.
.

13.11.14

7 perguntas e respostas sobre prisão de ventre

Cães e gatos também ficam com o intestino preso ― e não só por ansiedade, estresse ou depressão. Saiba o que fazer para dar uma forcinha

1. O que causa prisão de ventre?
Há várias explicações para que o animal tenha dificuldade de evacuar. Bigodes e focinhos são capazes de engolir coisas que a gente nem imagina, como pedras, chupetas, bolinhas de borracha, prendedores de roupas e partes de brinquedos. Esses objetos podem obstruir o intestino, assim como as clássicas bolas de pelos e até alguns tipos de medicamentos. Existe ainda o risco de as fezes grudarem na região anal de um bicho mais peludo, formando um "tampão" que impedirá futuras idas ao banheiro. Mas a principal vilã da prisão de ventre é a alimentação inadequada.

2. Como identificar os sintomas?
Um animal com dor ou cólica intestinal certamente se comportará de forma diferente, deixando claro que tem algo errado. Se ele tentar fazer cocô sem sucesso, a suspeita de prisão de ventre estará confirmada.

3. Há risco de morte?
Nos casos mais graves, sim. Se um objeto perfura a parede do intestino, por exemplo, causará uma infecção generalizada na barriga, matando em pouco tempo.

4. Qual é o tratamento mais adequado?
Algumas vezes, um simples laxante dá conta do recado. Outras, necessita-se de remédio para dissipar os gases. Há situações que só a cirurgia resolve.

5. Existem soluções caseiras?
Mel, mamão, aveia, azeite, óleo mineral, chá e outros alimentos que soltam o intestino de crianças também podem ser usados com cães e gatos.

6. Como evitar?
Oferecendo uma dieta equilibrada de fibras, proteínas, gorduras e carboidratos. É por isso que muita gente opta pelas boas marcas de ração. Elas concentram tudo o que os peludos precisam e na quantidade certa, poupando a barriga dos donos de passar horas no fogão.

7. Quantas vezes por dia o animal deve evacuar?
Depende da qualidade do alimento ― alguns bichos fazem até quatro cocôs por dia! Quanto mais ruinzinha for a ração, mais eles terão de comer para se sentirem saciados. E maior será o volume de fezes.

FONTE: Nivaldo Albolea, veterinário


* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.

12.11.14

Bailado jornalístico

Trabalhar com gatos é aprender a valsar. Você desliza a cadeira para um lado, eles acompanham. Desliza para o outro, eles se reposicionam. E, na frente do monitor, sempre tem um rabo, corpo, cabeça. As criaturas ainda conseguem dormir assim, só para não abandonar o salão.

11.11.14

Um é pouco, dois é bom, dez vira Gatoca

― Qual é o coletivo de gato?
― Gangue.

Eu amo os bigodes ― mesmo com suas arisquices, as roupas empesteadas de pelo, os remédios para alergia na cabeceira da cama, as viagens escassas. Mas não canso de repetir aos adotantes corações de pudim: bichanos não gostam de viver em grandes grupos. Em algum momento, que a gente nunca consegue dizer exatamente qual, surgirão as brigas e os xixis fora da caixa.

Se eu soubesse disso há sete anos, teria dado à Guda e suas filhotas a oportunidade de ganhar uma atenção mais exclusiva. E, talvez, elas não se tornassem bichos do mato. Chocolate, aliás, adoraria se esticar em um sofá só dela, para reclamar da novela com uma turma de velhinhas aposentadas. E o apertamento ainda continuaria animado com Mercv, Clara e Simba.

Acontece que agora nós já viramos aquelas famílias de comédia romântica, com uma coleção de lágrimas, suspiros e gargalhadas no roteiro. E eu não imagino minha vida com tanto espaço vazio entre os pés.

10.11.14

Purê de batata especial

Ingredientes:
- 6 batatas médias
- 1 tico de leite de soja
- 1 colher caprichada de margarina vegetal
- Sal a gosto

Modo de preparo:
Cozinhe as batatas até ficarem macias. Descasque-as ainda quentes, sem queimar as mãos, e amasse bem. Observe seu gato sem noção pular na pia com o pé dentro do prato e sair correndo assustado. Certifique-se de que o tempero especial segue em segredo, coloque as batatas em uma panela e leve ao fogo (baixo), acrescentando o leite, a margarina, o sal.

7.11.14

Ressignificação de objetos

Se tem algo que os bigodes fazem melhor do que comer e dormir, é descobrir novos usos para objetos da casa ― priorizando o conforto e a comodidade, claro. Vocês já pararam para pensar, por exemplo, que...

Um pedaço de mesa e um cone de segurança embrulhado em sisal viram um excelente mirante?


O mouse tem a anatomia perfeita para aquele banho relaxante?


A acústica do banheiro convida a refletir sobre a vida?


O escorredor de louça pode embalar uma comprida noite de sono?


Obs.: Vejam também as 15 maneiras de armazenar e organizar bichanos, post de 2010 que continua atualíssimo.

6.11.14

O tempo do amor

A pergunta que mais me fazem aqui no blog é se vai demorar para o gato recém-adotado se acostumar com a nova família, a casa diferente ou o amigo peludo ― os comentários do post sobre adaptação não me deixam mentir. E muita gente se frustra quando eu respondo que pode levar três dias, uma semana, dois meses, dependendo do animal.

Eles não imaginam que a Pipoca só se deixou tocar aos 5 anos, quando chegou muito perto de morrer. E que eu esperei sete anos para ter a Chocolate enrodilhada assim no colo.


Uma dobradinha de Pipoca e Chocolate fora dos quiosques gourmet, então, era impensável.


E o que dizer das Gudinhas, que cresceram aqui e ainda se assustam quando nós caminhamos em sua direção? Jujuba, a mais arisca, está aprendendo agora a ganhar carinho-playcenter ― aquele em que a criatura passa correndo, com um misto de medo e prazer, e volta para o fim da fila.


O fato é que cada coração tem seu ponto de ebulição. Basta respeitar.

5.11.14

Verdades universais

1) Não importa quanto você gaste com caminhas e brinquedinhos de pet shop, os bigodes vão preferir o lixo reciclável ― com destaque especial às caixas de papelão e bolinhas de papel.

2) Em todas as espécies, sempre tem um parente folgado, que fica com a melhor parte do beliche e ainda espalha a perna para o seu lado.

3) Gatos saem bem na foto até fazendo cara feia.


Obs.: Nestes links (1 e 2), há um monte de dicas bacanas para entreter bichanos, cachorros e filhotes, sem colocar a mão no bolso. ;)

4.11.14

Superação

Chocolate fez coaching. Descobriu emoções que bloqueavam seu crescimento gatal, mapeou resistências e crenças limitantes, mudou padrões repetidos inconscientemente por gerações e gerações felinas, aprendeu a iluminar seus cantos escuros. É a única peluda de Gatoca que chega perto do aspirador de pó. E rola sobre seus medos.

3.11.14

Vômitos ornamentais

O fim do papel higiênico define a data da próxima compra de supermercado aqui em casa ― pode acabar o arroz, o sabonete, os produtos de limpeza, mas nunca o papel higiênico. E justamente quando os rolos estão contados, os bigodes decidem organizar um torneio de vômitos. O campeão dessa vez foi o que começou na janela, escorreu pela parede, caiu na mesa de jantar e terminou no chão. Nenhum peludo apareceu para retirar a medalha.


Simba, modelo e ator de Gatoca, porque vocês não iam querer os vômitos, né?


Update: com o calor, as bolas de pelos se multiplicam e costumam provocar mais vômitos. Vejam como minimizar os estragos.

31.10.14

Halloween da sorte

Nós não nos comunicamos mais como na Idade Média. Não nos deslocamos mais como na Idade Média. Não cozinhamos mais como na Idade Média. Por que, raios, continuamos acreditando que gato preto dá azar? Todo Dia das Bruxas, uma grande marca ou veículo de comunicação ajuda a perpetuar esse mito de quando os cultos pagãos que envolviam os bichanos se tornaram heresia. E dezenas de animais são torturados.

Pois o Gatoca resolveu aproveitar a data para convencer vocês de que azar mesmo é não ter uma pretolina carinhosa dessas para apertar no Halloween. Com história de cinema, Penélope espera um lar desde janeiro.


E três de seus bebês, que nem nasceram negros, também acabaram "sobrando". Batatinha foi doado e devolvido porque sentiu falta das irmãs e ficou dois dias sem inteiros comer.


Lilica viajou até a zona leste para passar o resto do sábado na lavanderia da minha sogra, pois a adotante mentiu que as janelas tinham telas.


E Pedrita sequer despertou interesse, apesar de todo o dengo.


Se estiver superlotado aí, ajudem a divulgá-los, por favor. Mamãe e filhotes são uns amores e não merecem passar o Natal em um quartinho apertado. Sem contar que a sessão de fotos da campanha deu o maior trabalho. Para vocês terem uma ideia da complexidade da coisa (rs):


Não basta pisar no cachecol, é preciso fazer cara feia



O sombrero só não ficava na cabeça


Bora sensibilizar um amigo? ;)

30.10.14

Teoria que vira prática

Na quinta-feira passada, os idealizadores dos projetos apoiados pelo Wings For Change, em parceria com o Instituto Asas e a Fundação Telefônica, se reuniram para comer, beber e conversar sobre mudar o mundo. Eu senti vontade de ajudar a recuperar o bioma dos rios Pinheiros e Tietê com o Mil Orquídeas Marginais, cair na estrada com a S.A.S. Brasil para tratar as comunidades carentes do sertão e ensinar a molecada a comer direito com o quebra-cabeça do Meu Dia Alimentar. Há muita coisa incrível sendo feita por aí!


Triste foi chegar em casa de madrugada e ver que o Gatoca ainda tem um trabalhão pela frente para ensinar as pessoas a cuidarem melhor de seus animais de estimação e a arregaçar as mangas por um planeta mais bacana para bípedes e quadrúpedes. Esta tigradinha apertável se atirou no meu colo e me fez acionar um monte de gente até descobrir que tinha tutora ― quando os filhos estão presos, quem se preocupa com os riscos que o gato corre solto?


Superlotada, eu busquei ração e água no apertamento, coloquei a pequena na garagem da família e voltei no dia seguinte para bater um papo. Renata adotou outros dois bichanos das ruas do bairro, mas nenhum é castrado, por falta de grana. Nas próximas semanas, vai rolar uma excursão ao veterinário. Ainda que passe longe do ideal, a gente sempre pode fazer algo. Repitam em voz alta antes de dormir. E compartilhem histórias inspiradoras nos comentários. ;)

29.10.14

Incêndio e animais

Você ouve os estalidos e pensa que o cachorro da vizinha arrumou uma nova brincadeira. O barulho aumenta, a primeira chama aparece na janela e a musiquinha do atendimento eletrônico dos bombeiros nunca termina. Até o caminhão chegar, você repassa 34 anos de memórias. O incêndio não era na sua casa, mas você se toca que não saberia como salvar os dez gatos, que entraram em pânico só de sentir o cheiro da fumaça.

Tem gente que fala que é preciso uma caixa de transporte para cada animal. E como segurar? Outros sugerem que se coloque todo mundo em um lençol molhado e arraste feito uma trouxa. Eu certamente me sentiria o Chaves, caçando uma parte dos bigodes enquanto a outra foge, em um looping infinito. Na internet, há a instrução de deixar para trás quem não puder ser carregado (bípede e quadrúpede) e avisar um bombeiro para resgatar. Difícil, hein?

Pois essa experiência triste me fez descobrir o serviço de emergência animal. No caso do vizinho, que diziam ter 30 bichanos, os próprios bombeiros acionaram o Fofão Ambulância Veterinária, que já chegou com roupa especial para enfrentar o fogo. Mas eles também atendem chamadas particulares, a qualquer horário, aqui no ABC, em São Paulo, no litoral e até no interior. Vale a pena pesquisar se existe algo parecido perto de vocês e deixar o telefone colado na geladeira.

Procura-se calor!

Não é só água que anda escassa em São Paulo. Este ano, a Campanha do Agasalho do AUG teve o pior desempenho da história. Foram arrecadados cerca de 700 itens, contra 2,3 mil de 2013. Nós ficamos chateadas porque deixamos de ajudar vários protetores independentes e dezenas de animais passaram o inverno encolhidos em abrigos improvisados.

Mesmo que os termômetros marquem temperaturas mais amenas, as madrugadas costumam ser geladas. E quem não dorme do lado de fora não percebe. Na próxima edição, lembrem de separar aquele paninho que seu melhor amigo não usa mais ― ou comprem um baratinho. É triste demais passar frio. Principalmente se você não pode pedir socorro.


Doações do ponto de São Bernardo, monitorado por mim

27.10.14

A função das coisas

Para que servem os amigos? Para roubar fotos ridículas do nosso Facebook e publicar no jornal. ♥


Para que serve a grande imprensa? Atualmente, para fazer a gente passar nervoso. Você perde um tempão explicando o projeto, a repórter escreve a matéria redondinha e a editora inventa que haverá vários mutirões na linha fina, se recusando a corrigir o equívoco. No texto da Isis Correia, estava claro que a maior parte do dinheiro arrecadado pelo Catarse seria investida no blog, para que ele continuasse ensinando, divertindo e inspirando mudanças. Vejam só:

***

‘Vaquinha' banca mutirão de castração de animais carentes em São Bernardo

Ativista faz campanha pela internet e consegue angariar fundos para esterilizar cães e gatos da comunidade do DER

Uma ativista de São Bernardo mobilizou internautas para arrecadar fundos e conseguir castrar 50 cães e gatos na comunidade do DER. A ideia de levantar ajuda pela rede é da jornalista Beatriz Levischi, 34, que mora próximo à comunidade e mantém há sete anos o Gatoca (www.gatoca.com.br), projeto independente de texto e imagem que ensina, diverte e inspira mudanças em prol dos direitos e bem-estar dos animais.

Além dos textos, que contam principalmente as peripécias dos dez peludos de Beatriz, o Gatoca já socorreu voluntariamente 87 bichos, entre cães, gatos e aves, e encaminhou a maioria para novos lares. A ideia agora é esterilizar os animais de uma das áreas mais carentes da cidade e evitar, nos próximos cinco anos, o nascimento de cerca de 13 mil filhotes (considerando a média de duas crias por ano), que provavelmente passariam fome e frio nas vielas da antiga favela.

"A cirurgia não serve apenas para impedir crias indesejadas, aliás. Ela deixa o bicho mais caseiro e carinhoso, acaba com a marcação de território e reduz absurdamente a chance de desenvolver câncer de mama, útero e próstata", explica Beatriz.

As castrações serão feitas em fevereiro de 2015, por veterinários especializados em mutirões. Voluntários baterão de porta em porta na comunidade para explicar os benefícios e cadastrar os animais. Idosos e portadores de doenças pré-existentes receberão cuidados especiais. Haverá até aparelho de ressuscitação para emergência. Bigodes e focinhos voltarão para a casa com a dose do dia de antibiótico e anti-inflamatório e seus tutores receberão os contatos da equipe para tirar dúvidas.

A campanha foi lançada em agosto e ficou no ar até o inicio deste mês, em um site de financiamento coletivo, com o intuito também de angariar fundos para reforçar o trabalho educativo do blog. “Não há mudança no mundo sem investimento em educação e eu cansei de só enxugar gelo”, diz Beatriz. Os 240 apoiadores do projeto concordam com ela: as doações ultrapassaram os R$ 19,5 mil necessários à empreitada.

***


E aí, mando a comunidade do DER cobrar do Metro os mutirões extras?

24.10.14

Aniversariante do mês – outubro de 2014

Mercv nasceu com a fantasia errada, mas faz aniversário pertinho do halloween. Eu demorei oito anos para me tocar disso ― e olha que já tive um guarda-roupa trevoso! Foi na festa da minha priminha, quando bati o olho na mesa temática e imaginei os bigodes brincando enlouquecidos com a decoração.

Não contente em recusar o croquete, a coxinha e o cachorro-quente, pedi para trocar a lembrancinha pelo chafariz aracnídeo e guardei para entregar na comemoração do primogênito, hoje à tarde.

Ele adorou! Bateu, mordeu, abraçou, sentou em cima. Acontece que a Pimenta gostou ainda mais e se pôs a engolir pedacinhos das varetas de plástico, acabando com a diversão da galera. Sobrou até para o Simba, que estava apenas tentando cheirar a novidade. Toda festa de família tem um parente sem noção. A frajola só não encheu a bolsa de guloseimas porque não usa bolsa.


*Novelinha: Conheça a história do Mercv

Outros aniversários: 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007