Em março de 2016, eu sentei com a Marina Kater para passar para o papel a trilogia de livros que há um tempo morava na minha cabeça — e nos rascunhos do computador. Marina abrigou uma das gatinhas da acumuladora que me
fez protetora de animais, virou amiga de vidas e desenha lindamente em aquarela.
De lá para cá, uma legião de pessoas incríveis me ajudou a dar forma ao projeto. Sérgio Rizzo, jornalista e ex-diretor de redação da revista Educação, compartilhou sua experiência com o sistema educacional público, porque eu queria trabalhar com essas crianças. Maria Julia Azevedo, ex-coordenadora de uma das maiores iniciativas do Cenpec, me muniu de informações sobre leitura e primeira infância para embasar a justificativa.
Com a Penélope Martins, "encantadora" de histórias, eu fiz um curso gratuito de três meses — e caiu bem no
estágio terminal do Simba, o que rendeu algumas lágrimas fora de hora. No ano anterior, já tinha pago caro pelo curso de elaboração de projetos do Instituto Filantropia, indicação da Yara Boesel, ex-coordenadora do Prêmio Itau-Unicef. Mas foi a Ivana Boal, ex-coordenadora de comunicação do Cenpec, quem me ensinou efetivamente a diferenciar objetivo geral de específico e a pensar indicadores de quantidade e qualidade.
E o José Welington, ex-financeiro do Cenpec (que, como vocês devem ter notado, chamei de segunda casa por cinco anos), fez o orçamento. Inteiro. Sabe aquele giz de cera que os pequenos usarão nas oficinas e que não parece nada, mas, vezes 100, te levará à falência? Ele previu tudo! E o casal-amor ainda dividiu a planilha em módulos chiquérrimos: desenvolvimento, divulgação, disseminação e logística.
Aí, veio a Rosana Rios, autora de mais de 170 livros infanto-juvenis, e me passou seus contatos no Sistema Municipal de Bibliotecas de São Paulo, onde fui superacolhida. Maria Amália Camargo e Silvana Tavano, escritoras queridíssimas também, me colocaram em contato com uma ilustradora profissional para definir os valores. Rodrigo Mendes, presidente do IRM, me encaminhou o contato de uma editora parceira. E Alexandre de Paula, da gráfica Ipsis, preparou uma dezena de cotações desde o nosso primeiro contato. rs
Lembram do
Fórum Sorocaba Unida pelos Animais? No final do evento, eu me apresentei para o Secretário do Meio Ambiente Maurício Mota, falei do projeto, nós marcamos uma reunião e, justo na semana seguinte, um representante do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Condeca) viria à Câmara Municipal explicar como preencher o edital, aberto por mais um mês. Era o Universo recompensando todo o esforço! rs
Robson me tirou dúvidas pessoalmente, por e-mail e WhatsApp — um santo! Teve também a Sonia Maria Manetta, gestora da Secretaria da Educação de Sorocaba, que fez um corre para levantar os dados das escolas que eu precisava para o formulário — e foi uma das primeiras pessoas da cidade a
acreditar na iniciativa.
Mas ainda faltava o CNPJ de uma ONG, porque o Condeca não aceita inscrição de gente como a gente. Paula Martinez, presidente da Ciranda para o Amanhã, topou a parceria, mas a documentação deles não ficaria pronta a tempo — Paula, aliás, é mãe de três vegetarianinhas e deu dicas preciosas para os livros! Isabella, também da Ciranda, fez a ponte com a Mahyra, do Instituto Fazendo História. E me indicaram até uma figura bem-articulada da prefeitura de São Paulo.
Três semanas, zero sucesso. Quando faltava uma para o edital fechar, comuniquei nosso fracasso ao Secretário do Meio Ambiente e ele ofereceu inscrever o projeto pela prefeitura. Foram os cinco dias mais derrete-cérebro da minha existência — só de planilha somavam sete. E a prefeita Jaqueline Coutinho assinou a papelada toda no fim de semana!
No último sábado, saiu nossa aprovação no Diário Oficial — dos poucos sem pendências!
Depois de 12 anos e meio,
Gatoca pode captar recursos com isenção fiscal! Isso significa que a empresa que financiar o "Amigão Bicho" abaterá esse valor dos impostos. E sensibilizará o olhar para os animais de 1 mil crianças matriculadas em escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental de Sorocaba, priorizando regiões de vulnerabilidade social. ❤
Marina já desenhou as primeiras patinhas para a apresentação aos engravatados. E Leo Eichinger, que tocará o projeto gráfico dos livros, transformou em coração. Vai ter até minidocumentário assinado pela Tatiana Pagamisse, cineasta e BFF! Espero voltar em breve para contar a continuação da epopeia.
Um obrigada de alma a cada nome citado no texto! À Mariana Levischi, que de irmã mais nova virou porto-seguro. E aos apoiadores do
Catarse, que me permitem realizar esse trabalho que não aparece no blog. Quando eu digo que R$ 10 fazem diferença, é porque fazem mesmo. E vão fazer cada vez mais!