Gatos são criaturas ativas e curiosas, o oposto das almofadas em que se transformam quando ficam presos em casa. Isso quer dizer que vocês devem deixar o peludo dar aquela virada de lata pelo bairro? Claro que não. Muito já se discute, aliás, sobre enriquecimento ambiental, mas ainda ouço falar pouco de enriquecimento alimentar.

Pensem que, quando a barriga começa a roncar na natureza, o bichano tem todo o trabalho de procurar a presa e raciocinar como pegá-la, estratégia que a gente até pode transformar em brincadeira, se não trabalhasse fora o dia inteiro. Resta aos coitados o tédio da alimentação monótona: mesma ração, mesmo potinho, mesma localização.
Aí, entram os comedouros interativos ou inteligentes, que incentivam o forrageamento (ato de buscar e explorar recursos comestíveis), evitando ansiedade e outros problemas comportamentais. Os principais pilares do enriquecimento alimentar, segundo a veterinária Larissa Rüncos são, portanto, complexidade, dificuldade e novidade.

Esses quebra-cabeças (ou puzzle toys) também ajudam a regular o ritmo das refeições, contribuindo para uma digestão saudável e prevenindo obesidade. Foi por isso, inclusive, que comprei um tabuleiro para o Intrú, o gorducho que já tinha ganhado uma colher com balança digital, 😂 ― e só pude estrear um ano e meio depois, já que no jardim as formigas não permitiam.

A teoria parece perfeita, mas funciona na prática?
Depende da velocidade de alimentação do animal e do formato do comedouro interativo que você escolher, principalmente nas famílias com mais de um gato. A ideia é ir testando até encontrar opções que, distribuídas pelos cômodos, possibilitem que cada um consiga acessar sua favorita e todo mundo coma ao mesmo tempo.
Se o bichano está acostumado com a ração poeirenta, precisa fazer uma transição ― não vale deixar passar fome ou se estressar, hein? Primeiro, coloquem um pote extra, em outro lugar, estimulando a procura. Depois, escondam petiscos pela casa. Só então apresentem o brinquedinho recheado.

Intrú aprendeu rapidinho a deslizar as peças do tabuleiro com a pata e o focinho. Mas nessa versão os grãozinhos encalham nas reentrâncias, demandando umas chacoalhadas antes de lavar. A vantagem é que ela custa barato ― como os preços ficam mudando na Black Friday, seguem os links para comprar na Amazon e no Mercado Livre.
Outro sucesso foi o joão-bobo da abertura do post (em promoção no Mercado Livre), que solta a ração rolando tipo um bichinho em fuga. Só não recomendo para pisos muito lisos, porque ele desliza em vez de tombar, causando mais frustração do que diversão.
E quero experimentar este modelo "faça você mesmo" (a partir de 10 minutos e 44 segundos), com rolinhos de papel higiênico ou toalha, sugerido pelo Jackson Galaxy, especialista em comportamento felino. Vocês também podem comprar objetos para cães de pequeno porte, mais comuns nos pet shops tradicionais.
Uma iniciativa simples, mas crucial para a saúde física e mental de gatos que vivem em ambientes fechados. ❤️
4 comentários:
O gorducho, além de lindo, é inteligentíssimo!
Ótimas dicas! Sempre tive receio de comprar um comedouro desses e apenas aumentar a pilha dos "presentes encalhados para felinos".
Ganhei um brinde que é uma bola que solta ração, mas fracassou por completo. Além de não soltar direito, casou mais desprezo que curiosidade. Terrível aquele olhar de censura que todo mundo aqui conhece bem, rs
Regina Haagen
Os meus tem num João bobo que é monopolizando pelo gato gorducho. Só ele come!!
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