Este foi um ano de plantar. Ciclâmen, amores, liberdade. Sabe aquela época em que você percebe que a vida perdeu o cheiro e enche as mãos de calos na expectativa de tornar a abrir a janela e encontrar flores? No primeiro saquinho de sementes tinha o apertamento. Só meu, para fazer faxina de calcinha, e dos bigodes, para encherem o micro-ondas de pelos. Quatro milhões de vezes eu pensei em desistir da reforma. E quase voltei para a mansão compartilhada quando os quadrúpedes odiaram a casa nova ― depois de me retalharem o braço.
Em um dia dos últimos três meses, porém, sem perceber exatamente qual, Pipoca parou de gritar de madrugada, Mercv cansou de se jogar contra a porta do corredor, as brigas felinas gratuitas se limitaram a deslizes semanais. E eu comecei a dormir até as 9h, sonhando roteiros que não incluíam motores de caminhões e buzininhas de motoqueiros. Os 60 m2 continuam os mesmos, a Anchieta poluída e o calorão também. O que mudou foram os pores de sol.
No segundo saquinho de sementes, havia uma outra forma de ajudar os animais que São Francisco manda para cá sem embrulho. Kiwi, que ganhou sua família de comercial de margarina em janeiro, protagonizou o último resgate convencional, porque no apertamento não cabe mais nem pulga. E, sem planejamento, eu acabei castrando dois pretolinos da comunidade, incentivei meia dúzia de leitores a praticar C. E. D., distribuí caminhas em pontos de abandono de São Bernardo, consegui um cantinho temporário para o Sparky, o gato mais fofo do mundo, e grana para operar sua pata fraturada.
Com esse saquinho de sementes veio o terceiro, grátis. E ele me obrigou a reduzir os frilas remunerados para tirar do papel um projeto que fará o coração (de pudim) tornar a bater. Escrever sobre compaixão animal, maus-tratos, massagem, fisioterapia, brinquedos reciclados, insuficiência renal, benefícios da adoção, dieta vegetariana e cuidados para evitar doenças não é mais suficiente. E vocês me cutucam sempre que escolhem o Gatoca para doar almofadões, arranhadores, broches e chaveiros, R$ 11 em dezembro ― o estímulo dos parceiros (Merial, Redes 2000, Chalesco e American Pets) nem preciso comentar.
No cantinho da paisagem de 2013, sejamos justos, já existia um pé de girassóis, que só carece de rega constante. E eles se abriram em novas comemorações de aniversários (da Pandora, da Chocolate, da Clara e da Guda, das Gudinhas, do Simba, do Mercvrivs e do Gatoca ― com amigos e leitores queridos), textos divertidos, arrecadação de "agasalhos" para a campanha do AUG e participação no bazar de Natal. Ah! A erva daninha da Clara foi eliminada. Falta o Mike ganhar uma casa na árvore exclusiva.
Para 2014, eu desejo uma panorâmica bem colorida. E perfumada!
Retrospectivas dos anos anteriores: 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007
7 comentários:
Este post está sensacional.
Tenham um maravilhoso e saudável 2014.
Bia, que teu 2014 seja espetacular! E que todos os teus amigos gateiros sigam te surpreendendo com ajudas em dezembro (e em qualquer outro mês)! Hehehehe!
Pode tirar quantos projetos quiseres do papel... só não abandona o Gatoca, pq a gente AMAAAA!
Beijo grande direto de Porto Alegre!
Bia como você escreve bem! Adoro caça prestação, não só por me interessar pelos temas, mas por que você escreve de um jeito que torna tudo uma delícia de ler. Parabéns! E um excelente 2014!
mais um texto muito inteligente,como vc sempre escreve...vc torna as coisas mais simples,mais interessantes de serem lidas...FELIZ 2014 QUERIDA BIA...DA GATEIRA DE CURITIBA><JAMILE
Bia
Que 2014 seja generoso e farto em alegrias pra vc e sua família, bigodes incluídos, claro.
Que cada palavra escrita leve conforto e sorrisos a todos que te acompanham. Que cada dia seja abençoado para todos nós, que buscamos melhorar nosso planeta cuidando e abrigando dessas criaturas tão especiais!
Felicidades e muito amor!
Que assim seja!!!
beijosssssssssssss
Lindeza define! <3
Obrigada, meninas! O tempo está voando, mas ainda dá tempo de desejar um feliz recomeço para vocês, né?
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