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21.10.14

100% transpiração

Quem acompanha o Gatoca pelo Facebook sabe que a divulgação do financiamento coletivo do projeto Um Post por Dia para Salvar Vidas foi toda feita com fotos dos bigodes segurando plaquinhas ― tem olhar mais apelativo do que este?


Cliquem na imagem para ver a galeria da campanha


O que pouca gente imagina, porém, é que, na manhã do dia 9 de setembro, a câmera desta jornalista registrou 227 poses, para salvar 13! Diferente dos animais-almofadas dos comerciais de revista, a gangue do recinto derrubava a plaquinha, ficava na frente do texto, insistia em mastigar as bordas do papelão, fazia movimentos bizarros e ainda brigava comigo.

Agora, de coração descansado, eu consigo escolher os melhores momentos para rir com vocês.

20.10.14

Os leitores mais incríveis do mundo!

Em uma das tardes destes sete anos, eu me deparei com um depósito de R$ 11 no extrato bancário, para ajudar a pagar as despesas veterinárias de algum bigode resgatado. O valor mexeu comigo. A pessoa podia ter doado R$ 10, mas se espremeu e doou R$ 11, porque provavelmente não conseguiria ir além. Ao longo da existência, a gente adota o movimento inverso: por repetição, aprende que o pouco não faz diferença. Que nós não fazemos diferença. E nos encolhemos.

Antes de o projeto ganhar asas com o apoio do Wings For Change, o Gatoca já ensinava os leitores a abrirem o peito ― e o coração. Juntos, nós podemos, sim, transformar o mundo. E vocês provaram isso batendo as duas metas de arrecadação do financiamento coletivo! Com os R$ 18.365,70 (porque R$ 2.744,30 ficarão para o Catarse), o blog ganhará cara nova e muito mais posts, fotos e vídeos, para continuar divertindo, educando e inspirando mudanças.

Em fevereiro, ocorrerá também o primeiro mutirão de castração da empreitada, com dicas do Celebridade Vira-Lata, evitando que nos próximos cinco anos 13.792.687 bichos passem fome e frio nas vielas da comunidade do DER, aqui em São Bernardo. E ainda sobrou um troco para cobrir o rombo causado pelas vacinas, esterilizações e medicamentos da família Cartoon (mais de R$ 1 mil). Vocês conseguem enxergar a dimensão dessa conquista?

Os meninos me contaram que, dos 1,3 mil projetos viabilizados pela plataforma, apenas 171 levantaram valor igual ou superior a R$ 20 mil ― fora as iniciativas fracassadas. E nosso "produto" é abstrato, não dá para exibir nas redes sociais, como um livro ou um disco, campeões de financiamento coletivo no Brasil. O foco sai do umbigo para iluminar o outro. E todo mundo arrumou um jeito de ajudar. :)

Teve estudante que abriu mão do lanche na faculdade. Adotante que convenceu o chefe e os fornecedores a participarem. Amigo que emprestou a popularidade. Que convocou outros amigos. Protetor que se apertou mais um tico. Leitor que publicou foto da campanha na capa do Facebook. Gente que doou duas vezes. Que fez o marido doar também. Que doou pela filha recém-nascida. Que incentivou os alunos a doarem. Que pediu doação de presente de aniversário.

E que escreveu sobre o projeto com mais paixão ainda do que eu. Além de sete apoios internacionais (dos 240!). E nove parceiros: Lina Gatolina, Nina Culina Atelier, Gatatuca, Maria Simone, Patchwork by Celia, Los3Gatones, Paula Guima Ateliê, Loja Gatamia e Gatolino Bebedouros. O Gatolino, aliás, exército de uma mulher só, como o Gatoca, acreditou na ideia e contribuiu com R$ 500 ― nem sempre o dinheiro vem de quem tem mais.

Nós saímos na Anda, o primeiro portal jornalístico do mundo voltado aos bichos, no Olhar Animal e no blog da Vejinha. O post da fanpage do Catarse teve 2 mil curtidas e 201 compartilhamentos. A Cora Rónai, gateira e colunista do jornal O Globo, colaborou e divulgou a iniciativa. E o Rui Vilhena, autor da novela Boogie Oogie, autorizou revelar seu apoio para estimular o pessoal: "Esse é o lado bom de ser uma figura pública, alertar para os problemas que existem".


Cliquem na imagem para ver os corações de pudim


A lista é maior, mas muita gente preferiu ficar anônima. E cinco amores merecem um agradecimento especial: Leonardo Eichinger, parceiro de projeto e de vida, Mariana e Jon Levischi, família gigantesca, e Tatiana Pagamisse e Amanda Herrera, irmãs de alma.

Dois meses de correria insana depois, começa hoje o projeto Um Post por Dia para Salvar Vidas. Preparem a pipoca, mas não se acomodem na cadeira. Nós, bípedes e quadrúpedes, merecemos um 2015 melhor.

9.10.14

Jogo da Vida

Sorte: acabou o tratamento para o ouvido do Mercv. Azar: a infecção de pele do Simba voltou, depois de oito caixas de remédio! Fique mais duas semanas escravizada pelos horários do antibiótico.

8.10.14

Desrespeito

Eu sabia que precisaria de outro fim de semana para descansar do fim de semana. No sábado, tinha que levar a Lilica para a casa nova, visitar a sogra e matar a saudade da turma que estudou comigo na escola. Domingo era dia de votar consciente, almoçar com a Amandica e receber o casal que queria conhecer o Batatinha e a Pedrita.

Antes das 8h, eu já estava de pé. Cuidei dos bigodes, ajeitei o apertamento, peguei a gata no lar temporário na zona sul, dirigi até a leste e o Leo me esperava na oeste, para curtir a tarde ensolarada em família. Só que a adotante mentiu que as janelas eram teladas e, para cobrir o bolo com cereja de chuchu, não me deixava ir embora.


As pessoas podem discordar dos nossos critérios. Ainda que a gente explique com a maior paciência do mundo que o questionário evita a adoção por impulso, que bicho com acesso à rua corre inúmeros riscos e que cada peludo resgatado toma tempo, dinheiro e leva com ele um pedaço do nosso coração. Basta arregaçar as próprias mangas ― o olhar de gratidão de uma vida salva não tem preço.

Mas mentir é muita sacanagem! Principalmente com o animal, que ficou quase duas horas chacoalhando no carro quente e mais oito em pânico na lavanderia da minha sogra, porque a Michele estava do outro lado de São Paulo e só voltaria para a Vila Mariana à noite. No último sábado, eu perdi o encontro da escola e um tico de esperança na humanidade.

3.10.14

Cada povo tem o governo que merece

Eu não gostava de bicho. Nem de política. Já votei com a boiada, anulei, invejei quem viajava nas eleições. A vida deu um triplo mortal carpado nestes sete anos! Foi impossível resistir aos olhos brilhantes do Mercv na caixinha de papelão. E é impossível tocar um projeto social sem entender o funcionamento da engrenagem. Você começa tirando da rua animais que deveriam ser responsabilidade do município e termina discutindo o conflito entre Israel e Palestina.

Quando a Isis Mastromano me mandou a matéria do Vista-se sobre um candidato à presidência que tinha planos de incentivar o vegetarianismo no Brasil, eu lamentei o 1% das intenções de votos que ele dividia com mais cinco lanterninhas. E demorou para cair a ficha que Eduardo Jorge era o secretário do Meio Ambiente que respondeu pessoalmente meu e-mail sobre a feira ilegal de filhotes no Parque do Ibirapuera, em 2007, prometendo providências ― que foram cumpridas.

Na palestra sobre educação humanitária do fim de agosto, Nina Rosa cobriu o político de elogios. E eu não conseguia entender porque ele é tão zoado no Facebook. Como todo cidadão deveria fazer, resolvi ler seu plano de governo direto no site, sem atravessadores. E me senti no Uruguai. O pessoal admira o Mujica, mas, quando aparece um candidato não trabalhado no marketing, que fala sobre cultura da paz e abolicionismo animal, ridiculariza. Eis algumas propostas, bem resumidamente:

- Criar políticas públicas que equacionem social, ambiental e econômico.
- Dar mais poder aos municípios, para garantir maior participação do povo.
- Reduzir o salário dos parlamentares e extinguir a remuneração para vereadores ― "política não é negócio, é para servir".
- Proibir que empresas (com interesses próprios) financiem as campanhas eleitorais.
- Incentivar a agricultura familiar e combater o desperdício de alimentos.
- Privilegiar pequenas centrais hidroelétricas, subvencionar fontes de energia mais limpas e desativar usinas nucleares.
- Promover junto às nações o debate para estabelecer metas de redução não voluntárias de emissões de gases de efeito estufa, proporcionais às responsabilidades históricas e atuais.
- Priorizar a formação de médicos especializados na saúde da família.
- Descriminalizar a interrupção da gravidez, para garantir a segurança de milhares de mulheres que hoje realizam o procedimento clandestinamente.
- Estruturar a educação sobre os quatro pilares da Unesco: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser ― o sistema deve compor-se da maior multiplicidade de atores, lugares e tempos.
- Promover a inclusão social para deficientes.
- Reparar as sequelas da escravidão.
- Fortalecer a participação das mulheres nos espaços de poder e decisão.
- Promover a igualdade de direitos da população LGBT.
- Caracterizar as forças armadas como de autodefesa.
- Combater a economia do crime com a legalização e REGULAÇÃO pelo estado do acesso à maconha, além de criar políticas de educação que reduzam o dano causado pelo uso da droga.
- Priorizar políticas públicas relativas à mobilidade urbana, aos modos não motorizados e ao transporte coletivo, favorecendo à humanização do espaço público e a democratização do acesso à cidade.
- Proibir testes de cosméticos em animais e incentivar a pesquisa e o desenvolvimento para eliminar também o uso de animais como cobaias em outros setores.
- Difundir e promovera alimentação vegetariana como hábito saudável, benéfico para o meio ambiente e respeitoso para com os bichos.
- Eliminar subsídios e financiamentos públicos a granjas industriais que mantenham galos e galinhas em confinamento intensivo.
- Criar benefícios fiscais a produtos que proponham substituir (em termos de nutrição, culinária e/ou paladar) alimentos de origem animal.
- Reduzir a jornada de trabalho para 40 horas semanais e começar uma transição para 30 horas, sem redução salarial ― "trabalharmos menos, para trabalharmos todos".
- Defender a regulamentação do Imposto sobre Grandes Fortunas.
- Apoiar fortemente as redes de produção, troca, consumo e financiamento sustentáveis, que dão forma à economia solidária, da qual o cooperativismo é parte fundamental.

Agora, leiam os planos de governo dos "favoritos" ― copiar e colar artigos da USP não vale!

Cada povo tem o governo que merece. Desta vez, eu vou votar idealista. E planto aqui minha sementinha de transformação. :)


4 links para ir às urnas consciente

www.verdinhas.org.br
Com o plugin, do Verdinhas você descobre quais empresas estão financiando as campanhas políticas ― vale a pena ler também a explicação de como essa informação pode ser maquiada.

www.bit.ly/1pMt1Zk
A ONG Transparência Brasil divulgou as instituições flagradas com trabalhadores em situação análoga à escravidão que doaram dinheiro aos candidatos.

www.naovoteemruralista.org
No site "Não Vote em Ruralista", da organização 350.org, há os principais responsáveis pela escassez de água, pelo desmatamento das florestas e (de novo!) pela manutenção do trabalho escravo.

www.bit.ly/worldanimal
A página da World Animal Protection traz os políticos engajados na causa animal.

2.10.14

Um projeto de muitos corações

Há três anos, eu perguntei para o Leo por que ele comprava músicas no iTunes, se podia baixá-las de graça, como todo mundo. Ele respondeu que era uma forma de incentivar as bandas a continuarem fazendo o que gostam e ser recompensado com novas composições. Minhas bochechas coraram. Aqui no país do jeitinho, a gente não partilha dessa cultura ― por isso, as empresas tradicionais de mídia estão fechando publicações e demitindo cada vez mais jornalistas.

Um projeto independente de texto e imagem, portanto, tinha tudo para dar errado. Ainda que divertisse. E ensinasse. E inspirasse mudanças. A maioria das pessoas quer conteúdo bacana e um mundo incrível sem colocar a mão no bolso nem levantar do sofá. Mas não os leitores deste blog! Em 50 dias, nós arrecadamos R$ 12 mil e ganhamos os R$ 3 mil restantes do Wings For Change, pela inovação e poder de transformação.

E ainda faltam dez dias para tirar do papel o mutirão de castração! Com mais R$ 4,5 mil, 50 cães e gatos da favela do DER, em São Bernardo, serão esterilizados, evitando que nos próximos cinco anos 13.792.687 bichos venham bater à porta do Gatoca. A cirurgia não serve apenas para impedir crias indesejadas, aliás. Ela deixa o animal mais caseiro e carinhoso, acaba com a marcação de território e reduz absurdamente a chance de desenvolver câncer de mama, útero e próstata.

Minha participação na empreitada será totalmente voluntária. Eu vou precisar de ajuda para bater de porta em porta na comunidade, explicar os benefícios ao pessoal, fazer a triagem dos bichos com a orientação dos veterinários ― preparem-se! E, como a condição de saúde deles costuma deixar a desejar, rolará também um mutirão de vermifugação, na semana anterior à da castração.

Tudo pensado com o maior carinho. Continuo contando com vocês: www.catarse.me/gatoca? :)

Sobre o mutirão ― Quem pilotará o bisturi é a Dr.ª Ana Lúcia Meira, com apoio da equipe do Pet Land. Gatos custarão R$ 60 e cães, R$ 90, para que a anestesia realmente poupe os peludos da dor. A técnica utilizada será a do gancho, menos invasiva. Idosos e portadores de doenças pré-existentes receberão cuidados especiais.

Cada paciente terá seu avental e um kit com gaze, seringa e compressa descartáveis, além de tesouras e bisturis esterilizados por autoclave. Os veterinários usarão vestimenta e luvas também descartáveis. Haverá até aparelho de ressuscitação para emergência! Bigodes e focinhos voltarão para a casa com a dose do dia de antibiótico e anti-inflamatório. E os donos receberão nossos contatos para tirar dúvidas.

26.9.14

Gatos são seres performáticos

A gente passa a vida inteira tentando ensiná-los a não afiar as garras no sofá nem subir na pia da cozinha. Morre de inveja dos cachorros que buscam bolinha, entendem "não", impressionam as visitas. Aí, entra no escritório e dá de cara com esta cena. Parece que eles ensaiaram a semana inteira, não parece?

24.9.14

Cuidado com remédios humanos!

Vendidos livremente em farmácias, eles podem ser fatais para seu melhor amigo. Os veterinários Valéria Correa e Argemiro Luciano dos Passos explicam por quê

Dar remédio de gente por conta própria para animais de estimação pode intoxicá-los, provocar uma bela alergia e até matar. Várias fórmulas servem para bípedes e quadrúpedes, sim. Mas você precisa saber a dosagem certa e só quem tem conhecimento para indicar o tratamento adequado é o veterinário.

Isso porque o sistema digestivo de cães e gatos não funciona da mesma forma que o nosso. Os órgãos dos peludos não conseguem absorver e sintetizar, por exemplo, alguns analgésicos e anti-inflamatórios. Fique alerta, especialmente, com os medicamentos abaixo.

AAS , Doril, Aspirina, Melhoral e Sonrisal
Contêm ácido acetilsalicílico, um anti-inflamatório extremamente tóxico para gatos, que não possuem a enzima hepática responsável pela metabolização e eliminação do composto. Só devem ser ministrados sob a supervisão de um veterinário.

Cataflan e Voltaren
Levam diclofenaco (potássico ou sódico), utilizado no tratamento de dores e inflamações, que em cachorros e bichanos pode causar problemas como insuficiência renal e úlceras hemorrágicas, acompanhadas de vômitos e diarreia com sangue. Devem ser aplicados de forma tópica, apenas em gatos com problemas oculares.

Tylenol, Dôrico e Vick Pyrena
Têm paracetamol na fórmula, analgésico que lesiona o fígado de focinhos e bigodes, que ainda podem sofrer anemia hemolítica, necrose renal e até morrer. Em alguns casos, a falta de ar é tão grande que o animal entra em coma. Não devem ser utilizados em hipótese alguma.

Anador, Novalgina e Magnopyrol
Possuem dipirona sódica, que nos gatos pode provocar gastrite, gastroenterite, úlceras com hemorragias gastrointestinais e, em caso de doses repetidas, intoxicação digestiva grave. Só devem ser usados sob orientação do veterinário.


* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.

18.9.14

Aniversariante do mês - setembro de 2014

Os patrulheiros resmungarão que Simba* ganhou dois posts na sequência só porque é loiro. Mas não dava para deixar passar em branco os 11 anos de um gato que enfrentou os perigos da rua por três. Todo mundo dizia que ele daria trabalho, se recusaria a obedecer e faria xixi fora da caixa para marcar território.

Pois o gordo me recebe na porta com festinha, nunca quebrou nada (diferente das irmãs, que nasceram aqui em casa) e só falta limpar as patas quando sai do banheiro. Há oito anos, minhas manhãs são mais ensolaradas. E as dele também.


*Novelinha: Conheça a história do Simba

Outros aniversários: 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

16.9.14

Graminha incomível

Minha experiência com gatos é inversamente proporcional ao jeito com plantas, vezes dez. A Ju Valentini até me ensinou a plantar o matinho que os bigodes adoram, mas o vaso ficou mirradinho e não durou um dia. Quando eu vi os da Cobasi descabelados de verde, prontos para o consumo, pensei logo em levar dez. Sorte que a sétima caixa do remédio do Simba não permitiu.

Na primeira bocada, o gorducho arrancou o torrão do vaso e saiu arrastando pela sala, deixando um rastro de terra. Vinte vezes eu tentei recolocar o bendito no lugar e ele tornava a roubar, com a ajuda dos amigos empolgados pela novidade. E não adiantou prender com elástico, porque os vândalos tombavam o conjunto e saíam empurrando.

Para cada folhinha de trigo heroicamente mastigada, a gente tinha de limpar três cômodos. Até que as coitadas morreram de desgosto ― ou por falta de rega.

10.9.14

Bichos podem ter câncer de pele

Os leitores mais antigos do blog sabem que foram duas ratas que me abriram os olhos à proteção animal ― a história dos esqueletinhos da dona Lourdes se entrelaça com a do Gatoca. Smeagol ganhou esse nome porque lembrava a criatura deformada de O Senhor dos Anéis. E logo perdeu as orelhas por causa do câncer de pele.

Muita gente não faz ideia, mas cães e gatos de pelo claro, principalmente nessa região e no nariz, devem passar longe do sol ― quando for inevitável, vale usar protetor específico, vendido em pet shops. Satie já tinha morrido em 2011, vítima da doença. E na quinta-feira eu desmanchei com este post da Liliam no Facebook:

Lá se vai mais um pedacinho do meu coração. Smeagol foi resgatada de uma casa onde comia arroz. Tinha câncer de pele e chegou com as orelhinhas amputadas. Ronronenta, gostava da nossa companhia e dos irmãos. Conosco engordou. Era tão linda! Depois de alguns anos, o câncer voltou e nossa luta começou. Foram várias as cirurgias e procedimentos. Até que hoje, infelizmente, perdemos a luta.

Filha, querida, foi um prazer tê-la conosco! Muito triste aceitá-la partir. Você foi uma guerreira! E deixa um vazio por aqui. Se eu nomeasse todas as pessoas que nos ajudaram, creio que cometeria uma injustiça, pois foram muitas ao longo desses anos. Fica, então, minha gratidão a Susan, que nos confiou a guarda da pequena. Smeagol foi um presente pra nós.



Se bater aquela culpa na hora de tirar o bichano do jardim, lembrem dessas fotos.

5.9.14

Sétima festinha do Gatoca

Este ano não ia ter comemoração, por causa da correria com o projeto do Catarse (ajudem!). Só que os amigos fizeram bico e nós acabamos alugamos o Genésio até as 23h30, no último sábado. A ideia era acordar com calma, comer direito, pintar as unhas, caprichar na roupa e na maquiagem, e chegar no bar cheirosa, como uma pessoa normal.

Mas a Nina Rosa me convidou para uma palestra sobre educação humanitária no Parque do Ibirapuera e o esmalte ficou para a próxima. O sono e o almoço também. Na verdade, eu saí de casa com uma calça jeans que servisse aos dois eventos, enfiei um cachecol na bolsa e retoquei o batom no banheiro, torcendo para que o perfume não estivesse vencido.

Valeu pelas risadas, pelas caretas, pelos apertos e pela caipirinha de frutas vermelhas que esqueci de tomar ― levando com ela qualquer justificativa para as fotos dobradas da Amanda e as inexistentes da Tati e do Richard. Mudar o mundo assim fica muito mais fácil. ♥


Para ver a galeria de fotos, cliquem na imagem


Festinhas anteriores: 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

3.9.14

Gatoca ganhou asas!

Quando eu comecei a rascunhar o projeto Um Post por Dia para Salvar Vidas, o pessoal do Catarse me mandou um e-mail dizendo que eles priorizavam iniciativas criativas e existiam plataformas de financiamento coletivo mais adequadas a minha proposta, como o Bicharia. A saliva desceu quadrada, o rosto avermelhou e eu só não fui chorar no banheiro porque trabalho sozinha em casa.

No dia seguinte, expliquei a Luciana a ideia de usar textos e imagens para continuar ajudando, ensinando e inspirando mudanças e ela me deu as boas-vindas. Gatoca não é (só) blog nem ONG nem escola. E nessa mistura está, justamente, sua riqueza ― cada post/foto/vídeo carrega a história de uma jornalista especializada em educação, que iniciou a carreira na internet e se pegou pulando portão para alimentar gatos-ratos.

Ninguém entende melhor a proposta do que vocês, leitores-amigos de sete anos. (Por isso eu fiz questão de encher o vídeo de depoimentos.) Mas, na sexta-feira, a gente amoleceu um coração estranho: o Wings For Change, em parceria com o Instituto Asas e a Fundação Telefônica, escolheu apoiar nosso projeto pela inovação e poder de transformação!

Isso quer dizer que, quando a gente arrecadar 80% do valor do financiamento coletivo, eles colocam os 20 restantes (dá R$ 3 mil!). Vai rolar também post patrocinado na fanpage do Catarse, consultoria para potencializar a campanha e encontro presencial com outros jovens empenhados em arregaçar as mangas.

Agora, só falta vocês acreditarem que R$ 10 plantam muitas sementes de recomeço e não sentirem vergonha de doar. :)


Para ampliar, cliquem na imagem

P.S.: Apoiar o projeto é fácil! Basta acessar o site do Catarse, preencher um cadastro ultrarrápido e escolher a recompensa (sim, vocês ganham recompensas!). Dá para contribuir anonimamente, inclusive. Se não sair o financiamento, o dinheiro volta para quem doou.

29.8.14

Gata Houdini

Você abre a porta do armário do corredor, tira o aspirador de pó da caixa, fecha a porta na sequência, faz duas horas de faxina, sente falta de uma gata e procura por dez minutos (embaixo da cama, em cima da estante, atrás da geladeira e repete tudo 20 vezes), para encontrar a infeliz dormindo tranquilamente dentro do armário do corredor de porta fechada, na caixa em que você havia tirado o aspirador de pó.

25.8.14

6 motivos para adotar

A gente explica por que você não precisa comprar seu melhor amigo e ainda dá uma lista de organizações espalhadas pelo Brasil que doam animais

Você provavelmente já ouviu dizer que ter um bicho de estimação faz bem para a saúde, certo? Estudos comprovam que interagir com cães e gatos aumenta a sensação de bem-estar, afasta o estresse e a depressão, reforça as defesas do corpo e, de quebra, ainda ajuda a manter a forma. O objetivo desta matéria, porém, é outro: nós queremos convencer você a abrir o coração para uma vida sem pedigree. E nem vamos tocar na questão da economia!

Vira-latas são mais inteligentes
Os cachorros sem raça definida apresentaram melhor noção de espaço e resolveram problemas com mais facilidade nos testes feitos pela Universidade de Aberdeen e de Napier, na Escócia.

Cães e gatos SRDs costumam viver mais
Nas ruas, eles ficam mais resistentes a doenças, enquanto as fêmeas com pedigree estão sujeitas a cruzar com parentes próximos, gerando crias com problemas de saúde variados.

Adultos dão menos trabalho
A maturidade tende a deixá-los mais tranquilos, obedientes e independentes que os filhotes, favorecendo a adaptação no ambiente novo. Eles raramente destroem as coisas. E vêm com o perfil e o tamanho definidos.

ONGs sérias já doam os peludos castrados
A cirurgia não serve apenas para controle populacional. Ela também ajuda nos distúrbios comportamentais, evita o estresse causado pelo cio e as demarcações de território, diminui o risco de infecções uterinas e o aparecimento de tumores, aumenta a expectativa de vida.

Quem sofreu na rua esbanja gratidão
Qualquer criatura que passou fome, frio e medo sabe reconhecer o valor de uma casa quentinha, um pote de ração que nunca esvazia, um cafuné demorado nas orelhas. E a família que a abrigar será retribuída com olhares eternamente apaixonados.

Os abrigos estão superlotados
Por mais que os protetores se esforcem, as adoções não vencem o abandono. Falta ajuda financeira, os bichos acabam brigando em grandes grupos, quando um adoece todo mundo pega e fica impossível dar atenção para todo mundo.

:: Te convencemos? Então...

Cheque sua "infra"
Você tem tempo, dinheiro e espaço para aumentar a família? Lembre-se que um animal de estimação pode durar até 20 anos. Quem tomará conta dele quando você quiser viajar, por exemplo?

Escolha uma duplinha
Com um amigo para brincar, seu pet fica mais seguro e feliz, dificilmente entra depressão e se diverte sem depender dos humanos. Termina a agitação, a falta de vontade de comer, os miados e latidos excessivos, a destruição dos móveis ― este post coleciona depoimentos bacanas.

Impeça o acesso à rua
Gatos são seres curiosos por natureza e correm o risco de morrer envenenados por um vizinho descontente, de parar sob a roda de um carro desenfreado, de pegar doenças graves brigando com outros animais ― instale redes de proteção nas janelas.

:: Onde encontrar seu amigo

Centros de Controle de Zoonoses
Procure o mais próximo de você e não se esqueça de levar cópias do RG, do CPF e do comprovante de residência, além de uma caixa de transporte para gatos ou coleira e guia para cães – os CCZs também cobram uma taxa simbólica.

Organizações não governamentais

Distrito Federal
ProAnima
www.proanima.org.br

Paraná
Amigo Animal
www.amigoanimal.org.br

Rio de Janeiro
Oito Vidas
www.oitovidas.org.br
Sociedade União Internacional Protetora dos Animais
www.suipa.org.br

Rio Grande do Sul
Associação Amigos dos Animais
www.soama.org.br

São Paulo
Abeac
www.abeac.org.br
Abrigo Piccolina
www.abrigopiccolina.org.br
Adote um Gatinho
www.adoteumgatinho.org.br
Quero um Bicho
www.queroumbicho.com.br
União Internacional Protetora dos Animais
www.uipa.org.br


Pedrita espera sua família de comercial de margarina

* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.