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7.3.10

Culpa não se divide!

Vira-e-mexe eu recebo pedidos de ajuda de pessoas que nunca deixaram um comentário aqui no blog, nunca compraram um número da rifa, nunca fizeram propaganda de um peludo para adoção. Na maior boa vontade, respondo que dá para colaborar com a divulgação (privilegiada!) do bichinho. Mas as desculpas são sempre as mesmas: "Não posso pegar porque...

a) ...a grana está curta".
b) ...já tenho dois animais".
c) ...o apartamento é pequeno".
d) ...minha família não vai aceitar".

Pois a grana de freelancer também chega contada no fim do mês, eu tenho 14 bigodes com os temporários, até o banheiro de casa está lotado e meus irmãos não gostam nem um pouco de ver suas coisas destruídas pela gangue felina. Ainda assim, o Gatoca socorreu 69 vidas em dois anos e meio! Mágica?

Passar o problema para frente não é ajudar. O sem-noção (ou seria "coração"?) que usa essa estratégia provavelmente se sente aliviado, achando que "fez a sua parte", enquanto o bicho continua na rua, correndo os mesmos riscos. E a gente, que se esforça tanto, é que vai dormir com o bolo no estômago.

22 comentários:

Biianca disse...

Odeio isso, abandono de animais e maltrato!
Esses dias mesmo, encontrei uma gatinha de mais ou menos 8 semanas, eu e minha amiga cuidamos dela, dando leitinho (já que ela quase não tinha dentes.) também dei alguns mimos da minha Gata pra ela, a Bigoduda ficou toda feliz! Uma graça! No dia seguinte, a doamos, e eu consegui, finalmente, dormir com o coração socegado =D

Anônimo disse...

Oi, também adoro gatos (cachorros não). Tenho um casal com dois filhos pré-adolescentes neste momento.

Parabéns pelo trabalho.

Se quiser conhecer meu blog, que é um pouco menos felino que o seu - pelo menos na aparência -, clica aqui:

Um pouco além do óbvio.

Felicidades.

Milene disse...

Exatamente isso Bia. E pela ignorância, muitas dessas pessoas ainda pensam que a errada é você. "Mas como que ela não quis ajudar?"
Na maioria das vezes eles não param pra pensar nos custos, no trabalho e no tempo que os protetores perdem com animais abandonados. Mas eles pensam que, se você ajudou um, terá que ajudar todos, mesmo os que foram encontrados por outras pessoas. Se fosse possível ajudar a todos, com certeza faríamos isso; mas infelizmente não é :(
Se cada um fizesse sua parte as ruas não teriam tantos animais abandonados...

Patrícia disse...

Pois é, a gente precisa socorrer o gato, a gente precisa fazer alguma coisa... E eles não precisam nada, né? Nunca podem nada

Hoje em dia, quando recebo um pedido desses, mando a pessoa ler esse texto:

http://blog.acaoanimal.com/uteis-e-necessarias/desabafo-de-uma-protetora/

Tânia (Marienkäfer Laden) disse...

Pelo menos a rifa do pessoal eu compro, já que não posso ajudar de outra forma. Acho que o pessoal dá muita desculpinha esfarrapada mesmo. Entendo sua revolta.
Tb existe as pessoas que realmente não podem ajudar de certa maneira, mas de alguma forma sempre dá. Espero que esse post mude um pouco a cabeça do pessoal.

Aline Silpe disse...

Oi, Bia! tô contigo e não abro! Fico boquiaberta quando passo por situação semelhante, ainda mais porque o meu lema é: socorro primeiro pra pensar o que fazer depois. Nessa, já ajudei tanto bichinho a ganhar um lar e tantos outros que acabaram ficando aqui em casa que também não consigo entender a dificuldade que as pessoas têm de ajudar uma vida que pede ajuda. Alias, dá pra entender sim, já que tem gente capaz de maltratar o semelhante, imagina um bichinho?! Mas não desenima (e perca e esportiva!), não, porque felizmente há umas poucas almas boas que valem o sacrifício de acreditar (ainda) na raça humana! Bjks, Aline.

Doll disse...

Poizé, tenho dois posts no meu blog, um deles revoltado, sobre essas coisas. A pessoa não pode adotar, já tem 9392938 animais, okey. Mas 10 reais de uma rifa não empobrece ninguém e só vcs, protetores, sabem a diferença que faz!
As pessoas deveriam ter o mínimo de conciência de que aquele bixinho é uma vida tão, ou mais, preciosa quanto a delas!

Beijos!!!

Isabella Verdolin disse...

Você está coberta de razão. Tem gente que fica com pena de ver os bichinhos em situação de risco, mas não quer sujar um banheirinho de área de serviço para ajudar, muito menos sujar o carro, pagar veterinário e batalhar para conseguir um dono. É mais cômodo "empurrar" para alguém que já sabe como ajudar um animal. E ainda fica nervosinho porque ouve um justo "não". Se tivesse menos gente folgada e sem inicativa no mundo, haveria menos animais precisando de socorro.

Claudia disse...

Oi Bia, concordo com tudo o que vc disse. Mas faço um parentese no seu comentário: Eu acredito sim, que se as pessoas pelo simples fato de comunicar já está ajudando..muitas nem se importam, ou não ligam. E outra, já recebi pedidos de ajuda de pessoas que realmente não podiam fazer nada, além de pedir ajuda...ou o marido não queria e ia sobrar para ela, ou o pai era grosseiro e não gostava de animais..nesse caso fazer o que? insistir que a pessoa brigue com o pai ou marido ignorantes e obrigue eles a ficaram com os animais? Sabe o que poderia acontecer né? ou o animal seria judiado, ou a pessoa seria maltrada. Infelizmente não existe um mundo de Alice e essa é nossa realidade..tem pessoas que não tem dinheiro para se manter, o que dirá resgatar um animal, qdo comunicam o fato temos que as vezes dar graças a Deus..pois a maioria nem se importa. Acredito que a informação e conscientização é importantissma, só assim mudaremos as pessoas, mas não são todos.
Teve um caso que aconteceu comigo, a faxineira de uma amiga que mora numa pensão apanhou e foi parar no Pronto socorro por defender uma gatinha, que acabou morrendo depois sem ajuda..o que ela pode fazer, ela fez, que foi defender o animal, mas pagou por isso e o animal que estava sendo judiado acabou morrendo sem ajuda..quando fiquei sabendo era tarde. Ela não podia resgatar pois não tinha condições para isso, e qdo foi pedir ajuda era tarde demais.
Bom, é isso..não estou discordando do seu pensamento..de maneira nenhuma. Mas acho que a coisa é mais embaixo.

Bjs e Parabéns pelo blog.

Rose disse...

Beatriz, acho que o que ocorre é que, de modo geral, pensa-se que o protetor é um profissional e que, se acionado, deve agir e tirar das mãos e da vida daquela pessoa a criatura que despertou nela uma emoção com a qual muitas vezes não consegue lidar: a compaixão. A maioria das pessoas não tem noção de que o protetor é uma pessoa que tem as mesmas dificuldades de todos: falta de espaço, falta de tempo, falta de dinheiro, entre outras. O que difere o protetor das pessoas comuns é o amor que ele sente pelos animais e a disposição para assumir responsabilidades e fazer algo por eles, apesar das dificuldades e dos percalços. Mas creio que o caminho ainda seja muito, muito longo até cada um de nós entender que atrás de bigodes e focinhos vivem pequenas almas cheias de luz. Luz para nós. Não esmoreça, a cada um sua parte, conforme sua capacidade.

Isabella Verdolin disse...

Licença, Beatriz! Vou dar pitaco aqui: Cláudia, o caso que vc relatou era uma situação em que a pessoa nada mais podia fazer além de pedir ajuda. Creio que os comentários aqui não são sobre as pessoas realmente sem condições de ajudar, mas àquelas que estão em pé de igualdade econômica/social e que ainda assim, querem empurrar pra frente a ajuda aos animais abandonados. Já vivi isso muitas vezes e imagino que a Beatriz, com a visibilidade que o Gatoca vem ganhando, deve estar passando por isso elevado ao cubo! E se ela está dividindo isso aqui no blog, ela deve saber avaliar as condições em que ouviu isso. Aposto que não foi uma pessoa como no caso que vc relatou. Aliás, essa moça está bem? Espero que sim!

Danilo Régis disse...

A situação é sempre a mesma. O "público" de forma geral adora ver a magia de um palco formado, acha a produção linda e elogia. Mas é incapaz de ver que para existir aquela cena linda foi preciso muito suor e esforço.

Ninguém vê você correndo atrás de veterinário com matéria atrasada para entregar. Nem com arranhões depois de sessão de injeções. Nem com a grana torrada com remédios e comida. Nem viajando sabendo que está dando trabalho pra alguém... ='(

Você tem que escrever mais vezes que prefere ajuda para com os bichanos - não necessariamente os seus - ao invés de palmas.

A. disse...

Olha, eu fiquei com dez peludos no total por conta de coração grand, fora os tantos lares temporários num apê de 45 mts quadrados. Num dos casos, não tinha nem pra mim, pros filhogatos e pro meu marido e acolhi uma felina resgatada.

Sabem o que aconteceu? Uma matéria no jornal onde outra pessoa passou como salvadora do dia e usou a matéria para promover o trabalho dela. Como reclamei no jornal, falando inclusive que quem tinha ficado ali junto mesmo tinha sido a outra menina, a pessoa tomou ódio de mim e quando pôde se vingou.

Bacana, né?

Nem todo protetor é santo.

Pra mim, qualquer dez reais faz uma falta do cacete, mas tempo eu tenho algum. E é meu tempo que eu dou, o espaço no blog, o email pra todo mundo que conheço, telefonema, encher o saco dum vet pra conseguir desconto, um cantinho praquele felino do mato que tá com frio.

E vamos que vamos!!! Do jeito que dá.

Beijos a todas

anapaul disse...

Provavelmente é coisa de gente que não castrou a gata por n motivos (financeiro é disparado o primeiro!) e depois não sabe o que fazer com os filhotinhos. Ou pegou um gato sem pensar muito nas consequências do ato ou até ganhou de presente.
Caramba, quando as pessoas vão se conscientizar sobre a posse responsável de animais?

Anônimo disse...

Bem, eu compareço aqui vez por outra porque uso micro do escritório. Não tenho blog, vivo do meu trabalho e moro numa chácara fora de SP com 20 cachorros e 9 gatos, uma filhotinha que estou tentando doar e outros que estão em outro lugar. Na cidade onde moro não há ajuda de espécie alguma, somente dos simpatizantes (poucos). Então todo trabalho c/ animais de rua é feito c/ recursos próprios. Não dá pra ajudar c/ nada. Sinto muito. Acredito que não foi abuso mencionar os gatinhos pra doação.
Somos poucos e o trabalho é muito.
Abs.
Ana Maria

Beatriz Levischi disse...

Quem quer ajudar de verdade arruma um jeito, né?

É exatamente esse tom de "como você, protetora, ousa abandonar uma vida?" que acaba com o meu dia, Milene.

Rose, sinceramente não sei se as pessoas desconhecem que nós encaramos as mesmas dificuldades de qualquer um para transformar sapos em príncipes, ou se não passam de folgados sem iniciativa, como a Bella escreveu.

Com relação à classe social dos sem-noção, Bella também acertou. Gente humilde geralmente divide o pouco que têm com os animais. E se vira para encaixar um novo membro na família, sem frescuras.

Danilo, ganho outro café-sem-café na padoca da Kennedy para desabafar? rs

Os humanos realmente demonstram preguiça de pensar, Isaias.

Ana Maria, o post não era para você. :)

Elaine disse...

Oi Beatriz, tudo bom?
Então, estive pensando. Os visitantes do seu blog são de diversas partes. Sendo assim, não seria interessante um "mural" de anúncios para que pessoas de mesma cidade/ região saibam quem precisa de ajuda e se ajudem? Acho que em alguns casos, até ajuda com limpeza, para quem não tem grana, serviria, não? As próprias pessoas postariam o que precisam. Ou falei bobagem? Pensei nisso porque seu blog é bastante visitado e tem grande alcançe.
De qualquer modo, estou pensando aqui outras formas de alcançar ajuda, já que muitas vezes o fator financeiro tem sido limitante.
Forças!

Kell disse...

Bia... não sei se meu pedido de divulgação dos meu gatos te ofendeu, mas é que realmente eu não sabia o que fazer depois do Jubi ter sido envenenado. Se te ofendeu, me desculpe pois em momento algum eu estava pedindo que você assumisse a bronca, mesmo porque não acho que essa seja responsabilidade. Como eu, você é só mais uma que não aguenta ver um gato na rua.
Ainda estou com a gataiada dentro de casa e já consegui adoção pra pelo menos 1 deles, graças a Deus.
Ainda não sei o que fazer já que tenho amor pelos bichinhos e realmente não quero me desfazer dos adultos.
Mas enfim... se fui um dos casos que te ofendeu, mais uma vez, me desculpe.

Carol De Nardi disse...

Olá ! Eu sempre leio o seu blog e desta vez resolvi comentar (risos).
Concordo com tudo o que disse. Eu tenho 2 bigodes e 3 afilhagatos na espera por doação.. vc pode imaginar a situação !
beijos !!

Beatriz Levischi disse...

Gatoca, na verdade, é um blog de crônicas felinas, Elaine. Eu escrevo sobre os temporários porque eles encalham e acabam fazendo parte da família. :)

Kell, o post também não tinha a ver com você. Como eu disse no texto, pedido de ajuda com divulgação a gente nunca recusa. Você não leu minha resposta?

População de temporários maior que a fixa é mesmo preocupante, Carol. rs

Michelle disse...

Oi Bia, entendo sua preocupação.
Mas a maioria das pessoas acham que pelo simples fato de pedir ajuda, já está ajudando..entende?
Muitas vezes já ajudei pessoas que me pediram ajuda, como outras vezes tive que negar..e ficar com a bola no estômago como vc mesma disse. Mas fazer o que...Eu ainda sonho com um mundo de Avatar...qdo esse dia chegar me mudo para lá, sem avisar.
Enquanto não chega, vamos fazendo nossa parte como dá.
Beijos
Michelle

Fabiana - Mopi Bichos disse...

Pois acabei de responder ao mail de uma "protetora" que diz ter feito sua parte repassando o caso de cinco gatinhos de menos de um mês que foram jogados na casa de uma conhecida dela que já ameaçou devolvê-los para a rua.
Disse que o que ela chama de fazer sua parte repassando eu chamo de passar o problema para a frente. Nunca repasso mails desse tipo, desses "protetores de sofá", que só recebem o apelo, lamentam mas não fazem nada, principalmente aqueles que ainda têm chantagem. Como disse a Bia, isso só deixa meu dia mal também...