No post da familinha de ferais que Gabi e Julio herdaram com a mudança, eu comentei que Kuka Fischer, do Stray Cats, tinha nos dado um monte de dicas bacanas, lembram? (O projeto dela castrou mais de 200 bichanos assim.) Pois chegou a hora de compartilhá-las! Se você precisa encarar o desafio de encantar um bigode, pegue papel e caneta ― ou print esta tela mesmo.
A primeira estratégia de sedução passa pela barriga: coloque um potinho com sachê/patê/petisco apelativo a um metro de distância e deixe o peludo comer e sair correndo, sem tentar tocar ou fazer movimentos bruscos. Quando eles perceberem que não serão atacados, tendem a relaxar ― tanto que alimentador de colônia consegue encostar até nos piores ferais.
Se programe para ficar um tempo por dia na área em que o gato está. Vale bater papo com alguém, ler um livro, tomar sol. Quanto mais contato visual melhor. Kuka chegou a dormir no banheiro para servir de Guliver a uma ninhada antissocial. Em dois dias os pequenos já arriscavam cheirá-la, em cinco entenderam que não virariam banquete. O segredo, ela enfatiza, é se mexer o mínimo possível porque eles interpretam errado.
E a castração, citada no começo do texto, termina de acalmar os humores ― saiba os benefícios e lugares que operam de graça aqui. Se não rolar atrair o animal para a caixa de transporte com comida (uma amiga pedia sangue, argh!, no açougue e fazia um rastro), apele à gatoeira (várias ONGs emprestam) ou contrate um laçador fofo como o Niko (contato por e-mail).
Ah! No Felinos Urbanos tem uma tradução importantíssima do Neighborhood Cats, projeto pioneiro de CED, explicando que há ferais que jamais viverão felizes em "apertamento", constantemente apavorados e estressados. Se rolar uma suspeita de que pode ser o caso aí, melhor castrar e soltar no mesmo local da captura.
Um comentário:
Encontrei ótimas orientaçoes nas suas indicações. Obrigada
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