E foram quatro anos de despesas com ração e veterinário, menos viagens, bem mais responsabilidade. Nos dias que amanhecem nublados, a gente ensaia se arrepender. Chega a pensar em desistir ― ajudar dá trabalho. Só que não se volta à zona de conforto assim. E logo nos pegamos irremediavelmente apaixonados pela criatura que nos rouba o sono. Aí, a família tão esperada aparece e uma parte do nosso coração quer fugir. Nenhum protetor doa um animal porque falta afeto.
É o afeto de sobra que nos faz enxergar que aquelas patas merecem um colo mais exclusivo para afofar ou um quintal maior para explorar. E, quatro anos depois, Mike se foi. Eu o levei até Sorocaba na casa da Rose, mãe da Pandora, que seguiu viagem para Santa Felicidade, em Curitiba, onde o tio da Ágatha, namorada do Jubão, buscou bípede e quadrúpede rumo ao sítio dos avós, em União da Vitória, quase Santa Catarina.
Enquanto as janelas aqui do escritório chacoalham ao vento, um cachorro caramelo balança o rabinho enlouquecidamente do outro lado do país.
2 comentários:
Lindo! Emocionante de ler!
:*
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