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30.11.08

Em Santa Catarina também vivem animais!

Ontem, fui sacar dinheiro no caixa eletrônico do shopping e o Banco do Brasil me pedia para transferir parte dele às vítimas das chuvas de Santa Catarina. A empresa em que Mariana trabalha está arrecadando roupas e alimentos para os funcionários desabrigados. Até minha médica homeopata veio falar sobre o assunto. O que as pessoas esquecem é que os animais de estimação das famílias atingidas pela tragédia climática também precisam de ajuda.

Segundo os apelos que tenho recebido por e-mail, há cães mortos presos a coleiras, gatos ilhados em apartamentos, centenas de bichos sobre telhados e árvores, outro tanto vagando perdido pelas ruas. Todos com fome, medo e frio. Quem puder doar ração, remédios, casinhas, serviço voluntário, basta escolher uma das organizações não-governamentais listadas no site da Prefeitura Municipal de Florianópolis ou do Grupo pela Abolição do Especismo de Porto Alegre.

28.11.08

Bigodes na AnaMaria!

A matéria de capa da AnaMaria, essa semana, traz o relato de cinco mulheres que tiveram suas vidas transformadas após adotar um bicho de estimação. Adivinhem quem é uma delas?! Creio que minha mãe deu várias piruetas no túmulo, aliás, com a aspa fictícia de que "deve estar feliz de ver nossa casa cheia de luz – e de bagunça, muita bagunça". Os leitores mais antigos do Gatoca sabem o quanto ela cultivava aversão à idéia de conviver com animais fora do aquário. Mas valeu pela divulgação do blog. Abaixo, os bastidores do ensaio fotográfico tragicômico que me fez perder uma tarde inteira, graças à sociabilidade exacerbada do Mercv, e acabou nem saindo na revista. rs

Boletim Pandora - 28 de novembro

Nossa pantera já tomou a injeção de Imizol para a doença do carrapato e continua sendo medicada com vitamina e ferro, por causa da desnutrição. De ontem para hoje, a excreção dos restos de placenta melhorou bastante e o cocô não guarda a menor semelhança com o caldo verde musgo que a criatura deixou impregnando o banheiro aqui de casa. Quando apareci na clínica veterinária para visitá-la, a animação era tamanha que o passeio pelo bairro teve até corrida com obstáculos. :)

27.11.08

E da loteria nem sinal!...

Os vizinhos devem estar pensando que eu larguei o jornalismo para ganhar a vida passeando com cachorros. Hoje cedo, mal havia deixado a Pandora no hotelzinho da clínica veterinária, precisei voltar com o Marley, arrastando orgulhoso um tênis velho que encontrara no parque.

É que, da noite para o dia, ele desenvolveu uma dermatite aguda úmida na base do rabo e a pele ficou todinha em carne viva. Segundo Dr. N., esse tipo de bactéria costuma atacar pastores, labradores e rottweilers. Até para doença nosso cão indoável tem classe (embora a estética sedan pareça ligeiramente prejudicada). rs

26.11.08

Duas bombas!

Pandora está com a doença do carrapato. Deu no exame de sangue. O tratamento é simples, à base de antibiótico, mas deve começar logo, por causa do quadro severo de desnutrição. Acontece que Paula não tem mais condições de continuar com ela e me pediu que providenciasse a "mudança" o quanto antes. Larguei o trabalho, peguei um trânsito infernal na Bandeirantes, assisti a cachorra vomitar a alma três vezes e, quando voltamos para São Bernardo, a clínica veterinária havia fechado.

Resumo da ópera: no banheiro aqui de casa agora mora uma pastora belga gigante. Marley não se conforma. Nem os bigodes. Muito menos a coitada. E eu cansei de repetir mentalmente que isso não podia acontecer. Quem souber de um lugar menos insalubre para acomodar nossa pantera temporariamente, mande sinal de fumaça (não há risco de contágio!).

Pan precisa de um coração que bata em sintonia ao dela, disposto a entender o abandono, a perda da ninhada, a saúde fragilizada. Como retribuição, o ser ascencionado ganhará uma amiga linda, carinhosa e fiel. Palavra de quem foi recebida com festa por tê-la recolhido da rua entre moscas, quando todas as outras pessoas lhe torciam o nariz!

25.11.08

Cão em fuga

Por razões que a ciência desconhece, o portão automático aqui de casa abriu sozinho no sábado e, quando o guarda resolveu nos avisar, Marley já estava longe. Desesperadas, Mariana e eu desandamos a correr pelo bairro debaixo de chuva, ela de pijama e eu com a saia rodada do flamenco. Todo mundo dizia que o infeliz havia rumado para a avenida, justo o caminho que a gente evita nos passeios. E de lá as opções se multiplicavam: Centro, Rudge Ramos, Santo André. Na dúvida, preferimos continuar a busca motorizadas. Ela ficou com o entorno e eu fui para longe.

Tentei primeiro o lado esquerdo da pista, depois o direito e, por fim, reto. Sem sucesso. Só de pensar na infinidade de ruelas em que o aloprado poderia ter se embrenhado, o estômago doía. Até que São Francisco de Assis me soprou a idéia de pedir informação para a moça que distribuía panfletos no farol do Metrópole: “Ele arrastava uma guia amarela? Eu vi, sim. Passou voando ali atrás da parada do trolebus”. Fiz uma volta enorme e dei de cara com a criatura, seguindo na contramão da Faria Lima.

Sem pensar meia vez, liguei o pisca-alerta, sentei a mão na buzina e só lembro da cara de pânico do motorista do ônibus crescendo na direção do Escortinho. Por um milagre, Marley atendeu ao meu chamado de primeira e, antes de provocar um acidente sério, endireitei o carro alegórico na Sapucaí, pedindo desculpas aos motoristas pelo papelão. Agora, com a taquicardia controlada, não paro de pensar como o desembestado conseguiu atravessar três avenidas gigantes e se sujar a ponto de feder carniça, em menos de 40 minutos! Bem no dia seguinte ao banho...


Obs.: Passado o susto, tratamos de providenciar uma coleira de identificação suficientemente chamativa para o meliante.

24.11.08

Plantão Gatoca

Ontem, eu fiz uma promessa a vocês que não poderei cumprir. Só verá a carinha dos filhotes da Pandora quem cruzar a ponte do arco-íris. Durante a madrugada, aliás, ela destruiu a casa inteira da Paula, tentando entender onde haviam se escondido aquelas vidas tão pequeninas. Menor ainda ficou o nosso coração.

23.11.08

Extra, extra, extra!

Os bebês da Pandora nasceram essa madrugada! A cada meia hora, ela puxava uma bolinha com a boca, rasgava a placenta, limpava o nariz da criatura, cortava o cordão umbilical numa única dentada, pressionava o corpo com a língua até ouvir o chorinho, comia a meleca toda e continuava lustrando o rebento. Paula presenciou o episódio completo, munida de tesoura, fio dental e o manual do parto, caso precisasse dar uma força à mamãe.

A notícia triste é que por três vezes o clássico chorinho não saiu. E não teve amor no mundo capaz de contornar o estrago de uma gestação na rua. Nossa guerreira bem que tentou. Rocky, inclusive, permanece lutando para chegar ao último assalto. Na verdade, só Axl, o loiro barrigudinho, parece apto a agüentar a crítica do público após a falácia de "Chinese Democracy". Pan está exausta e merece descansar. Prometemos fotos em breve!

22.11.08

Lava, lava, lava, lava...

Ontem, Marley foi tomar banho. Seu primeiro banho fora, aproveitando a diária da hospedagem na clínica veterinária que a Pandora não usou. Quando a criatura chegou pulando no recinto, já me avisaram que o processo levaria umas duas horas. O que eles não deviam imaginar é que a coitada responsável pela tarefa retornaria à recepção descabelada e cuspindo pêlos. Eu também não previ que nosso cão indoável jantaria a gravatinha.

21.11.08

Delicadezas

Quando Miharu leu o post sobre o milagre das caixas de transporte, ficou tão sensibilizada que resolveu mandar reforços pelo correio, de Curitiba! Em caso de incêndio, cabem uns quatro bigodes esmagados aí dentro da barraca vermelha fácil! Só não garanto que eu consiga carregar. rs


Os presentes da Marcia vieram de mais longe ainda, com o convite para uma visita a Sherbrooke e a justificativa de que o Canadá anda precisando de mais gente como eu. Começo a juntar as moedinhas para garantir a passagem de 2020 esse ano mesmo! ;)


Obrigada pelo carinho, meninas! :)

19.11.08

Bigodes no Rancho!

Qualquer amante de animais ou telespectador do Fantástico sabe que o Rancho dos Gnomos abriga as versões originais dos nossos bichos de pelúcia - entre as 400 vidas do santuário ecológico estão leões, tigres, macacos, onças e veados-catingueiros, todos apreendidos por maus-tratos, tráfico ou exploração em circos. O que vocês não devem imaginar é na quinta-feira eu recebi um e-mail da "família do Rancho", dizendo que o Gatoca passara a integrar a seção de links do novo site, comprometido em divulgar iniciativas de cunho informativo relacionadas ao meio ambiente. Agora a responsabilidade dobrou! rs

16.11.08

Marley no cinema!

Alguém seria capaz de escolher um nome mais perfeito para o nosso cão indoável?! rs

http://cinema.uol.com.br/ultnot/multi/2008/11/13/0402326CC0913326.jhtm?marley--eu-0402326CC0913326


P.S.: Quem topa assistir a pré-estréia comigo? :)

13.11.08

Casa de esperança

Enquanto eu pensava num jeito poético de começar esse post, recebi dois e-mails de leitores querendo participar da vaquinha da Pandora e achei melhor optar pela objetividade: parem os depósitos! A conta do veterinário foi quitada e sobrou dinheiro até para o ultra-som (com 20% de desconto, graças à Drª. Raquel). Como o pessoal da clínica suspeitava, nossa pantera está mesmo grávida!

As bolinhas de pêlo (cinco ou seis) medem 9 cm, se mexem feito dancing flowers e devem dar as caras em dez dias. Eu nunca fiquei tão prostrada em frente a um computador, aliás. Assistir aquelas mini-vértebras enfileiradas e os coraçõezinhos batendo acelerados me encheu de emoção. Pan, no entanto, acho que trocaria tudo por um punhado de grama para esvaziar a bexiga.


De banho tomando, nós rumamos para o Brooklin, onde a família Plank aguardava ansiosa a chegada da princesa. Paula soube do abandono pela Fabi, presidente do Mopi, e não teve dúvidas de que se tratava da sua futura cachorra. Só faltava convencer o Bob, um border collie de 16 anos, também resgatado das ruas.


O primeiro contato entre os peludos pareceu promissor, com direito a rabinho balançando da parte dele e uma exibição tímida de dentes da parte dela. Agora, os filhotes poderão vir ao mundo em paz e talvez até integrar a matilha dos Plank, antigo sonho da jornalista, inspirado na coleção de corgis da rainha Elizabeth II.


Desfecho mais que perfeito, se eu não tivesse visto o focinho da minha fiel escudeira espremido entre as grades do portão para se despedir. Eita coração de pudim!... :\

P.S.: Obrigada pelo empenho fantástico de vocês na divulgação da Pandora! E também pela ajuda com as despesas. Vou respondendo os e-mails aos poucos, nos intervalos dos subfrilas. :)

11.11.08

Caixa de esperança

Chega uma hora em que a gente se vê obrigado a estabelecer critérios objetivos para socorrer a infinidade de animais cujos olhares de súplica acompanham nossos passos desconcertados pela rua. Doentes, cegos, estropiados e panacas girando em círculo no meio da avenida valem resgate. Os demais têm de se contentar com um punhado de comida, algum carinho no pêlo emaranhado e meia dúzia de lágrimas disfarçadas.

Ontem de manhã, desovaram esta pastora belga na encruzilhada aqui de casa feito um artefato de macumba. Imensa de grávida, a coitada passou o dia jogada na calçada, como se estivesse morta, despertando nas pessoas que tropeçavam em suas patas a mesma compaixão da bituca de cigarro. Dizem que ela só levantou a cabeça para abocanhar, com sacola e tudo, as salsichas que eu comprei na barraca de cachorro-quente.


Mesmo atolada de trabalho, eu perdi a tarde tentando encontrar-lhe um abrigo provisório (sem dez bigodes e um Marley encrenqueiro preso ao poste). Quando começou a chover, porém, não agüentei imaginá-la submersa, convenci dois transeuntes a colocarem seus 35 quilos de barriga dentro carro e nós rumamos para a clínica veterinária mais próxima. A gestação da criatura parece avançada, embora não dê para descartar totalmente a possibilidade de piometra.

Dr. N. aceitou cuidar dela, no máximo, até sexta-feira, por causa do feriado. Eu já deixei um cheque de R$ 258, incluindo a consulta (R$ 60), o banho (R$ 40), os vermífugos (R$ 18) e as quatro diárias da hospedagem (R$ 35 cada) – o Frontline havia sobrado da doação da Merial. Preciso saber, então, se alguém topa acolher a futura família após esse período. Diferente do nosso cão indoável, Pandora é super quieta, doce, obediente. E de raça européia! Sem contar que a experiência de assistir ao nascimento de uma ninhada arrepia a alma.


Outra pergunta importante: vocês se comprometem a divulgar os filhotes incansavelmente até que todos encontrem um lar decente, além participar da vaquinha das vacinas e das castrações? Em caso de silêncio generalizado ou de respostas negativas, minha metade capricorniana racional autorizará o aborto sem a menor culpa. Para estar vivo não basta respirar.


Obs: Esta última foto é de hoje, provando que ração de qualidade, atendimento veterinário e um tico de amor transformam qualquer sapo em príncipe. Quem quiser ajudar com as despesas, aliás, eis o número das contas:

BB
Beatriz Levischi
Ag: 1561-X
C/c: 6830905-8

Itaú
Textrina Serviços Ltda. ME
Ag: 0185
C/c: 08360-7


Epopeia da Pandora:

:: Caixa de esperança
:: Casa de esperança
:: Nascimento da ninhada
:: Morte da ninhada
:: Devolução
:: Boletim - 28 de novembro
:: Boletim - 1º de dezembro
:: Boletim - 8 de dezembro
:: Sítio temporário
:: Doação de conto de fadas
:: Primeira primavera
:: Segunda primavera
:: Festa em Sorocaba
:: Terceira primavera
:: Quarta primavera
:: Quinta primavera
:: Sexta primavera
:: Sétima primavera
:: Oitava primavera
:: Nona primavera (atrasada), com vídeo!
:: Décima (e última) primavera
:: Fim
:: Pandora veio me visitar!

8.11.08

Adestramento, faça chuva ou faça sol

Nós não pretendemos ficar com o Marley. Mas o fato é que ele continua aqui e a situação beira o insuportável. São quase três meses de trabalho com o barulho ensurdecedor da fera tentando derrubar a porta da sala, quase três meses de idas ao ortodontista sem escovar os dentes porque não deu para entrar em casa, quase três meses desenterrando partes do carro do jardim para abrir o portão da garagem sem risco de fuga, quase três meses de passeios torturantes (para ambas as partes).

Quem acredita que eu não estou investindo energia suficiente para encontrar-lhe um lar decente, sinta-se convidado a colaborar. Há cartazes da criatura espalhados pelo ABC inteiro, anúncios no Vida de Cão, Cachorro Perdido, Sampa Online, dúzias de amigos repassando os apelos (as ONGs, infelizmente, só investem na doação dos seus resgatados). Quando converso com alguém, de chefe de redação a garçom de restaurante, arrumo sempre um jeito de contar a história do figura. Todo mundo acha lindo, mas ninguém quer o enrosco. Exatamente como acontece aqui no blog. Por isso, inclusive, penso que o adestramento vale a pena.

Só que os dois profissionais para quem ofereci a parceria recusaram o "desafio". Se a Juju agilizar mesmo o contato com o Alexandre Rossi, agradeço de joelhos. E a vaquinha fica como plano B – sugiro que os interessados em participar já mandem um e-mail para bialevischi@yahoo.com.br, indicando o valor da contribuição mensal (o treinamento deve durar um semestre). Marley não merece ser descartado feito um sapato velho, de novo, porque teve o azar de nascer cachorro. Dessa vez, vocês pegaram pesado.