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17.10.13

Aderi à escarificação!

Porque é muito mico contar que a Jujuba retalhou meu braço fugindo da caixa de transporte, no dia de ir para a casa nova.

9.10.13

Computador à prova de gatos

Eu já escrevi aqui no blog que os bigodes têm um paladar peculiar (o tema rendeu até concurso, lembram?). E acho difícil algum leitor questionar a agilidade ímpar dos bichanos para destruição. Essas habilidades combinadas já me custaram três carregadores de celular. Da última vez, a bobeada durou o tempo de um xixi. E Pipoca mastigou o fio com tanto gosto que dava para ouvir do banheiro.

Pois adivinhem em que cômodo da casa nova a infeliz passará a noite inteira sozinha, já que precisa comer ração especial para renais? No escritório. Pausa dramática. Olhando a fiação do PC, eu lembrei de todas as vezes em que xinguei Jobs e seu Mac de acentuação bizarra. E cheguei a sentir ternura por criador e criatura embrulhando os mil cabos com o estoque de spiratudos da loja.

Mas este post pretende compartilhar uma dica bacana, não aumentar as vendas de lenço de papel: criados para organizar fios, os tais spiradutos também servem para protegê-los, perdendo apenas para as facas Ginsu ― deletem essa ultima informação e continuem achando que eu tenho 23 anos, por favor. Antes de sair de casa, chequem a metragem e espessura necessárias. E não esqueçam os peludos no recinto!

4.10.13

Para São Francisco, com amor

Dona Hérlia é uma senhora negra, de sorriso largo. Trabalha como diarista de manhã para poder cuidar dos netos à tarde. E tem duas gatas que adoram tomar sol na calçada, obrigando os pedestres a desviar. Dona Helena mora em uma das muitas construções inacabadas do meu novo bairro ― extensão de uma favela. Fumante, compensa nos adereços os dentes que lhe faltam na boca. E tem um rottweiler chamado Osíris, que julga sem balança quem pode atravessar o portão.

Nossas histórias se cruzaram por causa de um pretolino ronronante, que interrompeu minha caminhada até o marceneiro na semana passada, se atirando sobre os sapatos de barriga apontada para o alto. Preocupada com tamanha doçura dando sopa na rua, eu bati palmas na casa em frente e dona Hérlia apareceu de lenço no cabelo. Lázaro fora abandonado com uma ninhada inteira, cujo paradeiro ela desconhecia. E, por falta de grana, ainda não era castrado.


Surpresa de não precisar gastar meu latim explicando os benefícios da cirurgia, eu me despedi decidida a remediar essa situação. E consegui duas vagas para entrar na faca, por falta de uma. No domingo, saí então tocando as campainhas do entorno até encontrar a dona Helena, mãe da Carol, que também tinha um pretinho básico para operar, o Ganglere.


Nenhuma delas podia me acompanhar na via-sacra até São Paulo, mas ambas fizeram questão de oferecer ajuda com a gasolina. Eu recusei. Não há dinheiro no mundo que pague o prazer de andar pelo bairro sem tropeçar em farrapos de vida. Neste Dia de São Francisco, eis o meu presente ― que ele provavelmente já sabia que ganharia. :)

2.10.13

Aniversariante do mês - setembro de 2013

Simba completou uma década de vida no dia 17, entre a mudança para a casa nova e a cirurgia da Clarinha. O feito merecia comemoração em buffet, com presente importado do Butão, eu sei. Mas nem um ratinho de feltro vagabundo ele ganhou, porque minha cabeça estava tomada por caixas de papelão e o coração insistia em se espremer no canto no peito.

Pensam que o loiro ficou chateado? Que nada! Nas últimas semanas, ele tem se dividido entre mimar a amiga e me receber com a festinha que não ganhou quando a porta da rua se abre para mais uma sessão de cuidados-relâmpagos. Não vejo a hora de fechar a última porta de armário, com 33 anos de existência organizadinhos dentro, para resgatar meus bigodes...


*Novelinha: Conheça a história do Simba

Outros aniversários: 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

27.9.13

Clarastein

Com a cirurgia da última quarta-feira (que foi um sucessoobrigadasãofrancisco!), Clara migrou do universo dos quadrinhos para a literatura. E agora desfila por Gatoca exibindo sua barriga costurada de fazer inveja a Mary Shelley. Só não vale se voltar contra a criadora!

20.9.13

Kryptonita

Nestes sete anos e meio, Clara ganhou a fama de Super-Gata, sem precisar usar a calcinha por cima da legging. Nunca pegou um resfriado e, depois de castrada, só pisava no veterinário para tomar vacina ― tirando aquele Natal em que derrubaram a escada na coitada, arrancando-lhe o tampão de uma das almofadinhas. Esta semana, porém, parece que seus poderes enfraqueceram. E a pequena teve de ser operada às pressas para a retirada de um tumor.

Dr. E. disse que não valia a pena fazer biópsia porque removeu a bolota com folga, a chance de metástase é pequena e não receitaria quimioterapia. Mas eu fiquei arrasada mesmo assim. E morri de dó quando Pli voltou da anestesia sem entender nada, tropeçando nas próprias patas e errando pulos simples. Passei horas sentada no chão gelado da sala com ela no colo e a madrugada em claro tentando aconchegar sua inquietação.

Espero que essa HQ seja um fracasso de vendas e não tenha continuação.

13.9.13

Uruca virtual

Eu desejo, do fundo do meu coração de pudim, que esta sexta-feira 13 dê azar a todos os jornalistas que cegam, mutilam e matam gatos pretos indiretamente com seus textos preconceituosos.


Para ampliar, cliquem na imagem

Se vocês duvidam do bom agouro dos pretolinos, leiam a história do Chuvisco. :)

10.9.13

Reconhecimento em pipetas

Tem gente que gosta de receber livros pelo correio. Boa parte da mulherada curte desembrulhar cosméticos. Pois eu senti vontade de abraçar o carteiro quando ele entregou uma caixa de Frontlines, presente da Merial para despulgar os bigodes na casa nova. E melhor do que a economia de R$ 400, foi encontrar este cartão no fundo da embalagem:


Escritas a mão, as 27 palavras acima mostram que há corações de pudim nas grandes corporações brasileiras ― a Merial já fez outras doações ao projeto, lembram? E que os 78 animais socorridos, as centenas de horas de sono abreviadas e os incontáveis fins de semana passados no computador renderam ao Gatoca um prestígio que poucos blogs (dentro e fora da proteção) têm. Eba!

5.9.13

Terapia disfarçada de reforma

Nos últimos 12 meses, eu aprendi a quebrar parede, passar massa corrida, assentar tijolo, pintar teto, lixar porta. E consegui o milagre de mudar lembranças doídas com pouco tempo e grana ainda mais curta. Mas a maior surpresa da empreitada foi constatar o quanto eu mesma mudei.

Nos primeiros fins de semana, de moletom branco impecável, refazia cada coisa mil vezes e continuava achando ruim. Comprei pincéis em loja de artesanato para corrigir detalhes que só eu enxergava. Quando errava ― o que acontecia direto, já que trabalho com texto, não com trincha ―, chorava encolhida e me ameaçava desistir (quem precisa de inimigos?).


Conforme blusa e calça foram encardindo, passei a curtir a oportunidade de "reconstruir" os cantinhos da minha casa. Ela deveria ser um lugar feliz para bípedes e quadrúpedes, não meia dúzia de fotos em revista de papel brilhante. Cada defeito tem uma história, assim como minhas cicatrizes. E eu sou capaz de conviver com eles.

Agora, lavando as peças rotas pela última vez, sinto um orgulho danado do meu esforço extrajornalístico. E um amor que precisaria de mais dez corações para se espremer pelo Leo, que deu colo aos meus soluços e disse que tudo ficaria bem no dia em que a gente trocou a privada com a ajuda de um tutorial da internet.

Freud não explica, mas eu garanto que fazer a própria reforma vale cada gota de suor ― inclusive as que saem pelos olhos. A nova fase de crônicas deste blog promete. Providenciem a pipoca! :)

3.9.13

Sobre a arte de ganhar sem levar

Gente que precisa amargar a vida do outro para adoçar a sua não percebe que há mais potes melado no mundo do que vidas que se permitem amargar.


Aos 3,6 mil leitores do Gatoca, me desculpem por ter de ativar a moderação dos comentários depois de 6 anos defendendo a liberdade de expressão.

29.8.13

Fisioterapia também cura animais

Saiba tudo sobre o tratamento que faz cães e gatos sentirem menos dor e até recuperarem a habilidade de andar, sem precisar de remédio!

Xavier foi resgatado pelas meninas do Adote um Gatinho, no início do ano passado, com a coluna quebrada e uma lesão de medula quase total. O atropelamento em Jandira lhe rendeu uma cirurgia, alguns pinos e o diagnóstico de que ele dificilmente voltaria a andar.


Na casa da voluntária Daniela Xavier, porém, o peludo tentava levantar, subia a escada com as patinhas da frente, escalava a cama e, quando sonhava, mexia as patas traseiras como se estivesse correndo. Esses sinais fizeram a veterinária da ONG recomendar um tratamento combinado de fisioterapia e acupuntura.

Hoje, o bichano já consegue ficar em pé e dar meia dúzia de passos cambaleantes com sua fraldinha. A família que o adotou mora em Jundiaí, mas vem para São Paulo toda semana para não interromper as sessões milagrosas. Stella Sakata, veterinária especializada em fisioterapia, esclarece as principais dúvidas sobre o tratamento que pode mudar a vida do seu amigo também.


Em que casos a fisioterapia é recomendada?
Ortopédicos, como artrite, artrose, displasia coxofemoral e do cotovelo, luxação de patela, ganho de musculatura, consolidação óssea, reabilitação pós-operatória de fraturas, reparo de tendões, ligamentos e amputações. Neurológicos, como hérnia de disco, dor na coluna, paralisia, síndrome vestibular e da cauda equina e doenças virais. E para situações gerais, como controle da dor, redução de edemas, cicatrização de feridas, obesidade e doenças respiratórias.

Com que bichos ela obtém melhores resultados?
Com cães, gatos, cavalos... Eu atendo alguns animais silvestres também, como coelhos e macacos. Só em aves que não dá para fazer.

Quais são os benefícios do tratamento?
A fisioterapia consegue prevenir e curar lesões causadas por atividades realizadas diariamente pelo bicho, de forma não invasiva. Isso significa que é possível desinflamar, cicatrizar e tratar a dor sem o uso de medicamentos, poupando os rins, o fígado e outros órgãos.

E a recuperação é mais rápida?
Sempre.

Quanto tempo costuma demorar?
As sessões duram de 30 a 40 minutos, dependendo da patologia. E a recuperação total leva entre dez e 20 sessões. Quando o animal é muito velhinho, porém, o tratamento acaba se tornando contínuo, com manutenção semanal.

Existe alguma contraindicação?
A princípio, não. Mas o veterinário deverá avaliar o bicho para saber que conduta tomar e quais exercícios e aparelhos recomendar.

Dá para fazer em casa?
Sim, vários exercícios e alongamentos podem ser feitos em casa. O básico é o de sentar e levantar. Mas, se o animal estiver com dor, não vai conseguir. E, se o dono não souber manipular direito, acabará agravando o quadro, em vez de ajudar. Por isso deve-se consultar um especialista. Ele ensinará a forma correta de dar sequência ao tratamento fora do consultório.

:: Socorro paliativo

Casos agudos
Seu amigo acabou de operar, caiu da escada ou machucou o joelho? Faça gelo no lugar da lesão por 15 minutos, quatro vezes ao dia, durante quatro dias. A forma mais barata de compressa é colocar o gelo picado dentro de um saquinho de supermercado. E não se esqueça de usar uma toalha para evitar queimaduras.

Casos crônicos
Dores na coluna, por exemplo, necessitam de bolsa de água quente durante 10 minutos, uma ou duas vezes por dia, até passar o incômodo (que costuma ocorrer nos dias frios). Basta aquecer um tecido no micro-ondas ou encher uma garrafa pet com água morna.

* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.

27.8.13

Sexta festinha do Gatoca

Eu menti quando disse que havia chegado a hora de mobiliar a casa nova. Ainda faltava pintar cinco portas e nenhum ser humano, encarnado ou desencarnado, me convenceria de que essa tarefa aparentemente simples levaria duas semanas. Mas levou, porque a gente precisou desmontar os acabamentos todos, lixar a madeirada até encher os dedos de farpas e dar três demãos de fundo para esconder os restos de verniz, mais duas de tinta.

Por que eu estou falando de reforma no post sobre a comemoração dos seis anos de Gatoca? Porque se não fosse a comemoração dos seis anos de Gatoca, ninguém tirava meu corpo dolorido da cama. E valeu cada gemido de vértebra! Denise veio de avião para doar uma sacola de broches e chaveiros artesanais lindos de morrer (aguardem!). Natália, Arielly e Michele contaram peripécias fresquinhas dos bigodes que passaram por estas bandas. Alice arrancou sorrisos até dos garçons.

E eu abracei amigos que esticam meus horizontes, sem pagar a conta. Obrigada por mais um ano!


Cliquem na imagem para ver a galeria de fotos

Festinhas anteriores: 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

22.8.13

Serviço de personalização gratuito

Você precisa alterar o contrato social da sua empresa há um semestre, mas nunca sobra tempo. Quando finalmente consegue se acertar com o contador, coletar a assinatura dos sócios e agendar a ida ao cartório para o dia seguinte, entre as últimas demãos de tinta na porta de entrada da casa nova, dá de cara com esta obra de arte.

20.8.13

Humildade em forma de cão

Mike é um cachorro tão fofo que faz festa até para petisco integral.


O que você está esperando para levá-lo para casa?


Epopeia do Mike na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Combo canino: amor e diversão
:: Som mágico

14.8.13

Mimetismo

Gatoca tem flores com e sem pelos.