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27.10.24

Um ano do gato que eu não sabia que precisava

Olhando para uma das muitas cicatrizes feitas pela falta de noção dos bigodes, me toquei que o único gato que me atacou dez vezes não deixou marca nenhuma ― quer dizer, tenho um rasgo no braço de tentar fechar a porta da lavanderia antes de ele conseguir entrar, mas a incompetência foi toda minha.

O frajola de patinhas de elefante chegou como Intruso, batendo primeiro na Keka, ao invadir o gatil, depois na Pimenta, que aproveitou um descuido do Leo para sair no terreno. Virou Intrú quando passei vergonha para castrá-lo. E agora me olha com vergonha sempre que troco Intrusinho por Frufruzinho ― os caninos e as garras finalmente se limitaram aos ratinhos.

E lagartinhos.

E pererecas.

E passarinhos.

E um coelho, que ninguém sabe como escalou 2 m de muro.

E quase que o Airbnb de saruês.


Outubro, mês do nascimento do Mercv (que já não está mais por aqui) e da partida do Simba, precisava de um desempate. E eu precisava de um respiro na rotina puxada de doença e morte da gangue idosa. Quando sento derrotada lá fora, ele me remonta ganhando cafuné de boca aberta, amassando pãozinho no colo, babando no cobertor.

Ou me faz rir usando a casinha do jeito errado, tomando água pendurado no balde, disfarçando as estratégias de caça fracassadas, roubando meu tapetinho de ioga.


E esta piscadela de malandro carioca?


Não tem tempo ruim com quem transforma pedra em travesseiro. O gorducho ainda me obriga a exercitar a flexibilidade porque se encasqueta com algo, ninguém demove. Bateu 6,1 kg (o dobro da época do resgate!) depois que descobriu uma fonte de comida porcaria no bairro ― digo porcaria porque a criatura passou a rejeitar a ração úmida natural. E só emagreceu (500 g) quando tive a ideia de misturar o molho da Pet Delícia na ração seca super premium.

Muita gente acha que protetor doa os bichos de que não gosta e não há impressão mais equivocada. É preciso amar para reconhecer que o outro merece mais ― uma casa em que a FeLV não impeça de morar do lado de dentro, com aquecimento nas madrugadas frias, brinquedinho livre de formigas, sem riscos de atropelamento.


Enquanto esse dia não chega, ele tem salvo os meus ❤️ ― obrigada, madrinhas, pela acolhida dupla!

8 comentários:

Simone Castro disse...

Olar fãs, hoje faz um ano que adotei a Márcia, ela é insolente, fez meu desbolamento, já me deu gororoba, as vezes quero fazer uns carinhos com os dentes e ela reclama, aff quanta frescura. Sei que tenho uma boa sugar human. Tem o Márcio também que quase me atacou com uma máquina estranha, mas ele é gente fina.
Não, e aquelas gatas, não posso nem entrar que NOOOOOOOOSSA.
Teve aquele dia que eu achei que a Márcia tinha chamado o garção pra me dar lanches, mas me robaro, ele levou meus lanche.
Há um ano tenho essa trou...digo, essa Márcia para me dar mimos.
Só espero que ela não arrange outros bichos, não quero saber de intrusos aqui. Márcia, cadê meus lanche? Tô com fome, insolente! 😒

Viviane Silva disse...

Eu vim pelo post, fiquei em lágrimas, ri alto com o comentário da Simone. Que linda história, espero que ele encontre um lar que possa destr... digo... ...customizar por dentro, com muito amor e longe de carros e garçons que tiram os lanches!!

Tati disse...

Ai, quanto amor. Sorte de quem puder adota-lo!

Anônimo disse...

Será que vcs não perceberam que foram adotados? Irremediavelmente viu?

Anônimo disse...

Eu gostaria tanto de ver esse malandro araçoiabano fazer uma dupla com a Kátia Flávia, malandra carioca. Sonho...
Regina Haagen

Lidi Machado disse...

Eles chegam para nós salvar, um propósito o amor deles cura❤️

Bárbara disse...

É muito maravilhoso acompanhar esse gostosinho e suas aventuras. Acho que o sonho de todos que acompanham essa história há um ano é ver esse menino tão doce ganhando um lar. Não que a vida dele seja ruim, mas ele merece muito mais… Merece dormir na cama da mamãe, afofar cobertores quentinhos num sofá bem grande, merece um zilhão de Churus, merece uma família para chamar de sua. Por mais que a gente adore as histórias, os vídeos, as fotos, o nosso grupinho exclusivo de madrinhas, é um pouco triste pensar que faz um ano que ele tá aqui esperando… E olha isso, gente. Um gatinho fofo desses, sabe? Será que ninguém tem um espaço no coração e na casa pra adotá-lo? Torcendo para que a comemoração do ano que vem seja a adoção definitiva!!! A gente te ama, Intru!!!

Anônimo disse...

A gente também não sabia que precisava do Intrú, até ele aparecer pra alegrar um ano que foi bem difícil. E dos comentários da Simone, uma atração à parte.
Torcendo por uma família maravilhosa pra esse frajola!