.
.

21.2.18

Nunca duvidem do instinto felino

A madrugada de domingo foi tensa por aqui. Um grilo, aparentemente inofensivo, resolveu fazer serenatas de megafone e não deixou ninguém dormir. Sim, um grilo. A gente acendia a luz e o bicho emudecia. Era voltar para a cama que a cantoria enlouquecedora recomeçava. À noite, ouvi o infeliz esquentando os motores e decidi encontrá-lo nem que fosse no inferno.

Atravessei Chocolate olhando vidrada para o trilho da porta de vidro, me perguntei como ela podia errar tão feio a origem do cricrilar e dei início à caçada no jardim: vaso por vaso, embaixo de cada folha da horta, entre os galhos do pinheiro e da primavera. Nada. Na segunda investida, mais tarde, a lanterna do celular iluminou sem querer a porta e os olhinhos reluziram junto com o insight.

O grilo estava dentro de casa! Escondido no pedaço do trilho que adentrava a parede, como Choco havia descoberto horas antes. E foi preciso uma força-tarefa de três pessoas para conseguir levá-lo vivo até o matinho da calçada, onde o cortejo cumpriria seu objetivo e nós poderíamos descansar com música ambiente, não hardcore.

Nunca duvidem do instinto felino. Mesmo que eles lembrem bichinhos de pelúcia.

16.2.18

Paranapiacaba: uma luz no fim do trilho

Em julho de 2016, a imagem da cadela prenhe bebendo água na poça de lama de Paranapiacaba dividiu o travesseiro comigo. A situação dos animais abandonados na vila precisava mudar e o Gatoca foi até a Promotoria de Justiça do Meio Ambiente ― depois de ter sigo ignorado pelo Centro de Controle de Zoonoses de Santo André, pela Vigilância Sanitária e pela Secretaria de Gestão de Recursos Naturais de Paranapiacaba e Parque Andreense.

Lá, descobrimos a ação civil pública que já corria contra o município, aberta por duas ONGs, e a liminar do juiz Marcelo Franzin, que dava três meses para que os animais em situação de risco (atropelados, doentes, idosos, prenhes e filhotes) de TODO o perímetro da cidade, incluindo a vila, fossem recolhidos. Mas o juiz também ficou falando sozinho.

E eu segui recebendo denúncias de gente que esperava curtir o fog andreense e acabava se deparando com dezenas de bichos negligenciados, por causa desta matéria da Vejinha. Em dezembro do ano passado, soube que a diretoria da Vigilância Sanitária havia mudado e resolvi tentar mais uma vez ― obrigada Rosa Yukari pela ponte! A resposta veio no dia 6 deste mês, finalmente, e a gestão atual parece genuinamente sensibilizada com a causa.

Compartilho a entrevista completa abaixo e convido os leitores da região a continuarem monitorando. Juntos, nós somos chatos. :)

Vale contar também que, nestes 19 meses, a ONG Canto da Terra levou 40 gatos e 110 cachorros para serem castrados em sua sede, na zona norte, com dinheiro doado por gente como a gente, sem qualquer apoio do poder público. Ajudar quem ajuda, portanto, é sempre uma boa pedida.


A prefeitura tem algum projeto para reduzir o abandono na região?

Nossas ações no sentido de redução de abandono são:

- A castração gratuita para os munícipes de Santo André, que foi retomada e reformulada em 2017, ampliando o investimento no projeto de R$ 20 mil para R$ 30 mil ao mês.
- A feira de adoção "Eu amo, eu adoto", realizada todo último domingo do mês no Parque Central. Inclusive, em 2017, Santo André foi a cidade que mais promoveu adoção em todo o Grande ABC, totalizando 389 animais.
- Visitas pós-adoção para verificar a adaptação da família e do animal que era tutelado pelo canil/gatil municipal, projeto iniciado em 2017.
- Trabalhos educativos de guarda responsável.
- Vistorias zoosanitárias.

E para os animais que vivem nas ruas da vila?

Em julho de 2017, realizamos ações referentes aos animais de Paranapiacaba (partes alta e baixa), incluindo domiciliados e que vivem nas ruas. 353 receberam coleira contra pulgas e carrapatos, sendo 249 cães e 104 gatos. Houve vacinação contra raiva para 275. E também realizamos trabalhos educativos de guarda responsável. A vacinação foi complementada em agosto, durante a Campanha de Vacinação Contra Raiva em Cães e Gatos.

Está em nosso cronograma a realização de um senso para nos certificarmos da quantidade de animais castrados e a continuidade das campanhas de vacinação, bem como a sequência dos trabalhos educativos de guarda responsável.

Há arrecadação/distribuição de ração?

O Banco de Alimentos de Santo André, na Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André (Craisa), recebe doações de ração animal que são destinadas a protetoras independentes cadastradas e a pessoas que estejam passando por dificuldades financeiras e tenham animais. As rações são retiradas no próprio Banco de Alimentos.

E plano de instalar casinhas coletivas para protegê-los do frio? Paranapiacaba é patrimônio histórico, certo? Como funciona essa burocracia?

O CCZ é uma gerência do Departamento de Vigilância à Saúde, ligada à Secretaria de Saúde, sendo regido pela Lei 8.080/1990, que criou o Sistema Único de Saúde. Isso quer dizer que todas as verbas do departamento devem ser empregadas visando a saúde humana e só conseguimos utilizar arte delas para as castrações com a justificativa epidemiológica de prevenção de zoonoses. Não há possibilidade legal, portanto, de a Secretaria de Saúde investir na aquisição de casinhas. Mas a prefeitura está implementando projetos dessa natureza em outras secretarias.

Os mutirões de castrações voltarão a ocorrer? Quando? Para quantos animais (cães e gatos)? Em parceria com quais clínicas/ONGs?

A prefeitura está realizando o levantamento e demais ações necessárias ao chamamento público para efetivar parcerias que possibilitem mutirões por toda a cidade.

E as campanhas de vacinação?

A campanha de vacinação antirrábica está agendada para o mês de agosto de 2018, em vários postos fixos no município. Na Vila, teremos posto fixo na parte baixa, posto volante na parte alta e vacinação de casa em casa.

Os leitores do blog podem ajudar de alguma forma?

Não há impedimento legal para a realização de trabalho voluntário junto aos animais de rua.

E o Gatoca, com a expertise em educação, conscientização e mobilização?

Qualquer parceria com a prefeitura deve ser realizada por meio de edital de chamamento público, porém, não há impedimento legal para que qualquer entidade realize de forma independente trabalho voluntário junto aos animais de rua.

Contamos com vocês para divulgar aos leitores informações de utilidade pública, como campanhas de vacinação animal, castração e feiras de adoção. A prefeitura compartilha esse conteúdo nos sites e redes sociais, mas sabemos que alcance será muito maior se pudermos contar com veículos parceiros como o Gatoca.

A gestão atual pagou a multa pelo não cumprimento da determinação judicial na ação civil pública aberta contra a gestão anterior?

Não, porque o último parecer no processo foi favorável à prefeitura.

[O Ministério Público considerou "efetivo empenho" demonstrado na solução do caso e concedeu um aumento no prazo para a implementação das novas políticas, segundo o site do Tribunal de Justiça de São Paulo.]

9.2.18

Fechado por motivos de Carnaval

Eu pensei em um tema importante para o texto hoje. Mas vocês não devem estar mais aí. Para aumentar o drama, os termômetros de Sorocaba marcam 29°C (são 21h30!) e nós tivemos a brilhante ideia de usar a panela de pressão. Para onde se olhe, há gatos derretidos, lembrando os quadros de Dali.

Decidi, então, só desejar um Carnaval serpentinado, com ou sem samba, bloquinho, desfile. E a ONG Canto da Terra emprestou o Natalino, que ficou meio desatualizado, mas caprichou na fantasia para compensar ― dia 24 tem megabazar por lá, para renovar as energias, o guarda-roupa e a missão de deixar o mundo melhor. Alalaô!

8.2.18

O primeiro gato de joelhos da história!

Jujuba, na verdade, é uma gata. E a manchete deste post (alguém aí ainda sabe o que significa manchete?) engorda o grupo das fake news. Mas ver a ferinha nesta posição me fez lembrar que, há cinco anos, ela presenteava tentativas de aproximação com cicatrizes ― destaque para o massacre da caixa de transporte.

Eu insisto nesse case de sucesso porque as pessoas tendem a rejeitar animais de personalidade menos dócil e, na maioria das vezes, eles só precisam da família certa para desabrochar. Este cafuné largado, por exemplo, levou dez anos. ― colo vai ficar para a próxima encarnação, já que escolhi a habilidade de medicá-la.

Deem uma chance, portanto, aos antissociais. ♥

2.2.18

Das voltas que o mundo dá

Há oito anos, Flea e Snow eram filhotes e moravam em um banheiro. Guebis fazia faculdade de veterinária em Jaboticabal e morava em uma kitnet. Eu tinha 19 gatos (dez fixos e nove temporários) e morava em São Bernardo.

Nestes 2.915 dias, os pequenos se mudaram para a capital do amendoim e desabrocharam. Guebis se formou, casou e voltou para Sorocaba, em um sobrado fofo com jardim. E eu vim de mala e caixas de transporte para cá também, com nove bichanos concretos e um Simba abstrato.

Na quinta-feira retrasada, a gente combinou o tão esperado reencontro. Os bigodes nunca lembram de quem trocou a viagem de férias e a harmonia da família por mais um resgate ― a careta das fotos comprova.


Mas ver as barrigas trabalhadas no patê e no carinho sempre enche meu coração.



31.1.18

Gata de cura

Conversas esotéricas geralmente me fazem bocejar. Mas eu acredito no poder dos bichanos de filtrar nossas nhacas. Há três anos, ouvi que o curandeiro da casa sempre tem o maior bigode e o da Pimenta quase forma um coração, com as pontinhas prestes a se juntar lá embaixo.

Quando a gente senta no sofá, doente, mal-humorado ou só desanimado mesmo, ela vem pertinho, encosta a cabeça na nossa, dá umas patadas e o mundo parece entrar nos eixos ― depois a criatura se põe a lamber o creme para cabelos cacheados, mas vou omitir esse detalhe para não estragar o clima do post.

26.1.18

Upgrade

Em cinco meses, o gramado dos bigodes virou uma floresta com ecossistema próprio. E, como ele é pequeno demais para fazer o cortador de grama passar na frente da sorveteira na lista de desejos, eu tive de apelar à tesoura de papel ― que também já usei para aparar o cabelo.

Foram 40 minutos de trabalho tibetano, que renderam olhares incrédulos dos peludos e me colocaram em um patamar inédito de ser humano: o que combina adaptabilidade e obstinação.

19.1.18

Calendários que viraram castração

Lembram que eu prometi enviar cartinhas pisoteadas pelos bigodes para quem comprasse os calendários do Celebridade Vira-Lata, que já esterilizaram 10 mil cães e gatos de comunidades de baixa renda? Dois deles foram postados ontem no correio! Bárbara Santos e Eliane Bortolotto, abram espaço na mesinha. :)

Marina Kater-Calabró já tinha recebido o dela com aperto-presencial. E Amanda Herrera e Gabriela Fromme ganharam de presente de aniversário e salva-vidas, respectivamente. Restam só cinco unidades (R$ 25 + frete ou visita a Sorocaba): contato@gatoca.com.br.

Quem topa despiorar o mundo com a gente?

17.1.18

Vidência felina

Gatos têm poderes premonitórios, vocês provavelmente já repararam. Basta colocar a mesa do almoço que eles acertam onde a gente vai sentar e se esparramam na cadeira antes. Isso serve também para a sessão de filme com pipoca no sofá, o trabalho no computador, o travesseiro na hora de dormir.

12.1.18

Caixa de madeira DIY e sincronia

Na esperança de se livrar da favelinha de papelão dos bigodes, Leo construiu este loft de madeira gourmet super premium, com as ripinhas que sobraram de um outro lance "faça você mesmo". A ideia do post era contar que os pequenos adoraram o espaço arejado, com vista para a horta alagada, e incentivá-los a reviver o prézinho das esculturas com palito de sorvete.

Mas, no momento do clique, Pimenta e Guda me deram este Pulitzer (um dos maiores prêmios de fotografia do mundo) e resolvi escrever sobre como estar no lugar e na hora certos muda a vida da gente. Parem para pensar: quantas coisas precisaram se encadear para que vocês chegassem até aí? (Esse "aí" pode ser um local, uma carreira, um estado de espírito.)

Se me dissessem que eu teria um projeto com animais, há 15 anos, eu ficaria dividida entre cair na gargalhada e fazer cara de nojinho. Mas existiu um (ex-)namorado, e uma gata comunitária, e o Mercv, e a dona Lourdes, e o Adote um Gatinho, e vocês. Às vezes, demora uma eternidade para ligar os pontos. Resta a certeza, porém, de que todo esforço contrário é absolutamente inútil. :)

Abracem seus pacotes! E os companheiros-quadrúpedes de viagem também.

10.1.18

Gatos são 3D

Diferente dos cachorros, que se contentam com o chão, os bichanos ocupam também as alturas. E todas as latitudes de uma casa.

5.1.18

Todos nós já fomos ignorantes

Lembro de quando ouvi alguém dizer que jogava o granulado higiênico dos gatos na privada e resolvi fazer o mesmo, 12 anos atrás. Só que o granulado que eu comprava era de argila, misturado com xixi e cocô de dez bigodes. Dez. Bigodes.

E a massa que entupiu o vaso não se desfazia de jeito nenhum. Cheguei a testar gravetos de tamanhos diferentes do jardim, resultado diretamente proporcional à perda da minha dignidade. Quando alguém fizer uma pergunta ou pedido cretino, portanto, busquem esse momento dentro de vocês ― principalmente quem atua na causa animal.

E vivamos em paz. :)

29.12.17

2017

Foi um ano de fazer caber. A saudade do Simba na rotina da casa. O sonho de mudar para Sorocaba no orçamento de jornalista freelancer. Nove gatos no gramadinho decorativo do quintal. A missão de deixar o mundo melhor no intervalo das notícias desanimadoras.

Em 2017, Gatoca conscientizou milhares de leitores sobre a importância de adotar uma duplinha, de não cair na armadilha da aparência, de experimentar a alimentação natural, de insistir na ração úmida (com dicas supimpas de adaptação), de aplicar soro subcutâneo em renais, de não antecipar o luto, porque cada bicho reage à doença de um jeito.

Também ensinou a acertar no brinquedo e no arranhador, usar os poderes do alecrim, recuperar gato perdido, se livrar dos pelos (ou parte deles), respeitar lagartixas, evitar vômitos, não surtar com micose, escolher o melhor granulado higiênico (com a avaliação de 119 leitores!), socializar bichanos ariscos (ou muito medrosos), comprar tecido à prova de garras, telar residência.

E mobilizou corações de pudim para que a Confraria dos Miados e Latidos quitasse um boleto salgado de veterinário, a Celebridade Vira-Lata engordasse o cofrinho dos mutirões, iniciativas que não recebem apoio do governo ganhassem visibilidade no Dia de Doar e o carnaval carioca um dia desista das plumas.

Feijão e Luigi, que tinham perdido a primeira família, finalmente se adaptaram no apartamento da Gláucia e do Ricardo. Harry Potter e Luke Skywalker ganharam cuidados especiais do Eric e seus (agora) 7 anos. E a campanha dos super-heróis do DER conseguiu lares para Wolverine, Tempestade e Mulher-Hulk ― devolvida e readotada, história que ainda preciso contar aqui.

Matilde e as super-heroínas seguem esperançando: contato@gatoca.com.br.

O gato sem boca viajou até a zona norte para entrar na faca, com sucesso. As habilidades de padeiro de ZéZo lhe renderam emprego vitalício no colo do Theo. E a familinha de ferais que Gabi e Julio herdaram na mudança foi quase toda castrada ― outro post (tragicômico) pendente.

Uma retrospectiva sincera há que registrar também a impotência. Nestes 12 meses, nós levantamos R$ 1.240 para ajudar a pagar a UTI da Pretinha, mas ela não resistiu à segunda hepatose. Brother (ex-queletinho da dona Lourdes) perdeu a batalha para o linfoma e deixou um terrário-aconchego de lembrança. E o filhote do motor do carro realmente desapareceu.

Esticando cada vez mais os parágrafos do projeto para abraçar humanos, já que não existe mundo melhor se a gente continuar pensando compartimentado, rolou em março, no Centro Cultural São Paulo, uma roda de conversa com adolescentes e, em abril, o curso "disruptivo" para meninos e meninas dos abrigos da Lapa expandida ― aproveitem e leiam o texto libertador de Natal!

E o Universo retribuiu tudo isso com paz, dias ensolarados e parcerias queridas. Pet Delícia doou 432 latinhas de patê e nos credenciou para a pré-estreia do documentário "Gatos". Gatolino mandou pelo correio um bebedouro-ostentação e transformou a Keka em folder. Redes 2000 blindou a casóca com 53 metros de tela, serviço que custaria mais de R$ 2 mil.

Rosana Rios ainda presenteou a vencedora do concurso Guardião Felino com seu livro novo. Marina Kater-Calabró me presenteou com a caneca mais maravilhosa de toda a galáxia. Deus/Gaia/Shiva/Buda/Alá presenteou Chocolate, Catrina, Clara, Guda, Gudinhas, Pandora, Mercv (1 e 2) e esta empreitada (1 e 2) com mais um ano de existência. \o/

E os bigodes presentearam vocês com as clássicas peripécias: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 e 13 ― agora também em vídeos, no Instagram Stories! Lições de vida. E amor que não precisa de esforço para fazer caber: 1 e 2.

Pode vir abundante, 2018, que a gente arruma um espacinho.


Retrospectivas dos anos anteriores: 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

21.12.17

Especial de Natal: liberte-se!

Não precisa comprar presente. Nem passar horas no fogão. Ou chegar esbaforido à festa porque teve de consertar o esmalte lascado 20 vezes. Ninguém deve se sentir obrigado, da mesma forma, a aguentar parente sem-noção. As propagandas jamais dirão, mas Natal é época de compartilhar amor.

E só.

Vale apertar a família (qualquer configuração de família), fugir para longe com x parceirx, assistir seriado rodeado de bichos, botar para tocar a música favorita de quem não está mais aqui, ajudar um desconhecido, cultivar o amor-próprio ― solitude é diferente de solidão.

E vale também misturar várias das opções acima. ❤️💚

20.12.17

Não tentem entender um gato

Eu estava suando.

Leo estava suando.

A casa estava suando.

E Keka estava embaixo do edredom.