Na única visita que me fez, ainda na casa antiga, contou, rodeado pelos bigodes, que seu avô serviu o gato da família no almoço e depois apareceu com a cabeça, para o horror das crianças. Sensibilidade não era seu forte. Quando chegou minha vez de retribuir, na UTI, de barba por fazer, ossos à mostra e sem o sorriso de resina, não o reconheci. A fortaleza impenetrável havia virado fragilidade. Não se mexia, não falava, respirava por fios, mas chorou assim que toquei seu peito.
Uma lágrima comprida, sem começo nem fim. Pedido de desculpas e vale-afeto. Para uma próxima vez.
Registro querido do primo Rafael Levi
4 comentários:
Que Deus possa confortar seu coração e de sua família.
Meus sentimentos, Bia!
É como você abraça alguém que não quer ser abraçado?
Obrigada, meninas! :*
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