Sim, ela foi treinada (a gata, não a humana), mas estudos indicam que os bichanos parecem estar aprendendo a associar palavras no cotidiano, como acontece com os bebês de gente, sem promessas de recompensa ou punição.
Um artigo de 2022, publicado na Scientific Reports, por exemplo, constatou que eles se reconhecem pelo nome e diferenciam os nomes dos amigos de substantivos genéricos. Os pesquisadores tocavam um áudio do tutor chamando um dos irmãos e exibiam a foto certa (condição congruente), depois combinavam outro áudio com a foto errada (condição incongruente). No par incongruente, os peludos se demoravam mais, demonstrando certo estranhamento.
Em gangues como a nossa, a associação entre nome e rosto foi mais frequente, provavelmente porque existem mais oportunidades de ouvir esses nomes em ação. O tempo de exposição aos estímulos também ajuda no processo, dando vantagem aos integrantes mais antigos da família ― essa facilidade pode ter a ver igualmente com a idade, já que as habilidades cognitivas se desenvolvem ao longo da vida.

Já no estudo de 2024, publicado na mesma revista, a maioria dos gatos se habituou à combinação de estímulo visual e sonoro após quatro ensaios com nove segundos de exposição, compreendendo duas tentativas para cada par, enquanto bebês humanos precisam de quatro ensaios de 20 segundos para um único par, uma associação bem mais demorada.
Os bigodes também conseguem distinguir nossa voz da voz de desconhecidos, mapeiam mentalmente onde estamos quando solicitados e preveem nosso humor. Essa capacidade de aprendizagem está ligada à socialização e curiosidade do animal.
Para estimular, escolham palavras curtas e diretas ("vem", "comida", "não", "bem/bom", "dormir"), repitam usando tons mais agudos e alegres, como se conversassem com uma criança, e recompensem oferecendo carinho ou petiscos ― o exercício é mais sobre linguagem corporal e como a gente pronuncia os sons do que sobre as palavras em si.
Eu mesma fracassei na missão durante duas décadas, mas Mercvrivs aprendeu a miar "mãe" espontaneamente para me dobrar. ❤️
4 comentários:
Sachezinho e AIAIAI eu sei que o Pingu entende. Já a frase "nós já conversamos sobre isso antes, meu filho" ele se recusa a compreender...
Ah, tenho certeza de que me entendem muito bem!!! Basta falar "papá" num certo tom para que apareçam, vindos de longe! Outra certeza é de que entendem minhas despedidas antes de sair para trabalhar. Ficam me olhando até que passo a mão na testa de cada um, aviso que vou sair e volto mais tarde, então, viram a cabeça para o lado como quem diz "ok, vai lá e faz tudo direitinho, nos falamos na volta"! ☺️
Aqui eles entendem cama, quarto, dormir, comer, papá e Jack vem quando chamado. As palavras são entendidas mesmo, pq eles "obedecem" em qualquer casa que estivermos, então não está associado ao ambiente
Aqui o Pepe entende vem, churu, dormir, sala, e visita (eu aviso ele quando vai chegar visita pq ele ñ curte rs)
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