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4.2.08

Gatinha vegetariana

Para matar a saudade dos sanduíches de padaria, Eduardo e eu resolvemos experimentar a tal da glutadela (mortadela de glúten, 100% vegetal). O cheiro é bem parecido e o tempero, apimentado na medida certa. Mas a textura causa um certo estranhamento. Ao menos para humanos.



Obs.: Os cubinhos que Chocolate não comeu ficaram perfeitos na torta de liquidificador!

2.2.08

Esqueletinhos: tudinho-num-montão-no-fim-do-ano

Deixei as notícias sobre esqueletinhos* da dona Lourdes acumularem por causa de uma contratura muscular, uma pomba com a cloaca prolapsada e um sanhaço filhote suicida. Ainda bem que o feriado de Carnaval existe (e que no meu bairro só moram velhinhos!).

Tricolores ao cubo

No dia 25, como dona Lourdes havia me prometido, Susan resgatou a família tricolor nascida no armário das baratas. Eles estão hospedados com a Mariana Bellegarde, por causa da superlotação (e das viroses) dos nossos lares.



Las cucarachas

Cansei de escrever que o cortiço é infestado de baratas, né? Nessa mesma sexta-feira, Susan teve o prazer de visitá-lo à noite e contou que não dava nem para ver o fundo dos potes de arroz, de tanta cascuda! Elas haviam tomado as paredes, o teto, despencavam em cachos para todos os lados. Eis que a velha resolve matar uma branca e ainda explica que não gostava delas porque devoravam as pretas: "Eu morro de dó, sabe? Elas levam uma vida miserável em busca de abrigo e comida". ?!?!

Castração em massa

Dia 30, rolou uma verdadeira "operação castração" no cortiço. Dona Lourdes separou cinco machos, já que um havia fugido. As três fêmeas ela jurou serem operadas.

Dirigi até a clínica veterinária com o nariz tampado, porque dentro das caixinhas de transporte havia uma mistura de cocô, ração e pedaços de salsicha. Isso mesmo: a maluca encheu o povo de comida antes da cirurgia. Para evitar que tivessem um treco, Drª. Angélica deixou-os por último e Susan acabou abrigando-os em casa. Não dava para devolver todo mundo bêbado da anestesia num sobrado sem porta para a rua, né?

Na manhã seguinte, a velha fez questão de comentar com as meninas que eu estava um amor. Chamei seu nome quando cheguei, peguei os esqueletinhos e me despedi sem dizer mais que três palavras. rs


Coração de melão

Dos cinco castrados, Susan acabou ficando (mesmo sem poder!) com o tigrado e o frajola. Um outro frajola, de quem ainda não temos foto, sequer saiu da clínica. E o amarelo e o da manchinha no nariz, infelizmente, voltaram para a dona Lourdes. Restam, portanto, seis gatos no cortiço: três machos e três fêmeas!

Rumo a Pasárgada

Lembram que eu falei que o imóvel estava à venda? Pois essa semana Meg constatou que não há mais móveis na sala. Nem geladeira na cozinha. Parece que o sobrinho interesseiro passou tudo para frente, porque andam recebendo propostas de compra. Temos medo de que eles levem dona Lourdes embora sem avisar e larguem os gatos para serem demolidos com a construção. Alguém tem um banheirinho temporário dando sopa?

*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.

29.1.08

Histórias do reino da Dinamarca

É inevitável: toda mocinha passa pela experiência de depilar a virilha um dia na vida. As meninas do Redatoras de Merda têm um texto fantástico sobre o assunto, aliás. Hoje, chegou a vez da Pimenta. Quando percebi um odor estranho vindo do seu bumbum, já imaginei o que me esperava. E o cocô estava todo ali, grudado no pêlo comprido. Tentei limpar com o papel higiênico, esfregar com água, puxar com a unha. Mas não rolou. Toca abrir uma clareira a tesouradas.

Lembrei da pobre Jujuba, retalhada aos 25 dias de existência, porque Pipoca resolvera fazer sua primeira caquinha em cima das irmãs. Os vestígios da pasta fedida ainda haviam respingado no cabelo da Keka, nas costas da Pufosa, na orelha da Pimentinha. Para ser mais exata, apenas a dona da arte continuava cheirando a talco.

Mas como a Roda da Fortuna não falha, algumas horas depois, ela também foi presenteada com o primeiro xixi, cuja pocinha descontrolada não parava de crescer, alcançando os pés, e a cara de choro dava dó. Tratei logo de apresentar-lhes a caixa de areia, um verdadeiro sucesso gastronômico: ninguém conseguia convencer as alucinadas a deixar de comer as pedrinhas. Demorou quase uma semana, inclusive, para exumarmos algum microexcremento em seu interior. Memórias perfumadas...

28.1.08

O poder de Morfeu*

Lembram quando escrevi que a Clara era anti-social e seu gênio, provavelmente, nunca mudaria?



Passado o torpor, obviamente, ela voltou a rosnar para as Gudinhas. Mas, oito meses depois, vejo um futuro promissor para essa novela.

*Morfeu, na mitologia grega, é o deus dos sonhos.

25.1.08

Carta à dona Lourdes (ou Um dia de fúria)

Acabei não contando que, apesar de sair de mãos abanando do cortiço quinta-feira passada, consegui convencer dona Lourdes a entregar a ninhada recém-nascida na semana seguinte (quando os filhotes estivessem mais fortinhos) e a castrar os esqueletinhos* restantes na outra. Hoje, Susan foi buscar os pacotinhos. Eu ficaria responsável pelas cirurgias. Para a minha surpresa, porém, a velha confessou-lhe que preferia que alguém menos insistente, e que não lhe enchesse de cobranças, o fizesse. "O Roger [marido da Meg incumbido de levar ração duas vezes por semana lá], é que é amigo", comentou. Fiquei com vontade de chutar o portão e dizer-lhe um monte de verdades. Mas só os gatos sairiam perdendo. Resolvi, então, escrever esse desabafo (já aviso, de antemão, que tenho sangue correndo nas veias e não pretendo, nem de longe, ser politicamente correta):

Cara dona Lourdes,

Gostaria que a senhora soubesse que tirei os R$ 77 da primeira compra de supermercado que lhe entreguei do meu bolso, quando estava sem freelas há dois meses. Também arquei com o custo do primeiro saco de ração Cat Meal, que pesava incarregáveis 30 kg e só era vendido em São Caetano. Naquele domingo em que nos conhecemos, deixei de almoçar com o meu namorado na Paulista para buscar comida para os seus gatos esqueléticos em São Bernardo. Nem o jantar desceu, de tristeza. Liguei para Deus e todo mundo, procurando uma ONG que pudesse acolher 30 corpos doentes e famélicos. Ignorava as mazelas da proteção animal. Recorri, então, às listas de discussão, quando Meg me colocou em contato com a Susan, que ofereceu uma visita para diagnosticar a situação do cortiço e acabou abraçando o caso com o maior coração do universo. Continuei articulando parcerias, captando doações, divulgando apelos, prestando contas aqui no Gatoca. Consegui um quadro de R$ 1,2 mil para organizar a rifa dos bigodes famosos e vários Frontlines da Merial. Enquanto a maioria dos meus amigos passeava nos finais de semana, eu agüentava suas mudanças de humor, rodeada de baratas, numa espelunca cheirando à urina. Perdi a comemoração de aniversário do Eduardo para te levar cesta básica. Ainda gasto boas horas do meu dia com essa novela porque sonho em dar às vidas que a senhora coleciona, sem a menor condição e bom senso, um pouco de paz. Detalhe: sou jornalista e não protetora. Talvez, agora, a senhora me julgue melhor. Ao menos pense com carinho.

Beatriz Levischi



*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.

Negócio da China (literalmente!)

Há alguns meses, acreditei que economizaria uma boa grana comprando a ração dos gatos direto da Royal Canin. O mundo parecia cor-de-rosa e os passarinhos cantarolavam na janela do meu quarto. Acontece que toda vez que combino de buscar os sacões da FIT 32 na clínica do Dr. E., um bigode fica doente e acabo saindo no prejuízo. Quarta-feira foi o dia do Simba, com as orelhas machucadas por causa de uma infecção no ouvido. Desembolsei R$ 20 para ele chacoalhar o Otodem depois de cada aplicação, religiosamente! Pelo menos o veterinário derrubou a hipótese de câncer de pele. Ufa!

22.1.08

Antes tarde do que nunca

E não é que existe um coração batendo dentro do peito da Aelita?! Na hora de devolver o Gianecchini, ela perdeu a coragem. Disse que o namorado também não ajudou, porque adora o ex-queletinho*. Prometeu dar floral, aparar as unhas semanalmente, pedir socorro à veterinária. Não queria morrer de remorso depois. As vibrações de indignação dos leitores do Gatoca devem ter colaborado para esse desfecho! rs


*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.

21.1.08

Adoção em dose tripla!

Para compensar a maré de azar, Cris Barreto decidiu ficar com os três ex-queletinhos que estava abrigando temporariamente em São Roque. Parece que tigrado e o frajola, meio anti-sociais, já se acostumaram com a casa e perambulam como se morassem lá há muito tempo. E a pretinha, que chegou quase sem pêlo, até dorme na cama com ela! Ueba!


Obs.: A história completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes pode ser lida aqui.

17.1.08

Esqueletinhos: maré de azar

Logo cedo, tomei banho de balde porque havia acabado a luz aqui em casa, derrubei água fervendo na mão com a correria, coloquei o UnBra sob a blusa de costas de fora almejando encontrar o Eduardo, já que era aniversário dele, passei batom, perfume, pintei os olhos, apareci no apartamento da Liana para retirar a cesta de Natal da dona Lourdes quando a coitada tinha acabado de voltar do plantão médico, pisei no chão urinado do cortiço de sandália nova, fiquei MAIS DE UMA HORA conversando com a velha e não consegui pegar a ninhada que nasceu dentro do armário das baratas no começo da semana.

Sequer fotografar os filhotes ela deixou. Deve achar que não soubemos cuidar dos bebês da tigradinha e prefere que eles fiquem "mais fortes" antes de partir. Ainda arremessou uma cascuda gigante no meu peito nu ao espantá-la com a mão das fotografias dos esqueletinhos* (presente da Susan)! Noooooooooojo! Para melhorar, perdi o almoço com o Eduardo.

E a desgraça não termina por aí! Gianecchini será devolvido amanhã, porque a gatinha da família não foi com a sua cara. Antes de eu conseguir publicar o post sobre a adoção da Sayuri, no último domingo, ela também voltou para o abrigo, sob a justificativa de que subia nos móveis do apartamento. Por fim, um lar temporário que parecia perfeito acabou não rolando, graças à intolerância materna.

Querem mais? Pois dona Lourdes confessou que tem de esconder a ração que levamos para os felinos porque o sobrinho maluco come tudo. É mole?


*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.

16.1.08

Zerando pendências!

Tenho tomado café com gatos, trabalhado com gatos, sonhado com gatos. Juro que não desisti de responder os comentários deixados aqui no blog. Só estava faltando tempo. Hoje, fiz uma força-tarefa e coloquei mais de 30 posts em dia (podem conferir!). Não imagino como serão as próximas atualizações. Mas se encontrarem sinais de vida meus em textos velhos, após semanas, não estranhem! :)

Miss Simpatia

A sociabilidade da Clara é tamanha que ela prefere passar o dia em cima da geladeira, com os mamões.

15.1.08

Sorriso bobo na cara

Essas fotos dos ex-queletinhos* (Smoo e Sayuri) fazendo graça no arranhador doado pela Meg foram tiradas no final de dezembro. Resolvi publicar aqui no Gatoca porque elas ainda me emocionam. Alguém reconhece as criaturas ariscas e assustadas do cortiço da dona Lourdes?



*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.

14.1.08

Profissões

Pimenta é aspirante à veterinária. Não contente em tentar tirar os pontos da cirurgia de castração com os dentes o tempo inteiro, ainda se oferecia para ajudar as irmãs (e o barulho gelava a espinha!).

Mercvrivs almeja formar-se sommelier. Passa horas degustando a água que cai da torneira do banheiro. Repara no cheiro, no aspecto, na textura. Delicia-se até com o som emitido ao bater no ralo.

Chocolate treina para ganhar a vida como flanelinha. Sempre que ligo o carro na garagem, corre em direção ao portão automático na intenção de me ajudar a manobrar enquanto espia o movimento da rua.

Clara acha que é keniana e, um dia, vencerá os Jogos Olímpicos nas modalidades "corrida" e "salto triplo". Pena aqui não ter leões para estimular o treinamento.

Simba sonha em virar político e poder chamar de trabalho todos os eventos sociais com comida, além de dormir até tarde e ganhar toneladas de carinho sem mover um músculo.

9.1.08

Sedentarismo

Às vezes, parece que Simba preferiria que as bolinhas de brinquedo fossem comandadas por controle remoto.

8.1.08

Recomeço

Domingo, em meio a partidas engraçadíssimas de "Bang" e "Imagem e Ação", meu inferno astral finalmente terminou e as coisas parecem ter voltado ao normal em Gatoca: o caroço da Pipoca sumiu, a cabeça do Mercv cansou de descamar e a infecção-abscesso da Guda explodiu, tingindo o pêlo do pescoço de vermelho aguado (Dr. E. jurou que era um bom sinal). Na correria de passar Frontline nos dez bigodes, estraguei a unha feita especialmente para a festa, mas nem praguejei. O ar cheirava a recomeço. :)