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22.11.19

CSI com gato, tensão e final feliz

No começo do mês, eu contei a história do Gordo, abandonado em um condomínio de prédios no Campo Limpo, quando os tutores se mudaram — e do pedido de ajuda da Melissa, eterna mãe do Kiwi, porque culparam o gato azarado pelos carros riscados da garagem e o síndico proibiu os moradores de alimentá-lo. A ideia era conseguir uma fast-family. Mas, duas semanas depois, o bichano desapareceu.

A mãe da vizinha da Melissa viu um casal colocando-o na caixa de transporte e elas até pensaram em pedir a gravação das câmeras de vigilância. Só que se lembraram de que a vida real é bem menos tecnológica e acabaram espalhando cartazes de papel em busca do bigode pela área comum mesmo. Foi quando o Ricardo e a Célia apareceram.


Encheram o WhatsApp da Melissa de fotos do recém-batizado Oliver na casa nova — tem coisa mais emocionante do que ver um animal resgatado da rua dormindo em cama de lençol florido? E reescreveram a história do gorducho nesta cartinha pré-natalina:

Nós nos mudamos para o condomínio há um ano. Nesse meio tempo, cruzamos com o Oliver algumas vezes. Lembro da primeira, em que ele mexia no lixo e ficamos impressionados com seu tamanho. Mas era muito difícil chegar perto, porque ele estava bastante assustado. Até imaginamos que tinha um dono que o deixava passear sozinho.

Três semanas depois, meu marido conseguiu fazer carinho e ele começou a miar bastante, só que não tocou na ração. Reforçamos a teoria de que tinha dono, por isso estava bem cuidado e sem fome. Aí, teve um dia em que choveu bastante e o vimos se escondendo embaixo de um carro. Tentamos chamá-lo, mas ele correu.

A moça que trabalha aqui no prédio disse que a família havia se mudado e o deixado para trás. Já estávamos com dois gatos em casa, sendo um deles filhote, com a castração marcada. Mas, em uma manhã pós-academia, ele seguiu meu marido, que me ligou pedindo para levar a caixa de transporte, e o encontrei sentado no chão, chorando com o gato no colo.

Tive certeza de que o Oliver entraria em nossas vidas para mudar. Levamos ao veterinário para assegurar que ele estava bem e saudável. E hoje temos três filhotes lindos e amados!



O Gatoca recebe muitos pedidos de socorro assim e responde todos eles com informações sobre como resgatar, envolver a comunidade, castrar mais barato, organizar vaquinha, divulgar o animal (cansei de oferecer textos), escolher a família ideal. Mas poucas pessoas topam colocar a mão na massa. Fica aqui meu agradecimento público à Melissa Menegolo por não se conformar. E, claro, ao Ricardo e à Célia por esticarem o coração. 💕

ONGs que atuam com resgate e doação são imprescindíveis. Mas o trabalho de educação, conscientização e mobilização acaba passando batido — nosso financiamento continuado no Catarse completou um ano ontem e ainda não temos apoiadores novos neste mês. Se vocês acreditam que o Gatoca faz diferença (e já são 12 anos!), contribuam com qualquer valor. :)

Assinaturas a partir de R$ 15 ainda dão acesso aos vídeos fechados, que estreiam na semana que vem! ─ não esqueçam de cadastrar o e-mail do Catarse (contato@catarse.me) e o meu (bialevischi@yahoo.com.br) no catálogo de endereços para as nossas mensagens não caírem na caixa de spam.

Juntos nós somos transformação!

5 comentários:

Guiga disse...

Meu deus, que história linda linda linda! Dá um calorzinho no coração saber que ainda tem gente que se importa! *_*

Elisa disse...

Até chorei, muito bacana. Hoje mesmo pensei nos seus dois gatos e a cadela que apanhou. Como estarão os outros dois?

karyne disse...

Deus abençoe Vcs. Lindos pais.

Beatriz Levischi disse...

Listrado foi para um lar temporário — vou contar a continuação da história dele nesta semana. A tutora da cadelinha está fugindo de mim. :\

Heidi Ponge disse...

Linda estória.