Luli Sarraf emprestou todos os arquivos (formulário de inscrição, protocolo, agenda de cirurgias) usados nos mutirões do Celebridade Vira-Lata, que beneficiaram mais de 7 mil bichos nos últimos seis anos. Eu adequei ao Gatoca, mas, sem esses modelos, não saberia por onde começar. E na proteção animal, infelizmente, dividir é mais comum do que somar.
A Ceva doou uma caixa cheia de vermífugos Petzi e antibióticos Enropet, para que as famílias não tirassem das necessidades básicas o dinheiro dos remédios do pré e do pós-operatório. A gente também teria conseguido antipulgas e ração superpremium, se o prazo fosse maior ― as empresas brasileiras funcionam em tempo diferente dos jornalistas acostumados ao massacre da grande imprensa. rs
Rolou ainda um trabalho de sensibilização com os amigos/irmãos/namorado, porque eu precisava de apoio moral caso ninguém aparecesse. Ou aparecesse além do esperado. Leo Eichinger, Mari Levischi, Maira Bueno, Denise Granja, Fernando Paulino e Vitor Medina toparam torrar comigo sob o sol, pois São Francisco joga truco com São Pedro. E, às 10h, já havia fila na praça.
A cada tutor, nós perguntávamos seus dados e os do animal, pedíamos para assinar o termo de autorização da cirurgia, entregávamos o protocolo com a data e as informações sobre a vermifugação e o jejum. Os peludos eram pesados na hora, para receber a dosagem correspondente do medicamento.
Belinha, irmã do Belinho e paixão do pedreiro José Carlos, acompanhou o cadastramento desde o início, mas não chegou a se inscrever de fato porque, como muitos bichos da comunidade (para nossa surpresa), já era castrada ― com os machos, dizem que segue a prática medieval de prender o saco no portão e jogar sal para cicatrizar. Nós nos recusamos a apurar.
Bebê, e seus seis quilos de pura cabeça, ostentava na bochecha uma ferida purulenta de briga.
Já a Belinha gata, de 3 anos, chamava atenção pelo nariz patricinhamente rosado e a coleirinha antipulgas.
Teo, da Daiane, chegou e partiu sem colocar as patas no chão.
Nino, frajola de 2 anos, tem duas mães: dona Ana Maria e dona Julia.
Dona Benedita só tem o Nenê, um peludão amarelo que fugiu da fotografia. "Se ele morrer, vou ficar sozinha", repetia para a Denise na porta de casa, relutante em aceitar a operação ― alguns quadrúpedes a gente caçou pelo caminho.
Mateus, de 9 anos, e Natan, de 6 anos, fizeram questão de acompanhar o pai Romualdo. E contavam a história dos gatinhos com os olhos brilhando. Nina, de 4 meses, foi doada pela colega da professora de zumba da mãe. E Tom, de 7, encontrado na rua, assustado.
Dona Aldezita levou a Elizabete e o Miguel, representando os sete filhos e dez netos. Casada aos 15 anos, alargou o sorriso para dizer que o amor nunca acaba. E agora inclui Toby, bichano recém-juntado à família.
Pãozinho assalta a cozinha desde pequeno, hábito que virou nome. E sua inscrição no mutirão rendeu um caminhãozinho para ajudar no transporte dos animais até a clínica, em Santo André, por gratidão do Leo e da Sheila.
Cinco horas de plantão na praça e bateção de perna pela comunidade depois, ainda restavam 19 vagas.
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3 comentários:
Beatriz,o blog esta lindo!!!Sou sua fã,gosto demais da maneira como se expressa....quase sempre me tira risos,ou lágrimas rs nesse caso,eu sorri e chorei...quanta gente linda,com animais lindos,o pãozinho é um fofo!!!Boa sorte,para todos os peludos e para todos com o coração de pudim,que fazem a diferença nesse planeta!!! Beijokas e Lambeijos :)
que lindo está o blog, todo modernoso!!!
Tb sou fã do seu trabalho, e de tudo que vc faz, parabéns pelo mutirão...precisando de voluntárias "tamos Aí" rs
beijo
Paty, Lola e Manolo
Obrigada pelo carinho, meninas! :*
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