Saiba tudo sobre o tratamento que faz cães e gatos sentirem menos dor e até recuperarem a habilidade de andar, sem precisar de remédio!
Xavier foi resgatado pelas meninas do
Adote um Gatinho, no início do ano passado, com a coluna quebrada e uma lesão de medula quase total. O atropelamento em Jandira lhe rendeu uma cirurgia, alguns pinos e o diagnóstico de que ele dificilmente voltaria a andar.
Na casa da voluntária Daniela Xavier, porém, o peludo tentava levantar, subia a escada com as patinhas da frente, escalava a cama e, quando sonhava, mexia as patas traseiras como se estivesse correndo. Esses sinais fizeram a veterinária da ONG recomendar um tratamento combinado de fisioterapia e acupuntura.
Hoje, o bichano já consegue ficar em pé e dar meia dúzia de passos cambaleantes com sua fraldinha. A família que o adotou mora em Jundiaí, mas vem para São Paulo toda semana para não interromper as sessões milagrosas. Stella Sakata, veterinária especializada em fisioterapia, esclarece as principais dúvidas sobre o tratamento que pode mudar a vida do seu amigo também.
Em que casos a fisioterapia é recomendada?
Ortopédicos, como artrite, artrose, displasia coxofemoral e do cotovelo, luxação de patela, ganho de musculatura, consolidação óssea, reabilitação pós-operatória de fraturas, reparo de tendões, ligamentos e amputações. Neurológicos, como hérnia de disco, dor na coluna, paralisia, síndrome vestibular e da cauda equina e doenças virais. E para situações gerais, como controle da dor, redução de edemas, cicatrização de feridas, obesidade e doenças respiratórias.
Com que bichos ela obtém melhores resultados?
Com cães, gatos, cavalos... Eu atendo alguns animais silvestres também, como coelhos e macacos. Só em aves que não dá para fazer.
Quais são os benefícios do tratamento?
A fisioterapia consegue prevenir e curar lesões causadas por atividades realizadas diariamente pelo bicho, de forma não invasiva. Isso significa que é possível desinflamar, cicatrizar e tratar a dor sem o uso de medicamentos, poupando os rins, o fígado e outros órgãos.
E a recuperação é mais rápida?
Sempre.
Quanto tempo costuma demorar?
As sessões duram de 30 a 40 minutos, dependendo da patologia. E a recuperação total leva entre dez e 20 sessões. Quando o animal é muito velhinho, porém, o tratamento acaba se tornando contínuo, com manutenção semanal.
Existe alguma contraindicação?
A princípio, não. Mas o veterinário deverá avaliar o bicho para saber que conduta tomar e quais exercícios e aparelhos recomendar.
Dá para fazer em casa?
Sim, vários exercícios e alongamentos podem ser feitos em casa. O básico é o de sentar e levantar. Mas, se o animal estiver com dor, não vai conseguir. E, se o dono não souber manipular direito, acabará agravando o quadro, em vez de ajudar. Por isso deve-se consultar um especialista. Ele ensinará a forma correta de dar sequência ao tratamento fora do consultório.
:: Socorro paliativo
Casos agudos
Seu amigo acabou de operar, caiu da escada ou machucou o joelho? Faça gelo no lugar da lesão por 15 minutos, quatro vezes ao dia, durante quatro dias. A forma mais barata de compressa é colocar o gelo picado dentro de um saquinho de supermercado. E não se esqueça de usar uma toalha para evitar queimaduras.
Casos crônicos
Dores na coluna, por exemplo, necessitam de bolsa de água quente durante 10 minutos, uma ou duas vezes por dia, até passar o incômodo (que costuma ocorrer nos dias frios). Basta aquecer um tecido no micro-ondas ou encher uma garrafa pet com água morna.
* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.