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19.12.14

Vida com gatos (e 180 garras)

De que adianta comprar vestido caro para as festas de fim de ano, se a frajola te presenteia com um arranhão que vai chamar mais atenção do que o decote? Sorte que eu escolhi trocar os pneus do carro.

17.12.14

Dicas de adaptação entre cão e gato

Sempre que me perguntam como juntar bigodes e focinhos, sem o desfecho bélico dos desenhos animados, eu peço para algum amigo contar sua experiência ― os especialistas comportamentais costumam entender muito do segundo grupo e quase nada do primeiro. Mas hoje, quando o pai do Sparky me escreveu, lembrei que a Mari Dias trabalha na Cão Cidadão e é supergateira. Eis o passo a passo que ela sugeriu, em sete dias:

Dia 1
Isole o gato (novato, neste caso) em um cômodo ― serve banheiro, lavanderia, escritório. O importante é deixá-lo em paz, para se acostumar com a mudança de família e espaço. Coloque uma cobertinha perfumada de lavanda ou feromônio dentro da caixa de transporte, para servir de toca. E ajeite o pote de ração sobre um paninho com o cheiro do cachorro, para que ele associe o amigo a algo que já gosta ― vale fazer o mesmo com o veterano.

Dia 2
Permita que os peludos se vejam pela fresta da porta. O ideal é repetir o processo várias vezes, em períodos curtos ― essa instrução serve para os próximos dias também.

Dia 3
Apresente o gato dentro da caixa de transporte ao cão preso na guia, para evitar pavor. E reforce os cheiros dos paninhos sob os potes de ração.

Dia 4
Tire a guia do cão na hora do contato, mas mantenha o gato na caixa de transporte ― ele provavelmente saberá que está seguro lá.

Dia 5
Com o gato solto no cômodo de isolamento, leve o cão preso na guia para lhe fazer uma visita. E não esqueça de reforçar mais uma vez os cheiros dos paninhos sob os comedouros.

Dia 6
O cão deve continuar na guia, mas o contato com o gato solto pode rolar fora do cômodo de isolamento, sempre frustrando aproximações exageradas, para mostrar que há limites.

Dia 7
Com ambos livres, leves e soltos, reforce os comportamentos gentis distribuindo petiscos e desestimule os hotis borrifando água no focinho ― para funcionar como bronca, não como refresco, o jato deve ser reto; o animal precisa acreditar que o castigo vem de uma força maior, não do tutor; e não adianta repetir a punição 200 vezes, que eles acostumam.


Bela focinhando Jade, foto emprestada pela Gloria Pontes

Seu novato é o cachorro? Pode encurtar passos! Eles aceitam as mudanças mais fácil do que os bichanos. Dependendo do focinho, nem precisa ficar isolado. Os primeiros contatos, porém, devem ocorrer sempre com supervisão.

Não sabe como fazer a adaptação entre gatos? Clique aqui. ;)

15.12.14

Prioridades

Em Gatoca, burca é sinônimo de aconchego. Pipoca continua livre para dirigir, votar e chefiar empresas. Mas prefere dormir.

12.12.14

Karate Cat

Quem precisa de senhor Miyagi quando tem gatos? Eles nos ensinam a vencer a vontade de dormir mais cinco minutinhos (mesmo nos fins de semana!). A guardar papéis e roupas ― sob o risco de ficar sem papéis e roupas. A desapegar do passado. A não atacar a geladeira escondido. A caber em meia almofada de sofá, um terço de cama, um quarto de tapete de banheiro.

Obs.: John O'Hurley escreveu um livro fofo sobre as lições que aprendeu com seus melhores amigos (Tudo Bem Não Alcançar a Cama no Primeiro Salto) e foi assunto deste blog, lembram?

11.12.14

Catnip diferente

Gateiro profissional conhece catnip (ou gatária), a erva que deixa os bigodes em êxtase, se esfregando e rolando desengonçadamente pela casa ― antes que os novatos surtem, ela não causa efeitos colaterais (exceto o mico registrado em fotos para a posteridade).

Mas pouca gente sabe que, além da versão desidratada vendida nos pet shops, também existe catnip em vaso! Este foi presente da Yone Sassa, comprado na Sabor de Fazenda.

O cuidado não tem segredo: basta regar todo dia à tarde, deixar no sol por quatro horas e adubar uma vez ao mês. Para piruetas mais ridículas, rasgue as folhinhas antes de entregar aos peludos.


Para ampliar, cliquem na imagem


Obs.: Se seu gato fizer cara de paisagem, não se preocupe. Alguns bichanos, especialmente os filhotes, são imunes à erva.

10.12.14

Papéis de parede do Gatoca

Quando sobra tempo, falta sol. Quando tem sol, os bigodes estão de mau humor. Quando o humor coletivo melhora, surge um frila de domingo a domingo. E foi assim que os papéis de parede prometidos aos apoiadores do projeto Um Post por Dia para Salvar Vidas quase viraram lenda. Para compensar os dez dias de atraso (sorry!), eu caprichei nas fotos ― a dos peludos juntos vale pela raridade (o pessoal sabia que a resolução deixava a desejar, mas quis mesmo assim). Pirem! :)


Nariz de coração


Gata Borralheira


Sesta


Loirice


Retrato de família

Obs.: Se você não recebeu a imagem em alta resolução por e-mail, mande sinal de fumaça para bialevischi@yahoo.com.br.

9.12.14

Literatura solidária

Primeiro, ela emprestou o patchwork da mãe. Depois, as bijuterias da Gatatuca. Agora, me vem com letras impressas e ilustrações da Virgínia Caldas! Kira é uma gatinha branca de olhos coloridos, que viaja para o mundo das abelhas, graças às habilidades químicas da abelha-tenente, e acaba descobrindo a importância desses insetos para o planeta.

Lucia Fontes descobriu o Gatoca há cinco anos, não viajou para lugar nenhum, mas decidiu reverter 20% do dinheiro arrecadado com as vendas de seu livro ao projeto, porque só a educação pode mudar o mundo. Me emocionou com a ideia, o site profissional e, especialmente, este texto.

Quem ainda não sabe o que dar de presente à criançada no Natal, dê um presente aos animais que não terão a sorte de passar o Natal quentinhos, seguros e apertados, como a Clara ― o frete é grátis! Quanto mais gente conscientizada sobre os benefícios do convívio entre bípedes e quadrúpedes, menos sofrimento. Nas ruas. Nos espetáculos. Nos pratos.

8.12.14

A arte de receber mais do que se doa

Por causa da dobradinha trabalho-que-paga-as-contas e trabalho-que-enche-o-coração, eu deitei às 3h30 algumas vezes nos últimos meses. Mas só ontem saí da cama esse horário. A Anchieta estava vazia, muda, espelhando a lua cheia. Os bigodes nem se mexeram nos almofadões. Era dia de ajudar bigodes que não têm almofadões ― 300 agora e mais centenas deles ao longo de 2015.

Como patrimônio histórico do Adote um Gatinho, fui promovida a coordenadora de vendas do Bazar de Natal: organizo mostruário, atendo o pessoal, passo cartão de débito/crédito, reponho estoque, conto dinheiro, resolvo pepinos, busco água, o que precisar. Não tenho pais para prestigiarem o evento, mas o namorado participa da montagem/desmontagem há dois anos e o irmão rala no stand há três. ♥

A cada rosto conhecido, a pressão sanguínea aumenta. Denise Canto, Maria Gracinda, Silvia Leonella Balloni, Ana Claudia S., Antoinette S. Mancilha, leitoras deste blog que driblaram a vergonha para me abraçar. Sara Criado, parceira no projeto Um Post Por Dia para Salvar Vidas e nos futuros. Julio Cesar Lopes, meu contador que não gostava de gatos. Vera Gherardini, mãe da Bebel, que atravessou o cordão de isolamento empolgadíssima para me beijar.

Michele Bastos Naneti entrou para o time das voluntárias queridas, dominado pela Rosa Yukari, Carol Toledo, Denise Granja e Yone Sassa. Vilma Gradvol brigou comigo porque os textos do calendário lhe roubaram lágrimas. Maira Bueno me deu os cupcakes de cenoura com brigadeiro mais fodásticos do planeta e um saco gigante de biscoitos crocantes. Vitor Medina confessou que leu o Gatoca de cabo a rabo para aprender a cuidar do filhote que adotou com a ONG.

As olheiras são de quem quase não dormiu. O sorriso deixa claro que eu faria tudo de novo.

5.12.14

Natal com espírito – a ressurreição

Todo ano tem post aqui no blog convocando vocês para participar do Bazar de Natal do Adote um Gatinho, eu sei. É que todo ano escrevo os textos da agenda e do calendário com o maior amor do mundo. Porque todo ano os bigodes que a ONG resgata insistem comer, precisam de vacina e castração, às vezes ficam doentes ou dão à luz mais bigodes que insistem em comer, precisam de vacina e castração, e às vezes ficam doentes.


Compareçam neste domingo ao Clube Homs (Av. Paulista, 735), entre as 10h e 18h, me abracem apertado (sem timidez!) e ajudem a salvar mais peludos que insistem em comer, precisam de vacina e castração, às vezes ficam doentes ou dão à luz mais peludos que insistem comer...

4.12.14

Calendários que marcam mais do que dias

Quando a Otávia me contou que buscou doçura nos posts do Gatoca para criar o calendário do Felinos Urbanos, o coração deu a volta no rosto puxando o sorriso. E ela fez questão de incluir o bigode que lhe presenteou com uma mordida, para mostrar que toda vida merece ser protegida. O meu chegou hoje, rendendo até foto da Keka encolhidinha. Quem mais topa ajudar a castrar e vacinar os ferais de São Luís, no Maranhão? ;)


Ah, vocês preferem focinhos? Não tem problema! O calendário do Celebridade Vira-Lata, que participará do nosso mutirão, em fevereiro, está cheio deles. Com o dinheiro arrecadado nas seis edições, Luli já esterilizou 7 mil animais de comunidades pobres, protetores independentes e organizações não governamentais pequeninas.


Vocês colocam a mão no bolso agora e lembram que fizeram uma coisa bacana o ano inteiro. ♥

3.12.14

Um frajola para chamar de meu

Há nove anos, Mercvrivs* cabia em uma mão. A viagem de Utinga a São Bernardo demorou 25 rosários. E eu mal respirava com medo de quebrá-lo. Oitenta e sete bigodes, bicos e focinhos depois, nós dois encouraçamos.

Mas o coração continua elástico. :)

*Novelinha: Conheça a história do Mercv

2.12.14

Papel gourmet

Você deixa em cima da mesa do escritório um folder de pão de queijo vegano, boletos do condomínio e do convênio médico, e um pedido veterinário de remédios. A gata despreza o pedido veterinário, experimenta a pontinha de um dos boletos e cai matando no folder do pão de queijo vegano.

1.12.14

A Volta dos que não Foram

Atualizado em 2 de dezembro de 2014

A história da Penélope continua fazendo inveja aos roteiristas de Hollywood (se você pegou o filme começado, clique aqui). Quatro meses depois da castração, ela voltou a entrar no cio! Sim, castrada. Gritava desafinadamente pela casa, se esfregava em tudo que via, batia nos filhotes. A gente esperou 60 dias para excluir a hipótese de problema comportamental e, no último sábado, o ultrassom encontrou um pedacinho remanescente de ovário perto dos rins.


Dá para ser mais sortuda? Dá! Graças a esse mesmo ultrassom, a veterinária também descobriu uma "nevasca" de sedimentos na bexiga da Pretolina, indicando possível infecção, confirmada pelo exame de urina, que poderá ser tratada no início. Pê entrou na faca de novo, com um corte bem maior do que o primeiro, e terá de comer ração especial durante três meses. Mas continua doce e ronronenta, a espera de uma árvore de Natal para chamar de sua.


Update: Pê e os bebês foram castrados com o maior carinho pela Drª. Ana Lúcia, do Pet Land, que fará também o mutirão do Gatoca. Após a gestação, pode ocorrer um aumento do tecido adiposo ao redor dos ovários, mascarando o quadro. A Drª. deixou de almoçar no sábado para reoperar a gatinha no único horário que eu conseguiria levá-la, sem me cobrar um centavo ― incluindo o exame de ultrassom. Eu só escrevi o post para orientar vocês que isso acontece e tem solução. :)


Epopeia da família Cartoon na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Nasceram!
:: Comédia romântica que virou drama
:: Drama que virou romance
:: Bebês de chocolate
:: Bolão e batizado
:: Para matar de ternura
:: A primeira ida ao vet a gente nunca esquece
:: Castração da Sessão da Tarde
:: Família Cartoon em oferta: Lindinha
:: Família Cartoon em oferta: Lilica
:: Família Cartoon em oferta: Pedrita
:: Família Cartoon em oferta: Batatinha
:: Família Cartoon em oferta: Patti Maionese
:: Família Cartoon em oferta: Penélope Charmosa
:: Batatinha na telinha
:: Happy ending: Lindinha
:: Happy ending: Patti Maionese
:: Sad ending: Batatinha
:: Campanha "Cansei de Ser Gato sem Família"

28.11.14

Etiqueta ao bebedouro

Jujuba Pascolato ensina como tomar água com requinte e sofisticação.



P.S.: Os gatos bebem água com a pata para não encostar os bigodes no pote, sabiam? É que eles são cheios de terminações nervosas, que servem para identificar se o bichano consegue caber em determinado lugar ou como estão as condições do ar para caçar aquele insetinho barulhento. Melhor optar pela tigela tamanho GG, de cachorro.