda precisam muito mais deles do que nós. O casaco fofinho da Gisele passou a vida confinado em uma jaula. Sua blusa de lã foi tosquiada com pedaços de pele junto, porque os tosadores recebem por volume, trabalhando com pressa. Para retirar a seda, mergulha-se os casulos em água quente, matando as larvas. Cada bolsa e sapato da vitrine omite um assassinato com requintes de crueldade. Não faltam opções sintéticas (inclusive fashion!). E elas geralmente custam mais barato.

4) Adote seu próximo bicho de estimação
Amigo não se compra. E há milhares de animais na rua precisando de um lar ― o olhar de agradecimento deles vale mais do que qualquer pedigree, acredite. Quem paga por uma vida financia a exploração de matrizes ao esgotamento e tende a descartá-la quando perde a graça, dá trabalho, adoece ou envelhece. Por isso até você, que sonha com aquele peludo de raça, pode encontrá-lo em um abrigo, sem colocar a mão no bolso. Visite a ONG mais perto de sua casa.

5) Castre o pequeno antes do primeiro cio
A cirurgia não serve apenas para impedir crias indesejadas. Cães e gatos esterilizados ficam mais caseiros e carinhosos, param de fazer xixi em tudo para marcar território, têm menos chance de desenvolver câncer de mama, útero e próstata, vivem mais tempo ao nosso lado. Em várias cidades, dá para operar de graça. Informe-se!

17.10.13

Aderi à escarificação!

Porque é muito mico contar que a Jujuba retalhou meu braço fugindo da caixa de transporte, no dia de ir para a casa nova.

9.10.13

Computador à prova de gatos

Eu já escrevi aqui no blog que os bigodes têm um paladar peculiar (o tema rendeu até concurso, lembram?). E acho difícil algum leitor questionar a agilidade ímpar dos bichanos para destruição. Essas habilidades combinadas já me custaram três carregadores de celular. Da última vez, a bobeada durou o tempo de um xixi. E Pipoca mastigou o fio com tanto gosto que dava para ouvir do banheiro.

Pois adivinhem em que cômodo da casa nova a infeliz passará a noite inteira sozinha, já que precisa comer ração especial para renais? No escritório. Pausa dramática. Olhando a fiação do PC, eu lembrei de todas as vezes em que xinguei Jobs e seu Mac de acentuação bizarra. E cheguei a sentir ternura por criador e criatura embrulhando os mil cabos com o estoque de spiratudos da loja.

Mas este post pretende compartilhar uma dica bacana, não aumentar as vendas de lenço de papel: criados para organizar fios, os tais spiradutos também servem para protegê-los, perdendo apenas para as facas Ginsu ― deletem essa ultima informação e continuem achando que eu tenho 23 anos, por favor. Antes de sair de casa, chequem a metragem e espessura necessárias. E não esqueçam os peludos no recinto!

4.10.13

Para São Francisco, com amor

Dona Hérlia é uma senhora negra, de sorriso largo. Trabalha como diarista de manhã para poder cuidar dos netos à tarde. E tem duas gatas que adoram tomar sol na calçada, obrigando os pedestres a desviar. Dona Helena mora em uma das muitas construções inacabadas do meu novo bairro ― extensão de uma favela. Fumante, compensa nos adereços os dentes que lhe faltam na boca. E tem um rottweiler chamado Osíris, que julga sem balança quem pode atravessar o portão.

Nossas histórias se cruzaram por causa de um pretolino ronronante, que interrompeu minha caminhada até o marceneiro na semana passada, se atirando sobre os sapatos de barriga apontada para o alto. Preocupada com tamanha doçura dando sopa na rua, eu bati palmas na casa em frente e dona Hérlia apareceu de lenço no cabelo. Lázaro fora abandonado com uma ninhada inteira, cujo paradeiro ela desconhecia. E, por falta de grana, ainda não era castrado.


Surpresa de não precisar gastar meu latim explicando os benefícios da cirurgia, eu me despedi decidida a remediar essa situação. E consegui duas vagas para entrar na faca, por falta de uma. No domingo, saí então tocando as campainhas do entorno até encontrar a dona Helena, mãe da Carol, que também tinha um pretinho básico para operar, o Ganglere.


Nenhuma delas podia me acompanhar na via-sacra até São Paulo, mas ambas fizeram questão de oferecer ajuda com a gasolina. Eu recusei. Não há dinheiro no mundo que pague o prazer de andar pelo bairro sem tropeçar em farrapos de vida. Neste Dia de São Francisco, eis o meu presente ― que ele provavelmente já sabia que ganharia. :)

2.10.13

Aniversariante do mês - setembro de 2013

Simba completou uma década de vida no dia 17, entre a mudança para a casa nova e a cirurgia da Clarinha. O feito merecia comemoração em buffet, com presente importado do Butão, eu sei. Mas nem um ratinho de feltro vagabundo ele ganhou, porque minha cabeça estava tomada por caixas de papelão e o coração insistia em se espremer no canto no peito.

Pensam que o loiro ficou chateado? Que nada! Nas últimas semanas, ele tem se dividido entre mimar a amiga e me receber com a festinha que não ganhou quando a porta da rua se abre para mais uma sessão de cuidados-relâmpagos. Não vejo a hora de fechar a última porta de armário, com 33 anos de existência organizadinhos dentro, para resgatar meus bigodes...


*Novelinha: Conheça a história do Simba

Outros aniversários: 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

27.9.13

Clarastein

Com a cirurgia da última quarta-feira (que foi um sucessoobrigadasãofrancisco!), Clara migrou do universo dos quadrinhos para a literatura. E agora desfila por Gatoca exibindo sua barriga costurada de fazer inveja a Mary Shelley. Só não vale se voltar contra a criadora!

20.9.13

Kryptonita

Nestes sete anos e meio, Clara ganhou a fama de Super-Gata, sem precisar usar a calcinha por cima da legging. Nunca pegou um resfriado e, depois de castrada, só pisava no veterinário para tomar vacina ― tirando aquele Natal em que derrubaram a escada na coitada, arrancando-lhe o tampão de uma das almofadinhas. Esta semana, porém, parece que seus poderes enfraqueceram. E a pequena teve de ser operada às pressas para a retirada de um tumor.

Dr. E. disse que não valia a pena fazer biópsia porque removeu a bolota com folga, a chance de metástase é pequena e não receitaria quimioterapia. Mas eu fiquei arrasada mesmo assim. E morri de dó quando Pli voltou da anestesia sem entender nada, tropeçando nas próprias patas e errando pulos simples. Passei horas sentada no chão gelado da sala com ela no colo e a madrugada em claro tentando aconchegar sua inquietação.

Espero que essa HQ seja um fracasso de vendas e não tenha continuação.

13.9.13

Uruca virtual

Eu desejo, do fundo do meu coração de pudim, que esta sexta-feira 13 dê azar a todos os jornalistas que cegam, mutilam e matam gatos pretos indiretamente com seus textos preconceituosos.


Para ampliar, cliquem na imagem

Se vocês duvidam do bom agouro dos pretolinos, leiam a história do Chuvisco. :)

10.9.13

Reconhecimento em pipetas

Tem gente que gosta de receber livros pelo correio. Boa parte da mulherada curte desembrulhar cosméticos. Pois eu senti vontade de abraçar o carteiro quando ele entregou uma caixa de Frontlines, presente da Merial para despulgar os bigodes na casa nova. E melhor do que a economia de R$ 400, foi encontrar este cartão no fundo da embalagem:


Escritas a mão, as 27 palavras acima mostram que há corações de pudim nas grandes corporações brasileiras ― a Merial já fez outras doações ao projeto, lembram? E que os 78 animais socorridos, as centenas de horas de sono abreviadas e os incontáveis fins de semana passados no computador renderam ao Gatoca um prestígio que poucos blogs (dentro e fora da proteção) têm. Eba!

5.9.13

Terapia disfarçada de reforma

Nos últimos 12 meses, eu aprendi a quebrar parede, passar massa corrida, assentar tijolo, pintar teto, lixar porta. E consegui o milagre de mudar lembranças doídas com pouco tempo e grana ainda mais curta. Mas a maior surpresa da empreitada foi constatar o quanto eu mesma mudei.

Nos primeiros fins de semana, de moletom branco impecável, refazia cada coisa mil vezes e continuava achando ruim. Comprei pincéis em loja de artesanato para corrigir detalhes que só eu enxergava. Quando errava ― o que acontecia direto, já que trabalho com texto, não com trincha ―, chorava encolhida e me ameaçava desistir (quem precisa de inimigos?).


Conforme blusa e calça foram encardindo, passei a curtir a oportunidade de "reconstruir" os cantinhos da minha casa. Ela deveria ser um lugar feliz para bípedes e quadrúpedes, não meia dúzia de fotos em revista de papel brilhante. Cada defeito tem uma história, assim como minhas cicatrizes. E eu sou capaz de conviver com eles.

Agora, lavando as peças rotas pela última vez, sinto um orgulho danado do meu esforço extrajornalístico. E um amor que precisaria de mais dez corações para se espremer pelo Leo, que deu colo aos meus soluços e disse que tudo ficaria bem no dia em que a gente trocou a privada com a ajuda de um tutorial da internet.

Freud não explica, mas eu garanto que fazer a própria reforma vale cada gota de suor ― inclusive as que saem pelos olhos. A nova fase de crônicas deste blog promete. Providenciem a pipoca! :)

3.9.13

Sobre a arte de ganhar sem levar

Gente que precisa amargar a vida do outro para adoçar a sua não percebe que há mais potes melado no mundo do que vidas que se permitem amargar.


Aos 3,6 mil leitores do Gatoca, me desculpem por ter de ativar a moderação dos comentários depois de 6 anos defendendo a liberdade de expressão.

29.8.13

Fisioterapia também cura animais

Saiba tudo sobre o tratamento que faz cães e gatos sentirem menos dor e até recuperarem a habilidade de andar, sem precisar de remédio!

Xavier foi resgatado pelas meninas do Adote um Gatinho, no início do ano passado, com a coluna quebrada e uma lesão de medula quase total. O atropelamento em Jandira lhe rendeu uma cirurgia, alguns pinos e o diagnóstico de que ele dificilmente voltaria a andar.


Na casa da voluntária Daniela Xavier, porém, o peludo tentava levantar, subia a escada com as patinhas da frente, escalava a cama e, quando sonhava, mexia as patas traseiras como se estivesse correndo. Esses sinais fizeram a veterinária da ONG recomendar um tratamento combinado de fisioterapia e acupuntura.

Hoje, o bichano já consegue ficar em pé e dar meia dúzia de passos cambaleantes com sua fraldinha. A família que o adotou mora em Jundiaí, mas vem para São Paulo toda semana para não interromper as sessões milagrosas. Stella Sakata, veterinária especializada em fisioterapia, esclarece as principais dúvidas sobre o tratamento que pode mudar a vida do seu amigo também.


Em que casos a fisioterapia é recomendada?
Ortopédicos, como artrite, artrose, displasia coxofemoral e do cotovelo, luxação de patela, ganho de musculatura, consolidação óssea, reabilitação pós-operatória de fraturas, reparo de tendões, ligamentos e amputações. Neurológicos, como hérnia de disco, dor na coluna, paralisia, síndrome vestibular e da cauda equina e doenças virais. E para situações gerais, como controle da dor, redução de edemas, cicatrização de feridas, obesidade e doenças respiratórias.

Com que bichos ela obtém melhores resultados?
Com cães, gatos, cavalos... Eu atendo alguns animais silvestres também, como coelhos e macacos. Só em aves que não dá para fazer.

Quais são os benefícios do tratamento?
A fisioterapia consegue prevenir e curar lesões causadas por atividades realizadas diariamente pelo bicho, de forma não invasiva. Isso significa que é possível desinflamar, cicatrizar e tratar a dor sem o uso de medicamentos, poupando os rins, o fígado e outros órgãos.

E a recuperação é mais rápida?
Sempre.

Quanto tempo costuma demorar?
As sessões duram de 30 a 40 minutos, dependendo da patologia. E a recuperação total leva entre dez e 20 sessões. Quando o animal é muito velhinho, porém, o tratamento acaba se tornando contínuo, com manutenção semanal.

Existe alguma contraindicação?
A princípio, não. Mas o veterinário deverá avaliar o bicho para saber que conduta tomar e quais exercícios e aparelhos recomendar.

Dá para fazer em casa?
Sim, vários exercícios e alongamentos podem ser feitos em casa. O básico é o de sentar e levantar. Mas, se o animal estiver com dor, não vai conseguir. E, se o dono não souber manipular direito, acabará agravando o quadro, em vez de ajudar. Por isso deve-se consultar um especialista. Ele ensinará a forma correta de dar sequência ao tratamento fora do consultório.

:: Socorro paliativo

Casos agudos
Seu amigo acabou de operar, caiu da escada ou machucou o joelho? Faça gelo no lugar da lesão por 15 minutos, quatro vezes ao dia, durante quatro dias. A forma mais barata de compressa é colocar o gelo picado dentro de um saquinho de supermercado. E não se esqueça de usar uma toalha para evitar queimaduras.

Casos crônicos
Dores na coluna, por exemplo, necessitam de bolsa de água quente durante 10 minutos, uma ou duas vezes por dia, até passar o incômodo (que costuma ocorrer nos dias frios). Basta aquecer um tecido no micro-ondas ou encher uma garrafa pet com água morna.

* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.

27.8.13

Sexta festinha do Gatoca

Eu menti quando disse que havia chegado a hora de mobiliar a casa nova. Ainda faltava pintar cinco portas e nenhum ser humano, encarnado ou desencarnado, me convenceria de que essa tarefa aparentemente simples levaria duas semanas. Mas levou, porque a gente precisou desmontar os acabamentos todos, lixar a madeirada até encher os dedos de farpas e dar três demãos de fundo para esconder os restos de verniz, mais duas de tinta.

Por que eu estou falando de reforma no post sobre a comemoração dos seis anos de Gatoca? Porque se não fosse a comemoração dos seis anos de Gatoca, ninguém tirava meu corpo dolorido da cama. E valeu cada gemido de vértebra! Denise veio de avião para doar uma sacola de broches e chaveiros artesanais lindos de morrer (aguardem!). Natália, Arielly e Michele contaram peripécias fresquinhas dos bigodes que passaram por estas bandas. Alice arrancou sorrisos até dos garçons.

E eu abracei amigos que esticam meus horizontes, sem pagar a conta. Obrigada por mais um ano!


Cliquem na imagem para ver a galeria de fotos

Festinhas anteriores: 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

22.8.13

Serviço de personalização gratuito

Você precisa alterar o contrato social da sua empresa há um semestre, mas nunca sobra tempo. Quando finalmente consegue se acertar com o contador, coletar a assinatura dos sócios e agendar a ida ao cartório para o dia seguinte, entre as últimas demãos de tinta na porta de entrada da casa nova, dá de cara com esta obra de arte.

20.8.13

Humildade em forma de cão

Mike é um cachorro tão fofo que faz festa até para petisco integral.


O que você está esperando para levá-lo para casa?


Epopeia do Mike na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Combo canino: amor e diversão
:: Som mágico

14.8.13

Mimetismo

Gatoca tem flores com e sem pelos.

10.8.13

Sexto aniversário do Gatoca

Os 78 bichos socorridos (incluindo uma pomba!), as 786 postagens, os 7,7 mil comentários de vocês e as 1,1 mil curtidas na fan page do Facebook já seriam motivo suficiente para comemorar. E eu convidaria leitores paulistas e estrangeiros para comer, beber, falar de gatos e dar risada no Barão da Itararé, como nos anos anteriores. A festa vai mesmo rolar, no sábado do dia 24, a partir das 18h ― almejando agradar madrugadores e boêmios. Mas, desta vez, os brindes hão de se multiplicar!

É que duas grandes mudanças estão a caminho: a primeira para os bigodes de Gatoca, que ganharão uma casa só deles (ou melhor, só nossa), e a segunda para os animais abandonados, que eu ainda não posso contar. Essa reviravolta na vida me obrigou a diminuir o ritmo de trabalho (remunerado) e a atualização deste blog, como vocês devem ter percebido. E até bico de pedreira eu fiz para economizar ― foram quase 12 meses quebrando parede, pintando teto, lixando porta.


Agora, chegou a hora de "mobiliar" o cafofo felino. A gente vai precisar de prateleiras para turbinar a ambientação, já que o "apertamento" é cinco vezes menor do que os peludos estão acostumados; caminhas, porque a compra do sofá ficará para a próxima encarnação; telas nas janelas, por motivos óbvios; banheiros fechados, para evitar refeições aromatizadas; e do combo antipulgas + dedetização, estratégica que nunca funcionou no casarão com jardim.

Se vocês se divertiram com os textos do blog nestes seis anos, vibraram a cada final feliz, adotaram um amigo, aprenderam a cuidar melhor do que já existia ou se inspiraram a fazer sua parte por um mundo mais decente e querem nos dar um presente, depositem a grana do cinema no Banco do Brasil (agência: 1561-x, conta corrente: 6830905-8) ou no Itaú (agência: 0185, conta corrente: 08360-7). Mas, peloamordedeus, não tirem a ajuda de outros protetores e ONGs. Aqui, a gente aperta e dá um jeito. E, na festinha (dia 24, hein!), eu aperto todo mundo. :)


Festinhas anteriores: 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

5.8.13

Já ouviu falar em CED?

Você não mora em um casarão nem está a fim de arrumar confusão com a família, mas fica se coçando de vontade de ajudar os bigodes e focinhos que vivem nas ruas toda vez que lê um post sobre as aventuras do coração de pudim aqui no Gatoca? Foi por isso que eu aceitei o convite da Kuka Fischer e da Otávia Mello para participar do I Encontro Nacional de CED.

Eu até sabia que a sigla significava "captura, esterilização e devolução animal". Só que precisava de mais argumentos para convencer os leitores deste blog (e a mim mesma) a praticar a última parte. Seis anos colecionando doações de comercial de margarina fazem a gente torcer o nariz à ideia que alguns bichos nunca terão uma família. Mas é a mais pura verdade. Não existem lares para todos. E nem todos (leia-se "os ariscos") querem um lar.

E lá rumei eu ao centrão para assistir às palestras da Maria Quideroli, idealizadora do projeto Operação Gato de Rua (SC), da Fernanda Conde, veterinária especializada em castração precoce, da Neide Ortêncio Garcia, funcionária do Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo, do Feliciano Filho, deputado estadual (com direito a conversa do lado de fora), e da Otávia, amiga e fundadora do Felinos Urbanos (MA).

Entre a latinha de Jesus, presente do Maranhão, e os cupcakes coloridos do lanche de encerramento, muita coisa bacana foi dita. Com o olhar de jornalista, eu fiz então este resumo sobre o que um novato cheio de vontade de mudar o mundo precisa saber para transformar teoria de CED em prática. Relatos de veteranos nos comentários são bem-vindos.

Por que castrar

Nos últimos seis anos, a população humana cresceu 3,6%, a canina 60% e a felina 152%. Logo, logo, vai ter mais bicho do que pessoas no planeta. Passando fome e frio. A solução está na castração por saturação. É preciso esterilizar, segundo Feliciano, entre 75% e 85% dos animais de um bairro e, só depois, partir para outro. Enquanto o poder público se omite, nós podemos quebrar o galho fazendo nossa parte.

Como proceder

Primeiro, você vai precisar de uma armadilha ― animais de colônia dificilmente vêm no colo. O ideal é que ela seja acionada manualmente, para o bicho não fugir sem pisar no gatilho e para evitar a captura de gambás, lagartos e outras criaturas que não integram nosso público-alvo. Depois, deve-se escolher para atuar um lugar de abandono frequente, como parques, cemitérios ou construções abandonadas.


Prepare a armadilha com uma comida atrativa, espere o peludo entrar, leve-o para casa e dê ração antes do período de jejum. No dia seguinte, se o veterinário disser que está tudo bem, ele pode ser castrado com a técnica do gancho, criada pelo Werner Payne, que tem um pós-operatório tranquilo, pois o corte é minúsculo, e não precisa de retorno para tirar os pontos.

Não esqueça de pedir o cortinho na orelha, para identificar que aquele animal já foi esterilizado e não sofra com novas capturas. A devolução pode ser feita após 24h, no local de origem, porque o bicho estará medicado com antibiótico, anti-inflamatório e analgésico de efeito prolongado. Deixe potes de comida e água, para ajudar no pós-operatório.

Exceções

Animais domiciliados que vivem soltos são devolvidos para os (ir)responsáveis ― sim, eles também entram na dança! Bigodes e focinhos doentes ou dóceis não devem voltar para a rua. O primeiro grupo precisa de tratamento e o segundo pode realizar o sonho da casa própria. Edward, Flea, Snow e os bebês do cemitério de Santos não me deixam mentir. Peça ajuda aos amigos com a divulgação.

Fêmeas barrigudas darão mais dor de cabeça. Se você resolver soltar, logo a bichinha estará prenhe outra vez e não vai querer entrar na armadilha. Se resgatar e esperar o nascimento dos filhotes, corre-se o risco de a mãe rejeitar a cria (e até comer os pequenos) por estresse. A decisão pela castração imediata dependerá de um veterinário que tope e de internação, já que a recuperação demora mais tempo.

Colônias que sofrem com envenenamento, atropelamento, fome e maus-tratos precisam ser remanejadas. Escolha uma área verde ou uma construção abandonada, com a permissão dos donos ou responsáveis, claro, que tenha fonte de alimento e água, pouco tráfego e vizinhos amigáveis. O local pode ou não ser habitado por outros bichos ― basta colocar os novatos longe até rolar a adaptação.

Sopa no mel!

Quer pegar mais segurança? Comece o trabalho em uma comunidade carente. Elas são a origem dos animais de rua, já que as famílias costumam não ter o mínimo nem para elas mesmas, e o manejo contará com a colaboração dos donos dos peludos ― um contato de confiança, para sensibilizá-los, facilitará bastante a vida.

Antes de colocar a mão na massa, faça um levantamento dos bichos que vivem no local (sexo, idade, condição de saúde). Invista na conscientização dos moradores sobre a importância da cirurgia, incentivando a castração precoce. E não deixe de separar uma grana para os bigodes e focinhos que precisam de tratamento para poderem ser operados.

Também vale a pena atuar no controle de zoonoses, doenças transmitidas a seres humanos ― vermífugo e vacinação são essenciais nesses lugares. Outra coisa importante é pedir para o responsável assinar um termo escrito de comprometimento com a cirurgia e de responsabilidade pelo animal, evitando futuros perrengues.


Cliquem na imagem para ver a galeria de fotos do evento

26.7.13

Doem compaixão!

Dormindo com duas blusas, meias reforçadas, edredom e cobertor, eu tenho demorado séculos para conseguir pegar no sono. Imaginem os animais que congelam nas ruas. Qualquer paninho pode salvar uma vida! Deem uma vasculhada nos armários e participem da V Campanha do Agasalho para Cães e Gatos, organizada pelo AUG. As informações estão neste post. :)

23.7.13

Gata filósofa?

Estou começando a achar que a Pimenta quer trocar de profissão...

18.7.13

Meu melhor amigo pode ser vegetariano?

Preocupada com a saúde, o planeta e a exploração animal, cada vez mais gente tem se tornado vegetariana. Saiba se esse estilo de vida pode se estender também aos bichos de estimação

Como os gatos evoluíram para consumir praticamente presas, têm dificuldade de aproveitar os nutrientes de origem vegetal. E precisam de mais proteína, aminoácidos e ácidos graxos do que os cachorros, além de taurina, responsável pela saúde dos olhos e do coração, que é encontrada apenas na carne.

Já os focinhos podem adotar a dieta vegetariana sem problema, porque são considerados onívoros oportunistas: seu organismo se adapta para obter os nutrientes essenciais a partir de vários alimentos. "Basta elaborar um cardápio balanceado, que compense as limitações e supra suas necessidades", explica a veterinária nutricionista Sylvia Angélico. Confira as dicas da especialista.

:: Como introduzir a nova dieta
Acrescente os alimentos indicados nas receitas aos poucos. A estratégia ajuda os sentidos e o organismo do cachorro a se acostumarem gradativamente com os novos cheiros, sabores e ingredientes. Se você optar pela ração, misture 1/3 da nova e 2/3 da antiga no primeiro dia, metade de cada uma no segundo e 2/3 da nova e 1/3 da antiga no terceiro.

:: Alerta!
Não dê uva, passas, cebola, chocolate, macadâmia e pimenta ao animal. E, se constatar qualquer alteração, leve-o ao veterinário. Diarreia, vômito e coceira persistentes podem sinalizar alergia. O profissional tentará identificar os alimentos suspeitos para excluí-los da dieta.

:: Refeição turbinada

Para acrescentar nutrientes extras ao cardápio do seu cão, prepare a receitinha do veterinário norte-americano Richard Pitcairn

Ingredientes:
- 2 xícaras de levedura de cerveja em pó
- 1 xícara de grânulos de lecitina
- 1/4 de xícara de pó de fucus
- 2 colheres (sopa) de pó de casca de ovo
- 1/4 de colher (chá) de ascorbato de sódio (opcional)
(Compre em lojas de produtos naturais ou peça a prescrição de um veterinário de confiança para manipular.)

Modo de fazer:
Misture todos os ingredientes e ofereça diariamente uma colher de café rasa para cães de porte pequeno, uma colher de chá rasa para cães de porte médio e uma colher de sobremesa rasa para cães de porte grande. O pó deve ser polvilhado sobre a comida fria, para que o calor não anule suas propriedades nutricionais.


* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.

16.7.13

Vida com aventura

Quer testar seu reflexo, agilidade e coordenação motora? Passe atrasado por dez gatos, carregando uma coleção de sacolas desajeitadas. Eles se espalharão com precisão bussolar ao longo do percurso, prevendo, inclusive, os desvios que você fará para não pisar em nenhum rabo. E, quando suas pernas trêmulas estiverem quase alcançando a porta sem terem atingido ninguém, a criatura mais kamikaze do grupo resolverá cruzar o recinto a galope, provocando um sorteio de humano, pelos, roupas e compras de supermercado.

11.7.13

Mistérios do cérebro felino

Pipoca tem uma lógica própria: quando me vê entrar no quarto à noite, hora de dormir, corre para o quarto do fundo para não ser levada para o quarto do fundo.

9.7.13

Uma vontade

Apertar até não sobrar pelo sobre pelo. :)


5.7.13

Só para iluminados

Meditar no Tibete é fácil. Eu quero ver o Dalai-Lama acalmar a mente em Gatoca, com cinco bigodes querendo colo e outros cinco brigando por causa do único cantinho de sol do quintal.

3.7.13

Quiz

Quem adivinha como eu curti o domingão chuvoso?

a) Dormindo para emendar o sábado na segunda.
b) Assistindo a um seriado novo embaixo das cobertas.
c) Tirando o atraso do namoro com chantilly.
d) Respondendo 152 comentários deste blog, acumulados desde o fim de março.

P.S.: Se você ficou falando sozinho esse tempo todo, me desculpe. As coisas estão caóticas por aqui. :\

29.6.13

Sexto quase-aniversário do Gatoca

Blogueira má! Blogueira má! Blogueira má! É assim, como o Dobby de Harry Potter, que eu estou me sentindo neste mês de déficit de posts. A vida anda de cabeça para baixo e eu precisaria descobrir o segredo da mitose para dar conta de tudo ― e para dar ao Mercvrivs o colo 24/7 com que ele tanto sonha.

Como sou uma pessoa terapeutizada, porém, hoje colocarei minhas limitações no colo, direi a elas que tudo vai ficar bem e me permitirei curtir os seis anos de criação do layout do Gatoca. Sim, este blog coleciona datas festivas, porque eu demorei 42 dias para tomar coragem de publicar o primeiro texto, que se chamava Teste (reparem na URL). rs

A comemoração oficial rolará em agosto, com direito a comes e bebes, histórias bigodísticas e risadas não alcoolizadas para quem estiver dirigindo. E nós não aceitaremos desculpas envolvendo vergonha e sinônimos. Preparem-se, portanto, para sair da concha! :)


Veja as festinhas anteriores: 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

26.6.13

Bom dia, Cinderela

Gatoca é cheia de barulhos. Armários rangem feito ponte levadiça de castelo, música de gosto duvidoso ecoa pelo corredor, um teclado de computador metralha a tarde até escurecer. Mas existem apenas três sons que despertam bigodes e focinho do sono profundo. Pipoca não pode ouvir o clique do interruptor do meu quarto de manhã que se põe a gritar na porta para recepcionar calorosamente minha cara amassada.

Mike se requebra inteiro quando um bombom é desembrulhado a quilômetros de distância, crente que o docinho não poderá ter outro destino que não seu estômago. E todo o recinto entra em festa se, sem querer, eu encostar nos potinhos das guloseimas devezemquandárias ao enxugar a louça ― nesse caso, será preciso esperar o clamor animal cessar para conseguir deixar a cozinha.


20.6.13

Inveja

Guda preocupada com o futuro do país.

13.6.13

9 cuidados básicos que evitam doenças sérias

Eles não levam ninguém à falência e garantem que bigodes e focinhos continuem colorindo nossos dias por mais tempo

1) Comprar ração de boa qualidade
Por quê?
Ração barata contém conservantes e sódio além da conta, substâncias que estimulam a formação de cristais.
A atitude previne...
- Urolitíase: presença de cálculos no trato urinário, que podem virar cistite nas fêmeas e obstruir a uretra dos machos, matando o animal em 72 horas por insuficiência renal.

2) Controlar as guloseimas
Por quê?
Petiscos em excesso e comida gordurosa ou muito temperada engordam e afetam o fígado, que funciona como um filtro do organismo.
A atitude previne...
- Obesidade: acúmulo de gordura no corpo, que pode causar diabetes, problemas nas articulações, doenças cardiovasculares e até alterações neurológicas.
- Lipidose hepática: concentração de gordura no fígado, comum em gatos e rara em cães, que pode levar à morte.

3) Oferecer água sempre fresca
Por quê?
Beber bastante água ajuda a manter os rins trabalhando direito.
A atitude previne...
- Insuficiência renal: alteração na capacidade de filtragem do órgão, que passa a reter ureia e creatinina (compostos tóxicos) e a eliminar água, vitaminas e proteínas. O agravamento da doença pode provocar pressão alta, infecções do trato urinário, úlceras na boca e no estômago e até matar.

4) Vermifugar
Por quê?
Animais que têm acesso à rua podem se contaminar com ovos, cistos ou larvas de vermes como a tênia.
A atitude previne...
- Verminose: infecção do intestino provocada por parasitas que retardam o crescimento do bicho, prejudicam a absorção de nutrientes, facilitam a perda de sangue e de proteínas e ainda favorecem o aparecimento de outras doenças.

5) Vacinar anualmente
Por quê?
Peludos imunizados vivem mais e não passam doenças infecciosas para seus donos.
A atitude previne...
Um combo de dores de cabeça:
- V10 (cães): cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa, adenovirose, coronavirose, parainfluenza e leptospirose (Leptospira canicola, Leptospira grippotyphosa, Leptospira icterohaemorrhagiae e Leptospira pomona).
- Quádrupla (gatos): panleucopenia, rinotraqueíte, calicivirose e clamidiose.
- Antirrábica (cães e gatos): raiva (zoonose causada por um vírus que afeta o sistema nervoso, matando o bicho em menos de uma semana).

6) Castrar a partir dos cinco meses
Por quê?
Esterilizar filhotes antes do primeiro cio evita infecções e o desenvolvimento de tumores.
A atitude previne...
- Piometra: infecção uterina provocada por bactérias, que pode levar à óbito.
- Câncer de mama e próstata: proliferação desordenada de células de qualquer tecido do organismo, prejudicando o funcionamento dos órgãos comprometidos. Se a doença for detectada após produzir metástase, a morte é inevitável.

7) Jamais medicar por conta própria
Por quê?
O uso indiscriminado de remédios pode envenenar e até cegar o animal.
A atitude previne...
- Intoxicação: série de efeitos sintomáticos causados pela ingestão ou contato com substâncias tóxicas.
- Catarata: opacidade do cristalino, lente interna dos olhos, que impede a passagem da luz à retina, prejudicando a visão.

8) Manter os dentes limpos
Por quê?
Tártaro gera um ambiente propício para o desenvolvimento de bactérias, que podem chegar ao coração pela corrente sanguínea.
A atitude previne...
- Endocardite: mau funcionamento do músculo cardíaco, provocado por microorganismos que tendem a obstruir o fluxo sanguíneo arterial de órgãos vitais. A forma infecciosa da doença mata em questão de dias.

9) Estimular a prática de exercícios físicos
Por quê?
Sobrepeso causa complicações articulares.
A atitude previne...
- Artrite: inflamação decorrente do mau posicionamento da junta, ponto em que um osso se encontra com outro, atrapalhando a locomoção.


* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.

11.6.13

Gentoca

A maioria das peripécias relatadas neste blog tem bigodes como protagonistas ― com destaque aos esqueletinhos da dona Lourdes. Mas os leitores antigos certamente se lembram que já passaram por Gatoca sete focinhos (Beatriz, Costelinha, Pingo, Geada e Caramelo, Marley e Pandora), um sanhaço e uma pomba especialista em cocos aéreos.

O que eu nunca imaginei é que teria de resgatar uma criança. Ou quase. Tudo aconteceu muito rápido: namorado ao volante, eu olhava distraída a paisagem que corria pela janela, quando avistei um menininho correndo sozinho pela calçada. Ele parou o carro instantaneamente, eu caminhei em direção ao pequeno, para não assustá-lo, e quase enfartei ao vê-lo virar para a rua, onde um caminhão aumentava de tamanho na velocidade da luz.

Segurei o aventureiro pelo braço no minuto em que a mãe saiu de casa desesperada gritando seu nome. O irmão mais velho havia esquecido o portão aberto e ela só sentiu falta do mais novo quando ele já estava no alto do morro. Pelo jeito, São Francisco anda ampliando sua área de atuação. E sacou que sempre pode contar comigo. Eu só não sei o que faria com um filhote de gente.

4.6.13

Notícia triste: pingando os is

Nestes 18 dias, desde que eu publiquei o post sobre a suspensão dos resgates em Gatoca, não faltaram demonstrações de carinho de vocês. Até terapia junguiana gratuita me ofereceram! Mas parece que alguns pontos precisam ser melhor explicados. Segue, então, uma listinha e, se ainda restarem dúvidas, não se acanhem em compartilhá-las nos comentários. :)

1) Os temporários agravam minhas crises
O organismo demora para se acostumar ao novo "alérgeno". Animais resgatados da rua precisam ficar isolados dos outros, geralmente em lugares pequenos, com pouca circulação de ar. E quanto mais gatos em casa, pior a alergia. Palavra de quem já cuidou de 19 bichanos ao mesmo tempo.

2) Banho não rola
Já não seria fácil ensaboar dez bigodes fofos semanalmente ― principalmente porque eu ganho dinheiro escrevendo, não pilotando chuveirinhos. Imaginem, então, enfiar as Gudinhas embaixo d'água. Pipoca amansou com o problema renal, mas as irmãs continuam bichos do mato.

3) Tratamentos alternativos são lentos
Eu acredito em um monte de coisa. E não desisti de tentar. Mas, na hora em que o ar para de entrar nos pulmões, só a injeção de corticoide na veia resolve. Quem nunca dirigiu até o hospital achando que não vai dar tempo de chegar dificilmente conseguirá imaginar a sensação de pânico.

4) Mesmo assim, eu não vou doar os bigodes
Pelo menos não enquanto puder me manter de pé com os remédios. Tomo o que for necessário, faço exames periodicamente, passo em consulta com todo o corpo clínico da Beneficência Portuguesa se precisar. No dia em que o último coração felino parar de bater sozinho (assim espero!), eu penso na hipótese de adotar um filhote de urso ou um elefantinho.

5) A ajuda jornalística segue
Eu continuarei a publicar dicas aqui no blog, a inspirar os leitores novatos a construírem um mundo melhor para bípedes e quadrúpedes, a produzir matérias (ou guias inteiros) que ensinem marinheiros de primeira viagem a cuidarem decentemente de seus animais de estimação, a escrever, editar e revisar textos para o Adote um Gatinho, ONG em que sou voluntária.

Só não sei o que farei quando cruzar com o próximo par de olhos assustados.

30.5.13

Paradoxo

Na próxima encarnação, eu quero ser um gato meu.