Na primeira semana, eu ajudei a descarregar as caixas de papelão e vi a gatinha no gramado do prédio. Na segunda, a gente pintou as paredes. Na terceira, rolou o faxinão. Na quarta, depois de encher a peluda de carinho, dei de cara com este comunicado pedindo para não alimentá-la, senão ela não iria embora:
Como o apartamento não é meu, em vez de escrever no cartaz que não se resolve problemas assim, toquei a campainha da síndica, tirando do alçapão da alma um sorriso simpático. Ela disse que até tem pena da bichana, mas os moradores estão reclamando que ela entra pelas janelas do primeiro andar atrás de comida e carinho. Comida e carinho.
Nessas horas, torço para um maluco apertar o botão de implosão do mundo. Só que a síndica completa que, em 19 anos, isso nunca havia acontecido e fica claro a encomenda de São Francisco. Batizei-a de Catrina, porque os desenhos do rosto lembram a morte mexicana. Para quem não assistiu "Festa no Céu", a explicação segue abaixo da foto.
Eles acreditam que o pior que pode acontecer a alguém é cair no esquecimento. No dia 2 de novembro, celebram, então, seus antepassados com festa. Nos resta menos de um mês para dar uma nova vida a La Muerte. Mas eu preciso de um lar temporário urgente, para castrá-la antes que encurtem suas lembranças aqui ― conversei no bairro por quatro horas e não consegui ninguém. :\
Espalhem o post neste e no outro mundo?
Epopeia da Catrina, La Muerte na busca por um lar:
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2 comentários:
Genteeee! Mas onde ela está? Põe bairro, contato e tel para interessados para facilitar a divulgação...
Em São Bernardo, Penelope.
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