Lembram que o Listrado apareceu machucado no condomínio de prédios do Campo Limpo, junto com o Gordo, que já até realizou o sonho da casa própria? Eu pedi um lar temporário para a gente conseguir cuidar dele direito e a Miriam Arcuri atendeu! Aqui vale abrir um parêntese para contar ao pessoal das desculpas que ela tem sete gatos. Fecha parêntese.
No dia 8, Melissa Menegolo, a leitora do mês de Gatoca (rs), levou o peludo até a Barra Funda (SP), os moradores do condomínio fizeram vaquinha para pagar a consulta veterinária e Miriam enfrentou um carrapato, uma mordida e a madrugada de miação.
Na clínica, ele teve a pata quebrada enfaixada e tomou uma injeção de antibiótico para a infecção local — o vet acha que o coitado ficou uns dez dias perambulando com dor, sem que ninguém se importasse. A boa notícia é que os remédios acabaram, a ferida cicatrizou, a tala foi retirada, a castração já está agendada e nós podemos divulgá-lo para adoção!
Listrado adora colo, carinho e um bom papo — chama quem passa esfuziantemente para ganhar atenção. O plantonista do hospital estimou 3 anos, mas o segundo veterinário acha que ele não passa de 1. É o bichano perfeito para famílias animadas, porque gosta da companhia de outros gatos e não disputa a liderança.
Conto com vocês para escrever essa história de Natal?
O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor. Quer fazer parte da transformação? www.catarse.me/apoiegatoca
Este post tem que começar com um aviso: se Amanda Palmer é um nome desconhecido para você, interrompa a leitura agora e vá assistir ao TED mais inspirador da internet! Eu a descobri por causa do Neil Gaiman, confesso — aproveitem o fim de semana para maratonar também "Good Omens"! Mas uma cantora, compositora, multi-instrumentista, performer e escritora deve brilhar sozinha, né?
E, em 2013, Amanda me ensinou a arte de pedir. O Gatoca já existia há seis anos e nunca faltou grana para socorrer os animais — 115 gatos, oito cães e três aves, incluindo a lendária pomba, rs. Só que o trabalho de educação, conscientização e mobilização (on e offline) era totalmente voluntário. O mundo precisava. Eu podia oferecer. As contas se pagavam de outras formas.
Como ela conta no TED, que depois virou livro, pedir não é fácil porque nos torna vulneráveis. Mas também cria conexões poderosas. E assim Amanda conseguiu bater o recorde de financiamento coletivo para projetos musicais, arrecadando US$ 1,2 milhão! Se vocês clicarem no link do Kickstarter, verão que a meta era US$ 100 mil. E que o álbum está disponível para baixar de graça.
Os jornalistas perguntavam como, em tempos de crise e incentivando a pirataria, ela tinha feito todas aquelas pessoas pagarem por música. E ela respondia que não tinha feito, apenas deixado que pagassem: "Quando conseguimos essa ligação, elas querem ajudar”. No ano seguinte, a campanha do Gatoca sensibilizou 221 apoiadores e levantou R$ 21 mil. A meta era R$ 15 mil, para reestruturar o layout e publicar textos diariamente. O valor excedente virou mutirão de castração.
Em novembro do ano passado, nasceu nosso financiamento continuado. E comemoramos este primeiro aniversário com R$ 1 mil mensais! (Mais algumas transferências direto na conta.) Não dá para viver exclusivamente do projeto, principalmente com nove bigodes. Mas esse suporte me permite investir tempo em articulações, cursos e outras iniciativas pró-bicho que demoram para se concretizar — a epopeia dos livros infantis vai completar cinco anos!
Nós caminhamos juntos há mais de uma década. ❤
E, contrariando todas as estratégias de marketing, o Gatoca continuará gratuito. Porque o mundo ainda precisa. E porque vocês existem. Neste Dia Nacional de Doar, então, sou eu quem tem uma surpresa! O trailer do projeto desenvolvido no curso do Sesc segue abaixo. E o vídeo, com 99 takes de um fim de semana entre gatos, plantas e enteadas, vai por e-mail como agradecimento — lembrando que o Gramado da Fama de novembro ainda está vazio!
"Quem mendiga exige nossa ajuda, quem pede tem fé na nossa capacidade de amar e no nosso desejo de compartilhar."
No começo do mês, eu contei a história do Gordo, abandonado em um condomínio de prédios no Campo Limpo, quando os tutores se mudaram — e do pedido de ajuda da Melissa, eterna mãe do Kiwi, porque culparam o gato azarado pelos carros riscados da garagem e o síndico proibiu os moradores de alimentá-lo. A ideia era conseguir uma fast-family. Mas, duas semanas depois, o bichano desapareceu.
A mãe da vizinha da Melissa viu um casal colocando-o na caixa de transporte e elas até pensaram em pedir a gravação das câmeras de vigilância. Só que se lembraram de que a vida real é bem menos tecnológica e acabaram espalhando cartazes de papel em busca do bigode pela área comum mesmo. Foi quando o Ricardo e a Célia apareceram.
Encheram o WhatsApp da Melissa de fotos do recém-batizado Oliver na casa nova — tem coisa mais emocionante do que ver um animal resgatado da rua dormindo em cama de lençol florido? E reescreveram a história do gorducho nesta cartinha pré-natalina:
Nós nos mudamos para o condomínio há um ano. Nesse meio tempo, cruzamos com o Oliver algumas vezes. Lembro da primeira, em que ele mexia no lixo e ficamos impressionados com seu tamanho. Mas era muito difícil chegar perto, porque ele estava bastante assustado. Até imaginamos que tinha um dono que o deixava passear sozinho.
Três semanas depois, meu marido conseguiu fazer carinho e ele começou a miar bastante, só que não tocou na ração. Reforçamos a teoria de que tinha dono, por isso estava bem cuidado e sem fome. Aí, teve um dia em que choveu bastante e o vimos se escondendo embaixo de um carro. Tentamos chamá-lo, mas ele correu.
A moça que trabalha aqui no prédio disse que a família havia se mudado e o deixado para trás. Já estávamos com dois gatos em casa, sendo um deles filhote, com a castração marcada. Mas, em uma manhã pós-academia, ele seguiu meu marido, que me ligou pedindo para levar a caixa de transporte, e o encontrei sentado no chão, chorando com o gato no colo.
Tive certeza de que o Oliver entraria em nossas vidas para mudar. Levamos ao veterinário para assegurar que ele estava bem e saudável. E hoje temos três filhotes lindos e amados!
O Gatoca recebe muitos pedidos de socorro assim e responde todos eles com informações sobre como resgatar, envolver a comunidade, castrar mais barato, organizar vaquinha, divulgar o animal (cansei de oferecer textos), escolher a família ideal. Mas poucas pessoas topam colocar a mão na massa. Fica aqui meu agradecimento público à Melissa Menegolo por não se conformar. E, claro, ao Ricardo e à Célia por esticarem o coração. 💕
ONGs que atuam com resgate e doação são imprescindíveis. Mas o trabalho de educação, conscientização e mobilização acaba passando batido — nosso financiamento continuado no Catarse completou um ano ontem e ainda não temos apoiadores novos neste mês. Se vocês acreditam que o Gatoca faz diferença (e já são 12 anos!), contribuam com qualquer valor. :)
Assinaturas a partir de R$ 15 ainda dão acesso aos vídeos fechados, que estreiam na semana que vem! ─ não esqueçam de cadastrar o e-mail do Catarse (contato@catarse.me) e o meu (bialevischi@yahoo.com.br) no catálogo de endereços para as nossas mensagens não caírem na caixa de spam.
Uma das muitas coisas que a vet dos bigodes me ensinou foi que o pelo deles reflete o interior, que a gente não consegue ver. E que uma pelagem saudável, além de brilhante e macia, é uniforme, como a da Keka:
Quando você enxerga esta divisão em tufinhos, portanto, alguma coisa está errada:
No caso da Pufosa, o "erro" se chama insuficiência renal. E gatos idosos tendem a ficar com o pelo mais feioso mesmo, então eu achava que fazia parte. Mas, na última consulta, Maru suspeitou que os vômitos recorrentes das meninas, que a gente também botava na conta da doença, pudessem ser tentativas frustradas de eliminar charutinhos. E sugeriu um spazão-felino de teste.
A ideia era passar a escovar todo mundo duas vezes por semana para facilitar (e estimular) a limpeza, que eles não estavam mais dando conta, e oferecer na seringa 1 ml de óleo de linhaça dourada para turbinar o ômega 3 — suspendendo imediatamente em caso de diarreia. Como a escovação libera serotonina, que aumenta a sensação de bem-estar e felicidade, eles amam.
E até Godofredo entrou no Spa Month!
Mas o óleo de linhaça, meus amigos... Cinco gatos saíram correndo e babando pela casa, uma vomitou, o resto foi tentar tirar o gosto de desgraça da boca comendo grama como se não houvesse amanhã.
Na segunda semana, a babação caiu pela metade. E, na terceira, um tico mais — sim, eu sou uma pessoa resiliente. Pimenta continuou me olhando com ódio...
Mas os cabelos, que diferença! (Considerem que ela não deixará de ter 12 anos nem de ser renal — todas as gudinhas compartilham a doença, inclusive a Keka, dona da pelagem inexplicável de pantera.)
E os vômitos? Quase zeraram!
Toca encaixar mais esse lerê nos meus dias de 48 horas, rs. Só tomem cuidado com a Furminator, porque o uso em excesso pode assar a pele dos bigodes — Clara sabe bem. E, embora todo mundo diga que a escova ultratecnológica remove apenas os pelos mortos, vocês notarão uma carequice pós-exagero.
O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor. Quer fazer parte da transformação? www.catarse.me/apoiegatoca
Sorocaba inaugurou recentemente o Parque da Biodiversidade, com vegetação da Mata Atlântica, nascentes de água, 150 espécies de animais e 63 arbóreas. Como ele fica a 45 minutos de casa, Leo e eu resolvemos conhecer no sábado, quando a cinzentura deu uma trégua. E andamos mais de uma hora de chinelo enroscando na trilha quase invisível e pernas oferecidas em banquete aos mosquitos ─ sem repelente, óculos nem protetor solar, como sugeria o folder póstumo.
Acontece que a gente não esperava um passeio roots. E o funcionário que deveria ter nos orientado e entregue as tais perneiras dormia de testa na mesa porque, em três meses de existência, os 60 mil m² receberam apenas oito visitantes ─ isso ele nos contou na saída, com o pedido constrangido de desculpas. Eu já tinha desencanado, encantada com as folhas de coração, as flores delicadas, o cheiro de vida.
Mas, aí, nós vimos um lagarto! Como olhar vitrine de shopping pode ser mais legal do que cruzar com um projeto de dinossauro?
O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor. Quer fazer parte da transformação? www.catarse.me/apoiegatoca
Na minha rua de interiorrr, tem um senhor que passa as tardes sentado num banquinho instalado em frente à sua casa. E funcionários do correio que entregam as encomendas para qualquer pessoa quando você não está. Mesmo morando várias construções depois de mim, a ração dos bigodes parou lá. E o resgate me custou ficar sabendo que haviam batido em uma cachorrinha no cio.
Decorei o número da casa e o nome da tutora, também mãe do bêbado-agressor, e toquei a campainha no dia seguinte. Quem atendeu, porém, foi o cara. Sem abordar diretamente o assunto, ele já soltou que a cadela era safada e mentiu sobre a castração ─ com outro cão esmagando o focinho entre as grades do portão para sentir o cheiro dela no quintal dos fundos.
Ainda perguntou se eu trabalhava com costura (oi?) e se tinha marido. Despedi-me antes de mais um clichê-do-macho e confesso que estou juntando coragem para voltar. Se a tutora for quem penso, a cachorra é bem velhinha e não poderá encarar a cirurgia. O que a gente faz com um sujeito desses ─ sem provas para denunciar, filho da responsável pelo animal e praticamente seu vizinho? :\
Foto emprestada deste episódio, para preservar os envolvidos
O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor. Quer fazer parte da transformação? www.catarse.me/apoiegatoca
Rosana Rios é figura queridíssima no universo da literatura infanto-juvenil, com 170 obras publicadas! E, se você se acha velho demais para ter lido alguma delas, provavelmente assistiu a um "Bambalalão" roteirizado por sua cachola criativa ─ eu gostava tanto desse programa que participei das gravações! Mas a gente só veio se conhecer três décadas mais grisalhas depois.
Rosana é prima do Leo e sempre nos recebe com causos divertidos e cafés da tarde veganos ─ o bolinho de fubá a gente levou, única receita fofinha que sai deste forno.
Na última visita, ela ainda nos presenteou com "Entre Cães e Gatos", história de uma menina que falava cachorrês e um menino fluente em gatês, que se unem para salvar o bosque do bairro ─ convite à reflexão sobre nossa relação com o diferente e o que estamos fazendo com o planeta. Já seria uma atitude apertável por si só.
Acontece que ela também transformou nós dois em personagens do livro!
E incluiu o Gatoca na dedicatória!
Obrigatório para quem ama gatos, cachorros e, claro, este projeto! ❤
O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo tem salvação. Quer fazer parte da transformação? www.catarse.me/apoiegatoca
Idas ao veterinário geralmente têm um motivo triste ─ ainda mais quando você topa encarar 117 km de estrada, quatro horas de congestionamento e uma sensação térmica do capeta + 39ºC. Repetindo a estratégia dos Diários do Rei, porém, cá estou eu de novo exercitando o olhar para os momentos amorosos e engraçados com os bigodes, que envelhecem mais rápido do que meu egoísmo gostaria.
Na quarta-feira passada, Pimenta e Pipoca caprichavam nos vibratos, enquanto o pneu do Focus rodava furado pela Raposo Tavares. Eu não ia parar no posto de gasolina porque o tanque dava conta da viagem até Santana, em São Paulo. Chicão intercedeu e o frentista me avisou do prego. Logo ali, havia uma borracharia. Cléber ainda nos socorreu na hora, interrompendo o serviço anterior.
Com menos folga para o início do rodízio, mas em segurança, a gente atravessou a Castelo, a Marginal Tietê, as capivaras, a Voluntários da Pátria. E Maru mandou soltar as bestas, que me fizeram passar a vergonha de sempre ─ Pimenta medindo força para escapar do balcão (de onde rumou para baixo da cadeira) e Pipoca mimetizando com o climatizador.
A frajola recebeu tratamento para a alergia (eterna) e para a anemia, que descobrimos na consulta. E a sialata, que emagreceu meio quilo entre vômitos e diarreias, saiu com uma listinha de medicamentos para doença renal (sete anos já). Maru disse que os rins dela estão pequeninos, só que ainda não chegaram ao estágio do Simba.
A volta para Sorocaba foi mais tranquila. E silenciosa.
O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor. Quer fazer parte da transformação? www.catarse.me/apoiegatoca
Este gato bonachão da foto apareceu vagando em um condomínio de prédios no Campo Limpo, sempre perto na mesma torre, provavelmente deixado para trás na mudança da família. Um casal levou para vacinar (castrado ele já era) e há quatro meses outros moradores passaram a se revezar para alimentá-lo.
Até a semana passada, quando o síndico fixou um cartaz na área comum proibindo a prática e ameaçando com multa. O motivo? O gorducho estava riscando os carros da garagem. Sim, nós vivemos em um mundo de pessoas que descartam bichos feito sapatos velhos e que preferem máquinas a vidas.
Melissa Menegolo faz parte da resistência que continua cuidando escondido do peludo. E me pediu ajuda porque estão com medo de darem um sumiço nele. Para quem não reconheceu o nome, Melissa é a mãe do Kiwi. ❤ Ela aprendeu com o Gatoca que, quando a gente quer resolver algo, precisa colocar a mão na massa ─ e outros corações de pudim vão se juntando, certo?
Nós precisamos da ajuda de vocês, portanto, para que este post alcance a família nova do Gordo (SP). Ele tem 3 anos, adora conversar e segue pernas apressadas pedindo cafuné! Quem vai intermediar a adoção sou eu, com formulário, vistoria e acompanhamento para facilitar o processo de adaptação ─ podem escrever para: contato@gatoca.com.br.
O desafio não acaba aqui, infelizmente.
Listrado também entrou para o clube do amor clandestino e o caso dele demanda mais urgência, porque está com a pata machucada! Melissa conseguiu levá-lo ao hospital veterinário, mas o plantonista inexperiente aplicou uma injeção de anti-inflamatório, pediu para voltar mais três dias e é claro que o bicho evapora quando vê a caixa de transporte.
Para fazer o tratamento direito, nós precisamos de um lar temporário (e talvez de um laçador). O tigrinho tem 3 anos também, chegou superarisco e hoje vira de barriga para ganhar carinho ─ a foto deixa a desejar porque ele só aparece à noite. Os custos, incluindo o da castração, serão bancados pelos moradores do Campo Limpo, sob a supervisão e o selo de garantia do Gatoca. :)
Bora salvar duas vidas?
O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor. Quer fazer parte da transformação? www.catarse.me/apoiegatoca
Outubro chegou ao final da quarta semana como o primeiro mês sem apoiadores novos desde o lançamento da nossa campanha no Catarse. Eis que o calendário fez aparatar uma semana bônus e, respondendo minha provocação no Facebook, Regina Hein e Paula Melo marcam sua estreia no Gramado da Fama! ─ nos alicerces do Gatoca elas moram há tempos, Paula tem até o broche-recompensa do crowdfunding de 2014! E notem a pose de agradecimento da Guda. rs
Aos leitores novos, a ideia do financiamento continuado é permitir que eu abra cada vez mais espaço na agenda para o trabalho de educar, conscientizar e mobilizar corações pelos animais. Batendo a meta atual, vocês verão os bastidores do projeto em tempo real nos stories do Instagram ─ ontem rolou a epopeia da ida à vet em São Paulo, com direito à pneu furado.
E contribuições a partir de R$ 15 darão acesso ao "netflix" do Gatoca com vídeos exclusivos, ainda em fase de produção ─ não esqueçam de cadastrar o e-mail do Catarse (contato@catarse.me) e o meu (bialevischi@yahoo.com.br) no catálogo de endereços para as mensagens não caírem na caixa de spam! :)
Obrigada por seguirem juntinho também, Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Eliane Bortolotto, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Denise Perin, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo, Solimar Grande, Aline Silpe, Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Roberta Roque Baradel, Rosana Rios, Andréa Pires de Castro e Lilian Gladys de Carvalho! ❤
Sem um dos caninos (e vários dentinhos), de olho sujo e pelo duro, Mercvrivs* chegou aos 14 anos! Contando assim não parece um feito muito comemorativo, eu sei. Mas a verdade é que, exceto pela banguelice, o figura continua igualzinho ─ remelência e seborreia vieram no pacote da adoção, e a gente nunca conseguiu curar (dá para acreditar que queriam que eu escolhesse outro gato?).
Esse aniversário tem importância especial, porque mostra que o aprendizado com a morte do Simba já garantiu um ano a mais de longevidade para minha metade frajola. 🖤 Claro que eu adoraria que esse ano se desdobrasse em outros seis. Ou sete. Oito fechou, Chicão! Sigo, porém, curtindo um colo de cada vez.
E treinando para a vida este olhar inabalável, com o mundo desabando em volta, que só Mercv é capaz de fazer.
Se me contassem que eu montaria guarda nos potinhos a cada refeição para a Jujuba deixar os outros gatos comerem, daria patê na colherzinha de joelhos aos enjoados, ganharia uma tendinite das seringadas de água (102.930 até agora!) e acordaria muitas horas antes de qualquer compromisso para encaixar também as medicações, eu debocharia.
E várias vezes, confesso, sinto a rotina pesar. Fico brava quando preciso ir ao banheiro e Jujuba vomita toda a ração que roubou dos irmãos. Mercvrivs passa cinco minutos cheirando a colherzinha suspensa no ar e sai andando. Ou Guda, com a seringa ainda na boca, cospe o líquido bem devagarzinho pelos lados.
Mas, aí, eu lembro do gordinho ─ da nossa despedida em salgadas 33 prestações, de todos os dias que seguem amanhecendo e escurecendo sem ele. E persisto.
Se me contassem que um animal pode virar buraco no peito, eu debocharia.
O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor. Quer fazer parte da transformação? www.catarse.me/apoiegatoca
Já faz tempo que eu sinto vontade de produzir um conteúdo exclusivo para os apoiadores do projeto. E nossa campanha no Catarse vai completar um ano no fim do mês que vem, o que torna este momento ainda mais perfeito! Podia ser post extra aqui no blog, mas continuo achando que o trabalho de educação, conscientização e mobilização precisa alcançar todo mundo ─ o poder público devia quebrar essa para a gente, né?
Pensei também no boletim, só que ele acabou virando estratégia para nos dar alguma liberdade dos algoritmos das redes sociais ─ embora ainda falte uns bons bits para chegar lá. E tem os vídeos! O Youtube não vai mesmo bombar um canal que nada contra a maré da tecnologia. E eu fico muito mais à vontade de falar e compartilhar os bastidores do Gatoca com amigos. :)
O primeiro vídeo mostrará um fim de semana sorocabano entre gatos, plantas e crianças ─ sim, as enteadas, que nunca aparecem por aqui. Estou falado dos 99 takes gravados para o curso do Sesc, que têm dado um trabalhão, rs. E vocês podem sugerir temas para os próximos, incluindo o especial de Natal/Ano-Novo.
O valor da assinatura é baixinho (R$ 15) para não deixar ninguém de fora. E apoiadores antigos ganharão acesso a todas as superproduções, independente do valor, como forma de agradecimento ❤ ─ não esqueçam de cadastrar o e-mail do Catarse (contato@catarse.me) e o meu (bialevischi@yahoo.com.br) no catálogo de endereços para as nossas mensagens não caírem na caixa de spam.
Gatoca abrigou um Kiwi ─ os leitores antigos devem se lembrar. Não o pássaro raro da Nova Zelândia, que nasce com as asinhas atrofiadas, mas um gato de olhar tristonho, que não esboçava reação nenhuma quando ganhava cafuné, nem mesmo a de fugir. E na casa da Melissa Menegolo, há sete anos, ele aprendeu a voar.
Esta cartinha, de 2015, devia ter sido publicada aqui, mas acabou atropelada pela correria:
Oi, Bia! Tudo bem?
Kiwi evoluiu muito nesse tempo, é outro gato. Lembra quando eu te ligava todos os dias porque ele não parava de miar à noite? Foram uns 3 meses assim. Hoje, nem acredito como ele está bem. Nos mudamos de apartamento e fiquei com medo de recomeçarmos do zero, mas ele se adaptou no primeiro dia! E foi o único que não ligou para os fogos do réveillon. Nosso Kiwi... Nem do secador de cabelo ele se esconde mais. Quando vem visita, ainda pede carinho!
Dorme na cama comigo e só mia para eu dar meu braço para deitar em cima, rs. Ele é perfeito! Sexta, estava relendo a história dele no blog (faço isso sempre ❤) e parei nesta frase: "Um balde de amor e duas colheres de paciência devem ajudá-lo a desabrochar". Realmente, a mais pura verdade! Nosso menino desabrochou.
Te agradeço imensamente por ter me escolhido como mãe dele! Não sei como seria minha vida sem ele. Posso dizer que é o gato mais carinhoso que conheço ─ amassa pãozinho toda hora! E vê se arruma um tempinho para nos visitar.
Beijosssss
Em agosto do ano passado, nós nos reencontramos. Não contei porque foi um baque. Muitos quilos mais magro (e irreconhecível), Kiwi lutava contra a FIV e uma gengivite estomatite causada pela aids felina ─ babava, sangrava pela boca, não conseguia comer. Eu saí de Sorocaba para levá-lo à veterinária dos bigodes, na zona norte de São Paulo, e Melissa faltou no trabalho infaltável.
O pequeno ganhou um ano a mais de sachê, carne moída, sono de braço. E no sábado, pela primeira vez, não respondeu ao chamado da Melissa nem a acompanhou até a cozinha para o café. Angustiada, ela correu ao hospital 24 horas, a tempo de receber uma cadeira e um copo d’água.
E ficou junto do nosso passarinho até o último voo.
Em 12 anos de blog, eu nunca escrevi este post porque ele me parecia óbvio. Considerando o terraplanismo, o globalismo, a ideologia de gênero e o marxismo cultural, entretanto, talvez seja melhor o Gatoca dar também esse passo atrás. No Dia das Crianças, comprem bola, carrinho, boneca, quebra-cabeça, não vidas.
E, se decidirem adotar um bichinho, certifiquem-se de que ele caberá em todas as mudanças — inclusive as de orçamento.
Animal não é brinquedo, mas quebra com o abandono.
O conteúdo do Gatoca é financiado por gente que acredita que o mundo pode ser melhor. Quer fazer parte da transformação? www.catarse.me/apoiegatoca