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12.5.09

E não é que nós ganhamos?

O certificado do Prêmio Abril de Jornalismo 2009 chegou hoje, pelo Sedex, junto com o catálogo chiquérrimo dos melhores trabalhos (texto, arte, fotografia e multimídia) publicados nas revistas e sites da editora, em 2008. Para quem pegou o bonde andando, a matéria da Nova Escola que contou com a minha participação de presidiária levou a estatueta na categoria "educação". Eis a justificativa:

A reportagem apresenta de modo responsável um diagnóstico dos principais problemas da educação brasileira. Discute caminhos e soluções. Oferece, ainda, uma excelente análise sobre a formação dos professores. A edição utiliza recursos como boxes, gráficos e tabelas que ressaltam a apuração meticulosa. O texto, claro e bem editado, traça uma radiografia precisa da qualidade do corpo docente no país e mostra como isso impacta nas salas de aula. Uma matéria grandiosa, com execução exemplar.

:)

10.5.09

Especial: Dia das Mães 2009

Mãe que é mãe de verdade dá de mamar para bigodes cheios de dentes, não se importa de lamber dúzias de bumbuns por dia, come cocôs fugidios enquanto os pequenos não aprendem a usar o banheiro.

Irmã mais velha até se esforça para quebrar o galho, mas arremessa comida longe (inclusive na própria roupa), perde horas tentando estimular xixis com um punhado de algodão em vão e ainda leva uma salva de gritos dos bebês.

Esse post é uma homenagem à Guda, que eu passei a admirar ainda mais depois de pilotar a primeira mamadeira de Pet Milk.

Veja também: Especial de Dia das Mães 2008

7.5.09

Aniversariante do mês – maio de 2009

Hoje, faz dois anos que Guda* deu o golpe da barriga em Gatoca. Eu pensei em retribuir a gentileza presenteando-lhe com os bebês do cemitério de Santos (e me livrando das 200 mamadas diárias), mas mudei de idéia ao lembrar que já não tive coragem de separar a família original – motivo da superpopulação local.

Deixei-a escolher, então, entre a bolinha florescente com guizo e o ratinho de penacho no traseiro, ambos enviados do Canadá pela Marcia, leitora querida do blog. Só que a (ainda) barriguda trocou tudo por uma sessão de massagem exclusiva e a clássica latinha de atum do parabéns coletivo.

*Novelinha: Conheça a história da Guda

4.5.09

Coração de pudim em surto!

Quem, em sã consciência e depois de passar o fim de semana inteiro trabalhando (para tentar tirar o atraso dos frilas), aceitaria dar lar temporário a três bebês rejeitados pelas mães e que não comem ração sozinhos? Quem? Quem?

Os camundongos chegam às 22h. Rezem por nós. :)

3.5.09

Lojinha virtual: Gatoca e Mopi pelos animais

Em um almoço de domingo, com direito à macarronada e suco aguado de melão, Fabi me contou que pretendia encerrar a lojinha do Mopi, para concentrar esforços nos projetos educativos. O porta-malas do Palio verde musgo espremia umas coisas tão lindas, que eu decidi aproveitar o dia de sol e fotografar tudo ali mesmo, no estacionamento do restaurante.

Pensei logo nas leitoras do blog. E na proximidade do Dia das Mães. Quem quiser dar uma força às meninas, basta escrever para fabiana@mopibichos.com.br. A boa ação terá peso dobrado, porque 10% de cada produto vendido será usado para cobrir as despesas com a estadia do Hórus em Gatoca, durante os meses de fevereiro, março e abril. :)

Canecas – R$ 10




Kits de esponjas – R$ 12



Nécessaire com kit de banho – R$ 12


Nécessaire bordada – R$ 15


Caderno para receitas – R$ 15


Caderno de endereços – R$ 15


Porta-chaves e correspondências – R$ 25


Bolsas de patchwork médias – R$ 50





Bolsa de patchwork grande – R$ 70

29.4.09

CCZ: notícias exclusivas sobre a manifestação!

Atualizado em 30 de abril de 2009

"Você não é a Bia Levischi? Menina, eu adoro suas crônicas! Acesso o blog várias vezes por dia, para ver se tem novidade. Seus bigodes são fantásticos!".

Enquanto a abordagem acima rolava do lado de fora do Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo, representantes das maiores ONGs da cidade discutiam o futuro dos animais confinados do lado de dentro, sem comida, sem assistência veterinária, sem chance de adoção. Jornalistas "coração de pudim" não puderam participar, mesmo com todo o fã-clube presente.

E como as informações divulgadas no G1, no Virgula, no blog da Barbara Gancia e no SP Record soavam desencontradas, preferi caçar alguém que tivesse cruzado o portão do Carandiru dos bichos, antes de escrever qualquer coisa. Renato, do Projeto Natureza em Forma (responsável pela doação de mais de 3 mil cães e gatos, no antigo casarão da Av. Paulista), ficou até o fim da reunião com Marco Antonio Vigilato, o diretor do "presídio", e topou dar essa entrevista exclusiva ao Gatoca:

Quem participou da conversa de ontem?

Vou te falar na ordem em que o pessoal foi se apresentando: Feliciano Filho (deputado do PV), Luiz Scalea (ex-Associação Protetora de Animais São Francisco de Assis - Apasfa), Roberto Tripoli (vereador do PV), Carlos Rosolen (Projeto Esperança Animal – PEA), Nina Rosa (Instituto Nina Rosa), Silvana Andrade (Agência de Notícias de Direitos Animais – Anda), Sônia Fonseca (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal e Sociedade Zoófila Educativa, representando a Elizabeth McGregor, da World Society for the Protection of Animals – WSPA), Barbara Gancia (Folha de S.Paulo e Band News), Julio César de Oliveira (vereador de Jundiaí), Luisa Mell ("De lugar nenhum, mas protetora de alma!"), Marco Antonio Vigilato (CCZ-SP), Regiane Souza (Coordenação de Vigilância em Saúde – Covisa), Rita Garcia (Programa de Proteção Animal da Covisa), Rogério Bráulio (CCZ-SP) e José Curti (Projeto CEL). Havia também um pessoal da Record, mas sem identificação.

E o que foi discutido nesse encontro?

Após as apresentações, cada um deveria explicar por que estava lá. Sônia começou, falando o que achava certo e errado no CCZ, e quis saber sobre o programa para a contenção da Leishmaniose. Nina Rosa insistiu na necessidade de segregação entre o controle das zoonoses e o trato de cães e gatos, por meio da construção de um novo prédio, com outros funcionários, triados pelo fato de gostarem de animais. Como as explanações demoraram muito, Luiz acabou encerrando a rodada de reivindicações.

Ele contou que esteve no CCZ dois meses antes da comissão de vereadores denunciar aquele cachorro comido pela bicheira e deu de cara com outro animal apodrecendo. Os funcionários disseram que o bicho havia acabado de chegar, mas as fichas acusavam uma estadia de sete meses, sem qualquer atendimento veterinário. Indignado, Luiz chamou a polícia e fizeram um boletim de ocorrência. O B.O. provava a divergência entre os números de resgates e eutanásias costumeiramente informados pelo órgão à imprensa.

"Por esse episódio, você não tem uma segunda chance!", ele disparou. Vigilato permaneceu de cabeça baixa o tempo inteiro, mexendo em seu BlackBerry. Tripoli cobrou datas (de feiras de adoção e de abertura das castrações para as ONGs) e finalmente passou a palavra ao diretor, que avisou que comentaria tópico por tópico, partindo da Leishmaniose. Quinze minutos depois, porém, Tripoli e Feliciano cochicharam, o segundo levantou, tomou-lhe o microfone e anunciou para a câmera da Record que, como estavam sendo enrolados, eles mesmos montariam um cronograma para o CCZ.

Todo mundo saiu da sala. Eu fiquei, com o Luiz e a Barbara, porque tinha propostas a fazer. Quando Silvana terminou de sabatinar Vigilato, apresentei-me e ofereci apoio voluntário para as feiras de adoção e os mutirões de castração. Mão de obra e inteligência, sem agressão. Ele respondeu que havia 200 animais lá dentro para doar, se eu quisesse entrar, e me mandou conversar com a Rita. Fui andando atrás dele, mas o advogado reforçou que a pessoa responsável era a Rita.

Questionei, então, se ela possuía autonomia para aprovar os projetos que a gente propusesse, porque se estivesse lá para barrar, eu não a conhecia e não teria pudores de ir para cima. Voltei para a sala com cara de bosta, acompanhando o advogado. Luisa Mell reclamava que a reunião fora marcada por ela para as ONGs e não para os parlamentares. Pelo menos os funcionários do CCZ pareciam preocupados. Como só enxergavam o portão abarrotado de gente e os gritos ecoavam absurdamente, deviam pensar que umas 15 mil pessoas estavam prestes a invadir o pátio e acabar com tudo.

Quais são os próximos passos?

Parece que uma nova manifestação ocorrerá, dessa vez em frente à prefeitura, para exigir que Gilberto Kassab tome uma atitude.

Fachada do CCZ que virou velório


Faixas para todos os gostos




Abraço pelos animais


Galera impedindo a passagem dos carros, na Av. Santa Eulália


Roberto Tripoli (vereador do PV) anunciando as ONGs que participariam da reunião com o Vigilato


Luisa Mell (ex-Late Show) conversando com Feliciano Filho (deputado estadual do PV)


Fábio Paiva (Holocausto Animal) e George Guimarães (Veddas)


Nina Rosa (Instituto Nina Rosa)


Simone (Pinxi), Virgínia Lee (irmã da Rita) e Dani Xavier (voluntária do AUG)


Gabriela Toledo (PEA)


Fabiana Pino (Mopi) e Fowler (Focinhos Gelados)


Cynthia, Dani Xavier, eu e Ju Bussab (AUG)


Organizadores do evento: Lilian Rockenbach (ex-Apasfa), Carlos Rosolen (PEA) e Ângela Caruso (Quintal de São Francisco)

28.4.09

Propaganda é a alma do negócio

Quatro amigas-jornalistas-amantes-de-animais toparam divulgar a manifestação que ocorrerá amanhã, em frente ao CCZ! Lucia Freitas é figurinha carimbada na blogosfera, Mônica Nunes coordena o Planeta Sustentável, da Editora Abril, Cristiane Senna escreve para a Marie Claire, da Globo, e Carolina Costa edita a AnaMaria, o Guindaste e o Retribua, além de colaborar para a Rede Ecoblogs. Obrigada pela ajuda, meninas! :)

Obs.: Nos links estão os respectivos posts.

26.4.09

Caverna de bigodes

Reparem no sofá da sul-africana que deixou o emprego de 22 anos para realizar o sonho de morar com nove guepardos, três leopardos, um leão, uma onça-pintada e dois lobos (foto 5). Agora, vejam o sofá de Gatoca e me dêem um bom motivo para não despachar os bigodes para o Azerbaijão:

22.4.09

Hora do show, Energia!

Depois que a Record denunciou as barbáries que acontecem no Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo (parte 1, 2, 3 e 4), o apelo dos protetores por mudanças ganhou novo fôlego. Dia 29, às 13h, haverá uma super manifestação em frente ao CCZ, localizado na rua Santa Eulália, 86, próximo à estação Carandiru do metrô.

Várias organizações de referência estarão presentes: Instituto Nina Rosa, Adote um Gatinho, Projeto Esperança Animal, Veddas, Clube das Pulgas, Projeto dos Grandes Primatas, Aliança Internacional do Animal, Quintal de São Francisco, Movimento dos Protetores Independentes. E esta jornalista "coração de pudim" também.

Vamos dar um basta às mortes e ao confinamento de vidas saudáveis, sem comida, sem assistência veterinária, sem chance de adoção. A história do cartaz abaixo, infelizmente, se perde entre muitas outras. Divulguem, participem, arrastem os amigos, procurem uma louca usando camiseta de bigode em meio à multidão. ;)

Para ampliar, cliquem na imagem

21.4.09

Lá se vai minha obra de arte...

- Sabe o que seria perfeito para o Hórus, Mari?
- O quê?
- Um adotante que trabalhasse em casa, como eu. Assim, ele teria companhia em tempo integral e estranharia menos a mudança.
- Você não quer mais nada, né?

O problema é que o pequeno acabou instalado aqui no escritório (onde eu passo a maior parte do dia), por causa dos vômitos pós-castração, e criou uma falsa idéia de exclusividade. Como abrigar dois Mercvrivs sob o mesmo teto, se ninguém topar adotá-lo? Eis que, na tarde seguinte, eu recebo este e-mail de arrepiar até os fios de cabelo que já haviam caído da cabeça:

Olá, Beatriz!
Tudo bem? Eu moro em um prédio, no Alto de Pinheiros, em São Paulo. Comecei a trabalhar em casa recentemente e gostaria muito de uma companhia. Você sabe qual é a idade do Hórus?
[]s
Paulo


Bem que dizem que a gente deve tomar cuidado com o que pede! Respondi a mensagem do Paulo e fiquei ainda mais surpresa de constatar, ao longo do vai-e-vem de bits, que não precisaria convencê-lo sobre a importância das telas de segurança. Combinamos a entrega para depois da instalação, que demorou umas duas semanas, por culpa das mancadas da empresa.

No último sábado, a caminho do Alto de Pinheiros, metade de mim vibrava de felicidade, enquanto a outra metade planejava pegar o retorno na Marginal e esconder o doce de batata doce na gaveta das meias. E se ele se sentisse novamente abandonado? Acho que esse receio é que faz o coração de quem doa dividir o espaço com as lascas de madeira no depósito dos apontadores.

Cintia, a namorada, atendeu a campainha ostentando um sorriso de dar a volta na nuca, que não diminuiu com as proporções de javali do filhote (ufa!). Hórus saiu da caixa de transporte receoso, cheirou o sofá e sumiu de vista. Soube que a busca do casal por um peludo já durava meses e o tigrinho só ganhou a concorrência pelo nome. A engenheira de software adora mitologia egípcia e pretende tatuar o olho do deus celeste em breve.

No pet shop, enfiaram-lhe uma cama gigante de oncinha, areia de sílica, shampoo para banho a seco, brinquedinhos variados. O mal agradecido retribuiu a enxurrada de presentes se espremendo no fundo oco do rack da TV, esconderijo que nós só descobrimos após revirar o apartamento inteiro (incluindo a lixeira do banheiro e os eletrodomésticos da lavanderia).


Tirei meia dúzia de fotos da família recém-formada, despedi-me do companheiro de labuta e corri para alcançar o carro antes da primeira lágrima.


Hórus faz uma falta danada. O escritório ficou morbidamente silencioso sem os gritinhos empolgados quando a gente chega da rua ou quando o saco de ração dá sinais de vida na sala.


As cordinhas de pijama permanecem inertes, o rolo de papel higiênico inteiro, os ímãs no mural. Ninguém se joga no chão assim que a porta se abre, oferecendo o barrigão para um cafuné.


Nem seu rostinho desponta mais na janela da cozinha, enciumado pela presença de algum intruso no meu colo, durante o café da manhã.


Eu podia, sim, cuidar de mais um bigode. Mas Hórus não é mais um.



Epopéia do Hórus na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Caçador de cabelo
:: Doce de batata doce
:: Festa do papel higiênico
:: Era uma vez um dente de leite...
:: Cera de ouvido para o jantar
:: Zé do Caixote

20.4.09

Doação: exercício de desapego

Piores momentos:

* Fazer a malinha da partida.
* Despedir-se do peludo na casa do adotante.
* Não encontrá-lo de volta na sua casa.

Melhores momentos:

* Confirmar que ele realmente ganhará atenção exclusiva ou um espaço maior para brincar.
* Ver o sorriso estampado na cara da nova família.
* Receber notícias com fotos irreconhecíveis.

É por isso que a razão vive brigando com o coração. E a gente toca a campainha, em vez de sair correndo.

P.S.: Notícias do Hórus em breve. :)

17.4.09

Sorte no jogo, azar dos outros

- Jubão, olha só que legal: http://catsnecropolis.blogspot.com/2009/04/e-o-relogio-vai-para.html.
- Você levou os R$ 600 mil?!??!?!?!??!?!?!??!?!

Na verdade, não. Mas a felicidade foi a mesma, porque eu não ganho nem colher de pau em bingo de igreja. O relógio chegou hoje, tão bem embalado, que rendeu vários presentes para os bigodes:

Caixa de papelão tamanho família
(contanto que a família se antecipe à Chocolate)


Caixa de pizza para felinos solteiros descolados


Papel pardo, em caso de crise


Tocar um projeto de castração de colônia, como o dos gatos do cemitério de Santos, exige muita coragem e um travesseiro à prova de lágrimas. Se eu soubesse do sorteio, nem teria deixado a Patrícia gastar dinheiro com o Sedex. O relógio espera em Gatoca por uma nova rifa, para que os mausoléus da baixada abriguem flores, em vez de ninhadas.

14.4.09

Fortaleza de papel crepom

Tirando o olho azul e o rabo quebrado, Chocolate se parece muito comigo. Viajou até Utinga sem soltar um miadinho, tomou vacina sem piscar, voltou para a caixa de transporte com toda a classe do mundo. Em casa, se encolheu num canto (daqueles bem isolados) e passou o resto do dia colando os caquinhos.

10.4.09

Aniversariante do mês – abril de 2009

Há três anos, eu tinha certeza que não conseguiria cuidar do Mercvrivs e de um vaso de planta. Há três anos, Clara Luz* faz nosso coração bater mais forte em Gatoca. Para comemorar a adoção que deu início à superpopulação de bigodes, comprei sachês de atum e salmão, dois saquinhos de catnip e essa coisa penosa e barulhenta de pendurar na parede.


Claro que a geniosa preferiu passar a tarde abraçada com o meu chinelo sujo.

*Novelinha: conheça a história da Clara