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4.5.12

Dicas para cuidar do seu cramunhãozinho

Na internet não faltam receitas de leite caseiro para cães e gatos recém-nascidos, recomendações de mantê-los aquecidos com garrafas térmicas, explicações sobre a importância de estimular os primeiros xixis e cocos. Mas o que fazer se você se deparar com um cramunhão de rua?

Para responder essa dúvida crucial, o Gatoca ouviu satanistas, black metals noruegueses e Aleister Crowley em um ritual de magia negra daqueles bem trevosos. Entregue-se aos prazeres da maternidade proibida e deixe os animais fofinhos para sua irmã recalcada!

Lar amargo lar...
Quanto mais fiel a reprodução do habitat natural do cramunhãozinho, menor será o estranhamento. Vale colocar a cama dele dentro da lareira, pedir emprestado a qualquer estudante de química um vidro de enxofre ou gravar CDs com gritos agonizantes que lembrem o papai durante o expediente de trabalho.

Catchup acompanha?
Filhotes de cramunhão comem mais vezes por dia do que a gente imagina. Comece com intervalos de três horas e vá aumentando progressivamente. E não se preocupe em programar o despertador para tocar de madrugada: se ele estiver faminto, sua alma perceberá.

Como coração de funkeiro costuma entalar no bico da mamadeira mesmo bem esmagadinho, opte por leite de esposa subserviente em pó. No mercado paralelo há opções da Cão Chupando Manga, da Pesadelo Macabro e da Sexta-Feira 13. Também é possível preparar a mistura em casa, mas ela custará caro.

Mexa esse traseiro gordo!
Quando a coisa completar quatro semanas de vida, já dá para substituir o famoso tetê pela ração de criança mimada amolecida. Evite recipientes de tons pastéis, porque eles costumam causar alergia nos chifres e no rabinho de lança.

Preto-do-mal, roxo-soco-no-olho e vinho-transfusão-de-sangue estão liberados. E não se esqueça de deixar disponível um pote com ossos de familiares que só aparecem para pedir favor, estimulando o preguiçoso a colocar os dentinhos para funcionar e acelerando o desmame.

Harpagophytum procumbens na veia
Vermífugo em gotas e antipulgas são remédios para os fracos. Cramunhãozinho que se preze deve ser tratado com Garra-do-Diabo, que cura arteriosclerose, diabetes, doenças do fígado, rins, estômago, intestino, pobreza e pé na bunda.

Agora, largue este blog e vá curtir seu bebê, pois logo, logo ele estará ocupado demais torturando modelos-e-atrizes globais, flanelinhas com dentição binária e jogadores de futebol que carimbam o dedão.


* Texto escrito para comemorar o post 666, com ilustração de Marina Kater-Calabró, leitora patrimônio-histórico do Gatoca e amiga nas horas vagas

7 comentários:

Tati disse...

Depois desta, acho que vou assistir cemitério maldito. rs

Taciane disse...

Nunca tinha me ocorrido chamar o Órion de cramunhãozinho...talvez por isso ele não me atende.
Tem que ver a cara dele com a bocarra aberta, tipo: "mordo qualquer um, não importa se é mãe ou pai".
E ele come muitooooo até hoje (com 1 ano)

Li disse...

Adorei o post! Só queria saber onde Marina arrumou uma "foto" minha com Jack no colo?!

Lyra disse...

hahaha post muito bom, ótimas dicas para os capetinhas que a gente ama <3

Beatriz Levischi disse...

Aposto que o Órion é tigrado. Acertei, Taciane? rs

Pelo jeito, cramunhãozinhos não são espécimes tão raros quanto eu imaginava...

Raven Deschain disse...

HuHuahuahua chorei de rir! Muito bom!

Beatriz Levischi disse...

:)