Eis que domingo a sobrinha da velha ligou, avisando que a tia quebrara a bacia e o fêmur e que não voltaria mais para casa. A irmã também se mudaria do imóvel, pois ficara cega de um olho, necessitando do auxílio dos parentes para as tarefas básicas do dia-a-dia – não me perguntem o destino do sobrinho maluco! Finalmente os gatos estavam livres. Sei que eu devia comemorar. Mas não consigo parar de pensar que dona Lourdes, que já tinha tão pouco, agora perdeu tudo.

*História completa dos montinhos de ossos, constantemente atualizada.
P.S.: No cortiço, havia também um filhote de cachorro amarelo, com cerca de seis meses, que rumou para um hotelzinho na zona norte, graças ao imenso coração de pudim das voluntárias do AUG.