Era uma vez uma giárdia...

Atualizado em 09.09.09

A epopéia contra a giárdia dos bigodes começou em julho, quando eu peguei o primeiro cocô com sangue numa das caixas de areia. Dias se passaram até que o autor da obra se revelasse. E a gente ainda nem sabia que era giárdia. Toca levar uma amostra das fezes do Simba (sempre ele! rs) ao laboratório e torcer para que o protozoário desse as caras de primeira.

Existia, ainda, a possibilidade de tragédia pior, como um câncer de intestino. Suspeito que as orelhas de São Francisco queimaram horrores aquela semana. Com a giárdia detectada (ufa!), faltava descobrir um tratamento viável, que não exigisse comprimidos enfiados goela abaixo a cada 12 horas, já que os dez selvagens teriam de passar pela tortura.

Dr. N. pesquisou, viu que o Stomorgyl continha metronidazol como o Giardicid, mas com doses diárias, e a Merial confirmou sua eficácia extra-bula, contanto que dobrássemos a quantidade indicada. As folhinhas do calendário continuaram voando, até que a empresa finalmente topou doar sete caixas do remédio para o Gatoca.

Precisei buscá-las na central dos Correios, porque o carteiro conseguiu tocar a campainha aqui de casa enquanto eu tomava banho três vezes. A chacina se iniciou na segunda-feira, com a tentativa frustrada de cortar sozinha 180 unhas de polvo. Quando Dr. N. partiu, à tarde, eu colecionava talhos nas duas mãos e um furo no braço direito que lembrava Jesus pregado na cruz.

Ontem, o coitado do veterinário deixou a toalha de banho usada para imobilizar as feras vermelhinha. Jujuba andava pelas paredes do escritório como se estivesse no globo da morte. E hoje foi a vez da Pipoca quase me presentear com uma amputação de perna a frio. Restam só sete dias...

*continua*

Beijoqueiro

Nos tempos de faculdade, fui apresentada a um arqueiro figura por um maluco que se dizia caçador de vampiros. Dentro do apartamento minúsculo do Arouche, Canale jurava que sua gata falava cinco línguas. Bastava pedir kiss, beso, bacio, baiser ou kuss que ela ia correndo esfregar o focinho na mão do velho. Jacob não é poliglota, mas se acha que a gente fez algo muito legal, abraça o antebraço à força e enche de lambidinhas ásperas.

Maturidade

Jujuba não tinha a menor noção de espaço quando era pequena. 80% dos estrondos que ecoavam pela casa vinham das colisões de sua cachola com objetos estáticos. Dois anos depois, a cabeça continua dura, mas aprendeu a fazer curvas.

Dr. Pet em cinco cliques

Alexandre Rossi será capa da AnaMaria (Ed. Abril) com uma matéria fofa sobre as lições de vida que os animais de estimação nos dão. E como eu assino o texto, fiz o sacrifício de acompanhar a sessão de fotos (rs). Eis os bastidores da empreitada, especialmente para o Gatoca:

Aquecimento com petiscos


Estúdio da Adri Felden


Doce de leite no rosto: o segredo de uma boa lambida


Estopinha escolhendo seus brinquedos


Ensaio fotográfico canino

Duets

Dia de excursão ao vet! Jacob e Edward vacinados.

Mel e Sweet (as gatinhas do Isnard) castradas.

Duas calças ensopadas de xixi.

E os meninos ainda me presentearam com esse dueto:

Insuportavelmente ronronante!

Alguém já viu um gato saltar contra pernas humanas para ganhar carinho?

E engraxar meias floridas com a cabeça?

E mamar em blusas de lã?

Por acaso ele merece passar o resto da vida assim?

P.S.: O banheiro aqui de casa não é verde. Eu é que só sei editar foto. rs

Ímã de maluco

– Você é voluntária de quê?
– De uma ONG que ajuda animais.
– Compra uma revista?
– Obrigada, mas eu já ajudo os animais.
– Eu também, só que os racionais.
– Cada um luta pela causa em que acredita.

Por que, num universo de milhares de pessoas como a feira da Vila Madalena, os freaks sempre resolvem colar em mim?

P.S.: O estande do AUG fez o maior sucesso! Tinha até almofada de bigode. E várias leitoras do Gatoca que morrem de vergonha de deixar comentários vieram se apresentar. rs

Lugar de xixi é na caixa de areia!

Dia desses, uma leitora desesperançada me escreveu pedindo dicas de como acabar com o xixi dos bigodes rebeldes pela casa. Ela entendeu que o vinagre cumpria essa função. Acontece que ele só serve para tirar o cheiro de urina, evitando que o local seja novamente confundido com banheiro. O que corta o mal pela raiz é descobrir o motivo do protesto.

Às vezes, o bichinho quer apenas chamar a sua atenção. Pare e pense se houve alguma mudança significativa na rotina da família, se ele passou a ficar mais tempo sozinho, se teve de dividir carícias e guloseimas com um novo membro, quadrúpede ou bípede. Também pode ser que o peludo esteja com algum problema de saúde. Nesse caso, um bom veterinário resolverá a questão.

Existe, ainda, a hipótese de a criatura não gostar da areia escolhida para a caixinha. Os meus, por exemplo, rejeitaram a de sílica. Experimente todos os tipos e marcas de granulado higiênico do pet shop. Ah! Machos não-castrados fazem isso para marcar território. Se você desconhece os benefícios da cirurgia, leia este post.

Segundo aniversário do Gatoca

Quem não foi à festinha de dois anos do blog no Barão da Itararé perdeu três reprises inteirinhas de "E o Vento Levou", um provolone à milanesa de comer rezando, o melhor cosmopolitan da cidade e muitas risadas. Dessa vez, eu escapei da cozinha, mas tive de pagar o mico abaixo para fazer valer as quatro horas que a barriga da Carol passou no fogão. :)


Fotos com flash saem sempre horríveis, mas dá para matar a curiosidade:

Leitores de todas as idades

(Amanda e Alice)

(Carol e Pavan)

(Yone, Marisa, Rosa, Casé e Marcelo)

(Carol, Cynthia e Lu)

(João, Mari e Fabi)

(Marisa e Mari Bellegarde)

(Lelê, Domingos, Âmbar e Júlio)

O mestre dos cosmopolitans


Cinco caixas de morango com brigadeiro...


...sem direito a repeteco!

Veja também:
:: Primeiro aniversário do Gatoca!
:: Festinha de 2008

Escalador de pijamas

Um gatinho macho, que cresceu na rua, ainda encontra motivos para ser doce.

Eis a prova de que dificuldade nenhuma justifica a perda da ternura.

Barrigas encardidas...

...me fazem lembrar que está na hora de levar o carro para lavar.


P.S.: Essa é para o fã-clube do Simba. ;)

McGyver

Quinta-feira, depois de acordar com os feirantes para conseguir arrumar a casa e cuidar dos bigodes a tempo da castração do Jacob, fui buscar o hóspede no banheiro e cadê? Janela escancarada, nem um bilhete de despedida. Fiquei meia hora analisando os muros telados do corredor externo, sem descobrir por onde o gato escalador fugira. Quem mandou dar-lhe nome de lobisomem?

As rondas pelo bairro serviram apenas para aumentar minha fama de louca. Acabei desistindo de vez da empreitada quando escorreguei no limo do telhado e quase cruzei a ponte do arco-íris. Afogar as mágoas num jantar com massa, vinho, Rosa e Casé parecia a última coisa decente a se fazer naquela noite cinza.

Liguei o carro, abri o portão da garagem e assisti o cara-de-pau entrar tagarelando, como quem pede uma massagem nas costas após um dia difícil. Só não tocou a campainha porque não alcançou. A cirurgia fora remarcada para sexta. E a antiga guia do Marley passou a reforçar a segurança da janela do cubículo, que o pestinha tentou destravar até semi-sedado!


Jacob é um filhotão tamanho GG, insuportavelmente doce e ronronante. Rola para ganhar carinho, amassa pãozinho no nosso pé, adora ratinhos de catnip.


Mas está morando em Auschwitz.


Por favor, ajudem a divulgá-lo. :)

Rifa em dose dupla!

As rifas abaixo têm o objetivo de cobrir o rombo provocado em Gatoca com os últimos bigodes temporários (veja a prestação de contas). Para ler as instruções de como participar e babar na lista gigante de prêmios doados pela Carol, basta escolher um dos links:

:: Caixa Mágica
:: Baú de Surpresas

R$ 10 não pagam nem o ingresso do cinema-a-pé-sem-pipoca. Mas fazem toda a diferença para nós. E garantem que muitos outros sapos continuem se transformando em príncipes. :)

São Francisco agora entrega em casa

A vizinha da frente acabou de tocar a campainha, para avisar que um dos bigodes estava sentado do lado de fora do portão, morrendo de miar. Claro que o filhotão tigrado não era meu. E que eu não tive coragem de fingir que ele não existia. No momento, a criatura se encontra no banheiro, para desespero do Edward. E meu também, que não vou conseguir cuidar decentemente de mais um temporário no meio da guerra contra a giárdia que empesteou Gatoca.



Epopéia do Jacob na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Prisão em Auschwitz
:: Escalador de pijamas
:: Insuportavelmente ronronante
:: Dueto felino
:: Beijoqueiro
:: Banho de sol
:: Presente de Natal
:: Escolha errada
:: Passatempos adoráveis
:: Segunda chance
:: Teste failed
:: 1 ano depois...
:: Mamãe Noel
:: Dodói
:: Amigos
:: Regime advanced
:: Graminha compartilhada
:: Sozinho de novo
:: TOC
:: Vestido para matar
:: Doação de conto de fadas

Céu encoberto, com trovoadas isoladas

Existem quatro tipos de bigodes em Gatoca: os que sabem quando vai chover e não saem de casa (Simba), os que sabem quando vai chover, saem de casa e voltam sequinhos (Clara Luz e Chocolate), os que sabem quando vai chover, saem de casa e aproveitam para levar o sabonete (Mercvrivs), e os que nunca sabem quando vai chover, saem de casa mesmo assim e acabam escondidos no abrigo dos botijões de gás (Guda e família).