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16.6.16

Inteligência emocional

"Se eu não posso odiar todo mundo, vou ficar aqui no meu cantinho."

14.6.16

A vida como ela é

Vocês entenderão o post sem conhecer a história dos esqueletinhos da dona Lourdes ― jornalistas manjam de amarração. Mas quem clicar no link nunca mais será o mesmo. Brother saiu do cortiço com paredes forradas de baratas há oito anos. E me trouxe uma amiga (a Denise Sanches Granja), uma ONG (o Adote um Gatinho), uma causa (a proteção animal, que eu, tutora de bigodes gorduchos, sequer sabia que existia).

Dos 26 resgatados daquele caso, que extrapolou 365 dias, ele é o único de quem recebo notícias com frequência. Eis que, no jantar de aniversário da Dê, elas soaram menos fofas do que de costume. O relato começou com a mania do frajola de dormir na cabeça da mãe humana, foi interrompido pelo "parabéns" e centrou na madrugada do cheiro de cocô misterioso.

Dê revirou os cobertores, levantou os travesseiros, procurou embaixo da cama e nada. O marido, sonolento, respondeu qualquer coisa aleatória sobre as buscas e continuou a dormir. Meia hora depois, vencida pelo cansaço, ela resolveu dar uma passadinha no banheiro antes de voltar para os lençóis e o espelho desvendou o enigma: sim, a meleca estava em seu rosto. (Pausa para o estômago recuperar o funcionamento normal.)

Compartilho o causo aqui para derrubar o mito dos bichos de pelúcia. E mostrar que amor de gateiro de verdade não esmorece. rs

10.6.16

Três passos para a felicidade

Nestes dias de temperatura abaixo dos 10ºC, eu tenho trabalhado de janelas fechadas, pijama sob a roupa e gatos (no plural mesmo) esmagados no colo. As mãos acordam e vão dormir geladas. Os dedos travados decidem a hora de trocar o computador pelas cobertas, turbinadas por 15 minutinhos de aquecedor ― suficientes para afastar a friaca do quarto, sem estourar a conta de luz. Os pés seguem inesquentáveis.

Antes de pegar no sono, penso na infinidade de pessoas e animais que vivem nas ruas, sem janelas, pijama, cobertas, aquecedor. Cinco séculos depois, a gente ainda não aprendeu a dividir. Não por falta de dinheiro, mas de empatia. E de saber que a felicidade, todos os estudos comprovam, dura mais quando se gasta com o outro (podem pesquisar no Google). Listo, então, três ideias simples para ressuscitar o coração:

Passo 1
Separem aquela blusa que não sai do armário há alguns invernos e doem a quem precisa. Vale deixar na caixa da campanha do agasalho do shopping/ONG/igreja, mas funciona melhor entregar pessoalmente. Encarando outros olhos, a gente percebe que o mundo é muito maior do que nossas reclamações.

Passo 2
Aqueçam um bigode ou focinho sem família. Dá para fazer casinhas com bacia e distribuir pela cidade, abrir a garagem nos dias mais congelantes ou apoiar o trabalho de uma organização não governamental que atua nessa área ― aqui tem algumas.

Passo 3
Engajem os amigos na causa. Entre memes e comentários indignados de política, compartilhem este post. Publiquem fotos das boas ações. Troquem críticas por incentivo. O mundo precisa mudar e só depende da gente. :)

8.6.16

Contabilidade equilibrada (e descansada)

A tutora tem três trabalhos: o que paga as contas, o voluntário e o doméstico, que não paga as contas nem é voluntário, mas não se pode rejeitar. Os bigodes são dez, que conseguem sujar os lugares mais inusitados do apertamento dormindo o dia inteiro e comem ração fortunosa especial para doença renal.

Administrar a papelada toda da casa e ainda fazer sobrar dinheiro no fim do mês tiraria o sono de qualquer jornalista sem uma Chocolate para chamar de sua ― e babar nos códigos de barra.

3.6.16

Máfia de Gatoca

Acabo de assistir à cena: Mercv, indignado que o colo estava ocupado pela Pipoca, vai para cima da Jujuba, que se esconde embaixo da cama ao mesmo tempo em que Pimenta coloca o folgado para fora do escritório com tabefinhos sequenciais. Ninguém mexe com a Guda Nostra.

2.6.16

Da arte de recomeçar

Estes não são um gato e uma criança quaisquer. Luigi perdeu sua família em novembro do ano passado, junto com o irmão. E Valentina é filha da Glaucia e do Ricardo, que já tinham adotado Jacob e Chuvisco aqui. Em dezembro, eles decidiram esticar a família para acolher os meninos, mesmo com receio da recepção do tigre. E a experiência já havia rendido boas fotos. Mas esta é a prova irrefutável de que os animais recomeçam mais fácil do que a gente.


O branquelo adora ser amassado pela Valentina!


E amoleceu Jake também.


As brigas cessaram, embora veteranos não morram de amores pelo Feijão ― que gosta menos ainda de fotografias.


Esta semana, Glaucia contou que está rolando uma redefinição de lugares na king size para esquentar o primeiro friozinho dos peludos lá.

27.5.16

Mais aniversariantes do mês - maio de 2016

Só Pipoca se parece com a mãe. E fisicamente, porque o gênio agridoce as cinco irmãs devem ter puxado do pai (ou "dos pais", em uma festinha de misantropos). Mas elas estão mais próximas desde que a gente se mudou para o apertamento ― até porque ele possui 240 m² a menos. E deixam manhãs, tardes e noites mais felizes com seu desajeito social.

Uma ninhada inteira para chamar de minha (e me chamarem de louca), há nove anos. ♥










*Novelinha: conheça a história das Gudinhas

Outros aniversários: 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009

19.5.16

Aniversariante do mês - maio de 2016

Este é o semblante (ou três quartos dele) de uma gata que botou cinco meninas no mundo. E que não poderá se livrar delas, como seus ancestrais faziam, porque eu adotei a família inteira. E que há dois dias enfrenta os 14ºC batateiros de temperatura no mesmo canto da cama.

Guda* me dá lições de inabalabilidade (consultei essa no Houaiss, confesso) desde 2007, data de sua chegada em Gatoca ― com destaque especial para o parto das Gudinhas. Nestes nove anos, eu retribuo com calmaria.


*Novelinha: conheça a história da Guda

Outros aniversários: 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

17.5.16

6 mitos sobre alimentação animal

Tem gente que aproveita o tempo livre viajando. Eu integro a panela dos idealistas que resolve fazer mutirão de castração. O que essa informação tem a ver com o título do texto? É que foi subindo e descendo as vielas de terra do DER que descobri que muitos tutores compram ração colorida achando que tem mais nutrientes, quando, na verdade, elas estão cheias de corante e sódio, substâncias que estimulam a formação de cristais. Eis a importância de compartilhar as informações abaixo.

1) Ração barata NÃO significa economia
Além do corante e do sódio, citados anteriormente, elas também levam ingredientes de qualidade questionável, como farinha de subprodutos de frango em vez de carne fresca, ou não apropriados a animais carnívoros, como glúten de milho e farelo de soja. Quem economiza na alimentação certamente gastará com veterinário e remédios mais para frente.

2) Mudança de marca NÃO pode ser de repente
O ideal é misturar um terço da nova com dois da velha no primeiro dia, metade de cada uma no segundo e dois terços da nova com um da velha no terceiro. Troca abrupta dá diarreia ― e caprichada, porque o bicho tende a comer mais do que de costume, animado com o sabor diferente.

3) Leite de vaca NÃO faz bem para gatos
Depois do desmame, que geralmente ocorre na sexta semana de vida, os bigodes não precisam mais de leite. Muito menos de vaca, rico em lactose, que o organismo deles não consegue digerir, gerando acúmulo de gases, dor e até diarreia.

4) Cães NÃO precisam de carne
Considerados onívoros oportunistas, o organismo dos cachorros se adapta para obter os nutrientes essenciais a partir de vários alimentos. Se quiserem um amigo vegetariano, basta elaborar um cardápio que compense as limitações e supra suas necessidades.

5) NÃO se deve dividir comida humana
Cebola, pimenta e outros condimentos são tóxicos para os peludos. Alimentação natural possui vários benefícios, mas deve ser preparada especialmente para o animal, compondo um cardápio balanceado.

6) Dar água da torneira NÃO é recomendável
Gato com esse hábito, aparentemente, fofo fica sem beber nada quando a gente está fora de casa, aumentando o risco de problemas urinários. Estimulem o bichano a se hidratar usando potes grandes (eles não gostam de encostar os bigodes nas bordas), colocando pedrinhas de gelo no calor ou investindo em bebedouros elétricos.


* Texto escrito para o Yahoo!

12.5.16

Ingressos esgotados!

― Esta casa parece show. Se você não chega cedo para pegar lugar, fica sem.

Leo se referia ao café da manhã com mais gatos na cozinha do que cadeiras. Mas também vale para o trabalho no escritório de mesa única, as tentativas frustradas de privacidade no banheiro, a paisagem dos janelões com orelhas, a cama de solteiro em dia de frio.

10.5.16

Convivência em harmonia

Eu coloquei Margarida, ainda filhote, para fora do apartamento três vezes. Ela sempre voltava ao banheiro, onde vivia a coleção de insetinhos que a gente não tinha coragem de matar. Um a um, eles foram desaparecendo. E Margarida aparecia à noite, quando os gatos dormiam inofensivos no outro extremo da residência. Até que sumiu também.

Semanas depois, a encontrei gigante, de dia, no teto da sala, para a completa indiferença dos bichanos. Margarida poderia morar em uma casa com jardim, mas prefere ficar aqui. Eu poderia usar inseticida, mas prefiro a Margarida. Os bigodes... ah, os bigodes são os bigodes, né?

(Sim, lagartixas engolidas causam platinosomose se portarem o parasita da espécie Platynosomum concinnum. Besouros também. Aranhas e abelhas são ainda mais perigosas, por causa do veneno ― aqui tem um texto bem explicadinho. Prefiro, então, caprichar na ração e dar um troco para a neurose comprar jujubas.)

5.5.16

Gato iogue

O universo felino se divide em dois grupos: de um lado, os bigodes que ficariam muito putos se tomassem uma vomitada da irmã e tratariam de limpar a meleca antes de ter sua imagem manchada por toda a eternidade. Do outro, o Mercvrivs.


*Para os hindus, iogue é quem atingiu a libertação, "a quem nada perecível tem poder, para quem as leis da natureza não existem mais, que foi emancipado desta vida, de modo que mesmo a morte não adicione nada a seu êntase".

3.5.16

Gatoca no Global Causes 2016

Não devia ter 150 pessoas naquele auditório de telões duplos. Representantes de ONGs como Greenpeace e Médicos Sem fronteiras sentados logo ao lado (obrigada, Paula Martinez Ramos!) para assistir às palestras do Facebook sob o mote "What do you have heart for", iniciativa ocorrida simultaneamente em 30 países.


O prédio já dava uma pista da grandiosidade do evento: R$ 60 de estacionamento, saguão com mais elevadores do que eu consegui contar, funcionários de sorriso branco-reluzente, três marcas de hidratante para as mãos no banheiro, acesso livre à geladeira de bebidas. E comida para vegetarianos!

A abertura ficou por conta da diretora de negócios Malu Lopes. Renata Gimenez, gerente de parceiros, falou sobre a estratégia da empresa de criar soluções para aumentar a arrecadação das organizações que melhoram o mundo. Gabriel Lucinski, especialista em páginas, explicou as funcionalidades da ferramenta e tirou mil dúvidas. Cris Dias, estrategista criativo, deu dicas de campanha. E Marco Salero, o homem do marketing social, desmistificou a ferramenta de anúncios.

Ainda rolou um painel com dobradinhas de sucesso Facebook-ONGs, um publieditorial da produtora que recuperou (e multiplicou) a grana roubada dos velhinhos da Divina Providência e a história fodástica da dona Vanilda, contada pelo Luciano Huck, para quem eu fui obrigada a tirar o chapéu, o cachecol e os meiões de vó ― que capacidade de envolver a plateia!


Diogo Dzodan, vice-presidente da América Latina, encerrou a manhã com o relato de sua passagem pela prisão (lembram do cara que se recusou a fornecer informações sobre o WhatsApp para a justiça?) e que virou um projeto para filhos de presidiários.


Jornalista há 17 anos, eu participei dos mais variados eventos. Mas nenhum me encheu de orgulho como esse. Em 2007, escolhi fazer parte da solução.

28.4.16

Síndrome do paninho

Quase três anos após a mudança para o apertamento, Pimenta (que, nove anos depois, ainda não deixou de ser Pimenta) descobriu um passatempo adorável: se pendurar na toalha de banho do Leo até soltá-la do registro para poder dormir enroladinha no banheiro. A cama de solteiro que eu trouxe da casa antiga, só por causa deles, não proporciona conforto suficiente. Nem os almofadões que Tati Pagamisse doou. Nem as prateleiras com vista panorâmica para a Anchieta da Laura Paro.

Se estendo a toalha no varal, a criatura apela à de rosto ― vocês têm noção do prazer que é enxugar olhos, boca e nariz em uma toalha peluda? Toca pagar R$ 137 no suporte mais barato do C&C, dinheiro que eu tinha prometido gastar com algo mais edificante. Para assistir a peste derrubar o paninho de louça, esfregar a bunda e dar uma coçadela nas orelhas.

26.4.16

Prateleiras e enriquecimento ambiental

Esqueçam caminhas personalizadas, brinquedos importados, manta fleece (sempre quis escrever essa palavra). Gatos gostam é de prateleiras ― para saltar, dormir, vomitar ração recém-mastigada. Eu escrevi um post sobre enriquecimento ambiental (animado e inanimado) no ano passado, mas a grana sempre ia embora nos resgates inusitados.


Eis que Laura Paro, a primeira adotante do projeto, nos convidou para visitar Carlotinha e doou seu trio seminovo! Nos dias de faxina, os bigodes se empoleiram em pares ― Chocolate não conta.


Até o Simba, que não consegue mais pular na vertical por causa da coluna de vovô, deu um jeito de curtir a vista privilegiada: sobe penduradinho com as garras da frente e chacoalha as patas de trás para alçá-las à base. ♥