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12.5.08

Golpe da Barriga - parte 3

Corpo mole

Chocolate Tamanho Família só queria saber de ficar esparramada sobre o cobertor que eu havia ajeitado no quartinho. Certa manhã, quando a forcei a caminhar para aproveitar o sol tímido que despontara no quintal, tive de agüentar um rosário interminável de lamentos. De hora em hora, então, eu a colocava no colo, acariciava seu barrigão e assistia a gordinha fazer massinha na minha perna, completamente hipnotizada.

Estratégias de convivência pacífica

Para evitar que a futura mamãe apodrecesse no quartinho, embora eu achasse que ela estava realmente gostando da idéia, arrumei um jeito de dividir a casa em duas partes (ela morria de medo dos bigodes e os bigodes não morriam de amores por ela): quando abria a porta da lavanderia que dava para o corredor externo, deixava o resto dos cômodos e o jardim da frente para os veteranos. Se fechava os bagunceiros na sala, levava a gordinha para passear pelos quartos. Acontece que sempre tinha um infeliz que ultrapassava o bloqueio e Clara chegou a partir para cima da coitada duas vezes com uma seqüência impiedosa de tapas, enquanto ela se encolhia assustada embaixo do armário da cozinha.

*continua*


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Foto da Umaga na casa nova!

http://gatoca.blogspot.com/2008/05/esqueletinhos-palavras-ao-vento_08.html

P.S.: A ex-queletinha agora se chama Nina e ganhou um irmão felino que atende pelo nome de Dink.

10.5.08

Especial: Dia das Mães 2008

Ser mãe é estar junto...


...trocar carinhos, confissões, angústias e sonhos.


Mas também faz parte saber a hora de brigar...


...e de impor limites.


Dedico este post à minha mãe, que não chegou a conhecer Gatoca, e às milhares de mães felinas abandonadas pelo mundo, que não tiveram a chance de dar a seus filhotes uma família como a nossa.

9.5.08

Golpe da Barriga – parte 2

The day after

Almejando melhorar a estadia da Chocolate Tamanho Família na garagem, improvisei um banheiro no pratão do vaso de flor e roubei tupperwares da cozinha para comida e bebida. O cobertor fedia desgraçadamente a mofo, mas ela só o abandonava para esconder-se dos curiosos sob o meu carro.

Quando a previsão máxima de temperatura bateu 16ºC, resolvi trazer a favelinha para dentro de casa. Isnard avisara que não decidiria sobre a adoção antes da viagem a trabalho e seria desumano deixar a barriguda congelando por tempo indeterminado, num imóvel com tantos cômodos. Principalmente porque toda vez que me ouvia na sala ela chorava.

Quentinha e segura, a futura mamãe nem se importou com o tamanho limitado do quartinho de bagunça. Mercv, Clara, Simba e Cho permaneceram dominando o resto do território, igualmente felizes. E eu insisti no esforço de não lhe dar um nome, porque dá-la depois disso ficaria bem mais difícil.

*continua*


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8.5.08

Esqueletinhos: palavras ao vento

Atualizado em 12.05.08

Lembram da cartinha da Thaís, dizendo que Umaga teria um lar com muito amor até que fosse para o céu dos gatinhos? Pois soube que ela se separou do marido no final de abril e não pensou meia vez em desovar a ex-queletinha*. Sorte que Susan arrumou-lhe um cantinho na semana seguinte, com vista para a Avenida Paulista, sob os cuidados de uma professora de história e seu filho advogado. A pequena agora se chama Nina e ganhou um irmão felino que atende pelo nome de Dink.


*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.

7.5.08

Golpe da Barriga

Na manhã do dia 7 de maio de 2007, dona Jane tocou a campainha aqui de casa para dizer que minha gata grávida estava dormindo na soleira de sua porta e quase foi atropelada por um carro ao tentar segui-la rumo à feira. Eu não tenho bigodes que mendigam no jardim dos vizinhos, muito menos grávidos, mas achei melhor checar e dei de cara com a Chocolate tamanho família: mesmo nariz sujo de cacau, mesmo corpo branco com as extremidades escuras, mesmos olhos azuis. E uma barriga invejável!

Deixei-a ficar na garagem, esperando convencer algum amigo a adotá-la. Pelo bairro, os bombonzinhos se multiplicariam como gremlins, engordando as estatísticas de animais famélicos e maltratados. Sem demonstrar vontade alguma de partir, a futura mamãe logo transformou o capacho da entrada em cama e ainda compôs uma sinfonia de miados engraçados para louvar o primeiro pote de ração.

Numa das vezes em que saí para conferir se estava tudo bem, encontrei Clara Luz sentada ao seu lado. Na visita seguinte, Mercvrivs e Simba haviam se juntado à rodinha de fofoca. Soltei, então, a pequena Chocolate para ver se a natureza as fazia reconhecer-se, mas, ironicamente, esse foi o único contato que rendeu ruídos de calabouço.

*continua*

6.5.08

Tem mensagem para você!*


*Como nem todo mundo deve ter pego essa fase da internet, achei melhor explicar: as fotos acima são da caixinha do correio aqui de casa.

4.5.08

Cada doido com a sua mania

Eu já estava na contagem regressiva para a quermesse aqui do bairro, quando papai resolveu cozinhar um panelão de pinhão e dividir com a gente. Eis que Chocolate também se interessou pela guloseima junina e ontem, na hora do lanche, a semente saiu voando da minha mão, atravessou a cozinha e se chocou contra o chão. Para a minha surpresa, porém, ao invés de comê-la, a pequena pôs-se a estapeá-la alucinadamente, como se fosse uma das bolinhas de alumínio.

1.5.08

Parquinho

Observar a Pimenta brincar no jardim me faz lembrar dos tempos de pré-primário, quando Mariana e eu voltávamos exaustas da escola, com o uniforme completamente imundo. Mamãe vivia ameaçando jogar no lixo e papai não casava de perguntar se a gente andava com os pés ao contrário, para conseguir gastar o tênis de velcro bege mais na parte de cima que na sola. Detalhe: no dia em que tirei essas fotos, a pestinha ainda estava com os pontos da castração!

29.4.08

Sala de estar... passada de vergonha!

Abaixo, a cartela do meu anticoncepcional, que fica guardada dentro do armário do quarto. No canto direito superior da foto, a libertina que desfilou com ela pela casa inteira, em frente às visitas. À esquerda, o cúmplice de pelúcia.

25.4.08

Gatoca no mundo encantado da literatura

Silvana Tavano é editora de saúde da revista Marie Claire, autora de vários livros infantis e dona do "Diários da Bicicleta", onde publicou um post sobre o Gatoca na tarde de ontem, com destaque especial à Chocolate, que está toda metida. Maria Amália Camargo também integra o mundo das letrinhas, viu o texto da Silvana e resolveu deixar um comentário fofo aqui no blog. Confesso que fiquei honrada com essas visitas! Admiro quem sabe dar nós na imaginação para conquistar uma criança. Enquanto os videogames modernos fazem cada vez mais sucesso simulando a realidade, eu queria era matar a curiosidade de ler "O mistério da gaveta", "Creuza em Crise", "Romeu suspira, Julieta espirra", "Muito pano pra manga"...


P.S.: Mercvrivs já aprendeu a publicar posts. E eu precisei apagar a primeira versão desse aqui, porque faltava colocar os links. Não duvido que logo, logo o peludo esteja escrevendo também.

21.4.08

O cúmulo da preguiça!

Contando ninguém acredita, mas quando uma das Gudinhas vomita aqui em Gatoca, as outras disputam a tapa a comida mastigada! E se a gente consegue limpar a sujeira antes, as pestes estraçalham o papel higiênico jogado na lixeira, sem a menor cerimônia.

18.4.08

Amar é...

...jantar pizza fria no trabalho e guardar o papel alumínio para fazer bolinha para os bigodes.

16.4.08

Dividir para multiplicar - parte 4

Show de horrores

Os pesquisadores da esquizofrenia deveriam estudar os gatos. Sempre que as coisas pareciam ter entrado nos eixos entre os bigodes, Mercvrivs decidia pular na cabeça da novata e a perseguia pela casa durante horas a fio, sem motivo aparente. Eu tentava trocá-los de quarto, brigava, batia também (de levinho!), colocava no colo. E quando estavam prestes a pegar no sono, a novela recomeçava. O mimado até perdeu a voz, de tanto protestar.

A gata e a fada

Os olhos da pequena pareciam de vidro, a boca já vinha com batom de fábrica e o pêlo brilhava dourado, ofuscando uma das patinhas e o focinho completamente negros. Ela saltava como se voasse e o caminhar lembrava o das bailarinas. Ao brincar sozinha, dava vida às bolinhas de papel. Nunca se opunha a um cafuné.

Clara Luz não podia ter outro nome! Era a fadinha do meu primeiro livro da escola, que se recusava a seguir as regras do manual de magia dos seres encantados e sempre se metia em trapalhadas. Quinta-feira, antes deu sair atrasada para o trabalho, comemoramos seus dois anos aqui em casa do jeitinho que ela gosta: só nós duas, um ratinho de catnip e muito dengo.

* FIM *


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Despedida
:: Saudade
:: Nunca foi tão difícil plantar girassóis
:: Os primeiros 30 dias
:: Clara finalmente virou girassol!
:: Girassóis góticos de Halloween
:: Uma caixinha especial
:: Luto: tempo contado em girassóis
:: Segundo aniversário sem ela, depois do caos

14.4.08

Dividir para multiplicar - parte 3

Laço de fita: o segredo da felicidade

O passatempo preferido da nova dupla felina era visitar o box do meu banheiro: bastava a gente se distrair um segundinho que lá estava o Mercvrivs bebendo água velha com shampoo e a gatinha brincando de carimbeira. Só então me dei conta de que não fazíamos a menor idéia de onde aqueles pezinhos imundos haviam pisado antes de parar no saco de lixo e decidi levá-la para tomar banho no pet shop. A experiência foi sofrida, mas quando colocaram um laço rosa gigante em seu pescoço, os miados escandalosos cessaram e a pequena voltou para casa toda empinada. Ao vê-la na porta de auto-estima renovada e elegante, Mercv saiu correndo para o abraço e os dois passaram o dia de namorico, espalhando pêlos perfumados sobre os móveis.

Criatividade esgotada

Depois de quatro dias sem conseguir escolher um nome para a gatinha, apelei ao Deus Google: pesquisamos princesas, bruxas, personagens de histórias da infância, músicas, contos de fadas, quadrinhos, filmes dos anos 80, pedras preciosas, deusas da mitologia e até palavras em latim. Nada. Mariana sugeriu Niagara, por causa da cor dos olhos e da intensidade da personalidade. Jubs queria Nala ou Kiara, as meninas de "O Rei Leão". Eu fui indecentemente vaiada com o singelo Estrela (em português mesmo) e acabei ficando sem graça de propor qualquer outra coisa.

*continua*


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