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12.7.19

O lado ruim de morar no interior

Há quase dois anos, eu compartilho neste blog os grilos e passarinhos da vida sorocabana. Mas fugir dos grandes centros urbanos é ficar mais distante da modernidade também. Isso significa que, para comprar pão, você passa pela avicultura, onde galinhas morrem de pouquinho sob o sol.

E percebe quando a cantoria do galo do vizinho emudece, para recomeçar com a próxima vítima. E sente vontade de jogar na lama a placa frequentemente renovada de “vende-se leitoa”. E ouve o casco dos cavalos no asfalto, puxando pessoas chucras, eletrodomésticos velhos, um mundo inteiro que tarda a se iluminar.

Isso quando não os vê inteiros no chão.


O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o planeta pode ser melhor. Quer fazer parte da transformação? www.catarse.me/apoiegatoca

11.7.19

O desafio de pagar contas à frente do seu tempo

Gatoca não levou o edital. O resultado saiu na segunda-feira, mas eu precisei de uns dias para lamber as feridas — deu um trabalho lascado preencher aquelas planilhas todas, rs. O fato é que, dos 100 projetos escolhidos, apenas um beneficiava os animais. E com o clássico resgate-doação, que não mexe na raiz do problema.

As iniciativas de educação se limitavam ao ser humano (como fim). E as de meio ambiente, às plantas. Em tempos de esgotamento do planeta, governos extremistas e compaixão escassa, os donos da grana e das regras ainda não se deram conta da importância (e urgência) de integrar as três áreas.

E a gente segue na luta dos boletos — obrigada, aliás, aos padrinhos e madrinhas, que nunca me deixam só! 💚


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5.7.19

Parceria para tempos difíceis

Lúcia Choi guardou na gaveta o diploma de direito e resolveu se entregar ao propósito de ajudar pessoas a se descobrirem, pensarem por si sós, tomarem decisões complexas. Levado a sério, o coaching é um processo profundamente transformador e vale cada centavo! Ainda mais quando alguns desses "centavos" vêm para o Gatoca. :)

A ideia é atender quem não pode arcar com o valor integral das sessões em troca de doações ao projeto, beneficiando bípedes e quadrúpedes numa boa ação só. Se vocês estiverem desestimulados como a Keka ou precisando apenas aparar umas arestas, conversem com ela.

Bora fazer a roda girar!

4.7.19

O texto que nunca escrevi

"Lúcia Já-Vou-Indo" era o calmante da turma. Se a gente não ficasse quieto durante a parte chata da aula, nunca saberia a continuação da história. Foi com a leitura de fundo da tia Rita que ilustrei meu primeiro e último livro de elefante. Acontece que os desenhos se intimidavam conforme a escrita seguia ganhando pernas. E dentes.

Os diários todos da adolescência ainda tenho — não, não há neles uma única linha sobre o primeiro beijo, porque ele também se atrasou. Já os cadernos de redação morreram com minha mãe. Vieram, então, as matérias. Centenas, em tela, papel brilhoso, folha suja. E umas edições e revisões em lombada quadrada.

Das crônicas não lembro o parto. Parece que só foram mudando de formato — do caderno para o e-mail dos amigos, descansando neste blog.

Respiro, logo escrevo.

Mas nunca aprendi. Quer dizer, fui alfabetizada, obviamente. E até tenho um diploma de jornalismo, vocês sabem. Só que ninguém me ensinou a escrita das estantes. Quando abracei Marcelino Freire, ao final dos três dias de curso no Sesc, a reparação estava feita.

Rufem os bigodes!


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28.6.19

Gramado da Fama com vibrações positivas

Todo mês, eu agradeço os apoiadores do Catarse aqui no blog. Mas este post vou começar com um pedido: mandem aquele amor que só a comunidade do Gatoca consegue juntar para a Andreia Lyrio? Ela é leitora das antigas e está se recuperando de um infarto aos 39 anos! Meu aperto a distância já foi entregue. 💚

Seguindo a tradição, neste Gramado da Fama de junho estrelam Keka (notem a iluminação providenciada por Pedrão!) e Ana Fukui, que confessou ter declarado guerra contra as gatas, porque comprou uma poltrona nova e não quer dividir com elas — para isso, não há vibração positiva. rs


Obrigada também a Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Eliane Bortolotto, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Denise Perin, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo, Solimar Grande, Aline Silpe, Lucia Mesquita e Michele Strohschein!

Quer ver seu nome aqui, ganhar recompensas e ainda ajudar a despiorar o mundo? É só clicar no link abaixo. Os R$ 5 do cafezinho fazem diferença! Até porque café tem gosto de tristeza. E nem dá para pagar no boleto.

27.6.19

Bafinho de gato nem sempre é saudável

A gente ama! (Essa sou eu incluindo vocês para parecer menos louca.) Mas mau hálito pode significar problema de saúde. Mercv, por exemplo, perdeu este canino por causa de uma tal de lesão de reabsorção odontoclástica, verdadeiro enigma da odontologia veterinária. Gatoca lista, então, os principais perrengues para vocês ficarem alertas. E, no fim do post, tem a clássica dica de prevenção. :)


Gengivite e outras doenças periodontais
Presentes em mais da metade dos gatos adultos, elas tendem a prejudicar a alimentação, provocando anorexia.

Infecções na boca
Irritações ou lesões na mucosa e nos lábios também comprometem a mastigação, subtraindo quilos.

Doenças gastrointestinais
Obstruções, infecções e carcinomas no intestino e no estômago atrapalham a absorção dos nutrientes. Se o câncer for detectado após produzir metástase, a morte do animal é inevitável.

Diabetes Mellitus
Relacionada à má alimentação, obesidade e sedentarismo, pode render hipertensão, insuficiência renal, doenças cardíacas, dificuldade de locomoção e até cegueira.

Doença renal
Disfunção que judia de 60% dos bichanos, porque os rins deixam de filtrar e eliminar as toxinas produzidas pelo organismo, costuma causar infecções do trato urinário, úlceras na boca e no estômago, pressão alta que leva à cegueira e, em muitos casos, morte — tem um dossiê sobre o assunto, infelizmente, aqui.

Doenças respiratórias
Além de ficarem suscetíveis a infecções bacterianas e micoplásmicas oportunistas, os bigodes não tratados tendem a desenvolver pneumonia.

Alimentação inapropriada
Enquanto a gente trabalha fora, não é raro os peludos ingerirem coisas duvidosas, como pedaços de brinquedo. Dependendo do objeto, o estrago aumenta.

Para prevenir, segundo a veterinária Márcia Fernandes, vale investir em uma alimentação balanceada, com ingredientes funcionais que ajudam no controle do tártaro ― eu sempre digo que quem economiza na ração gasta com remédio. E, em caso de sangramento, inchaço ou odor excessivo, procurem um especialista.


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21.6.19

Doem os remédios que seu bicho não usa mais!

Lorena Correia me pediu ajuda para encaminhar medicamentos (e outros itens) que sobraram do tratamento do Sushi e da Mel, resgatados em 2017. A mãe do Sushi pariu no quintal da sogra dela, em Aracajú (SE), e sumiu. Ele foi o único filhote que sobreviveu. Com verme, anemia, otite e rinotraqueíte.

No mês seguinte, Mel invadiu o apartamento da vizinha da Lorena, em Salvador (BA), que tocou rapidamente a campainha para "devolvê-la" (conheço essa história). Com pulga, verme, anemia e suspeita de FIV. O casal acolheu a frajola como lar temporário e de lá ela nunca mais saiu — os bigodes ficaram tão amigos que encaram o veterinário na mesma caixa!


Dois anos depois, recém-operada e mudada para o ABC, Lorena percebeu que os remédios venceriam, mas não podia dirigir para longe nem conhecia ONGs na região. Foi quando nossos caminhos se cruzaram no Instagram (sim, Gatoca tem Instagram!). Jubão topou receber a doação e entregou para a Tati Pagamisse, que levou na festa da Laurinha.

Comigo, a sacola viajou até Sorocaba e fez escala na Cobasi, onde rumaria para a Anjos e Protetores, da Eliane Consorte — que conheci em um evento com a Luli Sarraf. Vocês certamente conseguirão viabilizar isso de um jeito mais fácil, rs. E podem salvar uma vida. :)

Aqui tem uma lista de ONGs sérias pelo Brasil.


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20.6.19

Griloca: o único Airbnb para grilos!

"Por que se arriscar na natureza selvagem e desconfortável, se você pode se hospedar em uma casa com nove gatos acolhedores?", deve ter dito o publipassarinhal. E, em fevereiro retrasado, Griloca recebeu o primeiro visitante! Ignorando totalmente os costumes locais, a criatura ligou o som alto na sala de madrugada, o que mobilizou a Chocolate e uma força-tarefa de três pessoas para efetuar o check-out.

O segundo visitante chegou no último Dia dos Namorados, junto com os proprietários do espaço, que só queriam saber de dormir, depois de comemorar a 114 quilômetros de distância e em cinco lugares diferentes — para compensar os pedágios, gente. Uma câmera escondida no espelho registrou a interação e o grilo, que sobreviveu para avaliar o atendimento, virou filme!


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14.6.19

Vaza-gato: as imagens secretas de Gatoca

Este é apenas um recorte do material levantado ao longo dos quase 12 anos de projeto. A comédia das revelações dispensa explicações. Trata-se de um mico generalizado, que envolve dez bigodes, embora um deles esteja "vazando" em outra dimensão agora — motivo pelo qual preferimos preservar sua memória.






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11.6.19

Especial: Dia dos Namorados 2019

Quando a gente está sozinho, enxerga que o mundo é par. Toda criatura tem companhia para o cinema, troca sorrisos no jantar, dorme de conchinha. E realmente dá um aconchego poder dividir os desafios de se pôr de pé mais um dia. Mas também afaga a alma assistir àquele filme que ninguém toparia ver junto, trocar gargalhadas com os amigos, dormir atravessado na cama.

Nesta data mais comercial do que emocional (lembrando que ela foi criada pelo pai do Doria para alavancar as vendas num mês ruim), o Gatoca deseja que cada um de vocês possa se sentir ímpar. E que não falte bicho para apertar — mesmo que eles pareçam deitar nos almofadões da sala em duplas.


Outros especiais: 2012 | 2011 | 2009 | 2008

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7.6.19

Encontro com as Secretarias de Educação e Meio Ambiente!

Gatoca tem um projeto desenhado para crianças, esperando financiador — eu falo dele há um tempo (está no vídeo do Catarse, inclusive). Este ano, abriu um edital para coletivos não formalizados e, graças ao toque da Renata Godoy 💙, nós estamos participando!

O resultado só sai no fim do mês, mas a gente já pode comemorar. É que, na sexta-feira passada, eu recebi o convite para apresentar a iniciativa a representantes das Secretarias de Educação e Meio Ambiente de Sorocaba!


Levantei às 6h, tomei um banho para acordar de verdade e tirei os sapatos mofados do armário — os de salto guardei para a reunião com o MEC, porque um dia nós viraremos política pública, escrevam aí. Guda providenciou seu saravá e lá fomos, Focus estica-horizontes e eu, para o Centro de Referência em Educação.


Pedrão ainda tratou de abrir os caminhos com sol e céu azul.


A conversa superou todas as expectativas! A cidade tem um programa de bem-estar animal nas escolas, mas falta contemplar justamente os meninos e meninas da faixa etária do nosso projeto — sem nos prender a pequenezas como dinheiro, já fomos logo pensando na logística dos encontros. rs

E quase morri de alegria silenciosa quando a gestora de desenvolvimento educacional mostrou um bichano tatuado no braço, entre os abraços de despedida, e comentou que conhecia este blog.

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5.6.19

Compartilhem calor neste inverno!

Não, ainda não chegou. Mas eu já estou trabalhando de pernas cruzadas na cadeira para dobrar a quantidade de bigodes por colo. E não tem um banho de espelho embaçado em que não pense nos animais (e pessoas) que vão passar mais um inverno na rua. Desde 2010, o Gatoca incentiva vocês a aquecerem outras vidas. Este ano, um tico mais distantes da compaixão, não seria diferente.

Comecem dentro de casa
Não precisa ser iogue para manter os bichos quentinhos. Vale improvisar cabanas com cobertores velhos para os gatos e abrigos protegidos do vento e da chuva para os cachorros de quintal. Comprar roupinhas para idosos, magrelos ou pelos-curtos. Evitar banhos para todo mundo (ou seguir estas dicas). Brincar junto. Caprichar na ração — o apetite aumenta para manter a temperatura do corpo. Só cuidado com a obesidade!

Esquentem um animal sem família
Dá para distribuir caixas de papelão com paninhos pela cidade, sem gastar um centavo. Organizar uma vaquinha no trabalho para transformar bacias em casinhas, como neste tutorial. Abrir a garagem (e o coração) nos dias mais congelantes. Apoiar o trabalho de uma organização não governamental que atue nessa área ― aqui há várias.

Estendam a ação aos seres humanos
Sabem aquela blusa que não sai do armário há séculos, esperando uma ocasião especial? Doem a quem precisa dela agora. Vocês podem participar da campanha do agasalho do shopping, da ONG, da igreja. Mas funciona melhor ainda entregar pessoalmente. Encarando outros olhos, a gente percebe que o mundo é muito maior do que nossos privilégios.


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31.5.19

Gramado da Fama quase sem glamour

Eu sempre divulgo os novos apoiadores do projeto (e agradeço os antigos) na metade do mês. Mas as semanas foram passando, neste maio, e nada de o Gatoca sensibilizar outro coraçãozinho de pudim. Fiquei pensando nos motivos que poderiam ter feito o financiamento continuado empacar, faltando tão pouco. Até que o nome da Michele Strohschein apareceu inbox.


Vocês não imaginam a felicidade que explode no peito ao receber esse reconhecimento por um trabalho tocado voluntariamente há mais de uma década. Nesta edição, fiz até um videozinho de bastidores desmascarando a Chocolate — preparem-se para nunca mais enxergar a pequena da mesma forma. rs


Agora, faltam 18% (R$ 150) para bater a meta! Não sintam vergonha de contribuir com "pouco". Cada centavo investido aqui carrega o mesmo poder de transformação.


Obrigada, aliás, Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Eliane Bortolotto, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater-Calabró, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Denise Perin, Patrícia Urbano, Andreia Lyrio, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo, Solimar Grande, Aline Silpe e Lucia Mesquita!

30.5.19

9 anos depois: fotos felinas para aquecer o coração

Da Pandora vocês me leem contar todo ano — sim, ela segue brigando contra o tempo! Pituca, a primeira resgatinha do projeto, já apareceu por aqui ganhando carinho do Darth Vader. Jacob e Chuvisco acolheram Feijão e Luigi, porque o Gatoca tem leitores mais moles do que a escritora. E este ano eu recebi notícias de cinco bigodes doados há quase uma década!

Lily chegou com o pescoço e uma parte da cabeça sem pelos. Dona de um gênio encardido, mordia doído e foi justamente isso que encantou o Agostinho. A foto da tigresa no colo do filho dele, cheia de mãos em volta, ficou eternizada no financiamento coletivo de 2014. E até hoje me emociona.


Lembra da Gatucha? Lá se vão 9 anos e ela tá aqui, firme e forte. Nós ainda moramos no mesmo lugar. Ela continua filha única. Fábio, meu filho naquela foto, já casou. Mora na Vila Madalena e, no momento, está em Londres com a esposa para estudar.


Lua foi abandonada em uma caixa de papelão com seus bebês ainda de cordão umbilical. Viviane topou dar lar temporário para a família e a branquela nunca mais saiu de lá.


Pois é! No dia 16 de maio fez 9 anos que a Marie está comigo. Linda como sempre, megacarinhosa, é meu dengo. Meu namorado, que nunca tinha convivido com gato, se apaixonou por ela e pelo Lenin, que resgatei na rua. Marie acha que é mãe dele. Tenho uma cachorrinha também. Ela se dá bem com todos. São meus tesouros.


Ziggy, Fandangos e Boo vieram juntos de um cemitério de Santos e cuidei deles na mamadeira! Regislaine e Samir adotaram os três, que ganharam nomes de cidades canadenses pomposas.


Indo para 10 anos! O trio um ano depois virou quarteto de bigodes com o Mike, um ano e meio mais novo! Infelizmente, a Hope nos deixou em 2018, por causa de uma lipidose, mas Banff e Whistler continuam juntos e aprontando! Banff com 7,8 kg e Whistler com 4,8 kg!


Hope era Boo, a pequenina do meio na foto do meu colo, dona de um berreiro respeitável, e que aparece na privada aí em cima. Uma parte de mim salgou com a mensagem, a outra sorriu.


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25.5.19

Toxoplasmose, gatos e a imprensa

Tem quase uma década que eu escrevi esta matéria para a AnaMaria, explicando que os gatos não são os vilões da toxoplasmose. No ano passado, produzi um vídeo sobre mitos felinos e fiz questão de incluir a doença — até lambisquei um dedo de cocô imaginário para ficar bem ilustradinho. Mas a imprensa (e alguns médicos) relutam.

Na semana passada, saiu o anúncio da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) de que a cidade de São Paulo havia registrado 45 casos desde março e um bar em Pinheiros estava sendo investigado porque clientes relataram ter contraído a toxo após comerem lá — atrasei o post por causa de um edital em que o Gatoca está participando, desculpem!

Claudia, Catraca Livre e Hypeness surpreenderam (positivamente) na cobertura. Estadão já começou a desanimar usando um “apenas” antes de “contato com gatos”. G1 meteu um bichano bem grande no infográfico. E a Folha falou das fezes felinas, mas esqueceu de detalhar como ocorre a transmissão. Pois colem este passo a passo na testa:

Para pegar toxoplasmose de um gato, é preciso...
1) Deixar de limpar a caixa de areia por três dias — tempo que os ovos do Toxoplasma Gondii demoram para eclodir.
2) Colocar a mão do cocô.
3) Lamber — quantas pessoas fazem isso?
4) O animal ainda tem de abrigar o parasita, somando menos de 1% dos casos no mundo — ele se reproduz dentro do bichano e os ovos saem junto com as fezes.

Corre-se muito mais risco de desenvolver a doença, portanto, ingerindo água e alimentos contaminados, principalmente verduras e carnes cruas — para saber sobre diagnóstico, riscos na gravidez, tratamento e prevenção, leiam a matéria da AnaMaria.


Fidel socializando com a Alice na barriga da Amanda

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