4.5.09
Coração de pudim em surto!
Os camundongos chegam às 22h. Rezem por nós. :)
3.5.09
Lojinha virtual: Gatoca e Mopi pelos animais
Pensei logo nas leitoras do blog. E na proximidade do Dia das Mães. Quem quiser dar uma força às meninas, basta escrever para fabiana@mopibichos.com.br. A boa ação terá peso dobrado, porque 10% de cada produto vendido será usado para cobrir as despesas com a estadia do Hórus em Gatoca, durante os meses de fevereiro, março e abril. :)
Canecas – R$ 10
Kits de esponjas – R$ 12
Nécessaire com kit de banho – R$ 12
Nécessaire bordada – R$ 15
Caderno para receitas – R$ 15
Caderno de endereços – R$ 15
Porta-chaves e correspondências – R$ 25
Bolsas de patchwork médias – R$ 50
Bolsa de patchwork grande – R$ 70
29.4.09
CCZ: notícias exclusivas sobre a manifestação!
"Você não é a Bia Levischi? Menina, eu adoro suas crônicas! Acesso o blog várias vezes por dia, para ver se tem novidade. Seus bigodes são fantásticos!".
Enquanto a abordagem acima rolava do lado de fora do Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo, representantes das maiores ONGs da cidade discutiam o futuro dos animais confinados do lado de dentro, sem comida, sem assistência veterinária, sem chance de adoção. Jornalistas "coração de pudim" não puderam participar, mesmo com todo o fã-clube presente.
E como as informações divulgadas no G1, no Virgula, no blog da Barbara Gancia e no SP Record soavam desencontradas, preferi caçar alguém que tivesse cruzado o portão do Carandiru dos bichos, antes de escrever qualquer coisa. Renato, do Projeto Natureza em Forma (responsável pela doação de mais de 3 mil cães e gatos, no antigo casarão da Av. Paulista), ficou até o fim da reunião com Marco Antonio Vigilato, o diretor do "presídio", e topou dar essa entrevista exclusiva ao Gatoca:
Quem participou da conversa de ontem?
Vou te falar na ordem em que o pessoal foi se apresentando: Feliciano Filho (deputado do PV), Luiz Scalea (ex-Associação Protetora de Animais São Francisco de Assis - Apasfa), Roberto Tripoli (vereador do PV), Carlos Rosolen (Projeto Esperança Animal – PEA), Nina Rosa (Instituto Nina Rosa), Silvana Andrade (Agência de Notícias de Direitos Animais – Anda), Sônia Fonseca (Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal e Sociedade Zoófila Educativa, representando a Elizabeth McGregor, da World Society for the Protection of Animals – WSPA), Barbara Gancia (Folha de S.Paulo e Band News), Julio César de Oliveira (vereador de Jundiaí), Luisa Mell ("De lugar nenhum, mas protetora de alma!"), Marco Antonio Vigilato (CCZ-SP), Regiane Souza (Coordenação de Vigilância em Saúde – Covisa), Rita Garcia (Programa de Proteção Animal da Covisa), Rogério Bráulio (CCZ-SP) e José Curti (Projeto CEL). Havia também um pessoal da Record, mas sem identificação.
E o que foi discutido nesse encontro?
Após as apresentações, cada um deveria explicar por que estava lá. Sônia começou, falando o que achava certo e errado no CCZ, e quis saber sobre o programa para a contenção da Leishmaniose. Nina Rosa insistiu na necessidade de segregação entre o controle das zoonoses e o trato de cães e gatos, por meio da construção de um novo prédio, com outros funcionários, triados pelo fato de gostarem de animais. Como as explanações demoraram muito, Luiz acabou encerrando a rodada de reivindicações.
Ele contou que esteve no CCZ dois meses antes da comissão de vereadores denunciar aquele cachorro comido pela bicheira e deu de cara com outro animal apodrecendo. Os funcionários disseram que o bicho havia acabado de chegar, mas as fichas acusavam uma estadia de sete meses, sem qualquer atendimento veterinário. Indignado, Luiz chamou a polícia e fizeram um boletim de ocorrência. O B.O. provava a divergência entre os números de resgates e eutanásias costumeiramente informados pelo órgão à imprensa.
"Por esse episódio, você não tem uma segunda chance!", ele disparou. Vigilato permaneceu de cabeça baixa o tempo inteiro, mexendo em seu BlackBerry. Tripoli cobrou datas (de feiras de adoção e de abertura das castrações para as ONGs) e finalmente passou a palavra ao diretor, que avisou que comentaria tópico por tópico, partindo da Leishmaniose. Quinze minutos depois, porém, Tripoli e Feliciano cochicharam, o segundo levantou, tomou-lhe o microfone e anunciou para a câmera da Record que, como estavam sendo enrolados, eles mesmos montariam um cronograma para o CCZ.
Todo mundo saiu da sala. Eu fiquei, com o Luiz e a Barbara, porque tinha propostas a fazer. Quando Silvana terminou de sabatinar Vigilato, apresentei-me e ofereci apoio voluntário para as feiras de adoção e os mutirões de castração. Mão de obra e inteligência, sem agressão. Ele respondeu que havia 200 animais lá dentro para doar, se eu quisesse entrar, e me mandou conversar com a Rita. Fui andando atrás dele, mas o advogado reforçou que a pessoa responsável era a Rita.
Questionei, então, se ela possuía autonomia para aprovar os projetos que a gente propusesse, porque se estivesse lá para barrar, eu não a conhecia e não teria pudores de ir para cima. Voltei para a sala com cara de bosta, acompanhando o advogado. Luisa Mell reclamava que a reunião fora marcada por ela para as ONGs e não para os parlamentares. Pelo menos os funcionários do CCZ pareciam preocupados. Como só enxergavam o portão abarrotado de gente e os gritos ecoavam absurdamente, deviam pensar que umas 15 mil pessoas estavam prestes a invadir o pátio e acabar com tudo.
Quais são os próximos passos?
Parece que uma nova manifestação ocorrerá, dessa vez em frente à prefeitura, para exigir que Gilberto Kassab tome uma atitude.
Fachada do CCZ que virou velório
Faixas para todos os gostos
Abraço pelos animais
Galera impedindo a passagem dos carros, na Av. Santa Eulália
Roberto Tripoli (vereador do PV) anunciando as ONGs que participariam da reunião com o Vigilato
Luisa Mell (ex-Late Show) conversando com Feliciano Filho (deputado estadual do PV)
Fábio Paiva (Holocausto Animal) e George Guimarães (Veddas)
Nina Rosa (Instituto Nina Rosa)
Simone (Pinxi), Virgínia Lee (irmã da Rita) e Dani Xavier (voluntária do AUG)
Gabriela Toledo (PEA)
Fabiana Pino (Mopi) e Fowler (Focinhos Gelados)
Cynthia, Dani Xavier, eu e Ju Bussab (AUG)
Organizadores do evento: Lilian Rockenbach (ex-Apasfa), Carlos Rosolen (PEA) e Ângela Caruso (Quintal de São Francisco)
28.4.09
Propaganda é a alma do negócio
Obs.: Nos links estão os respectivos posts.
26.4.09
Caverna de bigodes
22.4.09
Hora do show, Energia!
Várias organizações de referência estarão presentes: Instituto Nina Rosa, Adote um Gatinho, Projeto Esperança Animal, Veddas, Clube das Pulgas, Projeto dos Grandes Primatas, Aliança Internacional do Animal, Quintal de São Francisco, Movimento dos Protetores Independentes. E esta jornalista "coração de pudim" também.
Vamos dar um basta às mortes e ao confinamento de vidas saudáveis, sem comida, sem assistência veterinária, sem chance de adoção. A história do cartaz abaixo, infelizmente, se perde entre muitas outras. Divulguem, participem, arrastem os amigos, procurem uma louca usando camiseta de bigode em meio à multidão. ;)
Para ampliar, cliquem na imagem
21.4.09
Lá se vai minha obra de arte...
- O quê?
- Um adotante que trabalhasse em casa, como eu. Assim, ele teria companhia em tempo integral e estranharia menos a mudança.
- Você não quer mais nada, né?
O problema é que o pequeno acabou instalado aqui no escritório (onde eu passo a maior parte do dia), por causa dos vômitos pós-castração, e criou uma falsa idéia de exclusividade. Como abrigar dois Mercvrivs sob o mesmo teto, se ninguém topar adotá-lo? Eis que, na tarde seguinte, eu recebo este e-mail de arrepiar até os fios de cabelo que já haviam caído da cabeça:
Olá, Beatriz!
Tudo bem? Eu moro em um prédio, no Alto de Pinheiros, em São Paulo. Comecei a trabalhar em casa recentemente e gostaria muito de uma companhia. Você sabe qual é a idade do Hórus?
[]s
Paulo
Bem que dizem que a gente deve tomar cuidado com o que pede! Respondi a mensagem do Paulo e fiquei ainda mais surpresa de constatar, ao longo do vai-e-vem de bits, que não precisaria convencê-lo sobre a importância das telas de segurança. Combinamos a entrega para depois da instalação, que demorou umas duas semanas, por culpa das mancadas da empresa.
No último sábado, a caminho do Alto de Pinheiros, metade de mim vibrava de felicidade, enquanto a outra metade planejava pegar o retorno na Marginal e esconder o doce de batata doce na gaveta das meias. E se ele se sentisse novamente abandonado? Acho que esse receio é que faz o coração de quem doa dividir o espaço com as lascas de madeira no depósito dos apontadores.
Cintia, a namorada, atendeu a campainha ostentando um sorriso de dar a volta na nuca, que não diminuiu com as proporções de javali do filhote (ufa!). Hórus saiu da caixa de transporte receoso, cheirou o sofá e sumiu de vista. Soube que a busca do casal por um peludo já durava meses e o tigrinho só ganhou a concorrência pelo nome. A engenheira de software adora mitologia egípcia e pretende tatuar o olho do deus celeste em breve.
No pet shop, enfiaram-lhe uma cama gigante de oncinha, areia de sílica, shampoo para banho a seco, brinquedinhos variados. O mal agradecido retribuiu a enxurrada de presentes se espremendo no fundo oco do rack da TV, esconderijo que nós só descobrimos após revirar o apartamento inteiro (incluindo a lixeira do banheiro e os eletrodomésticos da lavanderia).
Tirei meia dúzia de fotos da família recém-formada, despedi-me do companheiro de labuta e corri para alcançar o carro antes da primeira lágrima.
Hórus faz uma falta danada. O escritório ficou morbidamente silencioso sem os gritinhos empolgados quando a gente chega da rua ou quando o saco de ração dá sinais de vida na sala.
As cordinhas de pijama permanecem inertes, o rolo de papel higiênico inteiro, os ímãs no mural. Ninguém se joga no chão assim que a porta se abre, oferecendo o barrigão para um cafuné.
Nem seu rostinho desponta mais na janela da cozinha, enciumado pela presença de algum intruso no meu colo, durante o café da manhã.
Eu podia, sim, cuidar de mais um bigode. Mas Hórus não é mais um.
Epopéia do Hórus na busca por um lar:
:: Como tudo começou
:: Caçador de cabelo
:: Doce de batata doce
:: Festa do papel higiênico
:: Era uma vez um dente de leite...
:: Cera de ouvido para o jantar
:: Zé do Caixote
20.4.09
Doação: exercício de desapego
* Fazer a malinha da partida.
* Despedir-se do peludo na casa do adotante.
* Não encontrá-lo de volta na sua casa.
Melhores momentos:
* Confirmar que ele realmente ganhará atenção exclusiva ou um espaço maior para brincar.
* Ver o sorriso estampado na cara da nova família.
* Receber notícias com fotos irreconhecíveis.
É por isso que a razão vive brigando com o coração. E a gente toca a campainha, em vez de sair correndo.
P.S.: Notícias do Hórus em breve. :)
17.4.09
Sorte no jogo, azar dos outros
- Você levou os R$ 600 mil?!??!?!?!??!?!?!??!?!
Na verdade, não. Mas a felicidade foi a mesma, porque eu não ganho nem colher de pau em bingo de igreja. O relógio chegou hoje, tão bem embalado, que rendeu vários presentes para os bigodes:
Caixa de papelão tamanho família
(contanto que a família se antecipe à Chocolate)
Caixa de pizza para felinos solteiros descolados
Papel pardo, em caso de crise
Tocar um projeto de castração de colônia, como o dos gatos do cemitério de Santos, exige muita coragem e um travesseiro à prova de lágrimas. Se eu soubesse do sorteio, nem teria deixado a Patrícia gastar dinheiro com o Sedex. O relógio espera em Gatoca por uma nova rifa, para que os mausoléus da baixada abriguem flores, em vez de ninhadas.
16.4.09
Procura-se manicure, dedicação integral
Epopéia do Hórus na busca por um lar:
:: Como tudo começou
:: Caçador de cabelo
:: Doce de batata doce
:: Festa do papel higiênico
:: Era uma vez um dente de leite...
:: Cera de ouvido para o jantar
14.4.09
Fortaleza de papel crepom
10.4.09
Aniversariante do mês – abril de 2009
Claro que a geniosa preferiu passar a tarde abraçada com o meu chinelo sujo.
*Novelinha: conheça a história da Clara
7.4.09
Hay que endurecer, pero sin perder la ternura
Quinta-feira retrasada, a caminho da academia, eu quase fui atropelada por um cachorro desgovernado. A maioria das pessoas juraria que o filhotão Duracell fugira de casa. Essa jornalista calejada pensou logo em abandono – com direito à gravatinha amarela, para que o primeiro coração de pudim do bairro se sentisse obrigado a resgatá-lo.
Botei o peso-pesado no colo e saí tocando as campainhas da rua. Todo mundo se sensibilizava com a história, mas ninguém podia ajudar. Suspeito que os arquitetos modernos andam cometendo a gafe de projetar mansões sem banheiros. Passei também em vários pet shops e veterinários (esses, por incrível que pareça, só faltavam torcer o nariz).
Na última tentativa, a moça da recepção confirmou que o focinho havia tomado banho lá, bem no dia anterior. Ligaram para a responsável, só que ela que estava ocupada demais para atender o telefone. Vinte minutos depois, enquanto eu encarava o rostinho machucado do pequeno, já pensando em desistir da busca, a fulana retornou.
Fiz questão de entregá-lo pessoalmente, graças à carona de uma cliente da clínica, para avaliar as chances de nova desova, em local ainda mais distante. Eis que Obama havia mesmo escapado. E fora recebido com festa, por uns seis indivíduos diferentes. Eu perdi a musculação (e a fisioterapia*), mas minha esperança na humanidade ganhou duas colheres de açúcar àquela tarde.
*Joelho direito e esquerdo resolveram tirar férias juntos, por tempo indeterminado, após quatro anos de dedicação exclusiva ao flamenco. :\