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15.10.08

Os últimos moicanos adotados!

Em um mês e meio, os três últimos esqueletinhos resgatados do cortiço da dona Lourdes* encontraram sua cara-família, como diz a Gaby. Piri Piri (escaminha) foi adotada pelo Rodrigo, no final de setembro, e hoje mora num apartamentão da Vila Mariana, com mais três irmãos felinos. Domingo retrasado, Talita (pretinha) conquistou a simpatia de José Renato, que já tinha uma siamesa de sete meses, e rumou para a Pompéia.

E esse final de semana, Daniela Karasawa, que sonhava com o número cabalístico de seis bigodes, decidiu levar o Romeu (amarelo) + a Amelie, o Angus e a Ricotta. Em companhia dos veteranos da casa, eles poderão montar o primeiro time felino de qualquer-coisa-com-bola do Morumbi! – porque eu nunca fui muito ligada em esportes mesmo. rs

Agora, só falta o Cartoon e o Leão ganharem um lar de comercial de margarina, com comida sem restrições e a merecida cota de dois sofás macios para estragar à vontade na vigência da vida. Tem também o Menino, mas primeiro ele precisa deixar a misantropia de lado para poder entrar na fila da adoção. O cortiço, aliás, já começou a ser demolido. Logo, logo não restará nem o pó das baratas da dona Lourdes. Espero, de coração, que alguém a ajude a descansar com decência.


*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.

13.10.08

2 mil!

Lembram que em maio o Gatoca alcançou a marca dos 1 mil comentários? Pois cinco meses depois, vocês conseguiram dobrar esse número! E como deixei acumular mais de 300 causos/elogios/dúvidas/reflexões existenciais (por culpa da correria profissional, doméstica e felino-canina), usarei este post comemorativo novamente para respondê-los:

Beatriz Vieira, Vani Vomit, Ana, Jô, Eliane, Kell, Rayssa, Sandra, Débora R., Mayara Luma Maia, Patrícia Carvoeiro, Joana Diggle, Lana, Renata, Luciana, Denise, Cruela, Mary Joss, Hilda, Vanessa, Claudia Vertemati, Dé e Amauri Santos, sejam bem-vindos ao blog!

Meninas do Alguém mais viu ou fui só eu?, Bigodes e Ronrons, Teodoro e Maquinim de Ronron, obrigada pelo carinho!

Em 2009, a gente pode organizar uma excursão nacional para a festinha de aniversário! Ainda não deu tempo de pensar na lojinha, aliás. Perdoem-me, consumistas de bom coração. rs

Bárbara, trabalhando num escritório chato, com algo chato e um chefe horrível, você deve receber uma fortuna (rs)! Quero ler a HQ! Quando vai rolar aquele encontro lendário? Você conseguiu levar o Meleca para passear na coleira? Thereza, os bigodes se adaptaram? Ana, como está o focinho estabanado? Amandinha, nossa tarde de fofoca precisará esperar um tico mais. É que ganhei de presente o worshop da Pilar Ogalla, uma super bailarina espanhola de flamenco! :)

O Marley continua aqui, Li (valeu pelo depósito, Itacira!). Provavelmente, porque não troquei o nome por Gandhi ou Buda, como sugeriu a Guiga. O problema de tentar permutá-lo, T.B., é que a fera não aceita outros animais. E segue lutando contra o enforcador de nylon, Bella. Até fiquei malhada, Leila. Mas só do braço direito, que segura a guia. Os adestradores costumam cobrar R$ 300 a mensalidade, dinheiro que não temos nem para consertar as coisas que ele estragou (duas portas, o vidro da janela da sala, a seta da moto da Mariana, a caixinha do correio, a pitangueira e as flores do jardim, vários adereços de plástico do meu carro). Vou experimentar o floral, dona Cachorreira Militante. Só não pega bem uma vegetariana comprar courinho, né, Estela? rs

Por causa do instinto caçador do hóspede eterno, os bigodes nunca mais viram o sol, Michelle. E isso anda me chateando bastante. A garagem de duas vagas, inclusive, vira prisão para um bicho desse porte. Mas parece que os apelos não ecoam. O músculo cardíaco do nosso cão hiperativo é grande demais para pessoas ordinárias.

Patrícia, o que aconteceu com a gata-onça? Márcia, você recebeu o meu e-mail? Saudade, Adri Quadrado! Alguém adotou o coelho do AUG, Sil? Denise, cadê você? E o pequeno Daniel? Quem dera ter o dom de encantar elefantes, Marta... Apesar da péssima influência do Marley, ainda não comecei a morder, Lu Aith. Pode se apresentar da próxima vez que me encontrar de bobeira no shopping, viu? rs

Carol, somos mesmo educados a acreditar que a picanha nasce na embalagem de isopor do supermercado. Mas o aquecimento global acabará mudando essa mentalidade. E há inúmeras alternativas de produtos vegetarianos no mercado. Semana passada, comprei um iogurte de soja com pedaços de morango que quebrava bem o galho.

O vermífugo de colocar na nuca custa muito mais caro, gente. E só resolvi submeter os bigodes à tortura da medicação, porque a Clara estava infestada de minhocas. No fim das contas, Cris, deu tudo certo. Ufa!

Quarta-feira, repeti os exames da finada miopia para confirmar se não havia sobrado nenhum grau e receber alta definitiva, Ana C. A operação mesmo ocorreu em março. Sofri um bocado, aliás, Lucy. Mas valeu cada lágrima. Principalmente porque meu corpo decidiu rejeitar a lente de contato, após dez anos, e com cinco graus ficava impossível achar a esteira ao sair do mar, assistir shows no meio da muvuca, caprichar na maquiagem para casamentos. Não desista, Dê! Um belo dia, você acorda cheia de coragem e, quando vai ver, já foi (rs). Dona Felina Família, se cuida!

Eduardo, descobri umas poesias antigas do Bitter Angel na internet, graças ao aniversário do Google, e lembrei de você. Leia "Sobre a tristeza", de 2000.

8.10.08

Minha miopia...

...zerou COMPLETAMENTE!!! Acabo de voltar da bateria de exames pós-operatórios e não estou exergando quase nada, por causa da pupila dilatada, mas precisava gritar para os quatro cantos do planeta que, depois de quase 30 anos de cegueira, hoje é um dia muito feliz! :)

Saiba mais:
:: O dia da cirurgia
:; A recuperação

Não me odeiem!

Consegui separar cinco minutinhos para escrever esse post, dizendo que não vou publicar post nenhum de novo. É que ando mesmo atrapalhada com os subfrilas (já até desencanei de dormir de madrugada). E hoje tem vacina nas Gudinhas, segunda dose de vermífugo em todo mundo e o tão esperado exame pós-operatório da finada miopia. Como nem só de desgraça vive um jornalista, porém, conto em primeira mão aqui no blog que fui convidada a rechear quatro páginas da Revista do Idec de novembro com um especial sobre adoção animal! Entrevistei tanta gente legal (Nina Rosa, Ana Gabriela de Toledo, Vanice Orlandi, deputado Feliciano Filho), que valeu cada quilo perdido na correria. Notícias em breve! :)

4.10.08

Seres sencientes

Hoje, começa a Semana Mundial dos Animais! E, para comemorar, a WSPA lança o primeiro documentário sobre a capacidade das nossas refeições de sentirem dor, medo, prazer, alegria, estresse, saudade. Algum leitor deste blog tem dúvida?

3.10.08

Naftalina

Em comemoração aos dez anos, Google publicou o index mais antigo disponível em seus servidores, ressuscitando os resultados da busca de 2001. E três matérias minhas, escritas para o Terra em 2000, aparecem na listagem! Eis a pergunta que não quer calar: por que eu demorei tanto para criar o Gatoca? Ah, lembrei! Por vergonha. E também porque, naquela época, a gente não tinha gatos. rs

1.10.08

Um é pouco, dois é bom, três vira festa! – parte 4

Do outro lado da janela

Se eu tinha alguma dúvida sobre ficar com o Simba, ela desbotou quando o vi correndo atrás do carro pelo retrovisor, como os cachorros das campanhas contra o abandono, após nos despedirmos para comemorar o aniversário do seu Humberto. E desapareceu de vez às 3h da madrugada, quando eu acordei preocupada com a tempestade e encontrei o leãozinho encolhido no barraco improvisado, super assustado.

No dia seguinte, perdi meia hora tentando convencer seu choro doído a entrar na caixa de transporte, para a funcionária do pet shop avisar que não davam banho em animais de rua. Como prova de que o coração laranja era inofensivo, dispus-me a segurá-lo e acabei levando de brinde três jatos d´água com shampoo na blusa.

O secador barulhento terminou de aterrorizar a criatura da roça, que tremia das orelhas à ponta do rabo rajado. Em nenhum momento, porém, o coitado fez menção de morder ninguém. E ainda deixou colocarem a gravatinha clássica! Eu rumei para o dentista fedendo à loção de gato, mas com a sensação de dever cumprido.

*continua*


Capítulo anterior: Um é pouco, dois é bom, três vira festa! - parte 3

P.S.: Só agora eu consegui terminar os textos do Prêmio Victor Civita! Estou praticamente respirando com a ajuda de aparelhos, mas não podia deixar o Gatoca criar teia de aranha. rs

26.9.08

Civil War

Se levar Mercvrivs, Clara, Simba, Chocolate e Guda ao veterinário fora uma tarefa hercúlea, imaginem a minha cara de pânico ouvindo o Dr. E. dizer que os vermes não deixariam de empestear os cobertores de Gatoca sem que TODOS os bigodes tomassem o remédio. Notem que ele estava se referindo a cinco gudinhas-do-mato, um projeto de leão e nenhuma espécie de ajuda! De volta a São Bernardo, respirei fundo e me esforcei para ignorar o tamanho grotesco das drágeas. Ao final de quase uma hora de batalha, baixas significativas assombravam o recinto: três comprimidos, um pedaço do meu dedo indicador esquerdo e a dignidade haviam partido em busca da luz. Sangue, patê e Endal coloriam os objetos do entorno, conferindo um aspecto surreal ao cenário pós-guerra:

24.9.08

Alguém tem que pagar as vacinas dos bigodes...

A gente sabe que está trabalhando demais quando as luzes da redação se apagam pela terceira vez, o crachá de visitante não funciona mais na porta que dá acesso ao elevador e o funcionário da recepção atende o telefone dizendo "bom dia". Se eu não publicar um post nas próximas horas, é porque fui esquartejada por um morador do Largo da Batata e arremessada no Rio Pinheiros. Ao menos voltarei para casa sem pisar no freio e com trilha sonora decente. rs

23.9.08

Como tornar sua vida ainda mais complicada!

Sabem aquele desafio da canoa, em que você precisa levar para o outro lado do rio um lobo, um coelho e um repolho, viajando de parzinho, sem que os remanescentes se comam? Pois foi assim que eu me senti ontem, tentando colocar cinco bigodes no carro para tomar vacina, com duas caixas de transporte e o Marley na garagem. Até que tive a idéia de prender a fera no portão do vizinho, inviabilizando o trânsito de pedestres na calçada por meia hora.

Chocolate e Clara (arquiinimigas) aproveitaram o passeio à Utinga para acertar pendências antigas, Simba não parou de chorar um segundo sequer, Mercvrivs se encolheu tanto que quase desintegrou e Guda decidiu empoleirar no encosto do banco bem em frente ao CET. O leãozinho ainda voltou para casa babando sangue, porque cobertor, pinça, seringa d´água e seis mãos não deram conta de enfiar-lhe o vermífugo goela abaixo!

P.S.: Esse post não tem foto por pura dificuldade de logística.

22.9.08

Orgulho!

Lembram da Amanda, que visitou Gatoca no mês de julho para participar da competição de barrigas com a Guda? Pois a pequena escondida atrás daquele umbigo gigante já completou um mês de vida e tem me roubado lágrimas copiosas toda vez que acesso o Herrerices. Quem acompanha as crônicas dos bigodes desde o início sabe que nunca usei o blog para fazer propaganda de outros. Mas bateu uma vontade louca de homenagear essa família de comercial de margarina, com direito à casinha em rua sem saída, dois frajolas ronronentos e um amor maior que o mundo:

Como tudo aconteceu
http://herreirices.wordpress.com/2008/08/29/como-tudo-aconteceu

Constatações
http://herreirices.wordpress.com/2008/09/06/constatacoes

Aprendizados
http://herreirices.wordpress.com/2008/09/18/alice-a-professora

Minha amiga, espero um dia ser metade da mãe que vi brilhar nos seus olhos àquele sábado. :)

21.9.08

Um é pouco, dois é bom, três vira festa! - parte 3

Choque de realidade

A raiva humana manifesta-se após um período de incubação, usualmente compreendido entre 20 e 60 dias, por meio de sintomas como febre moderada, cefaléia, insônia, ansiedade e distúrbios sensoriais, sobretudo ao nível da mordedura. Entre 24 e 48 horas, aparece a sintomatologia típica que, na raiva furiosa, assume decurso dramático, caminhando inexoravelmente para a morte entre dois e seis dias: excitação cerebral com crises de delírio e de agressividade, espasmos musculares dolorosos, convulsões, paralisias, hiperpirexia e asfixia terminal.

Esse foi o primeiro resultado da busca que Mariana fez no Google, dividindo a atenção entre minha mão mordida pelo Simba e o monitor. Bem que o pessoal do site Homeopatia Veterinária poderia ter mais tato ao contar que a gente corre o risco de rechear o caixão espumando, sem conhecer a Espanha, ver o Gatoca virar livro, ou experimentar os sorvetes novos da Kopenhagen. Eu passei a manhã do dia 15 de setembro de 2006 tentando falar com todos os postos de saúde do ABC, até que Dr. E. confessou-me que, em 25 anos de carreira, nunca havia atendido um animal raivoso. Refletindo sobre cada uma das dez doses diárias de vacina, além dos três reforços, eu concluí que acreditava nele.

*continua*


Capítulo anterior: Um é pouco, dois é bom, três vira festa! - parte 2

19.9.08

Um é pouco, dois é bom, três vira festa! - parte 2

E não é que o leãozinho voltou?!

Na mesma noite, aliás! E quando terminou de se entupir de comida e água, ainda quis descer no jardim para esmolar uns cafunés. Clara, indignada, tratou logo de devolvê-lo ao seu lugar, o alto do muro, manobra que me rendeu uma mordida feia na mão direita, sincronizada aos latidos da cachorra da vizinha! Mas Simba (nome escolhido pela Mariana em homenagem ao desenho da Disney) não demonstrava a menor vontade de ir embora. E acabou dormindo sentado ali mesmo, após testar 25 posições diferentes.

Acontece que a base de cimento era estreita e a cada meia hora o coitado desequilibrava, tornando a cair no gramado, para o desgosto da geniosa. Até que decidimos colocar um ponto final nos resmungos e trancamos os bigodes dentro de casa. O intruso ganhou um puxadinho caprichado na garagem, apesar de preferir passar a madrugada chorando com o nariz colado na janela da sala (comportamento de quem sabe que do outro lado há um mundo de aconchego!). Se eu imaginasse a seqüência de ações que aquele primeiro grãozinho de ração desencadearia...

*continua*


Capítulo anterior: Um é pouco, dois é bom, três vira festa!

17.9.08

Um é pouco, dois é bom, três vira festa!

Visita ensolarada

No dia 14 de setembro de 2006, quando voltei para casa após as correrias costumeiras de dona-de-casa-freelancer, ouvi um miado diferente, que não pertencia a nenhum dos bigodes. Do alto do muro, um peludo alaranjado paquerava a Clara Luz! Com movimentos sutis, coloquei um pouco de ração na base de cimento e o leãozinho até me deixou acariciá-lo. Antes de chegar na sobremesa, porém, a pit bull da vizinha tratou de espantar o coitado, obrigando-me a encher o telhado de guloseimas vingativas.

*continua*

16.9.08

Happy ending!

Depois de serem apedrejados pelos vizinhos da Cecília, que não queriam que ela continuasse alimentando os cachorros abandonados na Cidade da Criança, Caramelo, Geada e Pingo rumaram para o Riacho Grande juntos, graças ao coração de pudim da Antilha! Agora, eles moram numa casa quentinha, bem longe do risco de atropelamento, comem porcarias silvestres do sítio o dia inteiro e não precisam mais se preocupar com a proximidade da inauguração do parque! :)


Obs.: Esse era o buraco de terra em que a trinca do latido dormia para se proteger do frio.