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10.10.07

Puxadinho

Como os dias têm sido curtos demais para a quantidade de iniciativas sem qualquer retorno financeiro em que me meti, este post cumprirá a função de "puxadinho":

* A epopéia do final de semana passado está no blog do Adote um Gatinho, sob o título "Caso D. Lourdes", com fotos dos primeiros bigodes que pegamos para adoção! Os quatro assustados já receberam um banho de Frontline da Drª. Angélica, para acabar com as pulgas e piolhos, e serão cuidados até que possam enfrentar a cirurgia de castração e as vacinas. Agora, precisamos de mais lares temporários para retirar os outros esqueletinhos da casa.

* Meg vem publicando no Mundo Miau as doações recebidas em produtos. Parece que ganhamos vários pacotes pequenos de ração, mas, pela quantidade de peludos que dona Lourdes acumulou, não vão durar muito. Aproveito para agradecer a Alice, Beatriz (xará), Daniela, Érica, Gisele, Leonice, Marisa, Silvana, Renata e Doris pela ajuda em cash.

* Alex, da Mundial Pet (distribuidora da Merial), continua batalhando remédios para os esqueletinhos. E Pedro, do Virtual Pet, ofereceu-nos um help mensal. Assim que eles mandarem os banners dos sites, acrescentarei na seção "parceiros", recém-criada para retribuir suportes assim.

* Estou terminando de montar o blog da rifa! Quem não comprar é mulher do sapo!

9.10.07

Notícias do primeiro lar temporário

Lembram da Marina, que eu disse que havia escolhido abrigar um negão da dona Lourdes temporariamente? Na verdade, o bigode era menina. E agora se chama Umaga. Hoje, recebemos notícias delas:

Aqui está tudo indo muito bem!

A gatinha, que eu chamo de Umaga [em homenagem a um jogador de rugby samoano], é muito doce e carinhosa. Ela é muito magrinha, mas parece estar bem porque come, bebe água e faz muito cocô! Ela não come tanto quanto eu imaginei que comeria, mas acredito que deva fazer parte da adaptação, né?

Ela encontrou um esconderijo numa caixa de papelão, onde fica a maior parte do tempo. Mas domingo eu e ela nos entendemos finalmente! Quer dizer, ela nunca fez "fuuu", nem mordeu ou arranhou. Mas quando eu colocava a mão nela, parecia meio desconfiada. Porém, domingo nós ficamos amigas de vez! Ela ronrona e fica se esfregando em mim, parece uma doida!

Aparentemente todas as pulgas morreram naquele banho de Frontline! Viva!

Ontem, até o Gustavo [marido] fez questão de ir conhecê-la comigo! Ele já a tinha visto, claro, mas sem muito entusiasmo. Mas ontem ficou com ela um pouquinho e hoje já contou que entrou no quartinho pra pegar alguma coisa e a Umaga achou que era eu e saiu toda-toda; quando viu que não era, se afundou mais ainda no esconderijo!

Acho que está tudo indo "nos conformes". Se quiser vir visitá-la, está convidada.

Um beijo e obrigada pela oportunidade!

Marina Kater-Calabró

p.s.: uma foto da Umaga quando ainda estava com medo de mim, encharcada de Frontline, escondida atrás da mochila que fica dentro da caixa de papelão, e outra de agora, já confortável na caminha que eu instalei dentro do "esconderijo".


7.10.07

Apelo-desabafo

Ontem, perdemos outro gatinho da dona Lourdes. Nesses 16 dias, conseguimos ração, remédios, dinheiro para pagar as consultas veterinárias. Temos usado cada minuto do nosso tempo livre (já que trabalhamos fora da proteção animal) batalhando doações, correndo com os bigodes para cima e para baixo, procurando interessados em adotá-los. Mas parece que o Barbudão está sendo mais rápido.

Abrigar um esqueletinho temporariamente não é difícil, pessoal: ele só precisa ficar separado dos bichos da casa –pode ser num quartinho, banheiro, lavanderia– até termos certeza de que não possui dodóis contagiosos. Já irá "despulgado" e medicado. Se quiserem lacinho, a gente coloca também. Nos comprometemos ainda a passar o chapéu, caso não consigam arcar com os gastos relativos à alimentação. Para tratamento (se necessário!), basta levar o peludo à Drª. Angélica, perto do Shopping Santa Cruz. Marina topou o desafio e escolheu um negão. Peçam para ela contar a experiência.

E pensem com carinho no meu apelo cabisbaixo.

5.10.07

Aviso!

Estimados (meia dúzia de) leitores,

Não desisti de relatar as peripécias aprontadas pelos bigodes aqui em casa. Só vou deixar o pedido de ajuda à dona Lourdes mais um pouco na "vitrine" para ver se outros anjos se sensibilizam. Aí, as crônicas voltam ao normal e, semanalmente, escreverei contando em que pé está o projeto de resgate dos esqueletinhos.

Desejem-me sorte. :)

3.10.07

Eu podia estar roubando, eu podia estar matando, mas estou aqui pedindo

Em um mundo perfeito, as crônicas do Gatoca renderiam acessos suficientes para que eu pudesse negociar parcerias em prol de projetos de conscientização da população sobre posse responsável de bigodes, campanhas de castração, adoção e vacinação, resgates rocambolescos. Em um mundo, perfeito, aliás, essas iniciativas nem precisariam existir, porque cada animal de estimação teria direito a um amigo fiel, comida sem restrições e dois sofás macios para estragar à vontade na vigência da vida.

Quis o Universo, porém, que alguns montinhos de ossos cruzassem meu caminho antes do sucesso do blog e cá estou eu há dez noites sem dormir direito, tecendo mil articulações para ajudá-los. Por isso, inclusive, os posts andam rareando. Tudo começou no domingo do dia 23 de setembro, quando Eduardo sugeriu almoçarmos na Paulista e eu vi dois gatinhos esqueléticos passeando pelo quintal de uma casa abandonada.

Aborrecida, desisti do programa na hora e nós voltamos a São Bernardo para buscar comida e água. Cerca de 40 minutos depois, segurando 1 kg de FIT 32 e uma garrafa pet, eu pulei o portão de ferro, montei um verdadeiro piquenique no chão de cimento e chamei os peludos. Eis que, de uma porta emendada com sacos de lixo e papelão, foram saindo vários outros felinos, seguidos por uma senhora de roupas puídas e cabelo desgrenhado, ainda mais magra.

Desde a morte da irmã, dona Lourdes passou a alimentar os bichanos com o arroz e salsicha do próprio prato, despedindo-se da ração, cara demais. Para melhorar, os folgados do bairro ainda fizeram o favor de jogar outros gatos lá, ano após ano, aumentando a família de quatro para 30, incluindo filhotes. Na trama, tem também um vizinho que insiste em envenená-los, porque almeja comprar o imóvel a preço de banana para ampliar o estacionamento.

Quando eu comentei sobre doação, a velhinha disse sentir vergonha de receber visitas no estado em que se encontrava. Acontece que a imagem daqueles corpos esquálidos de crânios gigantes não parava de me atormentar e acabei pedindo o contato da ONG responsável pelas feirinhas do Hospital Veterinário Dr. Hato. Cecília foi a primeira pessoa a acolher minha inexperiência de jornalista apaixonada por bigodes e indicar o caminho das pedras.

No dia 26, eu entreguei à dona Lourdes parte de um pacote incarregável de Cat Meal (25 kg por R$ 39) + arroz, feijão, carne moída de músculo, coxa e sobre-coxa de frango, macarrão, molho de tomate, óleo, sal, cenoura, batata, cebola, alho, tomate, ovo, ervilha, milho, sardinha, banana, limão, maçã, leite, açúcar, café em pó, farinha ― impressionante como se pode encher um carrinho de supermercado com R$ 72,77, sem comprar porcarias. E cada sacola aberta vinha acompanhada de um suspiro: "Minha filha, você não esqueceu de nada". A cabeça nem levantava, na tentativa de disfarçar a emoção.

Eu aproveitei o clima receptivo para tirar fotografias sensibilizadoras da situação. Os bichinhos não estavam apenas desnutridos. Alguns eram cegos, vários tinham o corpo sem pêlos e os olhos inchados. Havia uma branquinha com ferida nas costas e outra com as orelhas carcomidas por um possível câncer de pele. A tigrada, encolhida sobre a televisão da sala, escondia o rosto deformado, como nos filmes de terror.

Não sei de onde tirei força para clicar figuras tão tristes, que continuam me assombrando. Mas era por um bom motivo: conseguir lares de verdade para aquelas criaturas. Meia dúzia de anjos, inclusive, já se ofereceram para colaborar no manuseio dos felinos, diagnóstico das doenças, empréstimo de caixas de transporte, doação de remédios, cobertores, ração, areia, produtos de limpeza, tigelas, roupas, cesta básica. As meninas da lista Gatos iniciaram o mutirão. :)


Linha do tempo

No último sábado (29.09), Meg e Susan me ajudaram a tirar dona Lourdes da cama para levar os casos mais graves a Dr. Angélica. A tigrada da televisão havia morrido de madrugada e seu corpo jogado em um saco, rapidamente recolhido pelo lixeiro. Eu confesso que fiquei aliviada de não precisar decidir sobre a eutanásia. Se confirmassem a suspeita de esporotricose (altamente contagiosa e em estágio avançado), as chances de o tecido do nariz se reconstruir seriam pequenas e o sofrimento, enorme. Mas bateu uma tristeza por ter chegado tarde demais.

A ratinha branca está com câncer mesmo e ficou na clínica para tratamento, graças ao Adote um Gatinho. Pode ser que ela perca as orelhas. A envenenada, que dona Lourdes considera como dela e não queria deixar colocar no carro de jeito nenhum, corre risco de morte. Mas preferimos não segurá-la, pensando nos outros bichos. Quem sabe da próxima vez.

A tricolor, mais magrinha de todos, serviu de amostragem para o conjunto dos felinos: enfraquecidos, cheios de vermes, pulgas e piolhos, com problemas hormonais, alergias às picadas e intestino solto. Isso quer dizer que o organismo terá dificuldade em absorver os nutrientes. Investiremos, então, na ração super premium, já que a tarefa de enfiar vitaminas goela abaixo de um batalhão diariamente mostra-se inviável a uma senhorinha debilitada.

Resta convencê-la a permitir a boca-livre. É que dona Lourdes arremessa a comida aos bigodes como se alimentasse pombas: cada bolinha vai parar em um canto diferente do jornal. E, no segundo seguinte, recolhe tudo para não ter desperdício. Espero que seja mesmo medo de acabar e não um jeito de evitar que eles façam cocô mole pelos cômodos.

Em uma população de proporções tão grandes, aliás, estranhamos a ausência de ninhadas. Talvez, as próprias mães estejam devorando a cria quando bate o desespero da fome. Senti falta também de alguns pequeninos da primeira visita. Mas como o acesso à rua é liberado, por causa do rombo na porta principal, fica impossível controlar. Nem mesmo a velha sabia a qual bichinho eu me referia.

Próximos passos

* No sábado agora (06.10), eu escolho os três primeiros gatos que Susan preparará para a adoção. Instruíram-me a priorizar os claros e peludos. Mas e os outros critérios? Como decidir com justiça? Quanta responsabilidade...

* Na próxima semana, os dez bigodes mais fortinhos irão para a castração em Utinga, por conta do Dr. E. É bom começar a treinar a concentração para dirigir com sirenes múltiplas no ouvido.

* Vicky Dolabella, artista conhecida pela simpatia à causa, concordou em doar um de seus quadros para a rifa, que organizaremos em breve aqui no Gatoca. Separem seus trocados!

* Existe a possibilidade, ainda, de conseguir Frontline a preço de custo com a Mundial Pet (distribuidora da Merial), porque os bichinhos precisam ser "despulgados" urgentemente.

Ajuda emergencial

Apesar de a dona Lourdes passar o dia limpando as sujeiras do exército de bigodes, a casa é escura e as condições de moraria, precárias. Soma-se ao contexto a dificuldade de monitorar os bichanos, graças às idas e vindas constantes da rua, e o tabu da alimentação self service para pombos. Lares temporários, portanto, fariam toda a diferença no tratamento. Alguém se habilita a acolher um amigo fragilizado?

Idéias fantásticas, doações diversas, auxílio na divulgação, palavras de carinho ou serviços voluntários também renderão sorrisos e agradecimentos repetidos à exaustão. Basta mandar um e-mail para bialevischi@yahoo.com.br. As contas abaixo recebem depósitos de quaisquer valores, só não esqueçam de me avisar.

BB
Beatriz Levischi
Ag: 1561-X
C/c: 6830905-8

Itaú
Textrina
Ag: 0185
C/c: 08360-7

Para ver os detalhes, cliquem na imagem

2.10.07

Entre espécies

Finalmente Clara Luz encontrou uma companhia à altura do seu gênio: abraçava a babosa (esquecida em cima da geladeira para curar a gastrite, unha encravada, dor de dente e cabelos ressecados) e ganhava uma espetada, ensaiava um carinho e levava um arranhão, lambia as folhas e sobrava com a boca amarrada. Desistir do relacionamento, porém, jamais!

29.9.07

Desafio molhado

Você sabe que chegou a hora de levar um gato para tomar banho quando, por mais esforço que faça, não consegue lembrar sua cor original. Se o bigode adorar esfregar a barriga na sujeira, aliás, pode ter certeza que essa será a parte branca do corpo. Dessa vez, porém, Mercv precisava de intervenção especial:

― Pet shop, banho e tosa, Ana Luíza, boa tarde.
― Boa tarde, Ana Luíza. Vocês usam xampu anti-caspa?
― Só neutro.
― Mas meu gato está com caspa.
― Então a senhora tem de trazer o produto.
― E vocês dão desconto?
― Não.
― Pode me transferir para a loja?
― Pet shop, artigos para animais de estimação, Kátia, boa tarde.
― Boa tarde, Kátia. Quanto custa o xampu anticaspa?
― Nós não vendemos xampu anticaspa, senhora. Só para seborreia.
― E não é a mesma coisa?
― Qual seborreia?
― Como assim?
― Seca ou oleosa?
― Existe seborreia que não seja ensebada?
― ...
― Vou ligar para o veterinário.

E não é que a seborréia do Mercv era seca!? Comprei Sensun Azul na farmácia mesmo, seguindo a instrução do Dr. E., e lá fomos nós para o programa aquático. O peludo curtiu cada gotinha do jato quente que escorria pela cabeça, parecendo um pirulito somali ― a parte do secador continuou odiada. Quando voltou para casa, exausto, ainda pôde colher os louros do seu esforço higiênico: todos os bigodes, amigos e inimigos, amontoaram-se para cheirá-lo.

27.9.07

Cinco pães, dois peixes e um mistério

Como ninguém aqui em casa tem o dom da multiplicação e as guloseimas precisam ser divididas por dez, cada filhote desenvolveu uma estratégia diferente de degustação: Pufosa arrasta o potinho dos outros para si sem cerimônia, Vaquinho conta seis lambidas e empurra a cabeça do parceiro com a pata, Kekinha faz cara de choro para ver se ganha um recipiente extra, improvisado com as louças do armário. Essa manhã, porém, apesar da escassez, nenhum deles quis beber na tigela rosa. Demorou até descobrir que estavam morrendo de medo das bolinhas de ar que haviam se formado na última dose de leite.


Obs.: Lembrança da fase em que eles cabiam juntos no mesmo potinho.

24.9.07

Assistencialismo

Quando a gente abriga dez gatos, até as mocinhas que fazem promoção no pet shop solidarizam-se. Sábado, sem eu pedir, deram-me 17 amostras grátis da nova ração da Whiskas. Pena que deve ter gosto de isopor, porque só o Simba (apaixonado por novidades duvidosas) comeu.

23.9.07

Milagre!

Eis o brinquedo de pet shop mais genial de todos os tempos. E o primeiro a não ser trocado por um pedaço de sujeira sobrevivente à faxina da semana anterior. Ainda veio de brinde! Pena que em quatro horas os pequenos furaram o plástico com os dentes, tiraram o chocalho de dentro e mastigaram as penas.

21.9.07

Zumbis de bigode

De uma semana para a outra, McDia Feliz virou "A Volta dos Mortos-Vivos". É só a gente fingir que não viu os pequenos esperando a tigelinha de leite, que eles se juntam no centro da cozinha e começam miar lamentosamente, como nos filmes de terror.

20.9.07

Pufosa renascida

Depois de consultar tarólogos, astrólogos, sites de numerologia na Internet e o cabeleireiro aqui perto de casa, Bufosa deixa seu passado mal-cheiroso para abraçar o sucesso:

Número 9: Perseverança
Bastante talentosa, você possui a tolerância e perseverança para compreender as pessoas e situações. Suas realizações estarão ligadas à capacidade de não desistir frente aos obstáculos e encontrar soluções criativas e originais para os problemas. É independente e leal, sempre pronta a lutar pelo que acredita e ajudar os que precisam.


Só precisa tomar cuidado para não se tornar "egoísta, avarenta, e se fechar ao mundo por conta de timidez e falta de confiança em si mesma".

17.9.07

Aniversariante do mês - setembro de 2007

Almejando comemorar um ano de Simba* aqui em casa (e mais uns três de batimentos cardíacos acelerados pelas ruas do bairro), eu abri uma lata da ração em pasta durante o almoço, sem restrições! E os nove bigodes apareceram na cozinha para cantar os parabéns. Os filhotes, que sequer levaram presente, ainda aprenderam a puxar as tigelas dos adultos desavisados, que sobravam com a boca aberta no ar. Festejos à parte, acho que o grandão queria mesmo era curtir o dia esparramado ao sol. Mas, como São Pedro deve preferir os cachorros, até choveu.

*Novelinha: Conheça a história do Simba

13.9.07

Religião x gatos

- Beatriz?
- Quem gostaria?
- Aqui é o Frei Gusmão. Vi que você deixou um pedido de benção na sacristia e estou ligando para combinar o dia.
- Quando o senhor pode, Frei?
- Agora.
- Ahn... Tenho meia hora?
- Tudo bem, vai.

Um mês de espera e o homem conseguira acertar bem a semana em que a faxineira nos dera o cano! Corri lavar meia dúzia de pratos (dos 294) para não parecer 100% relaxada, limpei as caixinhas de areia, recolhi do chão os tufos de pêlo e pedaços de parede mais visíveis, enfiei as roupas não dobradas no armário, estiquei os cobertores sobre as camas bagunçadas, tirei as marcas de pata dos móveis da cozinha, tomei banho.

Assim que o humilde servo do Senhor botou os pés dentro de casa, Clara Luz aproveitou para enfiar-se embaixo do carro. Como queria que a geniosa também recebesse o afasta-encosto, bati a porta na cara do coitado e fui atrás dela. Cinco minutos circundando a lataria sem sucesso, no entanto, fizeram-me desistir da idéia. Até porque um bigode, num universo de dez, tem pouca representatividade estatística.

Antes de iniciar o trajeto sagrado de benzedeira pelos 2.935 cômodos, Frei Gusmão abriu os braços na sala e pôs-se a rezar o clássico Pai Nosso. Eis que Pimenta decide atravessar o recinto empurrando um carrinho. Tiro-lhe o brinquedo e aparece Kekinha com um boneco de plástico. O bolso da calça jeans enchia de quinquilharias, enquanto as meninas penduravam-se na estola do sujeito (vermelha, com detalhes cuidadosamente bordados em dourado). Clara ainda voltou da garagem só para fazer cocô no meio da oração.

Acelerei o tour, almejando evitar catástrofes de proporções maiores, e solicitei atenção especial à Chocolate, o verdadeiro motivo do circo armado. Com um sotaque italiano misterioso, o padre paulista entregou a pequena aos cuidados de São Francisco de Assis, encharcou-lhe o cabelo de água benta e despediu-se. Ao alcançar o portão, a peste já estava brigando com a Guda de novo. Agora, quando ouço seu rosnado turbinado, lembro dos R$ 20 que, por falta de troco, doei à paróquia do bairro.

12.9.07

Falta de feeling

Se as empresas que abastecem os pet shops tivessem visão felina de negócios, fabricariam arranhadores em forma de sofá, sopas para gatos e brinquedinhos que voam. Sorte dos cachorros, que ganham até chocolate exclusivo.


P.S.: Esse era o Mercv aos dois meses de idade.

11.9.07

Cachorro, gato, galinha

Sempre que um Gudinho se perde do bando, olha para os dois lados, conta até cinco e põe-se a miar em desespero no corredor, aproveitando o eco, até ser acudido. No começo, concordei que levaria algum tempo para se acostumarem com o tamanho da casa. Meses depois, batizei a síndrome do pânico recorrente de "família". :)

10.9.07

Misantropo

Com a casa superpopulacionada, Mercvrivs deve ter descoberto sua vocação para ermitão. De uns tempos para cá, sempre que o procuro, o peludo está no canto mais distante possível do agito, sozinho, com cara de meditação.

9.9.07

McDia Feliz

Desde que a molenga da Guda decidiu dividir a ração em pasta com os pequenos, acabou o resto do nosso sossego durante o almoço. Agora, se uma colher cai no chão, eles vêm correndo para a cozinha, atropelando uns aos outros, em busca da iguaria: escalam as pernas de quem está segurando a latinha, disputam espaço nas tigelas dos adultos a cabeçadas, lustram o piso inteiro com a língua. Igual criança no McDonad´s!

7.9.07

Café com leite

Dois anos e dez bigodes depois, chegara a minha vez de enfiar vermífugo goela abaixo de um gato. Sem Eduardo e Dr. E., peguei um copo com água, seringa, toalha, requeijão, dois terços e pedi ajuda para o braço não-acidentado da Mariana, minha irmã motociclista. Mas nem valeu a experiência porque Guda foi tão boazinha que engoliu o comprimido sozinha, assim que encostou na língua, e ainda ficou encarando o artefato bélico sobre a mesa com cara de ponto de interrogação.

6.9.07

Precocidades

Pimenta foi a primeira a cruzar os limites do quartinho em que nasceram, a enfiar a pata na tigela de água da mãe, a beber as gotinhas que ficavam nos pêlos, a subir e descer a escada da lavanderia apoiando-se no varal portátil, a cair na privada, a praticar nado borboleta na caixa de areia, a socializar com os gatos mais velhos. Nossa paixão vem do dia em que me fitou com aqueles olhinhos ainda cegos de recém-nascido – também os primeiros a abrir. Por tudo isso, permiti que fizesse companhia à minha rinite essa noite. E a alegria da pequena na cama era tamanha, que o volume do ronronar não me deixava pegar no sono.

5.9.07

Purgatório móvel

Exatas 24h após descarregar as compras do supermercado, encontramos Clara Luz dentro do carro. Analisando o banco desfiado e a poça de xixi no tapete, imagino o desespero que passara presa no cubículo de quatro rodas por tanto tempo. Certa vez, quase levei a curiosa ao dentista (o meu), porque resolvera aproveitar a janela aberta para dormir encolhida no estofado. Dessa, porém, não houve estrondo do portão automático enferrujado que despertasse a Bela Adormecida antes do claustro. Deve até ter prometido ao Papai do Céu comportar-se melhor, caso a livrasse do limbo, porque nem brigou com a Guda hoje.

4.9.07

Equívocos que comprometem uma adolescência inteira

Sei lá o porquê, mas, na minha cabeça, bufoso era uma coisa fofa, macia, volumosa. Surgiu daí o nome de uma das Gudinhas. Hoje, pesquisando no Houaiss, senti-me como aqueles pais que batizam os filhos de Videotapeson 2.0.

Acepções
■ substantivo feminino
Regionalismo: Brasil. Uso: linguagem de delinqüentes. Diacronismo: obsoleto.
1 arma de fogo; pistola, revólver
2 Regionalismo: Portugal. Uso: jocoso.
conjunto das nádegas e do ânus

3.9.07

Clã Chocolate

Atualizado em 16.01.08

Apesar de não fazer parte da ninhada, Chocolate é a cara da Guda. E a julgar pela implicância que uma tem com a outra, acredito que devam mesmo guardar alguma espécie de parentesco. Para identificar os integrantes da família estendida, aliás, basta observar as manchas de cacau pelo corpo ou atentar os ouvidos para os miados histéricos. Atendendo a pedidos, eis a ficha técnica das miniaturas:

* Pipoca (ex-Pimpão/Branquinho) já nasceu de capacete coquinho e com patas de ursinho de pelúcia.


* Pufosa (ex-Bufosa) veio na versão algodão doce.


* Os desenhos do rosto da Jujuba (ex-Vaquinho) lembram as caveiras das bandeiras de pirata.


* Pimenta parece um lobinho, com as orelhas compridas e os olhos cor de mel.


* E Kekinha (ex-Queixinho) é menina, mas tem cavanhaque.

1.9.07

Só falta parar de tomar banho e limpar a mão no cachorro

Acabo de me deparar com um montinho de cocô bem ao lado do Edifício Gatoca. Como a caixinha de areia nem está suja, sou levada a crer que os bigodes decidiram reviver o período medieval da história em que se atiravam excrementos pela janela dos castelos.

31.8.07

Muito com pouco

Essa manhã, o Edifício Gatoca passou uma reforma geral: a fachada ganhara cores vibrantes e o interior, mobiliário de design arrojado. No bairro, bem localizado, seguro e arborizado, costumam passear felinos famosos como Garfield, Félix, Tom e Cheshire.

Ok, ok, eu só mudei as caixas empilhadas de lugar na sala. Mas foi como se recebessem um sopro de vida. Sempre me surpreendo com a paixão dos bigodes por novidades (principalmente quando qualquer mínima alteração no contexto se enquadre em tal descrição).

No dia em que montamos a primeira versão do predinho, Clara Luz pulou logo para o último andar, Simba ficou com o segundo (bem longe do gatil) e Mercvrivs, invejando a coragem dos destemidos, acabou por recusar o térreo. Hoje, não há telhado no bairro que o peludo desconheça em suas escapadelas – e alguns pisos também, mas isso já é história para uma outra crônica.

30.8.07

Crescimento em ritmo de bolo

Parece que toda a manhã, quando abro a porta do quartinho para os Gudos, eles estão maiores. Como se dormissem no forno, polvilhados com fermento. Essa fase dos tamanhos compactos, barulhos de Atari e brincadeiras malucas deveria durar mais tempo.

29.8.07

Presentes fedidos

Esses amigos que dão tigrinhos de pelúcia encardidos obrigam os gatos a submetê-los a intermináveis sessões de beleza. Praticamente o Dia da Noiva. Obrigada pelo mimo, Fê. :)

28.8.07

Etiqueta das ruas

A idéia de usar recipientes maiores para a comida e bebida dos gatos parecia tão perfeita, que não me lembrei da falta de sociabilidade do Simba à mesa. Agora, se alguém chega perto da assadeira quando ele está almoçando, é presenteado com um croque relâmpago: a gente nem vê a pata laranja se mexendo, só a cabeça do coitado abaixando e levantando com o impacto.

27.8.07

Evolução em potes

O primeiro potinho de comida do Mercvrivs era um tapeware. Até comprarmos as clássicas tigelas de plástico no pet shop. Quando Clara e Simba chegaram, tive de substituir o recipiente de água pelos de alumínio com areia no fundo, evitando que a sala vivesse alagada. Hoje, trouxe da loja de R$ 1,99 uma assadeira tamanho família para a ração do exército de bigodes e uma vasilha de cachorro para as bebidas.

24.8.07

Hospedeiro seguro

Suspeito que Simba é o único gato aqui de casa que traz pulgas da rua porque elas não devem gostar de emoções fortes. Se Clara vive pulando, Chocolate correndo e Mercv chafurdando, quem sobrou?

23.8.07

Pacote turístico com injeção

Quando Guda foi ao veterinário pela primeira vez, o chorinho de pânico era o mesmo dos outros gatos. Mas ao invés de se esconder sob os assentos do carro, preferiu viajar o caminho inteiro olhando a paisagem da janela. Ontem, para tirar os pontos da cirurgia, a curiosa ainda testou três novos ângulos de contemplação: em cima do gatil, equilibrada em duas patas, empoleirada no encosto do meu banco.

Playground gigante

Os pequenos estão na fase mais divertida da existência: aquela em que tudo vira brinquedo. Começaram afogando um dos ratinhos de gatária (primeiro presente) no pote de água, descobriram as primeiras bolinhas de papel, mastigaram as primeiras cordinhas, fizeram o primeiro caixote de mansão, com direito a teto solar.

Agora, qualquer coisa que consigam tirar do lugar –durex, baralho, toco de árvore da lareira, revista, lixo reciclável– transforma-se, rapidamente, em entretenimento. E reaparece nos cantos mais inusitados da casa.

Ontem, perceberam que as pedrinhas do jardim rolavam, apesar das arestas, e resolveram empurrá-las por toda a sala, riscando o piso. Lembro-me da época em que investia fortunas nas tranqueiras coloridas do pet shop para o Mercvrivs filhote divertir-se com a meia furada da Mariana.

20.8.07

Duro de Matar – ainda em cartaz

A força da Guda continua me impressionando. Em nenhum desses dias ela demonstrou qualquer incômodo com a faixa do veterinário. E ainda deixou os pirralhos mamarem em sua barriga costurada. Na vez da Clara Luz, o corpete ficou tão esfiapado que mais parecia um vestido do Herchcovitch.

19.8.07

Portafechadafobia

Depois de velha, resolvi ter problemas respiratórios. E eles vieram todos juntos: rinite alérgica, bronquite, sinusite. Os médicos foram categóricos ao dizer que eu deveria me livrar dos gatos (quatro na época). Retornei apenas à consulta da pneumologista, que acreditava em florais e homeopatia. Os bigodes passaram a dormir na sala.

Noite após noite, ao ouvir o barulho da porta batendo, eles se reuniam instantaneamente do outro lado, sob o ideal compartilhado de reconquistar o direito de embalar em cama macia suas aventuras oníricas, e davam início a uma arranhação sem fim. Até que o movimento perdeu a força.

Mercvrivs (primogênito mimado), porém, não se conformou até hoje. E quando comecei a trancar o corredor também, aprendeu a miar de megafone. Agora, sobe no telhado pela janela do escritório, dá a volta na casa inteira e desce no jardim de inverno do quarto, só para poder se jogar em protesto contra o batente de madeira.

17.8.07

Sugestão do chef: picolé de barata e escargot

No dia em que quase caí do muro ao perceber a cabeça de uma cascuda-asquerosa-gigante saindo da boca da Clara, jurei guardar os beijos para animais que não tivessem o costume de limpar o próprio traseiro com a língua. Meses depois, porém, os Gudinhos nasceram –lindos, macios e perfumados– e a promessa fora esquecida. Até essa manhã, quando assisti de camarote o Vaquinho mastigar uma minhoca inteira e engolir!

16.8.07

Crescer: um mal necessário

"Eu sei que é gostoso e a vida fica uma merda quando a gente pára de mamar, mas precisa". Essa foi a única explicação que consegui dar à Queixinho, depois de tirá-la do peito da Guda por ordem do veterinário.

Modelo 82 com cheiro de novidade

Quando seu Celso terminou de consertar a instalação elétrica do meu banheiro, deu de cara com sua Brasília verde calcinha transformada em poleiro. Chocolate ainda tivera a empáfia de dormir dentro porta-malas do hómi e quase acordou na favela.

Gatinha de rua

Se um dia eu puder escolher o modelo das portas da minha casa, juro que evitarei detalhes transparentes na cozinha. Não tem coisa pior que almoçar com o nariz da Guda comprimido contra o vidro.

15.8.07

Ciência x religião

― Doutor, Chocolate anda com um comportamento estranho, distribuindo agressividade sem motivo. Rosna o dia inteiro, maltrata os filhotes (que até pouco enchia de mimos), bate nos gatos adultos, quase mordeu meu nariz. Pode ser verme? Raiva? Sarna de ouvido? Dor de barriga? De dente? Coisa pior?
― A saúde dela parece ótima, Beatriz. Leva para benzer.

Eu confesso que estou longe de acreditar em duendes, bicho papão e loteria. Mas, como Dr. E. salvara Mercvrivs da morte com Gatorade de limão em 2005, resolvi dar-lhe um crédito e caminhei até a igreja mais próxima:

― Boa tarde. Vocês benzem gatos?
― ...
― E casas?
― Para quando você queria?
― Quanto custa?
― ...

O poder da maternidade

Enquanto os outros gatos demoraram horas para despertar da anestesia, desfilaram bêbados pela casa por mais um tempão, enfiaram a cara no pote de comida sem que a boca abrisse, fizeram xixi em si mesmos e vomitaram diversas vezes nas cobertas, Guda Duro de Matar acordou em 45 minutos, bambeou apenas nas primeiras tentativas de sair da cama, quase limpou o pote de ração em duas bocadas, urinou na caixa de areia e nem chegou a colocar o jantar para fora. Depois de parir cinco, castração deve ser fichinha.


P.S.: Os Gudos é que estranharam a situação. Primeiro, acharam que ela estava morta, cheirando o corpo tombado com o rabo cheio, tipo espanador. Depois, puseram-se a observar passados o corpete zumbi andar para cima e para baixo. Experiência sofrida, eu sei, mas necessária.

14.8.07

Colo à vista!

Agora que os Gudinhos descobriram o colo, sento no computador e vai chegando um, depois outro, e mais outro... Bastam 15 minutos para que os cinco estejam amontoados numa área de menos de 60 cm2, exercitando a capacidade felina do equilíbrio. Triste é a cara do Mercvrivs quando se depara com a pensão lotada.

Motoboys felinos

Quando bate sol aqui na janela do escritório, os gatos parecem entregadores do China in Box no farol: sempre tem o mala de trás da fila que fica pressionando o da frente para ceder espaço rente à faixa de pedestres.

Amigos

- Djúlius, o que acha de combinarmos uma sessão de filmes com pipoca aqui em casa?
- Eu topo. Só não sei se rola nos próximos 374 finais de semana.
- Ah, vai... Prometo que te arrumo uma máscara antialérgica!
- Isso é o de menos, Bioca. A chance de se ter um gato homicida em uma população de dez me assusta!

10.8.07

Inimizades

Mercvrivs mal chegara em casa e já colecionava arquiinimigos: o mais odiado era, de longe, o Eduardo, competindo apenas com Severina, a boneca de vodu herdada do terceiro setor.

Esmagavam-se, em segundo lugar, o tapete da sala, o sofá-arranhador, o pano de chão da lavanderia, o edredom vermelho, os fios do computador, os botões das minhas blusas, as plantinhas que a Francisca cuidava com o maior carinho, meu óculos, quaisquer dedos e cabelos em movimento.

Como vocês podem perceber, não sobraram coadjuvantes para a terceira posição.

Gata-Aranha

O que se passa pela cabeça de um gato para subir em lugares de onde não conseguirá descer sozinho depois, ainda mais sabendo que não há nada lá?

Tira de pano vermelha: o segredo da felicidade

Tente tirar a gravatinha do Simba após a tortura no pet shop e verás um leão. Mariana, desavisada, ousou e teve de fugir dele a casa inteira, até devolver o adereço. Sua versão "gato de negócios" deve fazer o maior sucesso com as felinas.

Nos menores frascos...

De frágil Chocolate só tem o tamanho. Com a convivência, acabei percebendo que é ela que provoca os outros gatos. E se eles fogem de medo, a peste faz questão de ir atrás, bem devagarzinho, como nos filmes de terror.

29.6.07

Prólogo

Atualizado em 02.12.08

Diferente do Calvin, que levava para a escola Velociraptors e Tiranossauros Rex, ou da Mônica, que vivia brigando por causa do Sansão, seu coelho de pano azul, eu nunca tive um animal de estimação. Na verdade, minha mãe abriu exceção aos peixes, escolha que provocava certa frustração e boa dose de tédio em uma criança hiperativa.

Mas se a gente pedia algo mais dinâmico do que limpar o aquário mensalmente ou despedir-se dos cadáveres reluzentes antes de puxar a descarga, o diabo da razão tratava de assombrá-la com duas palavras impronunciáveis: gasto e bagunça, deixando para segundo plano (ou melhor, para um plano inexistente) a experiência de se aprender a aconchegar um coração que vive fora do seu corpo, mas bate cada segundo em sintonia ao seu.

Como mecanismo de compensação, acredito, cresci simpatizando com todas as vilãs dos filmes da Disney, de Rainha de Copas a Cruela Cruel, até que, 25 anos depois, o namorado da época me convenceu a adotar um algodão com pernas chamado Mercvrivs (02.12.05).

Nessa fase, eu ainda achava que conseguiria desinfetar as patinhas dele com álcool sempre que saísse da caixa de areia e ria do nome do cachorro da vizinha, pronunciado em tons agudos.

Aí, veio a Clara Luz, abandonada com os filhotes que nem cheguei a conhecer em um saco de lixo (10.04.06). E o Simba, machucado de briga (17.09.06). E a Chocolate, ainda bebê (14.02.07). E a Guda, mamãe (07.05.07). De cinco (22.05.07), atrapalhadamente batizadas como Queixinho (Kekinha), Pimenta, Vaquinho (Jujuba), Bufosa (Pufosa) e Branquinho/Pimpão (Pipoca).

Essas dez histórias vêm sendo contadas em novelinhas, cada vez que um bigode faz aniversário:

:: Exército de um homem só (Mercvrivs)
:: Dividir para multiplicar (Clara Luz)
:: Um é pouco, dois é bom, três vira festa! (Simba)
:: Bagagem extra (Chocolate)
:: Golpe da barriga (Guda)
:: Pane no sistema! (Gudinhas)

Nos demais posts, relatos atuais e empoeirados se misturam sem preocupação com a ordem cronológica, ora embalados pelo olhar ingênuo da descoberta, ora salpicados de uma ironia que só o cotidiano é capaz de maturar.

Respeitável público, apresento-lhes Gatoca.