Três dias após o nascimento das pequenas, Guda se deparou com o dilema da mulher moderna: dedicar-se à família ou investir tempo e esforços em projetos pessoais? Cansada da função de cabideira entocada, bastava abrirmos a porta do quarto para que ela atravessasse ventando, ainda que fosse preciso arrastar a ninhada toda no peito. Por outro lado, se alguém fizesse menção de se aproximar da favelinha, a leoa instantaneamente dava meia volta, pisando duro. Seu miado até engrossou. Sorte que as rebentas passaram a guardar os resmungos para ocasiões especiais, como a tortura da hora do banho ou os recorrentes momentos em que a gorducha resolvia deitar-se descompromissadamente sobre elas.
Primeiros passos
Pimenta foi a primeira a abrir os olhos, além de outras precocidades contadas aqui no blog. Mesmo sem enxergar, cerca de duas semanas depois, as cinco meninas já estavam dando voltas bêbadas pelo edredom que margeava a caixa de papelão. E ninguém batia a esperteza das frajolas! Guda não cansava de trazê-las de volta pelo cangote, completamente desesperada, a cada nova aventura.
*continua*

Capítulo anterior: Pane no sistema! – parte 3