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16.12.08

Aceitamos vale-transporte e ticket restaurante

Não morri de pneumonia (ainda), gente. Só demorei para dar sinal de vida porque passei os últimos dias entre revisões intermináveis e tentativas frustradas de recuperar o Escortinho. Ontem, me fizeram pegar a fila de informações do Ciretran, a da consulta de débitos e a dos veículos apreendidos. Ciente das providências necessárias à liberação, perdi mais duas horas para pagar o licenciamento no Poupatempo (huahuahua!) e meia esperando o documento ficar pronto. A parte boa é que a multa do processo caducou, poupando meu prejuízo astronômico em R$ 600!

Hoje à tarde, precisei grudar com durex o guarda-chuva que o Marley comeu, para encarar nova romaria até o centro. Amarguei mais uma eternidade nas cadeiras descombinadas do Ciretran, assinei a papelada esperançosa e, faltando dez minutos para encerrar o expediente, descobri que o tal pátio se escondia no Alvarenga! As diárias do estacionamento de luxo já somam R$ 170 (fora os R$ 110 do guincho!) e eu continuo a pé. Passarei Natal, ano-novo e aniversário, aliás, na mesma situação angustiante, porque o mecânico avisou que só voltará a trabalhar em 5 de janeiro – e não me parece prudente andar com o pára-choque (incluindo a placa!) guardado no porta-malas.

Outra despesa que tem me tirado o sono é a da Pandora na clínica veterinária: R$ 785, três semanas. Liguei para todos os hoteizinhos indicados e nenhum cobra diária inferior a R$ 25. Se uma cachorra de raça, bonita, jovem, carinhosa, brincalhona e obediente não consegue encontrar um lar, imaginem os vira-latas, sarnentos, sem pata, doentes e idosos! Amanhã, o táxi dog levará a pantera para castrar em Utinga, onde Dr. E. me faz preços de troca de estação. Depois, só Deus sabe em que buraco a enfiarei. Não desistam de divulgá-la! E quem pediu o número das contas para ajudar na vacona, anota aí:

BB
Beatriz Levischi
Ag: 1561-X
C/c: 6830905-8

Itaú
Textrina Serviços Ltda. ME
Ag: 0185
C/c: 08360-7

14.12.08

Minha vida, uma novela mexicana

Em um folhetim chicano, bastaria a personagem principal ter dez gatos, um cachorro destruidor de garagem, uma cadela hospedada no veterinário a preço de ouro, trabalhar das 6h às 15h como revisora e o resto do dia como jornalista (para pagar metade das contas do mês!), cuidar de uma casa enorme sozinha e cair de cama com suspeita de pneumonia.

Mas eu precisava bater o carro a caminho do pronto socorro, porque a inábil da frente resolveu estancar no farol verde, perder duas horas na delegacia fazendo B.O., ver o Escortinho ser apreendido por ausência de licenciamento, graças a uma ação judicial interminável, e ainda ouvir ameaças da mãe da patricinha – "Me aguarde, menina, você vai sofrer!".

Morro com o prejuízo do acidente (bem pior que o de julho), a multa para tirar o veículo do pátio do Detran (R$ 200), a da placa clonada (R$ 600, motivo do processo) e a sensação de que 2008 não acaba nunca. Como continuar a ajudar os focinhos exausta, falida e a pé? Marley conquistou um coração especial em Curitiba. Pandora tem que trocar de hotelzinho, além de repetir o hemograma, passar pela cirurgia de castração, tomar vacina...

Noel, cadê você?!

12.12.08

Enquanto isso, na sala de espera do veterinário...

― Dez gatos? Por que você precisa de tantos animais?
― Provavelmente, pelo mesmo motivo que a senhora precisa de tantos sapatos.

8.12.08

Boletim Pandora - 8 de dezembro

Ontem completou dez dias que Pandora voltou para o hotelzinho (zinho mesmo!) da clínica veterinária. Os vestígios de placenta sumiram, a dieta à base de ração de filhote parece ter revertido o quadro de desnutrição, os peitos nem de longe lembram os de Cicciolina. Acontece que, quanto mais nossa pantera melhora, menos demonstra paciência com a situação de claustro (como vocês podem ver nesta super releitura de "A Bruxa de Blair"). rs


A conta no vet, aliás, está ficando salgada. Eu queria poupar a coitada do stress de se adaptar a outro abrigo provisório, mas, pelo jeito, não vai rolar. Alguém conhece um lugar com diária inferior a R$ 35?

6.12.08

Rumo ao estrelato!

Devido ao leque variado de peripécias, Marley já é tratado como celebridade durante os passeios pelo bairro. Tem gente que acena de longe, disfarçando a timidez, gente que vem conversar sobre a adoção lendária e gente que até deixa a criatura empolgada carimbar a camisa do trabalho. Agora, com esse super post no Voadeira (Bons Fluidos), sinto a noite de autógrafos se aproximando! rs

2.12.08

Exército de um homem só

Eduardo vivia dizendo que nossa casa acumulava tristezas, que faltava movimento, sol, vento, vida. Sugeriu adotarmos um animal de estimação, certa vez, mas eu torci o nariz, igualzinho à minha mãe, só de pensar no trabalho e na despesa desnecessária que a criatura nos traria. Até que surgiu o convite para conhecer o reduto da família Perez, onde, "coincidentemente", uma ninhada de bigodes recém-saída do forno fazia gracinhas no quintal.

Mercvrivs e eu nos apaixonamos ao primeiro apito de patinho borracha. Com tantos filhotes peludos e de olhos azuis, ninguém entendia porque eu fora gostar justo do frajola mais sem graça. E eu jamais imaginaria que seu nariz rosado perderia a cor sempre que eu precisasse trabalhar fora. Esperei o período de amamentação como nas aulas que antecediam o Natal, ansiosa pela surpresa que Papai Noel nos reservava. E dia 2 de dezembro de 2005, a bolota de pêlo minúscula veio chacoalhando no Escortinho rumo a São Bernardo, prestes a quebrar na primeira lombada.

*continua*

1.12.08

Testado e comprovado!

Alexandre Rossi fez o Marley sentar para ganhar petisco, no fim da palestra sobre educação comportamental de cães e gatos, realizada no Hospital Veterinário de Santo André, e eu estava sem máquina fotográfica! O adestramento funciona, gente! Tanto que um profissional da equipe dele fecha o mês com mais dinheiro na conta que esta pobre jornalista, trabalhando para as maiores empresas de comunicação do País.

Como Mariana e eu suspeitávamos, aliás, o que nos falta para domar a fera é pulso. Segundo o mestre, precisamos endurecer o coração sem dó nas repreensões, já que nosso cão indoável ostenta teimosia e resistência além da conta. A vaquinha continua de pé? Recebi indicações de lugares variados e queria ajuda para escolher. Alguém tem experiência no assunto? Mande sinal de fumaça: bialevischi@yahoo.com.br.

P.S.: Quem se animou com a idéia de ensinar algumas regras básicas de etiqueta aos bigodes, vai se decepcionar com esse post scriptum. Quando questionado sobre a destruição da coleção de pingüins de um dos participantes do evento, Rossi aconselhou o coitado a colá-los na geladeira, admitindo ser mais fácil adaptar o ambiente que tentar mudar um gato. rs

Boletim Pandora – 1º de dezembro

Pan acha que é urso. Quando cheguei na clínica veterinária, hoje à tarde, a criatura quase botou a gaiola abaixo para vir me recepcionar em duas patas. E conseguiu encontrar o Escortinho no meio de vários carros estacionados, abraçando a lataria na esperança de ir embora. Preciso dizer que fiquei com vontade de morrer? Tem gente sugerindo, aliás, que eu troque seu nome por algo menos trágico. Acontece que foi ela que escolheu. Dr. N. e eu a havíamos batizado de Pantera, sem a menor aprovação. Aí, a ajudante soltou Pandora, num ato falho, e o rabinho pôs-se a balançar freneticamente. Juro! rs

30.11.08

Em Santa Catarina também vivem animais!

Ontem, fui sacar dinheiro no caixa eletrônico do shopping e o Banco do Brasil me pedia para transferir parte dele às vítimas das chuvas de Santa Catarina. A empresa em que Mariana trabalha está arrecadando roupas e alimentos para os funcionários desabrigados. Até minha médica homeopata veio falar sobre o assunto. O que as pessoas esquecem é que os animais de estimação das famílias atingidas pela tragédia climática também precisam de ajuda.

Segundo os apelos que tenho recebido por e-mail, há cães mortos presos a coleiras, gatos ilhados em apartamentos, centenas de bichos sobre telhados e árvores, outro tanto vagando perdido pelas ruas. Todos com fome, medo e frio. Quem puder doar ração, remédios, casinhas, serviço voluntário, basta escolher uma das organizações não-governamentais listadas no site da Prefeitura Municipal de Florianópolis ou do Grupo pela Abolição do Especismo de Porto Alegre.

28.11.08

Bigodes na AnaMaria!

A matéria de capa da AnaMaria, essa semana, traz o relato de cinco mulheres que tiveram suas vidas transformadas após adotar um bicho de estimação. Adivinhem quem é uma delas?! Creio que minha mãe deu várias piruetas no túmulo, aliás, com a aspa fictícia de que "deve estar feliz de ver nossa casa cheia de luz – e de bagunça, muita bagunça". Os leitores mais antigos do Gatoca sabem o quanto ela cultivava aversão à idéia de conviver com animais fora do aquário. Mas valeu pela divulgação do blog. Abaixo, os bastidores do ensaio fotográfico tragicômico que me fez perder uma tarde inteira, graças à sociabilidade exacerbada do Mercv, e acabou nem saindo na revista. rs

Boletim Pandora - 28 de novembro

Nossa pantera já tomou a injeção de Imizol para a doença do carrapato e continua sendo medicada com vitamina e ferro, por causa da desnutrição. De ontem para hoje, a excreção dos restos de placenta melhorou bastante e o cocô não guarda a menor semelhança com o caldo verde musgo que a criatura deixou impregnando o banheiro aqui de casa. Quando apareci na clínica veterinária para visitá-la, a animação era tamanha que o passeio pelo bairro teve até corrida com obstáculos. :)

27.11.08

E da loteria nem sinal!...

Os vizinhos devem estar pensando que eu larguei o jornalismo para ganhar a vida passeando com cachorros. Hoje cedo, mal havia deixado a Pandora no hotelzinho da clínica veterinária, precisei voltar com o Marley, arrastando orgulhoso um tênis velho que encontrara no parque.

É que, da noite para o dia, ele desenvolveu uma dermatite aguda úmida na base do rabo e a pele ficou todinha em carne viva. Segundo Dr. N., esse tipo de bactéria costuma atacar pastores, labradores e rottweilers. Até para doença nosso cão indoável tem classe (embora a estética sedan pareça ligeiramente prejudicada). rs

26.11.08

Duas bombas!

Pandora está com a doença do carrapato. Deu no exame de sangue. O tratamento é simples, à base de antibiótico, mas deve começar logo, por causa do quadro severo de desnutrição. Acontece que Paula não tem mais condições de continuar com ela e me pediu que providenciasse a "mudança" o quanto antes. Larguei o trabalho, peguei um trânsito infernal na Bandeirantes, assisti a cachorra vomitar a alma três vezes e, quando voltamos para São Bernardo, a clínica veterinária havia fechado.

Resumo da ópera: no banheiro aqui de casa agora mora uma pastora belga gigante. Marley não se conforma. Nem os bigodes. Muito menos a coitada. E eu cansei de repetir mentalmente que isso não podia acontecer. Quem souber de um lugar menos insalubre para acomodar nossa pantera temporariamente, mande sinal de fumaça (não há risco de contágio!).

Pan precisa de um coração que bata em sintonia ao dela, disposto a entender o abandono, a perda da ninhada, a saúde fragilizada. Como retribuição, o ser ascencionado ganhará uma amiga linda, carinhosa e fiel. Palavra de quem foi recebida com festa por tê-la recolhido da rua entre moscas, quando todas as outras pessoas lhe torciam o nariz!

25.11.08

Cão em fuga

Por razões que a ciência desconhece, o portão automático aqui de casa abriu sozinho no sábado e, quando o guarda resolveu nos avisar, Marley já estava longe. Desesperadas, Mariana e eu desandamos a correr pelo bairro debaixo de chuva, ela de pijama e eu com a saia rodada do flamenco. Todo mundo dizia que o infeliz havia rumado para a avenida, justo o caminho que a gente evita nos passeios. E de lá as opções se multiplicavam: Centro, Rudge Ramos, Santo André. Na dúvida, preferimos continuar a busca motorizadas. Ela ficou com o entorno e eu fui para longe.

Tentei primeiro o lado esquerdo da pista, depois o direito e, por fim, reto. Sem sucesso. Só de pensar na infinidade de ruelas em que o aloprado poderia ter se embrenhado, o estômago doía. Até que São Francisco de Assis me soprou a idéia de pedir informação para a moça que distribuía panfletos no farol do Metrópole: “Ele arrastava uma guia amarela? Eu vi, sim. Passou voando ali atrás da parada do trolebus”. Fiz uma volta enorme e dei de cara com a criatura, seguindo na contramão da Faria Lima.

Sem pensar meia vez, liguei o pisca-alerta, sentei a mão na buzina e só lembro da cara de pânico do motorista do ônibus crescendo na direção do Escortinho. Por um milagre, Marley atendeu ao meu chamado de primeira e, antes de provocar um acidente sério, endireitei o carro alegórico na Sapucaí, pedindo desculpas aos motoristas pelo papelão. Agora, com a taquicardia controlada, não paro de pensar como o desembestado conseguiu atravessar três avenidas gigantes e se sujar a ponto de feder carniça, em menos de 40 minutos! Bem no dia seguinte ao banho...


Obs.: Passado o susto, tratamos de providenciar uma coleira de identificação suficientemente chamativa para o meliante.

24.11.08

Plantão Gatoca

Ontem, eu fiz uma promessa a vocês que não poderei cumprir. Só verá a carinha dos filhotes da Pandora quem cruzar a ponte do arco-íris. Durante a madrugada, aliás, ela destruiu a casa inteira da Paula, tentando entender onde haviam se escondido aquelas vidas tão pequeninas. Menor ainda ficou o nosso coração.