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30.10.12

9 mitos sobre gatos

Todo mundo já ouviu dizer que eles são traiçoeiros e preferem a casa ao dono. Só acredita nisso, porém, quem nunca teve um bichano para chamar de seu

Mel chegou na clínica da veterinária Luciana Dechamps com o rosto estourado, porque um espírito de porco resolveu colocar uma bombinha dentro de sua boca. Aos 2 meses de vida, em vez de caçar ratinhos de feltro ou brincar de lutinha com os irmãos, a pequena enfrentou uma cirurgia reparadora séria e ainda passará por outra para não ficar com o beicinho pendurado.

"Toda semana, nós recebemos um caso de crueldade assim. Já tratamos gatos com vidro no olho, membros cortados e até usados em magia negra", lamenta Luciana. Para acabar com o preconceito, AnaMaria entrevistou Juliana Bussab, presidente da ONG Adote um Gatinho, que já doou 5 mil bigodes a famílias que estão muito felizes, obrigada!

:: É mentira que bichanos...

Dão azar
Pelo contrário: no Egito, eles eram tratados com honras reservadas aos faraós e mumificados depois de mortos. Bastet (ou Bast), deusa da fertilidade, tem a cabeça de um gato, inclusive. A sorte dos bigodes só mudou na Idade Média, quando os cultos pagãos que os envolviam se tornaram heresia.

E os peludos, acusados de demoníacos pela Igreja Católica, passaram a ser perseguidos com suas donas, as "bruxas" ― mulheres solitárias, que não seguiam as regras machistas da sociedade. Por que os pretolinos levaram a fama? Porque os bichanos cultivam hábitos noturnos e à noite, como diz o ditado, todos os gatos são pardos.


Gostam da casa, não do dono
Se essa afirmação fosse verdade, o número de gateiros nos Estados Unidos não teria ultrapassado o de cachorreiros. E o Brasil segue o mesmo caminho, com a população de bichanos crescendo duas vezes mais do que a de cães (8% contra 4% ao ano).

Bigodes podem se mostrar tão companheiros quanto a "concorrência". A gente é que ainda está aprendendo a decifrá-los, por causa da convivência mais recente. Os cães aproveitaram esse tempo extra para se moldar, enquanto os gatos preservam muito de seu instinto. Isso não significa falta de amor.

"Mingau me olha com adoração desde o primeiro dia. Foi doado cinco vezes, mas, quando chegava na casa nova, se plantava na porta e miava até ser devolvido. Aí, em 2003, eu decidi adotá-lo de vez", conta Juliana. Quanto ao carinho especial que eles sentem pelo cantinho em que moram, se você tivesse sido resgatado da rua, também sentiria, concorda?

Precisam viver em liberdade
No caos das grandes cidades, longe das casas de cerca branca com flores coloridas nas janelas, um macho não castrado com acesso à rua dificilmente vive mais do que três anos. Os riscos são vários: desde pegar uma doença séria brigando com outros animais até morrer envenenado por um vizinho descontente com os cocos frequentes no jardim. Quanto mais bonzinho, aliás, mais facilmente o coitado se tornará alvo da maldade humana. Não adianta domesticar o bicho e querer que ele tenha um lado selvagem.

Sempre caem em pé
O equilíbrio e a coordenação dos gatos são insuperáveis. Mas eles não conseguem se virar para aterrissar de pé, amortecendo o impacto, se a queda ocorrer de uma altura mediana ― entre o terceiro e o sexto andar de um prédio, por exemplo. Muito menos sairão ilesos de quedas maiores.

Nesses casos, costuma haver fratura nas patas da frente e no queixo, que também bate na superfí-cie, além de lesões na boca. Prova disso são os 30 paralíticos e paraplégicos que o AUG salvou da morte em dez anos. Sobre o mito das sete vidas a gente nem precisa falar, né?


Não sentem dor
Na selva, se um leão ou um tigre demonstra fraqueza, perde seu lugar no topo da cadeia alimentar e vira presa. Como os bichanos descendem diretamente dos grandes felinos, só costumam dar indícios de que alguma coisa está errada quando o estrago já for grande. O que não quer dizer que eles não sofram.

Transmitem toxoplasmose a gestantes
Para isso acontecer, o animal precisa integrar o grupo dos gatos que têm o parasita (menos de 1% no mundo!) e a barriguda colocar a mão suja de coco na boca, tendo "esquecido" de limpar a caixa de areia por três dias. Corre-se muito mais risco de pegar a doença ao ingerir água e alimentos contaminados, principalmente verduras e carnes cruas. A culpa só sobrou para os peludos porque é neles que o parasita se reproduz ― expelindo os ovinhos junto com suas fezes.

Provocam asma em crianças
Até agora, pelo menos, ninguém conseguiu provar. O que os cientistas sabem é que pessoas asmáticas podem ter crises alérgicas em ambientes compartilhados com os gatos. E que a substância que detona essas crises está na saliva do bicho, não no pelo, como muita gente pensa.

Se alimentam de leite
O ser humano é a única criatura do planeta que toma leite na idade adulta. Fora dos desenhos animados, nenhum bicho barbado mama. E ainda pode ter uma baita diarreia, por causa da intolerância à lactose. Bigodes são carnívoros e precisam de uma dieta rica em proteínas, fibras, gorduras, vitaminas e minerais.

Nunca aprendem nada
Com paciência, carinho e alguma técnica, ensina-se muita coisa a um gato. A independência dos bichanos incomoda porque eles não são seduzidos tão facilmente quanto os cães.

* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.

26.10.12

Aniversariante do mês – outubro de 2012

Na quarta-feira, para comemorar os 7 anos de vida, Mercv* ganhou de presente uma cadeira de escritório macia, anatômica e cara. Mas ela também podia ser dura, quadrada e barata, porque o que importa mesmo é o colo que fica entre o objeto inanimado e o bigode mimado ― ele só não saiu na foto porque alguém precisava apertar o botão da máquina.


*Novelinha: Conheça a história do Mercv

Outros aniversários: 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

23.10.12

Professor exemplar

Mercv dando aula sobre como não se desesperar na viagem ao veterinário. Notem que Simba é o aluno mais aplicado.

18.10.12

Uma garrafa de vodka, por favor?

A Rússia fica do outro lado do mundo. Mas isso não foi problema para o guarda, que surrou a campainha aqui de casa às oito da madrugada até eu levantar bêbada de sono para resgatar a Fedora, abandonada no vizinho da rua láááááááááá de baixo.

Ajudem a divulgar a pequena, por favor ― Kiwi ainda não ganhou sua família de comercial de margarina e Gatoca está superlotada. Ela não deve ter mais do que 4 meses, é supercarinhosa, fez amizade com os bigodes do homem instantaneamente e agradecerá com um: "Я люблю тебя".


Cliquem na imagem para ver a galeria de fotos

16.10.12

Filho quadrúpede

O primeiro miado que Mercv aprendeu a falar foi "mãe". Primeiro e último, aliás, porque o mimado preferiu investir sete anos de energia para aperfeiçoar a estratégia de chamar minha atenção.



Eis a versão anterior, que não me deixa mentir.

11.10.12

Prevenir para não remediar

Este post tem o objetivo de economizar a grana com a terapia da Keka, que quase nunca aparece no blog.

9.10.12

No vamos a la playa

Como todo branquelo, seja ele bípede ou quadrúpede, Pipoca adora esturricar no sol. E odeia passar protetor. Acontece que, em vez de ficar bronzeada, ela vai é pegar um câncer de pele. Sim, animais de pelo claro, principalmente no nariz e nas orelhas, regiões menos protegidas, também estão sujeitos à doença.

Satie e Smeagol não me deixam mentir. Elas tomaram tanto sol na cachola quando moravam no cortiço da dona Lourdes que acabaram perdendo as orelhas. Nestes dias quentes, portanto, nada de jardim para os bigodes europeus. E, se eles reclamarem, ofereçam uma água de coco.

5.10.12

Hipocrisia deslavada

Políticos brasileiros antes...


...e depois das eleições.

2.10.12

Gracinha de cachorreira!

Três dias depois, um post sobre a Hebe só faria sentido se trouxesse informações inéditas. E não estamparia as páginas virtuais do Gatoca sem um link "peludo". Mas este texto cumpre os dois requisitos. É que, em setembro de 2011, a loira aceitou meu convite para incentivar as leitoras da AnaMaria a adotarem um bichinho. E posou sorridente com o Atrium para uma sessão de fotos exclusiva, acho que a última de seus 83 anos.


Eu resolvi, então, dividir com vocês a repercussão da matéria lendária e outros cliques daquela tarde inesquecível. Se a gente conseguiu sensibilizar 0,1% das mulheres que folheiam a revista semanalmente, mais de 1 mil animais tiveram sua segunda chance. E o mico de ilustrar um editorial fazendo careta valeu a pena. Obrigada, diva! De coração de pudim para coração de pudim.


Alguns e-mails:

Adorei a matéria que a Hebe. Hoje em dia, com tanta falta de compaixão, os últimos lembrados são os animais. Sempre vejo vocês da redação dando exemplos de carinho com os pets. Agradeço a atenção e agradeço também a propagação de respeito aos animais. Sou leitora assídua da revista que, além de ótimas matérias, receitas fáceis e gostosas, também pratica bons exemplos de amor aos animais. Beijo a todos.
Mayra

A matéria sobre deixar um bicho mudar sua vida é fantástica. Eu adoro animais. Tenho vários e recomendo que todas as pessoas adotem pelo menos um.
Rogéria

O que mais gostei na revista foi a matéria com a Hebe e seus cachorrinhos. Ela está linda demais na capa e é muito bom ler sobre o quanto nos faz bem o convívio com animais de estimação. Parabéns pela reportagem. Muito boa mesmo! "Quem não gosta de animais não pode gostar de pessoas", já li várias vezes essa frase e cada vez mais tenho certeza disso.
Dolores

Matéria com bicho é covardia! Lindíssima a capa com a veterana Hebe e a cadelinha tomba lata de coleira Louis Vuitton! Chique, amoroso e solidário!
Sarita

Adorei a reportagem. Um bichinho muda a vida de qualquer pessoa. Minha poodle Kira mudou a nossa. Ela é a alegria da casa.
Cristina

Adotar um bichinho, sem dúvida, é tudo de bom. Eu já tenho os meus, mas, quando era pequena, vi minha mãe fazer muito isso. Muitas vezes ela trazia um cão com sarna, doenças e magrinho, que depois de duas semanas estava irreconhecível de tão lindo e gordinho. Vejo essa atitude como algo de quem tem nobre caráter, porque amando um ser vivo podemos dizer: "Isso, sim, é gente de verdade!". E a Hebe é gente de verdade! Beijos.
Claudete

Quero parabenizar pela edição. Nós acreditamos que matérias como essa ajudam a divulgar o trabalho das ONGs e estimulam a adoção de cães SRD (sem raça definida). Ficamos felizes que a Sra. Hebe Camargo tenha compaixão pelos cães abandonados. Agradecemos também por ter o nome de nossa instituição divulgado como organização no Rio Grande do Sul para adoção de animais. Nos sentimos honrados com a lembrança. Parabéns, Sras. Bia Levischi e Lidice.
Leandro Mello, vice-presidente da ONDAA

27.9.12

Feitiço do Tempo

Cinco anos se passaram, a gatinha do post anterior virou um mastodonte, mas continua tentando mamar na mãe (santa Guda!), como se tivesse ficado presa no Dia da Marmota.

24.9.12

Curta djá!

Como o Facebook está deixando todo mundo preguiçoso, Gatoca agora também tem botão de curtir. Vocês não precisam mais sofrer pensando em comentários geniais (embora eu adore lê-los) nem morrer de vergonha de apertar o "send". Bora gastar o dedinho nos posts do arquivo? rs

Pufosa arriscando seus primeiros passinhos aqui em casa, em 2007

21.9.12

Vida boêmia

Bigodinho não quer saber de humanos carentes controlando sua agenda. Aparece no telhado aqui de casa quando sente vontade, fedendo à sujeira barata, mia como se gritasse: "Cheguei, mulher! Traga meu jantar!", come olhando outros rabos de pelo, estica a cabeça para uma coçada apressada e vai embora sem dar satisfação. Essa carinha de bom moço é pura enganação.

18.9.12

Aniversariante do mês - setembro de 2012

No dia 17 de setembro de 2006, Simba* ainda era um gatão de rua e se pôs a correr desesperado atrás do Escortinho, que rumava para o apartamento do seu Humberto, comemorar as 62 primaveras. Seis anos depois, a rua ficou do outro lado do portão e o leãozinho veio me receber com festa quando o Focus entrou na garagem, recém-saído do apartamento do seu Humberto, que parou de comemorar aniversários aos 67 outonos.

O tempo tem passado tão rápido, e com tantas reviravoltas, que logo os 9 anos do vovô de Gatoca (e ele inteiro) virarão lembrança. Eu decidi, então, apertá-lo em dobro, abrir um sachê extra de salmão e me policiar mais para que a correria cotidiana não se transforme em uma coleção de beijos distantes e cafunés não feitos. Aguenta firme, meu amor!



*Novelinha: Conheça a história do Simba

Outros aniversários: 2007 | 2008 | 2009 | 2010 | 2011

14.9.12

Alienação parental

Só os seres humanos são capazes de fazer mal a quem amam.

11.9.12

Sobreviventes!

Com o feriado labutado e zero oportunidade de ficar sem pão e água na praia, a Dita baixou neste corpinho e resolveu fazer um faxinão nos links aqui do blog. Das 72 iniciativas listadas em 2007, início das crônicas de bigodes, 35 foram engolidas pelas correrias, tropeços ou desilusões do dia a dia. E o Gatoca continua firme e forte, salvando vidas e contando histórias. :)

6.9.12

6 motivos para adotar um bichinho

Saiba por que você não precisa comprar seu melhor amigo e confira a lista de organizações espalhadas pelo Brasil que doam animais

Todo mundo já ouviu dizer que ter um bicho de estimação faz bem para a saúde. Estudos comprovam que interagir com cães e gatos aumenta a sensação de bem-estar, afasta o estresse e a depressão, reforça as defesas do corpo e, de quebra, ainda ajuda a manter a forma. O objetivo desta matéria, porém, é outro: nós queremos convencer você a abrir seu coração para uma vida sem pedigree. E nem vamos tocar na questão da economia!

1) Vira-latas são mais inteligentes
Os cachorros sem raça definida apresentaram melhor noção de espaço e resolveram problemas com mais facilidade nos testes feitos pela Universidade de Aberdeen e de Napier, na Escócia.

2) Cães e gatos SRDs costumam viver mais
Nas ruas, eles ficam mais resistentes a doenças, enquanto as fêmeas com pedigree estão sujeitas a cruzar com parentes próximos, gerando crias com problemas de saúde variados.

3) Adultos dão menos trabalho
A maturidade tende a deixá-los mais tranquilos, obedientes e independentes do que os filhotes, favorecendo a adaptação no ambiente novo. Eles raramente destroem as coisas e vêm com o perfil e o tamanho definidos.

4) ONGs sérias já doam os peludos castrados
A cirurgia não serve apenas para controle populacional. Ela também ajuda nos distúrbios comportamentais, evita o estresse causado pelo cio e as demarcações de território, diminui o risco de infecções uterinas e o aparecimento de tumores, aumenta a expectativa de vida.

5) Quem sofreu na rua esbanja gratidão
Qualquer criatura que passou fome, frio e medo sabe reconhecer o valor de uma casa quentinha, um pote de ração que nunca esvazia, um cafuné demorado nas orelhas. E a família que a abrigar será retribuída com olhares eternamente apaixonados.

6) Os abrigos estão superlotados
Por mais que os protetores se esforcem, as adoções não vencem o abandono. Falta ajuda financeira, em grandes grupos os bichos acabam brigando, quando um adoece os outros pegam e fica impossível dar atenção para todo mundo.

:: Te convencemos? Então...

Cheque sua "infra"
Você tem tempo, dinheiro e espaço para aumentar a família? Lembre-se que um animal de estimação pode durar até 20 anos. Quem tomará conta dele quando você quiser viajar, por exemplo?

Escolha uma duplinha
Com um amigo para brincar, seu pet fica mais seguro e feliz, dificilmente entra depressão e se diverte sem depender dos humanos. Termina a agitação, a falta de vontade de comer, os miados e latidos excessivos, a destruição dos móveis.

Impeça o acesso à rua
Gatos são seres curiosos por natureza e correm o risco de morrer envenenados por um vizinho descontente, de parar sob a roda de um carro desenfreado, de pegar doenças graves brigando com outros animais.

:: Onde encontrar seu amigo

Centros de Controle de Zoonoses:

Procure o mais próximo de você e não se esqueça de levar cópias do RG, do CPF e do comprovante de residência, além de uma caixa de transporte para gatos ou coleira e guia para cães – os CCZs também cobram uma taxa simbólica.

Organizações não governamentais:

Distrito Federal
ProAnima
www.proanima.org.br

Paraná
Amigo Animal
www.amigoanimal.org.br

Rio de Janeiro
SOS Felinos
sosfelinos.atspace.com
Oito Vidas
www.oitovidas.org.br

Rio Grande do Sul
Associação Amigos dos Animais
www.soama.org.br
Organização pela Dignidade dos Animais Abandonados
www.ondaa.org

São Paulo
Abeac
www.abeac.org.br
Abrigo Piccolina
www.abrigopiccolina.org.br
Adote um Gatinho
www.adoteumgatinho.org.br
Projeto Esperança Animal
www.pea.org.br
Quero um Bicho
www.queroumbicho.com.br
União Internacional Protetora dos Animais
www.uipa.org.br


* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.

3.9.12

Refeição inusitada vencedora

Feijão não precisará mais almoçar lixo com cotonete ― pelo menos em setembro. Quem ganhou o pacote de ração Equilíbrio para gatos gorduchos foi a Arielly, mãe do nosso hipopótamo peludo. E Leônidas tende a dar uma folga para a correspondência (e o bolso) da Mariana Sassi, que levou a versão renal.

Os bigodes de Gatoca já comeram muitas coisas de gosto duvidoso, como papelão, sacola de supermercado e espuma de edredom. Mas eu não me conformo é com a paixão deles por insetos nojentos. Nem as lesmas ficam de fora do cardápio!

Para ampliar, cliquem na imagem
(As respostas completas do concurso estão neste post.)


P.S.: Meninas, mandem seus endereços (com CEP) por e-mail: bialevischi@yahoo.com.br?

30.8.12

Teste de paciência: failed

Computador desligado três vezes, em quatro horas, e uma vontade louca de fazer picadinho de gato ― que só falta assobiar.

27.8.12

Quinta festinha do Gatoca

Quem não foi perdeu a chance de ver a famosa saia de guarda-chuva, de ouvir 21 pessoas falando ao mesmo tempo sobre gatos e de comer provolone à milanesa com trilha sonora dos anos 80. Quem foi fez este coração de pudim batucar no peito mais um ano (obrigada! :*). Da próxima vez, eu contrato um fotógrafo profissional para ninguém ficar de fora do registro ― ou abro mão do cosmopolitan.

Mari...


...e Jubs: não basta ser irmão, tem que participar


Roberta e Amandica: cachorreiras garantindo a diversidade


Isis (com Bruno e Daniel): bate-papo em calçada virtual


Carol: minha versão loira (e menos rabugenta)


Dê (com Daniel): risada refinada garantida


Cléber e Michele: o casal mais apertável do mundo


Casé, Rosa e Carolzinha: família expandida


Lelly e Nat: adotantes disputadas para adoção


Panorâmica de cadeira

Veja também:
:: Festinha de 2008
:: Festinha de 2009
:: Festinha de 2010
:: Festinha de 2011

24.8.12

Ponto de vista

Há três anos eu tento resgatar o Bigodinho ― desde que ele vinha trazer cigarros para o Jacob aqui na prisão. Mas o frajola conseguia ser mais assustado do que a Pipoca e não deixava a gente andar nem na mesma calçada. No começo de julho, eu o vi em cima do muro, ofereci a ração de sempre e, diferente das dezenas de vezes anteriores, ele aceitou. Comeu pertinho de mim e ainda permitiu um cafuné na cabeça.

Suas patas estavam machucadas e a cara colecionava unhas espetadas. São Francisco devia tê-lo amaciado para ganhar uma segunda chance. Mas a superpopulação de Gatoca e o receio de pegar o gato briguento à força me fizeram esperar mais um tempo para conquistar sua confiança. Eis que na madrugada do dia 18 eu trombei com a criatura no meio da sala, entre o pote de água mijado e um tufo de pelos pretos.

Prendi todo mundo no jardim, devolvi a Pipoca para o meu quarto para poder liberar o banheiro do Kiwi, abri uma lata de patê e chamei os irmãos para ajudarem na caçada. Se o peludo havia entrado em casa, devia querer uma família. Isso era o que eu pensava antes de ouvi-lo rosnar como nenhum cachorro resgatado nestes cinco anos ousou rosnar para mim.

E, três horas de tentativas frustradas de aproximação depois, nós acabamos decidindo soltá-lo. O bichinho saiu correndo sem olhar para trás, como um fugitivo de Alcatraz (apesar de nosso bairro só ter mar no nome). Vai morrer acreditando ser mais feliz do que o amigo tigrado, que não bate os dentes de madrugada, não precisa lutar contra os roncos do estômago, não dorme em buracos com medo de um ataque selvagem ― ou animal mesmo.

Quem é livre nessa história?

Ilustração de Leonardo Eichinger, ladrão de corações de pudim

22.8.12

Refeição inusitada

Chegou a hora de premiar os donos dos paladares mais exóticos de Gatoca. Sim, este post está atrasado, eu reconheço, mas vocês perdoam uma jornalista-freelancer-coração-de-pudim que precisava de um dia com 48 horas, né? Escolham o relato mais insólito na enquete abaixo do "quem somos" ― lembrando que eles precisaram ser mutilados, por causa do espaço miserável.

Também vale ressaltar que o objetivo do concurso é divertir, não incentivar maus-tratos ou posse irresponsável. Bigodes e focinhos devem comer ração de boa qualidade ou um cardápio preparado especialmente para eles, sem cebola, pimenta e outros condimentos tóxicos. Tem matéria sobre o assunto no forno, aliás. ;)

14.8.12

Paladar não se discute

Imperdoavelmente, este blog ficou mais de um ano e meio sem concurso. Para me redimir, então, o prêmio dessa vez será duplo: o vencedor leva um pacote de ração Equilíbrio para gatos gorduchos e o segundo colocado economizará na dieta do peludo renal. Para participar, contem na caixa de comentários qual foi a coisa mais inusitada que o bigode de vocês comeu. Na próxima terça-feira, eu divulgo as melhores respostas e vocês me ajudam a escolher, ok? ;)


P.S.: A Unisa, em parceria com a Total Alimentos, está com 28 vagas abertas para tratar animais que sofrem de obesidade e diabetes. Pagando R$ 30, bigodes e focinhos têm direito a acompanhamento veterinário por até três meses, exames laboratoriais e ração especial. Os interessados devem escrever para projetoobesidade@hotmail.com ou projeto.diabetes@hotmail.com.

10.8.12

Quinto aniversário do Gatoca

Mais 365 dias se passaram (quer dizer, desta vez foram 366) e hoje o Gatoca completa cinco anos de letrinhas azuis e fotografias coloridas. Para escrever e ilustrar os 695 posts que recheiam o arquivo, muitas refeições, horas de sono, beijos na boca e trabalhos remunerados acabaram sacrificados. Mas os 7.079 comentários de vocês constrangem qualquer tentativa de abortar a missão.

E como a gente tem 78 motivos peludos (e penosos!) para comemorar, a festinha rolará no Barão da Itararé, dia 25, a partir das 18h ― almejando agradar madrugadores e boêmios. Gateiros envergonhados, levem um amigo, a esposa, o namorado. O Barão é um bar para sentar e conversar, como nós fazemos aqui no blog, com comida decente, o melhor cosmopolitan de São Paulo e ainda fica pertinho da Paulista. :)


Festinhas anteriores: 2011 | 2010 | 2009 | 2008

7.8.12

Desperdício

Com este dia de sol maravilhoso, Pipoca não colocou o nariz para fora do cobertor. Eu tentei convencê-la a trabalhar no meu lugar, enquanto eu esticaria a toalha xadrez em algum parque da cidade ou dirigiria até a praia para caminhar à beira-mar, mas ela me olhou com cara de quem não batalhou cinco anos para ter de revisar texto mal-escrito.

2.8.12

Trem-bala

O ano começou ontem, nós já estamos em agosto e, se eu demorasse mais um pouquinho para apertar o "publicar", este seria um post de Natal. Como curtir a viagem assim?

Chuvisco e sua paixão politicamente incorreta pelos gravetinhos do jardim

27.7.12

Quem avisa amigo é

Kiwi já sai de seu esconderijo por vontade própria para ganhar carinho. Mas, cinco minutos depois, morde meu dedo e começa a puxar para trás, como se quisesse dizer que o mundo é perigoso demais para viver fora da pia.

24.7.12

5 jeitos clássicos de dormir

Simba esconde o rabo da obsessão da Chocolate...


...que "guarda" os braços feito tartaruga.


Mercv protege sua identidade secreta dos inimigos.


Clara deve sonhar que é uma coxinha.


E Guda só falta gritar: "Para o alto e avante!".


Como os bigodes de vocês gostam de tirar uma soneca?

20.7.12

Aprenda a doar

Mulher-Maravilha possui habilidades físicas para duelar com deuses gregos. Fênix, integrante dos X-Men, consegue destruir estrelas. Batgirl rastreia vilões com seus conhecimentos informáticos. E meu poder é saber dizer adeus a bigodes lindos e ronronantes. Frequentemente, alguém me pergunta o segredo. Eu acho que não existe estímulo melhor do que colecionar dez gatos. Mas talvez as dicas abaixo facilitem a vida de quem quer ajudar sem se entupir de bichos.

1) Separe um cômodo para o novato
Quando bater aquele aperto, repita mentalmente que ele merece um espaço maior do que seu quarto, banheiro ou lavanderia.

2) Não misture fixos e temporários
Além de o risco de contágio de doenças sérias, fica muito mais difícil se despedir de uma criatura que dorme com a gente e pede para dividir o mamão do café da manhã.

3) Seja criterioso na escolha dos futuros donos
Converse bastante por e-mail ou telefone, convença-os a responder o questionário de adoção (há vários modelos na internet), combine uma visita à residência para sentir o clima e conferir se as janelas são mesmo teladas (ou os muros, altos).

4) Não tenha pressa
Para todo peludo existe uma família de comercial de margarina. Às vezes, ela mora longe ou demora anos para aparecer. Mas São Francisco nunca abandona um coração de pudim.

5) Chore no carro
Doar não significa desapego. Respire fundo enquanto estiver na casa do adotante e deixe para desmontar quando a porta fechar. Lembre-se do conselho do a-ha. ;)

17.7.12

A little break

Algumas manias nunca mudam. Ainda que precisem de um intervalo de cinco anos. E que a manga da blusa tenha ficado pequena.

Agosto de 2007


Julho de 2012

13.7.12

Gatoca no Metro

Enquanto os restolhos da Inquisição insistem em vincular gatos pretos à azar e outras crendices, Metro dá o exemplo estampando em suas páginas dois pretolinos apertáveis. Bom constatar que para cada Filumena Gomes existe uma Isis Mastromano, que os bigodes estão conquistando a humanidade e que o Gatoca continua plantando sementinhas mundo afora.

Feliz sexta-feira 13 para quem sabe o que é bom! :)


Para ler a reportagem, cliquem na imagem

10.7.12

Gato precisa de banho?

Atualizado em 10 de novembro de 2023

Teoricamente, não (muito menos no inverno). É que os bigodes são autolimpantes: eles têm enzimas na saliva que removem a sujeira do pelo quando se lambem. E, como vivem dentro de casa, dificilmente rolarão na carniça feito a cachorrada ― claro que cabeleiras longas demandam escovação diária, para remover os fios mortos que formam os nós responsáveis pelas coceiras, e tosa higiênica, para evitar que o coco fique pendurado nos fundilhos.

Em situações necessárias, porém, use água morna (nunca direto no chuveiro), seque o animal com cuidado, evitando assustá-lo com o secador, e, para minimizar o risco de choque térmico, deixe-o no local do banho durante 20 minutos ― escolha um dia ou horário mais quentinho, porque pelo molhado no frio baixa a imunidade, principalmente de bebês e vovôs. Se preferir levar o bichano ao pet shop, peça para não torturarem o olfato 200 vezes mais desenvolvido do coitado com perfume.

6.7.12

Férias para o bolso

Sempre que as finanças de Gatoca apertam, aparece um coração de pudim oferecendo ajuda. Desta vez, o rombo foi provocado pelo piripaque generalizado da Pipoca, mas, como eu não acho justo dividir o prejuízo dos bigodes fixos, seguem os gastos com os temporários:

Jacob
Ração light: R$ 45 por mês
Total: R$ 105

Chuvisco
Ração de filhote: R$ 35 por mês
Total: R$ 81

Zion
Revolution: R$ 37
Vermífugo: R$ 7
Vacinas: R$ 30
Castração: R$ 60
Ração de filhote: R$ 35 por mês
Total: R$ 239

Kiwi
Revolution: R$ 37
Vermífugo: R$ 7
Vacinas: R$ 30
Castração: R$ 60
Ração normal: R$ 18,50 por mês
Total: R$ 162

Para eles, as doações são sempre bem-vindas ― e nesta lista de R$ 587 faltam os tanques de gasolina até o veterinário mais barato, as guloseimas e brinquedinhos que deixam a vida mais divertida, os pedágios que separam os peludos de suas famílias de comercial de margarina.

Se você acaba de encontrar R$ 5 no bolso do casaco do inverno passado e não pretende comprar um saco de jujubas, deposite-os em uma das contas abaixo. E não esqueça de enviar o comprovante para contato@gatoca.com.br, assim eu posso agradecer personalizadamente. :)

BB
Beatriz Levischi
Ag: 1561-X
C/c: 6830905-8

Itaú
Textrina
Ag: 0185
C/c: 08360-7

Kiwi pós-castração, achando que estava superescondido

3.7.12

Presentinho de grego

Hoje Gatoca completa 16 dias sem acidentes (e barulhos estranhos). É que, no penúltimo domingo de junho, Zion foi para a casa nova-velha ― "nova" para ele e "velha" para mim, porque Rosângela já havia adotado o Pollux em 2010. Agora, nosso demônio branco conta com a ajuda de oito amigos felinos para barbarizar o Tamboré, além do encorajamento da vovó, que acha tudo lindo.




Para ampliar, cliquem na imagem

Quando bate saudade do Chupa-Rabo, eu lembro do despertador quebrado, do edredom furado, do palhaço de pelúcia careca, do anel comprado na Argentina desaparecido e dos livros espalhados pelo chão do quarto e me contento em soltar onomatopeias enquanto assisto a este vídeo.


Seja feliz, branquelinho! E pegue leve com sua família.



Epopeia do Zion na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Mamadedo e prisão no banheiro
:: Ódio aos paparazzis
:: Filhote de leão branco

29.6.12

Quinto quase-aniversário do Gatoca

Mais um ano passou voando e Gatoca entrou em festa de novo. Hoje, a comemoração é tripla porque, além dos 1825 dias de criação do design do blog, São Francisco recheou o mês de junho de surpresas testa-coração: teve a doação do Zion (coming soon), a micromassinha do Kiwi e a transformação da Pipoca. Em agosto, data de publicação do primeiro post oficial, eu faço questão de ganhar um abraço apertado de vocês. Preparem-se!

Veja também:
:: Festinha de 2008
:: Festinha de 2009
:: Festinha de 2010
:: Festinha de 2011

26.6.12

Raquel que virou Ruth

No dia 15 de junho, eu instalei no meu quarto uma Pipoca moribunda, que permitia todos os colos com os quais a gente sonhou nestes cinco anos, e fui a pé até o veterinário do bairro em busca de um tratamento alternativo aos 28 comprimidos de doxiciclina. Dr. N. sugeriu amassá-los em A/D, requeijão ou leite condensado, mas nem o atum emprestado da padaria ela quis comer. Levantava da caminha apenas para beber água e usar o banheiro, com movimentos lentos e inseguros.

No sábado, ele acabou vindo aqui em casa para fazer soro na bichinha, enfiou comida e cortisona goela abaixo e decidiu arriscar a injeção de um antibiótico mais fraco, mas que valeria por quatro dias. Eu só teria de continuar com o cortisona e forçar o A/D na seringa até segunda, quando a pequena tomaria outra dose de soro. E, se ela não reagisse à infecção nesses três dias, a gente desistiria da batalha. A seu favor, contava a pouca idade.

Foi noite de dormir pedindo repetidamente um milagre para São Francisco. E de acordar com o barulhinho da branquela se lambendo, após 72 horas de abandono. Sozinha ela mastigou quatro bolinhas da ração seca de filhote, lambeu a colher de sobremesa de A/D, engoliu o remédio sem estresse e ainda virou de barriga para ganhar carinho. Eu não sabia se chorava, se dava risada ou se caminhava plantando bananeira com uma mão só até Santiago de Compostela.

Nunca tinha ouvido um miado dessa gata que não fosse de pânico. Muito menos sentido o cheiro do seu bafinho. Não imaginava que os pelos escondidos sob o tronco magrelo eram macios e descabelados. A proximidade do mês da vacina, quando ela precisaria entrar na caixa de transporte, me gelava a espinha. Na tarde em que joguei uma bolinha de papel alumínio para tentar brincar com a criatura assustada, ela se comportou como se recebesse um tiro.

Três dias depois, sem segunda dose de soro nem de antibiótico, a gudinha amaciada já estava comendo a ração especial e nunca mais marcou território nas portas fechadas. A ideia é mantê-la separada do grupo, para poder usar a caixa de areia e beber água em paz. A doença renal não possui cura, mas, se ela viver bem o mesmo tempo que passou andando abaixada pela casa com medo da Clara, o esforço e o prejuízo financeiro terão valido a pena.

A peluda sente falta dos amigos e meu quarto é um universo pequeno para um bigode. Mas eu prometo, além de espirrar loucamente, compensar a mudança colecionando dores no corpo para ela poder dormir no meu quadril, chegar atrasada nos compromissos de trabalho porque perdi a hora acariciando suas orelhas, não brigar quando ela derrubar toda a roupa do armário para fora ao errar o cálculo do pulo.

Pipoquinha teve a chance de fazer diferente. Eu aproveitarei a minha também.