.
.
Mostrando postagens com marcador Ex-queletinhos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Ex-queletinhos. Mostrar todas as postagens

15.11.07

Histórias que se renovam

Domingo, enquanto o resto da humanidade entupia as salas de cinema, discutia o relacionamento ou trabalhava por causa do Natal, Susan conseguiu doar dois gatinhos do AUG e pôde buscar mais esqueletinhos na casa da dona Lourdes. A tigrada maior lhe foi entregue com o diagnóstico de gravidez, mas a outra, que a velha jurava usar chuteiras, é que estava recheada de bigodinhos surpresa. Na clínica da Drª. Angélica, essa ninhada deve ter mais sorte que as anteriores, impiedosamente devoradas pelos felinos famintos do cortiço.

Sabem por que as baratas dominam o lugar, aliás? Porque "não-sei-quem possuía feridas pelo corpo, pisou numa asquerosa envenenada, o veneno entrou pela corrente sanguínea e acabou morrendo de infecção". Palavras de dona Lourdes.

Castrados e vacinados, Chococat, Umaga e Keiko acabam de se juntar à Smeagol, Satie, Sayuri e Gianecchini, na esperança de encontrar uma família de verdade. Candidatos dispostos a amar duas dessas vidinhas surradas (na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe) já apareceram, mas não posso contar ainda.

6.11.07

Frio na barriga ao cubo

Mês passado, Clara Luz fugiu de casa e apareceu dentro do telhado de um vizinho, na rua de trás. Como a curiosa entrou lá ninguém sabe, mas o fato é que ficou presa dois dias inteiros, até que consegui ouvir seus miados e (acompanhada da dona do lugar) indiquei-lhe um buraco no sótão onde poderia atravessar comprimindo a cabeça.

Durante as buscas da inconseqüente pelo bairro, meu sensor de bigodes em risco voltou a funcionar e dei de cara com um gatinho atropelado, bem mais magro, sujo e fedido que os esqueletinhos da dona Lourdes. Na verdade, eram dois. Mas o outro não resistiu e, após passar a madrugada sob os cuidados do sobrevivente, entregaram seu corpo ao lixeiro (!). Ele, que ainda se mexia, continuou jogado num canto: três dias arrastando-se em desespero, três dias sem comida, três dias urinando sobre si mesmo.

Tratei de pegar a caixa de transporte e uma latinha de Whiskas e, em meia hora, aportávamos na clínica utinguense. Dr. E. acolheu o pano de chão sem cobrar-me um centavo, disse que o entupiria de Royal Canin para a cirurgia de inserção dos pinos nos fêmures e dispensou-me.

Voltei na tarde seguinte, de máquina fotográfica em punho. O leãozinho se recusava a comer, iria para a sonda. Na sexta-feira, soube que a operação havia sido um sucesso e o apetite retornara, mas ele amanheceu morto. Culpa da desnutrição? De outro problema, desconhecido? Da demora no socorro? Não importava mais. Depois de uma eternidade estirado na calçada, sofrendo, assistiu a vida esvair-se entre as grades da gaiola veterinária, igualmente sozinho. E o máximo que consegui fazer foi dar-lhe umas colheradas de ração úmida.


No mesmo malfadado dia, encontrei também uma filhote parecida com a Clara, dois quarteirões para baixo de casa. Os moradores explicaram que se revezavam na tarefa de alimentá-la há cerca de 20 dias, quando chegara pele e osso, mas a cena da espevitada atravessando a rua na frente dos carros me fez pensar em arrumar-lhe uma família de comercial de margarina logo.

Levei comida para ajudar algumas vezes, acariciei outras tantas. Tirei fotos de ângulos variados, conversei com amigos, parentes, vizinhos. Lembrava dela sempre que chovia. Mas não podia trazer para cá, porque sabia que não doaria. Já aconteceu três vezes! Sequer um post de divulgação no Gatoca publiquei. Não adianta mais. Ela sumiu.


Smeagol, a ratinha que virou princesa, perdeu as orelhas na semana passada por causa do câncer de pele. Aos sete meses, tomou mais sol do que deveria, deu o azar de nascer num cortiço infestado de baratas e depender de uma senhora idosa, extremamente pobre. Na clínica da Drª. Angélica, sequer imagina como é ter um lar de verdade. Essa história ainda pode ganhar um desfecho de conto de fadas. Só depende de vocês.


P.S.: Satie, a outra gatinha branca resgatada, está passando pela mesma intervenção cirúrgica hoje. Assim meu coração não agüenta! :ó(

Notícias do segundo e do terceiro lar temporário

Depois da Marina, primeira voluntária a abrigar um dos esqueletinhos da dona Lourdes, Cris e Yone contam como estão os bigodes que acolheram, respectivamente, nos dias 13 e 28 de outubro:

A pequena (um dengo só!) já está com o pêlo crescendo e o ferimento no queixo do tigrado fechou. O Frajola come para caramba.

Se pudesse, pegava todos os esqueletinhos. Vou orar muito para que São Francisco ajude vocês encontrarem outros lares temporários. Se precisarem de mais ajuda, contem comigo. Susan sabe que tenho um carro próprio para missões impossíveis.

Espero poder mandar fotos de um depois muito melhor para estes 3 bbs. Mantenho vocês informadas de tudo.

Beijos
Cris


Estou te mandando algumas fotos da filhotona tricolor "careca", que chegou aqui em casa no domingo passado. A primeira foi tirada na terça-feira, quando ela ainda estava confusa e assustada! Ração?? Acho que nunca tinha visto antes [!?]. Cheirava sem saber muito o que fazer com ela!! Começou a comer misturada com um pouco de latinha, sob minha supervisão. A partir daí, o apetite tem crescido e os pêlos também, como você pode perceber.

Ontem, levei-a para a Angélica dar uma olhada geral. Ela está bem, só com uma leve sarna no ouvido. Até a diarréia, que tinha ameaçado na casa da Susan, desapareceu!! Angélica acredita que deve ter entre um e um ano e meio, apesar do tamanho de seis meses. Será castrada na terça-feira, para evitar que entre no cio. Vacina e vermífugo ficam para as próximas etapas.

Se no domingo passado andava super assustada e desconfiada, hoje é uma outra gatinha: ronrona sem parar, adora se esfregar, se joga no chão pra ganhar carinho!! E fica quietinha no banheirinho, super comportada!!! Quando eu apareço e começo a falar, ela responde!! Uma graça, toda conversadora, rs!!! Acho que também nunca tinha visto um brinquedo! Agora, se esbalda com as bolinhas que deixo lá. Até o arranhador já aprendeu a usar!!!

Mandei as fotos para você colocar no blog e estimular mais gente a pegar temporariamente esses "esqueletinhos", que tanto precisam de ajuda. Ter um cantinho limpo, com comida adequada, água e um pouco de carinho faz uma diferença incrível na vida deles!!

Vou te mandando notícias. Boa semana.

bj
Yone Sassa

1.11.07

10 motivos irresistíveis para abrigar um esqueletinho!

* O imóvel-cortiço está à venda!
* Dona Lourdes é uma senhora bastante idosa, sofre do coração e parece prestes a morrer a cada respirada.
* Seu sobrinho acredita que gatos trazem doenças e já avisou que "dará um fim neles", caso demoremos para resolver a situação.
* Vizinhos também sinalizaram desgostar dos felinos, envenenando-os freqüentemente.
* Quando a gente chega, todos correm para disputar espaço com as baratas nos buracos dos móveis, dificultando o tratamento.
* Se o adotante temporário não conseguir arcar com os gastos relativos à alimentação dos bigodes, nos comprometemos a passar o chapéu.
* Para atendimento veterinário, basta dirigir-se à clínica da Drª. Angélica, perto do Shopping Santa Cruz.
* Os esqueletinhos cabem em qualquer banheiro, lavanderia, corredor.
* Nascidos em berço de asfalto gelado, se entregam à primeira manifestação de carinho, comem sem frescuras, aprendem rápido.
* Com duas migalhas de atenção e três de ração, sapos feios, sujos e tristes se transformam em verdadeiros príncipes encantados (os intervalos das imagens variam de uma semana a um mês):

Smeagol - antes

Branca de Neve - depois


Pulgas e piolhos - antes

Sayuri e Satie - depois


Pânico - antes

Gianecchini - depois


Pênis exposto - antes

Nariz rosinha - depois


Obs.: Assim que as fotografias pós-resgate dos outros peludos chegarem, eu publico no aqui blog.

Baratas versus sobrinho assassino

Restam, ainda, cerca de 15 bigodes na casa da dona Lourdes. Eles estão desnutridos, cheios de vermes, pulgas e piolhos. Alguns foram diagnosticados com problemas hormonais, alergias às picadas, stress e intestino solto. Nada muito sério. Batalhei doação de Frontlines com a Merial, mas é impossível tratá-los no cortiço porque, assim que a gente chega, eles fogem em pânico.

No último sábado, sequer conseguimos resgatar os que iriam para os lares temporários: enquanto corríamos atrás das criaturas apavoradas pelo quarto, as carcaças de baratas estalavam no chão e terminavam todos (gatos e asquerosas) entocados num buraco do armário. Deixamos, então, as caixas de transporte com a velhinha e Susan voltou no domingo para buscar. Sorte que a mulher finalmente decidiu colaborar.

Sem voluntários para abrigar os esqueletinhos, temos de nos contentar em levar ração super premium semanalmente (tarefa assumida pela Meg) e torcer para que agüentem mais tempo. Duas, infelizmente, já morreram: a tigrada com suspeita de esporo e a idosa envenenada. A filhote frajola, cega de um olho, desapareceu há dias, fazendo-nos acreditar que se juntou a elas.

Dos 12 resgatados, três ficaram com a Cris, num sítio em São Roque. Precisam comer bem para enfrentar a esterilização e as vacinas. Um deles parece que desenvolveu um abscesso no queixo e vem sendo acompanhado pelo veterinário. Marina (da Vila Mariana) castrou e vacinou Umaga, negona super chameguenta. A branquinha com câncer de pele nem saiu da clínica da Drª. Angélica. Mas de rato passou à princesa. Agora, espera por um adotante que a aceite sem as orelhinhas. Satie, Sayuri e Gianecchini, sob os cuidados de Susan, também aguardam uma família de verdade. E outros três continuam na fase de engorda. A filhote tricolor rumou direto para o apartamento de uma amiga.

Semana passada, um sobrinho da dona Lourdes ligou cobrando que resolvêssemos logo a situação, pois felinos trazem doenças e pretendia "se desfazer deles a qualquer custo". Para melhorar, o imóvel foi colocado à venda. :\

9.10.07

Notícias do primeiro lar temporário

Lembram da Marina, que eu disse que havia escolhido abrigar um negão da dona Lourdes temporariamente? Na verdade, o bigode era menina. E agora se chama Umaga. Hoje, recebemos notícias delas:

Aqui está tudo indo muito bem!

A gatinha, que eu chamo de Umaga [em homenagem a um jogador de rugby samoano], é muito doce e carinhosa. Ela é muito magrinha, mas parece estar bem porque come, bebe água e faz muito cocô! Ela não come tanto quanto eu imaginei que comeria, mas acredito que deva fazer parte da adaptação, né?

Ela encontrou um esconderijo numa caixa de papelão, onde fica a maior parte do tempo. Mas domingo eu e ela nos entendemos finalmente! Quer dizer, ela nunca fez "fuuu", nem mordeu ou arranhou. Mas quando eu colocava a mão nela, parecia meio desconfiada. Porém, domingo nós ficamos amigas de vez! Ela ronrona e fica se esfregando em mim, parece uma doida!

Aparentemente todas as pulgas morreram naquele banho de Frontline! Viva!

Ontem, até o Gustavo [marido] fez questão de ir conhecê-la comigo! Ele já a tinha visto, claro, mas sem muito entusiasmo. Mas ontem ficou com ela um pouquinho e hoje já contou que entrou no quartinho pra pegar alguma coisa e a Umaga achou que era eu e saiu toda-toda; quando viu que não era, se afundou mais ainda no esconderijo!

Acho que está tudo indo "nos conformes". Se quiser vir visitá-la, está convidada.

Um beijo e obrigada pela oportunidade!

Marina Kater-Calabró

p.s.: uma foto da Umaga quando ainda estava com medo de mim, encharcada de Frontline, escondida atrás da mochila que fica dentro da caixa de papelão, e outra de agora, já confortável na caminha que eu instalei dentro do "esconderijo".