A raiva humana manifesta-se após um período de incubação, usualmente compreendido entre 20 e 60 dias, por meio de sintomas como febre moderada, cefaléia, insônia, ansiedade e distúrbios sensoriais, sobretudo ao nível da mordedura. Entre 24 e 48 horas, aparece a sintomatologia típica que, na raiva furiosa, assume decurso dramático, caminhando inexoravelmente para a morte entre dois e seis dias: excitação cerebral com crises de delírio e de agressividade, espasmos musculares dolorosos, convulsões, paralisias, hiperpirexia e asfixia terminal.
Esse foi o primeiro resultado da busca que Mariana fez no Google, dividindo a atenção entre minha mão mordida pelo Simba e o monitor. Bem que o pessoal do site Homeopatia Veterinária poderia ter mais tato ao contar que a gente corre o risco de rechear o caixão espumando, sem conhecer a Espanha, ver o Gatoca virar livro, ou experimentar os sorvetes novos da Kopenhagen. Eu passei a manhã do dia 15 de setembro de 2006 tentando falar com todos os postos de saúde do ABC, até que Dr. E. confessou-me que, em 25 anos de carreira, nunca havia atendido um animal raivoso. Refletindo sobre cada uma das dez doses diárias de vacina, além dos três reforços, eu concluí que acreditava nele.
*continua*

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