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11.12.24

Vou te Receitar um Gato: encontro do Cluboca do Livro

Domingão rolou a primeira edição da pata literária (e etílica) do Gatoca, com participantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Bahia, Canadá e do plantão do hospital (nutricionista, calma!). Movida a chocolate quente com rum, na caneca do Simba ilustrada pela Marina Kater, nem vi as três horas passarem.

A gente conversou sobre Vou te Receitar um Gato, best-seller japonês de Syou Ishida, indicado pela Cora Rónai na coluna d'O Globo, que divertiu parte dos leitores pela leveza e abandonou outros no caminho pela superficialidade e ritmo mais lento.


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Eu mesma achei uma boa ideia mal-executada, como se toda a experiência que a autora demonstra com bichanos faltasse à escrita ― diálogos artificiais, inconsistências no enredo, soluções convenientes. O tom de "manual para acompanhar a adoção" ainda se alternava com animais de raça, romantização de fuga e lições de moral blé, como a de que ninguém é insubstituível.

Mas gostei da proposta do realismo mágico e confesso que fui pega de surpresa pelo plot twist, pós-chá de matatabi. Das cinco histórias, a que mais me tocou foi a da mãe cansada e sem tempo, que faz a filha devolver um filhote, porque já estive no lugar da criança e dezenas de vezes no lugar da mãe, como protetora que sobra com o gosto amargo de não poder ajudar quem repassa o problema para dormir tranquilo.

Lúcia Trindade notou que todos os personagens começam autocentrados e acabam mudando por causa dos gatos. "Quando um gato entra na sua vida, tudo muda", emendou Cristina Barreto. E Vanessa Araújo enfatizou o reestabelecimento de conexões perdidas também nas famílias desfuncionais.

Não passou despercebido para Viviane Silva que as mulheres têm mais visão de contexto, enquanto os homens parecem mais alienados. Já Lorena Fonseca sacou que a personalidade do médico e da enfermeira que trabalham na clínica que receita felinos era condizente com a deles. Aline Silpe recomenda para quem gosta de dorama, o que não é seu caso.

E quem melhor resumiu a experiência, na minha opinião, foi a Paula Melo, que sentiu falta de aprofundamento nas 224 páginas: "Amei, duas estrelas!". rs

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O Cluboca do Livro é uma das recompensas do nosso financiamento coletivo e a segunda edição está programada para o início de fevereiro ― divulgo o nome do livro e a data certinha assim que decidirmos. Se você também quiser viver outras histórias, cair na risada junto, se emocionar e culpar o clima seco, clique aqui e escolha sua bebida! :)

4 comentários:

Anônimo disse...

É maravilhoso quando podemos trocar experiências e histórias com outras gateiras

Anônimo disse...

❤️❤️❤️❤️👏👏👏

wcris disse...

Foi muito bom ver as gatas do Cluboca ao vivo -on line - e em cores!
O livro é leve e meio bobo, mas a mensagem é real: conviver com um gato muda a gente pra melhor!

Viviane Silva disse...

Foi uma tarde gostosa, com colinho e um carinho. Obrigada!!